O Pássaro do Gelo escrita por MaNa


Capítulo 22
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Então... Estou de férias!!!! Acho que agora essa história vai da uma boa andada, já que a faculdade me deu essa folga maravilhosa!

Divirtam-se



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Capítulo 20

Elvira entrou no Salão sentando-se a mesa. Todas as damas já estavam presentes e o ar parecia pesar.

–E então? – Perguntou a Dama a sua direita. Uma senhora de uma das Vilas do norte.

Elvira suspirou antes de se permitir falar. Queria tanto que Vougan chegasse...

–Minha mãe, Rainha das fênix, Almira, está morta. Faleceu em batalha quando nossa posição e esconderijo foram denunciados por um erro de uma de nós. Minha prima, Mayta, a...- engoliu em seco- fênix negra.

A tensão crescia na sala.

– A acusação que recai sobre ela é de assassinato.- Suspirou- Vou ser sincera, não acredito que tenha matado minha mãe, nem nada assim, embora exista quem diga ( e o boato corre a uma velocidade assustadora) que foi tudo planejado. Um plano de vingança contra o nosso povo que sempre a desprezou. Mesmo não tendo tanta certeza quanto a nada ainda, não consigo perdoa-la. Não sei se sua versão é verdadeira, nem tenho nada que a defenda de fato. O que vocês acham?

–Independente de ter matado ou não a Rainha, direta ou indiretamente, foi o erro dela que causou a morte de nosso povo. Um erro que deve ser punido, talvez, com a forca. – Uma das Damas do sul se pronunciou.

– Não acha que está sendo um pouco radical? E se, de fato, foi apenas um erro? Não temos direito de errar?- Marva, sempre amável, opinou.

– O que acha Arlete?- Após uma longa pausa a nova Rainha resolveu perguntar. Elvira sabia que a Dama mais jovem de todas tinha sido a melhor amiga de sua mãe, inclusive a amizade nascera depois de outra reunião, há muitos anos, que decidiu o destino de Mayta ainda bebê.

Arlete sempre fora sensata. Almira vivia frisando isso.

A mulher, antes completamente calada , sentou-se ereta e fitou cada uma das Damas.

–Eu penso... Penso que uma punição deve existir. Há muito tempo, Senhora, eu adverti a sua mãe que se essa menina oferecesse perigo, meu voto seria pela morte. – O burburinho se espalhou pela sala- Contudo, – todos se calaram- não peço a cabeça de sua prima. Não sabemos se o que aconteceu foi planejado ou um erro. Mas uma punição... Bom, essa tem de existir, pois não temos certeza se há perigo e um erro como esse levou muitas vidas.

–Vendo por esse lado- Chad, anteriormente apenas com um riso cínico no rosto resolveu que essa era sua deixa- eu concordo com a Dama Arlete.

Todos olharam estupefatos para a dama mais velha do conselho. Ninguém esperava aquela reação de Chad. Na verdade, Elvira tinha certeza de que ela seria a primeira a pedir a execução de Mayta.

–Eu acho, se me permite dizer, jovem Senhora, que essa menina deve ser banida.

–Banida?

–Não sei.

–Talvez.

– Não é muito pesado?

–Estou achando tudo muito leve.

As opiniões rolavam soltas pela mesa quando Vougan chegou. Ele havia voado a uma velocidade alucinante para pegar aquela reunião. Nem acreditou que tinha chegado a tempo.

O rapaz ajeitou-se junto à futura Rainha, em pé ao seu lado assim como seu pai fez um dia com sua mãe.

–Chega.- Elvira bradou.

–Exílio... O que acha, Arlete?

As Damas se empertigaram esperando a resposta da Dama mais nova. Algumas a olhavam com inveja, pois percebiam uma clara predileção da nova Rainha (assim como foi da antiga) pela mais jovem do grupo.

–Exílio é uma punição razoável, de fato... – Disse ao mesmo tempo em que fitava Chad, procurando as segundas intenções naquela sugestão. Apesar de concordar com a punição, não entendia como aquela mulher pedira uma sentença tão... Boa.

–E para onde a mandaríamos?- Perguntou uma das Damas.

–Para o mundo humano. – Chad se pronunciou- Eu mesma a escoltarei aos limites da floresta, eu e meus guerreiros, se assim desejar a Rainha.

–O mundo humano? Mas ela irá sofrer lá! Será torturada. É uma punição pior do que a morte.- Marva falou desesperada.

–Ela tem uma aparência muito mais comum que a nossa, conseguirá sobreviver se for esperta. – Argumentou Chad. – Minha Rainha não concorda?

Elvira respirou fundo.

–Todas a favor do exílio de Mayta no mundo humano?

A maioria das mulheres concordaram com um aceno de cabeça. Algumas ainda protestaram, dizendo que a morte seria um melhor destino. Menos cruel. Outras queriam a execução por acharem que, de fato, Mayta merecia morrer. Algumas ainda murmuraram que estavam se livrando de uma praga e que, realmente, ela merecia ser torturada.

Mesmo Elvira ficou chocada com esses últimos comentários. Ao final, a maioria votou por exílio.

–Banida então.

–Meus homens levarão ela até os limites da floresta, Senhora? – perguntou Chad.

No entanto quem respondeu foi Arlete.

–Os meus levarão.

–E eu irei junto. – Vougan se pronunciou. Detestou a punição, porém não tinha voz naquele conselho e achava o destino escolhido para o seu Pássaro do Gelo melhor do que a morte. Se tivesse sido condenada a forca ele a ajudaria a fugir. Levaria Mayta embora e, apesar de ter dito a prima que não iria com ela, refletiu o caminho todo até chegar na reunião que talvez a seguisse . Era o príncipe, porém ajudar uma fugitiva condenada a morte? Provavelmente ele seria preso nas cavernas e não poderia dar suporte algum a nova Rainha. Contudo, graças ao Sol não seria forçado a abandonar Elvira. Ela não aguentaria a pressão e ele definharia aos poucos sem a presença da noiva.

Vougan tinha certeza que nem isso o teria impedido. Nunca permitiria, mesmo que lhe custasse tudo, a morte de seu Pássaro do Gelo.

Elvira fitou seu noivo. Como desejava que ele não tivesse se pronunciado quanto a isso... Mas não poderia priva-lo de dar adeus à prima.

–Sim, os de Arlete levarão junto com Vougan.

–O que tem contra meus guerreiros, Senhora? – Chad simulou estar ofendida.

–Ora, nada...

–Então...? Porque não me deixa mandar um guerreiro?

Elvira suspirou. Não confiava em Chad.

–Que seja, um guarda de Arlete e um de Chad com Vougan os acompanhando.

As duas Damas assentiram. Arlete agradeceu ao sol por Elvira ter bom senso.

–Agora, amigas, peço que essa punição seja aplicada antes do sol nascer, de preferência antes de eu entrar na primeira fogueira do meu ritual de coroação. Não quero ser surpreendida.

Todas concordaram e começaram a sair do salão. Quando já não havia ninguém no aposento Vougan abraçou sua futura Rainha.

–Obrigada.

–Pelo quê?- Ela perguntou.

–Por poupá-la.

–Mamãe faria o mesmo.

–Sim, ela faria.

– Vougan, obrigada por ter vindo.

–Eu nunca vou te deixar, Elvira, eu prometo.

–Você teria fugido com ela, não é?

–O quê?

–Você teria fugido com ela se a sentença fosse à execução.

Silêncio.

–Sim eu teria. - Respondeu por fim e Elvira afundou a cabeça em seu ombro.

–E iria com ela agora se não sentisse o dever de permanecer aqui comigo. Se não fosse meu consorte.

Mais silêncio.

–Não vou mentir, El, eu iria. Nunca poderia joga-la aos lobos assim, você sabe!

–Você a ama.

–De novo isso...

A nova Rainha riu.

–Eu te amo, Vougan. Obrigada por ficar.

–Você é importante para mim, El.

Ele a beijou.

Camila fechou a cara. Que raiva! De quem Vougan gostava afinal? E o que a Chad iria fazer? Passou para o próximo capítulo com os dedos formigando de ansiedade.


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Notas finais do capítulo

Por favor comentem! Sinto tanta falta de vocês... Acho que já fui punida o suficiente. Me perdoem por ser lerda!!!

Bjs



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