Invisible Play - Game Over escrita por Douglastks52


Capítulo 84
Ingenuidade - Muito Tarde


Notas iniciais do capítulo

Esse demorou um pouco, mas melhor do que nada, certo? Enfim, lembra que muito tempo atrás eu costumava fazer algumas perguntas para interagir com os leitores? Eu lembro que eu perguntei algumas coisas sobre os títulos dos capítulos e o Bi Gamer acertou. E teve a última que foi para explicar o significado do título Fios. Acho que ninguém acertou essa, então eu irei explicar. Tinha a ver com a manipulação que estava acontecendo, entende? Fios, marionete e talz. Essa era um pouco complicada mesmo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/538926/chapter/84

Lizzy caiu de joelhos enquanto ofegava fortemente. O homem a sua frente cruzou seus braços enquanto se afastava: 

—Descanse por enquanto. 

—Obrigado... -Arfou ela deixando seu corpo cair no chão. 

O seu treinamento havia se revelado incrivelmente árduo e o seu talento apenas limitava a sua capacidade de evoluir. Os antigos amigos de seu pai foram extremamente gentis ao ensina-la sem querer nada em troca, mas mesmo assim, receber ensinamentos de cinco grandes mestres era um grande peso. 

Mas desistir nunca foi uma opção. Independente de suas dificuldades, ela tinha que levar algo consigo de volta para casa. Caso contrário, todo o seu esforço teria sido em vão. Ela recuperou-se rapidamente e dirigiu-se a seu mestre: 

—Continue, por favor! -Pediu ela. 

Ele aproximou-se novamente: 

—Prepare-se. 

O homem era alto e forte. Ele acariciou sua longa e lisa barba enquanto preparava seu punho. Ele desferiu um soco em alta velocidade em Lizzy. O impacto era capaz de quebrar vários ossos mas ela aprendeu a lidar com aquilo. Ela moveu seu corpo de forma com que o golpe causasse o mínimo possível de dano. Tudo que aquele poderoso ataque foi capaz de causar foram alguns arranhões: 

—Bom trabalho. -Concluiu aquele homem. -Você já está boa o suficiente em fazer isso. Vamos passar para o próximo passo. 

—Sim. -Respondeu Lizzy. 

—Até agora, eu te ensinei como sofrer golpes físicos sem tomar muito dano. O que eu vou te ensinar agora é como receber golpes de energia sem receber dano. No seu percurso até agora você usou energia para vários propósitos. Lembra-se de quando eu te fiz derrotar monstros até você atingir o nível 200? 

—Sim, foi a primeira parte de nosso treinamento. -Disse ela. 

—Quando se atinge o nível 200, você pode usar algo chamado sistema ilimitado. É algo que permite você focar sua energia em uma determinada coisa e tornar-se muito bom nisso. Alguns gostam de chama-lo de poder, apesar de este não ser o termo correto. 

—Poder? -Perguntou Lizzy curiosa. -Tipo aquilo que o meu pai tinha? 

Aquele homem pressionou sua mão contra seu rosto demonstrando sua profunda decepção: 

—Eu me recuso a chamar aquilo que seu pai usava como poder...Ele era um pouco novo na época que criou aquilo e por isso...as coisas saíram um pouco erradas... 

—O que você quer dizer? 

—O poder de seu pai era a definição de estúpido. -Respondeu aquele homem lembrando do passado vergonhoso. -Poderes são algo complicado, é uma questão de afinidade com as transformações da energia. Seu pai tinha muito talento em transformar energia em força bruta, velocidade, agilidade e esse tipo de coisa. Mas o que ele mais queria quando criou seu poder era algo legal. (N/A: O poder do Lyonel é explicado no capítulo 37) Por isso ele tinha aquela coisa que não só diminuía sua força quando ativada, como também demorava para ter um efeito positivo numa luta e lentamente fazia ele perder o controle. 

Lizzy sorriu enquanto passava a mão em seus cabelos: 

—Parece que todos nós temos essas crises de adolescência... 

—Ele tinha 25 anos nessa época... -Comentou ele apenas ficando mais decepcionado. 

Lizzy gargalhou levemente e voltou a conversa ao seu foco original: 

—Mas qual é o seu poder? 

—Como você pode ver, eu tenho talento para fortificar meu corpo. -Respondeu ele. -Meu poder é conectar o corpo do oponente ao meu, assim, qualquer dano que eu sofrer é transmitido para ele e qualquer dano que ele sofrer é transmitido para mim.  

—Eu tenho talento para fazer o que? -Perguntou Lizzy ansiosa. 

Aquele homem desmanchou o sorriso de seu rosto e preparou-se para entregar uma resposta dura: 

—Sinceramente, você tem um talento razoável para praticamente tudo mas você não tem uma área onde você se destaque. Você vai ter que pensar bastante sobre isso, mas eu vou te explicar detalhadamente como o sistema ilimitado funciona. 

Lizzy não conseguiu deixar aquilo não afeta-la, ela já estava ciente de que era uma pessoa sem talentos, mas ter essa verdade jogado em sua cara pesava muito mais do que o esperado: 

—Sim. -Respondeu ela meia cabisbaixa. 

—Um poder é basicamente um ação que é feita tantas vezes que você se torna capaz de fazê-la sem pensar, entende? É algo que seu corpo está acostumado a fazer, e é exatamente por isso que as pessoas em média só têm um poder, porque é difícil para o seu corpo memorizar muitas ações complexas. -Explicou ele. -Seu poder também depende da sua quantidade de energia, por isso, leve isso em conta quando for criar um. Pense nisso quando tiver tempo livre e depois venha falar comigo.  

—Tudo bem, eu pensarei sobre isso. 

Aquele homem esticou seus braços enquanto se espreguiçava: 

—Vamos sair daqui e ir almoçar, eu estou com fome. 

Lizzy apenas sussurrou "sair" e aquele mundo se desfez. Ela teve a certeza de deixar seu menu aberto fazendo com que aquele mundo não se extinguisse completamente: 

—Mas essa sua ideia foi realmente genial. -Comentou ele se dirigindo à cozinha. -Graças a isso, conseguimos aproveitar o tempo de uma forma muito mais eficaz. 

—Eu pensei nisso depois de ter conversado com um amigo meu. -Respondeu ela. -Ele me disse que o tempo passava mais devagar no lugar onde ele fez o tutorial, então tudo o que eu tive que fazer foi derrotar os espantalhos e aquele lugar serviu como o campo de treinamento perfeito. A única coisa irritante é o fato de eu não poder fechar meu menu pois isso faria aquele mundo tornar-se inacessível. 

Eles entraram na cozinha e se depararam com uma mulher negra de cabelos cacheados violentamente devorando pratos com comida: 

—Jessica...você pelo menos deixou comida para nós? -Perguntou aquele homem decepcionado. 

—Cale a boca, Nicolas! -Retrucou ela. -Se você passasse mais tempo tentando ser feliz e menos tempo enchendo o meu saco, talvez você conseguisse ter uma esposa! 

—Minha vida amorosa não tem nada a ver com o fato de você ser uma obesa mórbida! -Gritou ele se exaltando. 

Ela engoliu rapidamente a comida em sua boca, jogou tudo o que segurava no chão e gritou: 

—O que você acabou de dizer? 

Nicolas deu um passo para trás: 

—Eu disse que você... 

Antes mesmo de terminar sua frase, Nicolas foi brutalmente atingido por um violento soco em seu rosto. Ele manteve-se imóvel enquanto Jessica cuspiu sangue por sua boca no mesmo instante: 

—Então você vai usar o seu poder... -Comentou Jessica. -Não me culpe pelo o que acontecer então... 

Nicolas demorou alguns segundos para perceber o gigantesco erro que ele havia cometido: 

—Ei, espera ai, eu usar meu poder foi só um reflexo! -Disse ele tentando se desculpar. -Jessica!!! Não faça algo do qual você vai se arrepender!!! 

Ela concentrou energia em seu punho e desferiu outro soco. Mesmo a força de seu golpe sendo absurda, Nicolas permaneceu imóvel: 

—O que aconteceu? -Pensou Lizzy. 

Passado alguns segundos, Nicolas deitou-se no chão em posição fetal enquanto sussurrava: 

—Ninguém me ama...Eu vou morrer sozinho... 

Jessica não hesitou e afundou a cabeça de Nicolas no solo com um forte chute. Ele desmaiou instantaneamente enquanto ele voltou a sua refeição: 

—Isso é o que você merece por me atrapalhar... -Disse ela com seu estomago roncando. 

Lizzy estava totalmente confusa: 

—Eu não entendi o que aconteceu, porque ele não simplesmente usou o poder dele, Jessica? 

—Ele não usou, porque ele não podia usar. -Respondeu ela mordendo um gigantesco pedaço de carne. -Meu poder me permite atacar qualquer parte do corpo do meu oponente mesmo que essa parte não seja visível, eu ataquei a auto estima dele. Ele ficou deprimido ao ponto de não conseguir revidar. 

—Vocês têm poderes tão legais... 

Jessica dirigiu-se a geladeira e começou a comer tudo o que aparecia em sua frente: 

—Está tendo problemas para encontrar seu poder, pirralha? 

Lizzy apenas balançou sua cabeça para confirmar: 

—Você deveria pensar no que agradável para você. Por exemplo, um dos meus poderes é ganhar energia comendo. -Disse Jessica. -É simplesmente perfeito, eu uni o útil ao agradável. 

Lizzy manteve sua cabeça baixada enquanto pensava. Jessica pegou um sanduíche que estava guardado na geladeira e jogou na direção de Lizzy: 

—Tome, pegue isto e não preocupe-se tanto. 

Ela fechou a geladeira completamente vazia e foi se dirigido a porta: 

—Bom, eu tenho que ir agora... 

Lizzy sentou-se na mesa e mordeu aquele sanduíche. Ela finalmente podia aproveitar seu tempo livre. Muito longe dali, Kurokawa seguia sua vida normalmente. Mas hoje seria um dia diferente já que a Realeza finalmente se reuniria. Kurokawa esperava um pouco nervoso do lado de fora daquele edifício: 

—Você está tremendo, está tudo bem? -Perguntou Michaela. 

Ele simplesmente virou seu rosto: 

—Eu...estou com frio...  

Ela riu: 

—Parece que você realmente gosta dela... 

A conversa deles foi subitamente interrompida com a aproximação de Blut com um grupo de pessoas: 

—Vamos? 

Kurokawa, Blut, Marwolaeth e uma outra mulher entraram pela porta da frente daquele prédio e dirigiram-se para uma grande mesa. Kurokawa e Marwolaeth sentaram-se de um lado enquanto Blut e a outra mulher sentaram-se do outro: 

—Essa é a nossa reunião mensal, como de costume. Como vocês já devem saber, Kurokawa Mito é o novo rei da Realeza. 

A mulher sentada ao lado de Blut usava óculos, tinha uma pele clara com cabelos negros, compridos e lisos. Ela apoiou seu corpo em Blut: 

—Blut...ninguém que saber disso...vamos falar do que é importante... -Disse ela fazendo uma voz sexy. -Me conte sobre as criações divinas... 

Blut empurrou-a demonstrando sua apatia: 

—Eu já te disse várias vezes, tentar me seduzir não vai dar certo. E este não é o ponto da reunião! -Retrucou ele. 

Ela voltou para a sua posição normal visivelmente decepcionada: 

—Você podia simplesmente me dizer... 

Blut ignorou suas afirmações e prosseguiu: 

—Relatem o que aconteceu... 

Aquela mulher levantou-se sem pensar duas vezes: 

—Prazer em conhecê-lo, Kurokawa. Meu nome é Micky. -Sorriu ela. -Bem, a situação está como você pensava Blut. O comércio entre Kepler e Euler cessou completamente e todas as negociações são feitas com segundas intenções. O clima ficou bem pesado. 

—Eu sabia...Com o desaparecimento dos Intocáveis e com o enfraquecimento da Realeza, era claro que isso aconteceria. -Reclamou Blut. -Marwolaeth, tem algo para relatar? 

—Não, eu estive vigiando a região entre Euler e Kepler para interceptar qualquer coisa que pudesse agravar a situação. -Respondeu ela. 

—Entendo. E você, Kurokawa? 

—Eu apenas fui o seu cachorrinho durante todo esse mês, nada de anormal aconteceu. -Respondeu Kurokawa de forma irónica. 

—Eu também não tenho muito a dizer. -Continuou Blut. -Apenas tomem cuidado, vocês podem ser alvos. 

Kurokawa lembrou-se de algo: 

—Espera, eu me lembro de sentir uma força absurda que afastou os monstros da floresta. 

Blut penetrou a alma de Kurokawa com seu olhar: 

—Explique-se. 

—Quando eu estava matando os monstros que inexplicavelmente estavam próximo a cidade, eu senti uma força muito grande vindo de dentro da floresta. -Respondeu Kurokawa sentindo-se intimidado. 

—Quão forte? 

Kurokawa pensou por alguns segundos: 

—37? 

—Como assim? -Perguntou Blut confuso. 

—Umas 37 vezes mais forte que eu, ou talvez mais. 

Blut levantou-se rapidamente: 

—Quantas pessoas estavam na floresta? 

—Sete. -Respondeu Kurokawa. 

Blut arremessou a mesa para fora de seu caminho enquanto se dirigia para a porta: 

—Vamos! Temos coisas a fazer! 

—O que está acontecendo, Blut? -Perguntou Kurokawa. 

—Aqueles desgraçados...eu suspeitei deles desde o inicio! -Gritou Blut. 

—Os pecados capitais? -Perguntou Marwolaeth. 

Blut apenas respondeu destruindo a porta da frente daquele edifício: 

—Eu não estou entendendo o que está acontecendo! -Exclamou Kurokawa cada vez mais confuso. 

Micky pousou sua mão no ombro de Kurokawa e explicou: 

—Os pecados capitais estão prestes a agir...e o próximo passo deles vai causar bastante confusão... 

Kurokawa pensou por alguns segundos: 

—Quanta confusão? 

Micky sorriu: 

—Centenas de milhares de pessoas mortas? Cidades completamente destruídas? Ou talvez mais! Tudo irá depender das proporções da guerra. 

Kurokawa ficou estático com alguns segundos: 

—Guerra?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sabe o que seria triste? Se o próximo capítulo fosse um flash back do que aconteceu com o Sasesu durante esse mês ao invés de mostrar a história dessa suposta guerra...então...só aceite...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Invisible Play - Game Over" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.