Alice in Wonderblood escrita por Naughty
Uma pressão ocorreu na cabeça A lice, como se fosse explodir. Como o Chapeleiro estava morto? Estava não... como achavam? E como o País no qual ela sempre sonhou, desde pequenina, agora estava devastado? As perguntas acumularam em sua cabeça como um falhanço, quando finalmente foi despertada pelo Papagaio.
— Alice, não temos certeza, ele foi capturado pela Rainha de Copas e é só o quê sabemos... — Guinchou, enquanto ambos erguiam-se do solo e agitavam-se para retirar o sangue das vestes, que escorreu com facilidade, como se fosse algum pó.
— Bem, mas, tem mais daquelas balinhas? — Indagou a águia para Alice, cortando um longo tempo de um silêncio lamentável.
— Ah, claro, devo ter. — Alice enfiou a mão dentro do bolso de seu vestido de cetim, vasculhando-o a procura de uma caixinha de balas; finalmente achando-a, abriu, e dela, todas as que eram antes, pastilhas rosadinhas com um gosto açucarado e azedo, estavam pretas, pegajosas e emboloradas. — O quê é isso? — Exasperada, lançou a caixinha para o lago de sangue, que afundou aos poucos.
— Nada aqui cresce ou vive. Quer dizer... os alimentos e bebidas. — Explicou Dodô.
— Quer dizer que, vocês não comem e nem bebem nada? — Questionou Alice, surpresa.
— Não. Não temos necessidade de nos alimentar... e mesmo que quiséssemos, tudo apodrece, e não são só alimentos, são flores, árvores, até... até os animais estão começando a morrer ultimamente. Eles adoecem. — Completou o Pato.
— Argh... — Alice sacudiu a cabeça. — Certo, vamos ao palácio da Rainha de Copas. O Chapeleiro deve estar precisando de nossa ajuda; ele deve estar sendo torturado ou algo do tipo, precisamos salva-lo imediatamente. — Andou pela trilha seca de fuligem, logo atrás dela, Dodô, o Pato, o Papagaio e a Águia, parando aqui e ali para checarem as criaturas mortas; primeiro, duas caranguejas que retrucavam sobre a falta do senso de humor do Rato a última vez da ida de Alice, uma família de canários estiraçados no chão, com moscas rodeando seus corpos fétidos e sem vida.
Ao horizonte, ouviu-se uma sirene, ou algum apito enormemente grande que soou por todo o campo, fazendo todas as criaturas arrepiar-se, incluindo Alice.
— O quê é essa sirene? — Gritou Alice sobre o som ensurdecedor enquanto cobria seus ouvidos com as mãos.
— As cartas da Rainha de Copas, elas vieram nos p-prender. — Guinchou o Rato, saindo em disparada pela campina devastada, acompanhado de todos que a seguiam, deixando a garota sozinha.
— Esperem! Não vão! — Berrou a garota, sentindo-se solitária e deprimida como a última vez, desejando mais do que tudo, sua gatinha siamesa, Dinah; a única que segundo ela, a entendia. Abaixou-se e se sentou na encosta de uma árvore seca, pondo-se a enterrar o rosto no meio das pernas; naquele mesmo momento, sorrateiramente, percebeu alguém aproximando-se e virou de supetão, visualizando o velho e magricela coelho, remexendo seu minusculo focinho.
— Eu sin-sin-to muito, A-lice, c-chegamos t-t-arde dema-mais. — Gaguejou o animalzinho.
— Tarde demais para quê? — Levantou-se, andando até o coelho. — Para o mundo, o meu mundo, acabar? Quando tempo eu passei aqui embaixo Coelho?
Ele balançou a cabeça confusamente. — U-um... um mil e tre-trezentos anos.
— Oh. — Levou as mãos ao peito. — Bem, que eu sabia que havia sido bem mais que algumas horas, eu já sabia, mas... não tanto tempo. Minha mãe... ela deve ter ficado desesperada por mim, e Dinah... ah pobre Dinah, ela ficou sozinha sem mim este tempo todo.
— Na verdade n-não. — O coelho parecia mais calmo agora, e já não checava repetidamente seu relógio de bolso. — Quando você entrou na toca, o tempo parou, o t-tempo de todo o seu mundo, mas, as tempestades, os desastres naturais, eles não pararam, e também, ninguém en-envelheceu, continuou parado onde estavam, apenas a alma deles envelheceram.... e por fim, p-perderam-se, e você Alice, vo-você... está morta em seu mundo.
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