Enquanto andava pela sua cidade, o jovem ruivo era aclamado por cumprimentos e saudações amorosas:

—Bom dia, senhor Blut! -Dizia uma velha mulher.

—Bom dia, Anastácia! -Respondia Blut sorrindo.

—Um ótimo dia para o senhor! -Disse outro jovem.

—O mesmo para você, Robson! -Respondeu Blut.

Algumas crianças até mesmo convidavam-no para brincar e ele recusava com um sorriso. Ele dirigiu para uma residência e bateu suavemente na porta, uma mulher abriu-a com um rosto preocupado:

—Ó senhor Blut, a que deve sua vinda? -Perguntou a mulher.

—Soube que sua filha está doente, poderia vê-la?

Ela imediatamente agradeceu-o e levou para dentro de sua casa:

—Como o senhor pode ver, ela está com muita febre desde ontem...eu já fiz de tudo mas nada adiantou. -Suspirava a mulher. -Se o senhor não tivesse vindo, eu realmente não saberia o que fazer mais...

Blut aproximou-se da menina e checou sua temperatura, ele pensou por alguns segundos e rapidamente concluiu:

—Ela está envenenada.

Sua mãe se surpreendeu:

—Há cura?

—Claro que há...mas eu não tenho o antidoto, teríamos que a cidade comprar. -Respondeu Blut. -Mas até fazermos isso, ela já estará morta. É até surpreendente ela ter sobrevivido até agora...

Sua mãe desatou a chorar:

—Por favor...faça alguma coisa!!!!

Blut respondeu intensamente:

—É claro!!! Não vou deixa-la morrer!!

A mãe apenas pode sorrir:

—Sente-se, isso vai demorar um pouco! -Exclamou Blut pegando uma pequena faca de seu bolso.

A mãe rapidamente perguntou o que ele faria com aquela faca e ele manteve-se quieto. Ele aproximou a faca de sua mão e cortou seu pulso:

—Blut? O que o senhor está fazendo?? -Perguntou a mulher.

Blut aproximou seu pulso da boca da menina e deixou seu sangue fluir para dentro dela. Ele concentrou uma gigantesca quantidade de energia em suas gotas de sangue dentro dela e começou move-las por seu corpo. Ele começou a fazer seus sistemas lutarem contra o veneno com muito mais força e velocidade. Ao mesmo tempo ele continha o veneno com sua energia para evitar que ele se espalhasse ainda mais.

A operação levou uma hora e esgotou mais da metade da energia de Blut. Ele levantou-se e suspirou:

—O resto do veneno será expelido em sua urina!

A mãe agradecia-o incansavelmente mas ele apenas podia pensar nos efeitos colaterais dessa operação:

—Eu injetei muita energia nos órgãos dessa menina...se ela sobreviver, ela certamente será uma guerreira poderosíssima...

Ele voltou para a arena sem motivo algum e de um segundo para o outro seu olhos mudaram. Sua personalidade havia mudado. Ele deitou-se no chão e reclamou:

—Porque você é tão gentil com humanos, eu? Você sabe que eles são o pior lixo desse mundo, ou vai me dizer que você esqueceu? (NA: Isso pode ter ficado confuso então vou explicar, o Blut MalFodão está conversando com o Blut BomAfeminado. Lembrando que foi o Blut Bom que ajudou a criança que estava envenenada.)

Não houve respostas para as suas perguntas:

—Esqueci que você não pode responder agora. -Resmungou ele. -Sério...você é muito gentil nem se parece comigo. Humanos são gananciosos, e quanto mais altos eles vão, mais alto eles desejam ir.

Ele prolongou seu monólogo:

—Mas eu não posso dizer que não gosto de humanos gananciosos. Eu adoro ver vossas quedas...o momento em que o desespero dominam seus corpos, e eles podem apenas chorar. Isso é realmente engraçado. Ei, você está me ouvindo?

Ele deu um soco em si mesmo:

—Eu sei que você não pode responder. Mas pelo menos, você deve escutar! -Continuou ele. -E porque você ajudou aquela garota? Você sabe que por mais inocente que ela parece agora, quando ela crescer ela vai ser manchada pela escuridão do mundo. Ela não é diferente dos outros...

Ele cessou suas palavras e murmurou:

—Que tédio...se eu soubesse que o mundo aqui fora era tão chato assim, eu não teria saído...

Mas ao olhar para a Eclipse ele teve uma ideia:

—É isso! -Gritou ele se levantando. -Eu vou atrás de uma Criação Divina!!!

Ele correu para a cidade mais próxima e pegou a missão de encontrar Armageddon, O Herdeiro das Chamas. Ele encontrou-se com vários monstros poderosíssimos em seu caminho mas derrotou-os facilmente. Até chegar no altar. Lá, ele encontrou uma besta humanoide de três metros de altura. A besta era coberta de pêlos grossos e marrons, possuía dois chifres afiados em sua cabeça e grandes garras sem suas mãos e pés:

—Volte, humano! -Disse a besta. -Eu posso ver a escuridão em seu coração! Você apenas corromperá aquela espada!

Blut sorriu:

—Eu sei mas eu não vou voltar depois de vir de tão longe!

—Humano tolo... -Advertiu a besta.

Blut correu na direção de seu oponente e instantaneamente seu corpo foi divido em dois horizontalmente. Suas pernas foram jogadas para longe enquanto sua parte superior simplesmente caiu no chão:

—Porque humanos deixam suas ambições leva-os a morte? -Perguntou a besta para si mesmo. -Eu simplesmente não entendo...

A besta se virou para trás e ignorou Blut achando que este havia morrido. Ele se regenerou rapidamente usando energia e sorriu novamente:

—É só isso que você consegue fazer?

A besta se virou apenas para encontrar o punho de Blut a centímetros de seu rosto. Ele fez seu sangue impulsionar sua mão para frente, aumentando ainda mais o poder destrutivo de seu soco. A besta foi arremessada alguns metros para trás: (NA: Para quem não entendeu, o Blut meio que jogou a mão dele para frente, separando-a de seu corpo.)

—Impossível...o meu pêlo pode absorver o mais forte dos impactos. -Pensava ela. -Que tipo de monstro ele é?

Blut não deu trégua e aproveitou a grande quantidade de sangue que era expelida de seu braço. Ele apontou seu braço que estava sem sua mão e disparou uma gigantesca bola de sangue numa velocidade inacreditável. A besta foi atingida em cheio e afundada na parede até sangue ser expelido de sua boca:

—Vamos!!! -Sorriu ele regenerando seu pulso. -Eu estou apenas começando!

A besta levantou-se furiosa e teleportou para muito perto de Blut:

—Droga...não sabia que ele podia fazer isso... -Pensou Blut surpreso.

A besta cravou seus chifres no peito de Blut e bateu-o contra o teto daquele lugar. Em seguida, ela arremessou-o contra a parede e começou a desferir incontáveis socos. Blut segurou um de seus socos e sorriu:

—Acabou! Olhe a sua volta!

O local inteiro estava manchado do sangue de Blut e num comando seu, bilhões de gotas de sangue começaram a flutuar e se dispararam na direção da besta. Era impossível para a besta desviar mas o seu pêlo conseguia conter a grande maioria dos ataques. Após dezenas de segundos de incontáveis disparos de gotas, elas finalmente pararam. Dessa vez a provocação veio da besta:

—É só isso que você pode fazer?

Blut riu novamente e apontou para o braço da besta:

—Olhe! Depois de acertar várias vezes o mesmo lugar, uma gota de sangue meu conseguiu atravessar o seu pelo e entrou no seu sangue! -Disse ele.

—E daí? -Perguntou a besta.

Blut riu e fez um sinal com sua mão, no mesmo instante, a gota de seu sangue começou inserir energia no braço da besta. Tanta energia foi inserida que o braço da besta não suportou e explodiu. A besta urrou de dor e caiu no chão desmaiada:

—Eu disse que tinha acabado... -Sorriu ele recolhendo seu sangue e se curando.

Ele utilizou seu sangue para parar o sangramento da besta e reconectar seu braço de volta. Em seguida, ele dirigiu-se para o altar e pegou a espada. Ele sentiu o poder fluindo em sua pele e numa balançada de espada destruiu o lugar todo:

—É realmente uma ótima sensação! -Sorriu Blut. -Como você está, Wino? Ah, acho que seu nome é Armageddon agora...

A espada respondeu furiosa:

—Armageddon!!!! Seu maldito!!!! Me tire daqui!!!! Você que deveria estar aqui!!!!

Blut apenas sorriu:

—Mas que espada problemática...Acho melhor extrairmos todo o seu poder logo...

—Ei, o que você está fazendo? -Perguntou a espada.

—Apenas calando sua boca... -Respondeu Blut.

Blut começou a modificar a espada com sua energia até a voz dela parar de ser ouvida:

—Pronto...muito melhor assim! -Riu ele.

Enquanto se preocupava em modificar a espada, um aventureiro entrou no altar e tentou matar a besta que estava desacordada. Blut imediatamente abriu um buraco em seu pulso, fez um grande chicote de sangue e gritou:

—Ei!!!!! Isso me pertencer!!!

Facilmente ele decapitou o aventureiro e nesse momento a besta acordou:

—Você...porque me salvou? -Perguntou aquilo confuso. -Porque sequer me curou?

Blut aproximou-se do cadáver do aventureiro e começou a deforma-lo com socos:

—O que você acha que está fazendo? -Perguntou ele. -Quem te deu permissão para tocá-lo? Quem sequer te deu permissão para existir?

Após alguns segundos de descontrole, ele finalmente respondeu a pergunta da besta:

—Não vejo motivos para te matar...Eu invadi sua casa e você apenas se defendeu, não faria sentido te matar.

A besta sorriu tristemente:

—Obrigado...mas minha vida não possui mais um propósito. O lugar que eu deveria proteger foi destruído...não há mais nada que eu possa fazer...

Blut sorriu

—Não seja tão depressivo!! -Disse ele. -Você pode vir comigo e proteger minha cidade!

A besta demonstrou felicidade:

—Eu não me importaria em fazer isso...

Os dois foram embora lado a lado:

—Como eu poderia matar um ser tão ingênuo como esse? -Pensava Blut. -Eu também tenho um coração afinal de contas...