Em Los Angeles, Jane começou a trabalhar em alguns casos. Não ligava para as situações em que se metia, e ajudava o suficiente para não se meter em confusão. Nem pediu pelo sofá. Trabalhando assim, no Airstream a maior parte das vezes. Fazia um mês que não via e nem conversava com Lisbon. Sentiu falta da pequena durante a maior parte do tempo.

A vida havia se tornado monótona, o fato de acordar e não ver os antigos amigos e Teresa, o corroía. Mulheres se aproximavam, porém ele se esquivava de todas. Vivendo pelo dia em que ele encontraria Lisbon de novo. Havia começado a beber bem mais do que o normal, sendo assim, mais fácil suportar a vida. O único problema é que havia se metido em confusão em LA por aparecer bêbado no trabalho.

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Naquela noite quando entrou no Airstream, resolveu sair, esquecer um pouco tudo que estava acontecendo. Se vestiu e foi para um bar que o pessoal do escritório, onde ele trabalhava, frequentava. Um bar chamado Flashback.

Ao chegar lá, sentou em uma das cadeiras de frente para o bar e pediu ao garçom uma dose de whisky. Se virou para o local, que estava lotado de pessoas, avistou então, uma mulher loira sentada a poucas cadeiras da sua. O loiro se levantou e foi em direção a ela.

Jane: Posso me sentar aqui com você?

A mulher o olhou e disse sorrindo:

Hannigan: Pode sim.

Patrick se sentou ao lado dela. Resolveu então, que, naquela noite, tentaria esquecer Teresa. E na sua frente estava uma bela oportunidade para essa vontade.

Jane: O que uma mulher como você faz em um bar como esse?

Hannigan: Provavelmente o mesmo que você... Tentando me distrair dos meus problemas, esquecer o passado.

Jane se surpreendeu com a resposta dela.

Jane: Como você sabe que eu vim para, como você disse, “esquecer o passado”?

A loira o encarou e disse.

Hannigan: Você tem um sorriso confiante, um sorriso que mostra a todos que você está satisfeito, porém seus olhos te traem. Seus olhos são tristes, cansados. No seu olhar eu consigo ver que você está tentando esquecer o passado.

Patrick ficou sem palavras, a encarou surpreso e deu risada logo em seguida.

Hannigan: O que foi?

Jane: Nada demais... É só que... Bom, eu costumava ter essa habilidade sabe... Habilidade em ler as pessoas.

Hannigan: O que você fazia?

Jane: Que tal não falarmos sobre o passado, hein? Que tal você me dizer o seu nome?

Hannigan: Tudo bem, você que manda. Me chamo Meredith, Meredith Hannigan.

Jane: Prazer em conhecê-la Meredith – Disse o consultor estendendo a mão, que foi apertada por Meredith – Meu nome é Patrick Jane.

A loira sorriu para ele e disse logo em seguida.

Hannigan: Bom, não sei você, mas eu não aguento ficar aqui mais um segundo. Se quiser, Patrick, me acompanhe.

Hannigan se levantou, e foi em direção a porta, se virou e olhou o consultor pelo ombro. Assim que ela saiu, Jane se levantou e foi em direção a mulher.

Durante a noite, os dois conversaram sobre a vida. Jane contou aquela mulher sobre tudo que acontecia com ele, porém não lhe contou sobre Lisbon. A mulher também lhe contou sobre sua vida. Lhe falou que era solitária, que acabara de sair de um relacionamento conturbado. A conversa durou horas, e os dois foram juntos para o trailer de Jane.

Jane a convidou para entrar.

Hannigan: Nossa, então é aqui que você mora?

Jane sorriu e disse:

Jane: É, é aqui que eu moro.

Meredith andou pelo Airstream, tentando conhecer o pequeno local.

Hannigan: Lugar aconchegante. E quente...

A mulher tirou seu casaco e o colocou na mesa. Jane observou o belo corpo da mulher.

Jane: Você quer... Uh... Beber alguma coisa? Comer algo?

Hannigan: Não. Obrigada, estou bem.

Jane, observou seu relógio e percebeu que já se passava das duas da manhã.

Jane: Ham, bom, se você quiser posso dirigir o Airstream até a sua casa e te deixar lá.

Meredith se aproximou de Patrick com um olhar sedutor. O consultor soube o que ela iria fazer antes mesmo de ela falar.

Hannigan: Tenho uma ideia melhor, Patrick.

A mulher o agarrou e o beijou. Jane ao sentir ao perfume dela, se lembrou de Lisbon. Imaginou que a mulher na frente dele era a morena e correspondeu ao beijo com uma intensidade fulminante. Não demorou muito para ele a levar para cama, e assim o fez. Quando se afastou para tirar a blusa da mulher a sua frente, percebeu que não era Teresa, e sim Meredith. Se lembrou, então, de todas as vezes em que ele e Lisbon haviam feito amor naquele lugar. Se afastou depressa de Hannigan, ele estava frustrado. Passou a mão pelos cabelos e olhou para a loira na cama com uma expressão angustiada em sua face.

Jane: Meredith... Desculpe, não posso fazer isso.

Hannigan o olhou surpresa.

Hannigan: O problema é comigo, fiz algo que você não gostou?

Jane a olhou desesperado.

Jane: Não, não é isso... Não estou pronto para isso. Eu ainda amo uma pessoa. Me desculpe por ser grosso assim, mas, por favor... Por favor, vá.

Meredith pegou suas coisas e saiu. Assim que ela cruzou a porta, o loiro se sentou na cama e colocou a cabeça entre as mãos. Começou a chorar mais e mais. Pegou o telefone e quase discou o número de Teresa, discando então, o número de Cho.

Cho acordou e atendeu o telefone.

Cho: Jane, que porra você está fazendo me ligando as três horas da manhã? Por acaso se meteu em confusão?

O consultor, ainda chorando, disse com a voz embargada.

Jane: Desculpe Cho, mas eu preciso... Preciso saber como estão as coisas... Como ela está.

Cho: Céus Jane, você está chorando? Acho melhor conversarmos de manhã.

Jane num impulso falou.

Jane: Não! Eu preciso... Por favor!

O agente, ainda com sono, sentiu piedade do loiro e se dispôs a conversar com ele.

Cho: Diga, como você está?

Jane: Minha vida não importa. Eu quero saber sobre ela, ela sente minha falta?

Cho suspirou e disse.

Cho: Se você considerar o fato de que as vezes ela senta naquele seu sofá, só para, as vezes, sentir que você está lá, então sim, ela sente sua falta.

Jane sorriu ao ouvir isso.

Jane: Mas ela está bem?

Cho: Olha... Eu não sei definir... Ela emagreceu demais, começou a trabalhar muito... Fala sempre que está bem... Mas não sei... Você ainda tem sorte, Jane.

Jane: Por que?

Cho: Homens se aproximam dela, porém ela se esquiva de todos...

O consultor, embora não pudesse, se sentiu feliz ao ouvir isso. Ela ainda o amava, e sentia falta dele.

Cho: Jane, desculpa perguntar, mas fiquei sabendo por Abbott que você se meteu em uma confusão ai em LA por causa de bebida, isso é verdade Jane? Você começou a beber?

Jane suspirou frustrado do outro lado da linha.

Jane: Bebo para passar o dia Cho, não tem nada mais para fazer.

Cho: Jane, isso não é nada bom, ligue para ela, vocês precisam conversar.

Jane pensou e depois disse:

Jane: Duvido que ela irá falar comigo depois de tudo, duvido ela falar comigo depois de dizer que meu ódio por mim é maior do que meu amor por ela... Mas, eu ainda a amo tanto... Cuide dela Cho, por mim.

Cho: Cumprirei essa tarefa. Boa noite, Jane.

Jane: Boa noite, Cho.

O loiro pensou em tudo, pensou na noite em que tivera, pensou no mês em que estivera longe de Lisbon. Ele deveria conversar com ela, mas não por telefone. Essa conversa deveria ser pessoalmente e logo.

No outro dia em Austin

Era um dia normal de trabalho, Lisbon nem tomou café e foi direto para o escritório. Chegando lá, cumprimentou o pessoal e foi direto para sua mesa, preparar uma papelada para o caso em que estavam investigando. Cho se aproximou, porém a agente não percebeu.

Cho: Lisbon, hey!

A morena se assustou e pulou para trás.

Lisbon: Céus Cho, você me assustou!

Kimball deu um pequeno sorriso.

Cho: Como está indo com a papelada, precisa de ajuda?

Lisbon: Não, não, já estou terminando.

Cho assentiu, porém continuou ao lado da mulher. Lisbon estranhou o comportamento do agente e disse:

Lisbon: Kimball... Tem algo...Huh... Incomodando você?

O agente ficou meio relutante, porém disse mesmo assim:

Cho: Lisbon... Você não tomou café para vir para cá, não é?

A morena não entendeu e uma expressão confusa surgiu em sua face

Lisbon: Não... Mas... Porque você está perguntando isso?

Cho pegou uma cadeira e se sentou ao lado dela.

Cho: Teresa, estou preocupado com você... – A morena iria interrompê-lo, porém ele a calou com um gesto de mãos - ...Deixe-me falar primeiro, okay? Bom, andei percebendo, durante esse mês, que você não tem comido nada. Você emagreceu demais. Isso começou quando o Jane foi embora. Eu acho que... Você deveria ligar... Ligar para ele.

Uma expressão de frustração surgiu na face da agente.

Lisbon: Olha, se te faz feliz, okay, eu comerei algo. Mas não vou ligar para ele Cho, não mesmo. Ele fez a decisão dele, ele me quis fora da vida dele. Se ele quiser, sabe meu telefone.

Cho deixou escapar bem baixinho:

Cho: Duvido que ele te ligue após a última coisa que você falou para ele.

Teresa ficou perplexa.

Lisbon: Espere, como... Como você sabe qual foi a última coisa que eu falei para ele? Você tem conversado com ele, não é Kimball?

A culpa tomou posse do rosto do agente.

Cho: Ele me ligou ontem, desesperado para saber sobre você... Não sei se você sabe mas... Ele começou a beber demais. E teve uns problemas com isso em LA.

Lisbon ficou perplexa.

Lisbon: Por que não me contou? E desde quando está do lado dele? O que você falou de mim para ele?

O agente, desconfortável, respondeu.

Cho: Não é sobre de qual lado estou. Ele pediu para não contar, mas eu disse que contaria se você me perguntasse. Eu disse que você não tem comido muito, que perdeu muito peso e que está trabalhando demais, o que é verdade.

Lisbon fechou os olhos com força.

Lisbon: Por favor, fale para ele não me procurar mais. E diga para ele parar com a bebida.

Cho disse:

Cho: Não, ligue para ele e diga isso, você mesma.

Depois de algumas semanas. Abbott convocou Jane para conversar. O consultor teria que vir até Austin para discutir sobre a confusão em que ele se metera por causa da bebida. Discutiriam sobre a eficiência de Patrick no trabalho. O loiro resolvera avisar o Cho sobre isso, e assim o fez.

Jane: Cho... Não sei se devo fazer isso, mas avise ela, avise ela de que eu estou retornando e que eu preciso vê-la.