Invisible Play - Game Over escrita por Douglastks52


Capítulo 83
Ingenuidade - Obrigações


Notas iniciais do capítulo

Um pouco atrasado...isso era para ter saído uns dois dias atrás mas a vida tem dessas coisas...Enfim, esse arco vai ser um pouco mais longo do que eu imaginava e eu não acho que vai rolar um capítulo intermediário entre esse arco e o próximo. Vou explicar uma coisa que talvez não tenha ficado bem claro. Nas cidades de Kepler, Euler e etc existe o mundo normal com os prédios bonitinhos lá e talz e no mundo de IP existe exatamente a mesma coisa. Quando uma coisa é destruída dentro do mundo de IP essa coisa não é alterada no mundo real. Basicamente é assim, podem existir coisas apenas no mundo de IP mas não há coisas que existem no mundo real mas não em IP. Espero que tenha ficado claro.



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Aquele som que sinalizava o final das aulas foi emitido e todos correram para a saída. Kurokawa pegou lentamente em suas coisas e dirigiu-se para a saída da escola. As aulas haviam recomeçado há alguns dias e sua vida estava muito mais movimentada que o normal. Ele abriu a porta de sua casa com seus olhos visivelmente cansados. Ele jogou sua mochila no chão e entrou na cozinha. 

Seu olhar fitou exatamente o que ele queria e sua mão moveu-se por instinto. Ele pegou aquele saco de caramelos e deixou seu corpo cair no sofá da sala. Kurokawa ligou a televisão e tentou aproveitar seu tempo livre. Afinal de contas, ele não podia fazer isto com frequência. Michaela não perdia uma oportunidade de forçá-lo a trabalhar. 

Sua mente vagava em pensamentos quando ele percebia o quão vazia sua casa estava: 

—Eu acho que me acostumei demais com a presença deles... -Pensava ele. -Que pessoa dependente eu me tornei... 

Ele perdia-se em memórias felizes. Seu aniversário, aquela foi a primeira vez em anos que algo diferente aconteceu. Até que algo passou por sua cabeça. Ele levantou-se e subiu as escadas até o seu o quarto. Suas mãos bagunçaram aquelas gavetas até acharem aquilo que procuravam: 

—A carta do tio... 

Ele sentou-se e abriu cuidadosamente. Ele não tinha ideia do que poderia estar escrito ali. Um garrancho escrito com dedicação, digno de um homem bruto como ele: 

—Eu te entreguei isso para a Lizzy e disse para ela te entregar quando fosse necessário. Se você está lendo isso significa que vocês finalmente conseguiram roubar minha filha de mim, pirralhos malditos! Bem...eu sabia que isso uma hora ou outra, mas mesmo assim, eu não consigo evitar em sentir-me frustrado! Sério! O que a Lizzy vê naquele moleque magrelo? 

Eu só queria te dizer para cuidar bem dela, não que você seja uma pessoa responsável, você apenas parece o menos irresponsável do grupo. Você tem ótimos amigos, pivete. E você também é muito forte mas você me parece ter vários problemas. E é muito fácil para crianças assim usarem sua força de forma errada. Vocês provavelmente vão passar por algumas coisas boas juntos e por muitas coisas ruins, mas eu acredito que vocês sejam capaz de superá-las. 

Se algum dia, você achar que não vai conseguir sozinho, não hesite em vir falar comigo. Eu vou quebrar alguns dentes seu e te forçar a conseguir. Vocês têm a coisa mais preciosa do mundo para mim...então mesmo que eu não queira isso...vocês são bem vindos na minha casa. MAS, se a Lizzy não for a mulher mais feliz do mundo, eu vou encontrar vocês. E eu vou quebrar cada osso dos vossos corpos no mínimo 3 vezes. Boa sorte. 

Kurokawa apoiou sua cabeça em suas pernas e aliviou o peso em seu coração: 

—Ah...tio...as coisas ficaram bem difíceis sem você... 

Kurokawa sentia a necessidade e continuar relembrando aquele passado distante porém feliz. Mas ele mais do que ninguém sabia que o passado é uma maldição que corrói lentamente. Ele levantou-se, desceu as escadas, pegou seu saco de caramelos e saiu a procura de Michaela: 

—Quem sabe trabalhar afaste esses pensamentos de minha cabeça... 

Seus caminhos acabaram por se encontrar mas cedo do que o esperado. Ela surpreendeu-se: 

—Kurokawa, eu achei que você estivesse vagabundeando na sua casa nesse momento...Sendo o inútil que você sempre é... 

Ele apenas suspirou com desgosto: 

—É incrível como você passou de uma assistente educada para irmã gêmea da Marwolaeth em tão pouco tempo... 

—A rainha vermelha? -Perguntou Michaela interessada. -Você fala dela com alguma frequência, vocês namoram? 

Ele olhou o horizonte com um olhar triste: 

—É...tipo isso... 

—Ela terminou com você? 

—Eu não sei muito bem... -Respondeu Kurokawa. -Nós tivemos uma pequena briga e ela simplesmente sumiu... 

—Você não entende o coração das mulheres. Você deve ter sido insensível com ela! 

Kurokawa coçou sua cabeça numa posição desajeitada: 

—Talvez...eu ainda não sei muito bem como lidar com o sexo oposto... 

Michaela sorriu: 

—Então eu vou te conceder a minha ajuda! Eu vou fazer uma reunião entre a Realeza e talvez assim você tenha tempo para conversar com ela. 

—Sério? -Perguntou Kurokawa sentindo-se lisonjeado. -Você faria isso por mim? 

—Não...eu precisava fazer isso de qualquer forma. -Riu ela. -O Blut mandou eu reunir a Realeza em breve. 

Ele perdeu sua fé na humanidade: 

—Apenas me dê minha missão logo... 

Ela pegou alguns papéis e organizou suas informações: 

—Sua missão de hoje vai ser dividida em duas partes: Primeiro você vai limpar algumas hordas de monstros que estão nascendo extremamente próximas de Euler. -Explicou ela. -E em seguida, você vai derrotar uma besta que irá atacar a cidade de Kepler. 

Kurokawa deixou um pequeno sorriso brotar em seu rosto: 

—Essa besta...é forte? 

—Sim, muito forte. -Respondeu Michaela. -Mas você não tem permissão para matá-la. 

Kurokawa simplesmente deu suas costas para Michaela enquanto se afastava: 

—Vamos. 

—Você não vai perguntar mais nada? -Questionou Michaela interessada. -Achei que você fosse uma pessoa curiosa... 

—Isso não desperta meu interesse. Eu acho que entendi a situação por trás disso tudo. Blut vai soltar uma besta na cidade e eu vou lá salvar o dia, bem simples. -Comentou ele. -A única coisa que me irrita sobre isso tudo é o fato de eu ter aceitado ser o cão de Blut...não de Kepler... 

—Você é realmente um jovem estranho. 

O caminho até aquela cidade foi curto e Kurokawa rapidamente se dirigiu ao covil daqueles monstros. Era algo realmente estranho, em condições normais, os monstros nunca ficariam tão próximos da cidade. Kurokawa analisou o local e descobriu através de pegadas que eles saíram da floresta. Ele resolveu investigar mas ao colocar seu pé no perímetro da floresta seu corpo sentiu algo. 

Uma sensação de perigo acompanhado de um cheiro de morte 

—Foi provavelmente isso que afastou os monstros da floresta.  

Kurokawa até pensou em investigar mas ele sabia que aquilo demoraria e por isso apenas voltou a seus afazeres. Kurokawa não desperdiçou tempo e rapidamente dizimou aqueles monstros com Eclipse. 

Eles eram extremamente fortes para novatos mas apenas tédio para ele. Enquanto matava mais de 500 daquelas criaturas um aviso surgiu próximo ao seu rosto: 

—Parabéns, você atingiu o nível 200! 

Isso era algo que acontecia quando se passava de nível e Kurokawa não podia importar-se menos. Ele rapidamente fechou aquela janela e se focou em terminar seu trabalho. De um segundo para o outro, as planícies a sua volta estavam desertas e o último monstro caminhava em sua frente: 

—Nada contra você...isso são apenas negócios... 

Kurokawa impiedosamente cortou aquele corpo e terminou seu trabalho: 

—Espero que eu não esteja atrasado para a segunda parte disso... 

Ele correu de volta para a cidade e encontrou uma grande besta coberta de pelos marrons causando alvoroço na cidade. O monstro apenas tentava atacar as pessoas e fingia ser mal quando na verdade evitava causar qualquer destruição: 

—O Blut podia ter mandado alguém que atuasse melhor... -Reclamou Kurokawa sacando Eclipse novamente. 

Ele correu na direção da besta e proferiu sua vergonhosa frase de efeito: 

—Não se preocupem, pois eu, Kurokawa Mito, estou aqui para salvá-los! -Gritou ele morrendo por dentro. 

A multidão foi a loucura quando ouviu seu nome: 

—Não pode ser, aquele é Kurokawa, o rei da Realeza? 

—Eu nunca pensei que fosse encontra-lo pessoalmente!!! 

Aquela era uma posição tão vergonhosa ao ponto de seu único pensamento ser cometer suicídio. Mas pelo menos, suas semanas de trabalho duro haviam sido recompensadas...mesmo que ele não gostasse dessa recompensa: 

—Me enfrente, besta! -Prosseguiu ele com sua atuação. 

A besta voltou-se para ele e agiu conforme a sua parte do plano: 

—Oh, não, o rei da Realeza, Kurokawa! -Fingia ele. -O que eu poderei fazer agora? 

Kurokawa saltou em direção à sua cabeça para poder falar algo: 

—Venha com tudo senão isso não terá graça... 

Kurokawa balançou sua espada esperando causar muita destruição mas todo aquele impacto foi absorvido no pelo do monstro: 

—Eu que deveria dizer isso! -Gritou o monstro arremessando Kurokawa para longe com um soco. 

Kurokawa recuperou seu equilíbrio no ar e parou centímetros antes de destruir um prédio próximo. Ele olhou para a Eclipse e sussurrou aquelas palavras: 

—Modo branco. 

Linhas brancas escorreram por seu corpo. Ele avançou na direção daquela besta como um raio. Seu corpo fez um movimento rápido e sútil enquanto sua boca pronunciava outras palavras: 

—Supernova. 

Um corte branco e dilacerante foi projetado. A besta moveu-se como se nada houvesse acontecido: 

—Vai ter que fazer melhor que isso... 

Todo o seu ataque havia se dissipado no pelo da besta e Kurokawa foi pego de surpreso. Ela agarrou-o com sua mão e arremessou-o contra o chão. Uma cratera foi formada naquele lugar enquanto alguns de seus ossos quebravam. Sem dar trégua, a besta arremessou Kurokawa para longe novamente com um chute. 

Ele rolou no chão até finalmente conseguir parar. Kurokawa levantou enquanto limpava o sangue de sua boca e pensava em um plano: 

—Minha tentativa de cortar aquilo falhou miseravelmente...o pelo dessa coisa deve ser muito resistente... -Pensou ele. -E não só resistente...ele absorve impactos muito bem também... 

Kurokawa sabia que era impossível simplesmente anular um impacto então só havia uma conclusão possível. O pelo da besta estava transmitindo o impacto de seus ataques para alguma coisa. A única coisa com o qual ele estavam em contato o tempo todo: o chão: 

—Tenho uma ideia... 

Kurokawa ativou seu modo preto e branco e disparou na direção de seu inimigo. Ele saltou o mais alto que pode e tentou fazer um ataque por cima. A besta rapidamente se focou em impedi-lo de se aproximar mas Kurokawa pôs seu plano em prática.  

Ele concentrou sua energia a sua volta e aumentou a gravidade em dezenas de vezes. A besta foi pega desprevenida e perdeu o equilíbrio enquanto Kurokawa apenas foi atraído em sua direção com mais velocidade. Ele concentrou energia negra e sua mão enquanto desferia aquele soco: 

—Explosão Primordial! 

Uma grande explosão negra formou-se e besta começou a ser esmagada contra o chão. Ela tentou transmitir o impacto para o solo mas este desintegrou-se rapidamente devido a explosão: 

—Esperto, garoto...mas você não pensou em algo... -Sorriu a besta. 

Kurokawa que continuava pressionado a besta contra o solo rapidamente sentiu vários ossos de seu braço se quebrarem: 

—Essa coisa está transmitindo o impacto de volta para mim? -Pensou ele. -Divertido... 

Ele concentrou mais energia negra em sua mão e em sua cabeça: 

—Quantas você consegue segurar, besta? -Perguntou ele sorrindo. 

Ele desferiu um soco com sua outra mão enquanto afundava sua cabeça na besta e outras duas explosões negras se formaram. Uma grande quantidade de poeira foi levantada e no final, apenas ele estava sentado no meio daquela cratera: 

—Quando o Sasesu usa energia para manipular a gravidade parece tão fácil... -Reclamou ele. -Eu quase gastei minha energia inteira naquele momento...  

As pessoas que assistiam se aproximaram para ver o resultado da batalha: 

—Então ele venceu de novo? 

—Que legal. 

Kurokawa limpou suas roupas enquanto tomava seu rumo para casa. Ele já estava cansado de ser o centro das atenções. Enquanto voltava uma criatura alta saiu de trás de uma árvore e socou sua cabeça: 

—E você disse que não ia pegar ele... -Reclamou a besta. 

—Me disseram para não te matar. -Respondeu Kurokawa. 

—E você realmente acha que teria me matado com aquilo? 

—Não me enche, seu macaco mutante.  

—Que rude, eu sou um yeti! 

—Ninguém se importa!


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Notas finais do capítulo

Desenvolvendo um pouco do lado humano do Kurokawa agora para servir de base para o arco depois do próximo.



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