Uma semana já havia se passado. As coisas haviam tomado seus rumos com uma certa facilidade e a normalidade havia se instalado. (N/A: Eu estou perdido na linha cronológica de IP, por isso ignorem a data a seguir se ela não fizer sentido) Fevereiro havia se iniciado e Kurokawa se preparava para repetir mais um ano escolar. Enquanto reclamava em sua sala, ele ouviu alguém bater em sua porta.

A preguiça dominou seu corpo e ele apenas ignorou as batidas enquanto apreciava o sabor nostálgico de seus caramelos. A porta misteriosamente destrancou-se e abriu. Ele fitou-a até ver ele entrando:

–Então você estava em casa... -Reclamou Sasesu. -Porque você não abriu a porta?

–Mais importante que isso, como você entrou? -Perguntou Kurokawa.

–Eu tenho uma cópia da chave, apesar de tudo eu morei aqui enquanto você estava sumido! -Respondeu ele.

Kurokawa satisfeito com aquela resposta voltou-se para frente e continuou a assistir televisão:

–Ei, não me ignore assim! -Reclamou ele novamente. -Vamos conversar, já faz um bom tempo que não nos vemos!

Ele sentou-se no sofá ao lado de Kurokawa e esperou uma conversa ter início:

–Conversar sobre o quê? -Perguntou Kurokawa.

–Que tal sobre sua família, já faz um bom tempo que nós somos amigos e eu não sei nada sobre você!

–Eles morreram num acidente alguns anos atrás. -Respondeu Kurokawa friamente. -E a sua?

Sasesu não se surpreendeu, ele já previa algo do gênero:

–Você deve ter uma noção! Eu sou o típico filho de pais ricos. -Respondeu Sasesu. -Fui preparado desde cedo para ser o líder da empresa de meu pai, todos sempre tiveram grandes expectativas em mim. Mas sabe, eu nunca quis ser nada daquilo. Eu só queria aproveitar o meu tempo com eles.

Kurokawa percebeu que o clima da conversa havia se tornado meio sombrio e resolveu mudar de assunto:
–Agora que penso nisso, porque você tentava me impedir de bater em delinquentes no passado?

–Sabe, eu odiava ver você sendo onipotente sobre os delinquentes e por isso tentava te impedir! -Riu Sasesu. -Eu realmente odeio caras arrogantes...

–Eu sempre pensei que você fizesse aquilo por que eu pensava que você se achava um aliado da justiça, ou algo do tipo. -Riu Kurokawa.

–Eu só estava com raiva. -Continuou Sasesu rindo levemente.

Ele suspirou e observou o teto como quem admira o passado:

–Sabe...você já pensou que isso tudo pode ser apenas um sonho, e daqui a pouco nós vamos acordar e perceber que nada disso aconteceu? -Perguntou ele. -Nós vamos acordar e perceber que estamos atrasados para a escola, vamos perceber que não precisamos nos preocupar em perder alguém, nossos problemas vão ser os estudos e romances. Você já pensou nisso?

–Nesse ponto, eu não sei mais o que é real e o que não é... -Suspirou Kurokawa. -Mas de quem seria esse sonho?

–Porque não seu? -Respondeu Sasesu. -Você vivia entediado antes disso tudo e agora mesmo eu sei que você está se divertindo. Você é a pessoa que mais deseja viver nesse mundo. E além do mais, todos os acontecimentos giram em torno de você, você parece um protagonista de um filme.

Sasesu observou Kurokawa por alguns segundos e desatou a rir. Nesse momento apenas um pensamento circulava a cabeça de Kurokawa:

–Você não está sendo você mesmo, Sasu. O que aconteceu enquanto eu estava fora?

Sasesu deixou sua melancolia de lado e fez uma pergunta mais extrovertida:

–E o seu romance com a Marwoleath, como vai?

–Sabe, normal. -Respondeu Kurokawa.

Sasesu desatou a rir:

–Então vocês não fizeram nada ainda...

Kurokawa protestou imediatamente:

–Mentira! Nós já avançamos!

–Não minta para mim, Kurokawa. -Riu Sasesu.

–E você e a Lizzy? -Perguntou ele. -Eu tenho CERTEZA que nada aconteceu!
Sasesu parou de rir e corou:

–Sabe...nós já nos beijamos...

–Mentira!!! -Protestou Kurokawa.

–Eu vou perdoar seus insultos dessa vez! -Exclamou Saseu. -Mas você viu a (Pense num nome de revista pornográfica) desse mês?

Kurokawa estranhou a mudança súbita de assunto e respondeu:

–Não, não costumo ver esse tipo de coisa.

–Ah, para, eu sei que você já viu uma pelo menos na sua vida. -Disse Sasesu sacando sua preciosa revista de seu bolso.

Kurokawa apenas se decepcionou:

–Você anda por ai com uma revista pornográfica no bolso? Você é realmente um pervertido... -Criticou Kurokawa. -Além do mais, você tem a Lizzy.

–Sabe, um homem precisa estar sempre aprendendo e analisando o corpo feminino! -Respondeu Sasesu com orgulho.

–Você é apenas um pervertido, não se orgulhe disso...

–Não se faça de bobo, todos os homens gostam disso...

Sua fala foi repentinamente impedida por um som agudo. Ele atendeu seu celular rapidamente e logo proferiu:

–Nossa...eu tinha esquecido! Eu tenho um encontro com a Lizzy! Eu tenho que ir!!!

–Tranque a porta antes de sair!! -Gritou Kurokawa mais Sasesu não ouviu.

Ele saiu correndo por porta a fora e deixou sua preciosa revista para trás. Kurokawa num descuido deixou sua curiosidade domina-lo e abriu a revista. Ele folheou algumas páginas e não encontrou nada espetacular:

–Não tem nada demais...eu esperava mais da preciosa revista de Sasesu... -Suspirou ele.

Num segundo, aquela figura ruiva adentrou sua casa procurando por sua presença e pegou-o no flagra. Sua mente foi corrompida pelo ódio:

–Maldito seja! Maldito seja você Sasesu!! -Pensava Kurokawa. -Porque você não trancou a porta!!!!

Marwoleath desmanchou seu sorriso imediatamente ao ver aquela revista que transbordava imoralidade. Kurokawa desesperou-se:

–Sabe...vamos conversar...Sabe aquele machado que você tem no seu inventário?

Marwoleath abriu seu inventário e foi retirando lentamente sua arma, o que causava ainda mais medo em Kurokawa:

–Esse mesmo...ele é feito de aço, aço reforçado. Aço é duro, aço causa dor quando atinge os corpos das pessoas. E sentir dor não é legal, então, por isso...você meio que...podia evitar...me bater com ele? Por favor? Eu agradeço previamente...Sério...não faça isso...

Suas preses foram ignoradas e sua pele foi impiedosamente punida. A noite chegara e como de costume eles se reuniram na casa de Kurokawa para conversar. Sasesu, Lizzy e Ike bateram na porta e foram atendidos por uma figura desformada:

–Meu deus! -Gritou Lizzy. -O que aconteceu com seu rosto Kurokawa?

Ele direcionou seu olhar hediondo para Sasesu com todo o seu ódio:

–Pergunte para a revista que seu namorado esqueceu aqui!

Sasesu riu muito quando entendeu o que aconteceu. Mais tarde, eles se reuniram na mesa e começaram a conversar enquanto saboreavam a comida de Lizzy. Em meio à assuntos aleatórios, Kurokawa disse:

–Eu esqueci de falar mas eu recebi um carta de um tal de Blut, me convidando para um duelo.

Marwoleath no mesmo instante levantou-se e encarou-o:

–Você vai recusar esse duelo! -Ordenou ela.

Kurokawa se surpreendeu e questionou:

–Você sabe que me mandar fazer algo sem motivo algum apenas vai aumentar minha curiosidade. -Respondeu ele. -Me diga porque eu deveria.

Ela sentou-se novamente e se desculpou:

–Perdoem-me, eu me exaltei. -Continuou ela. -Blut é o Comandante Supremo da Realeza, eu nunca me importei com os títulos da Realeza mas ele faz jus ao nome. Ele é extremamente poderoso e poderia derrotar todos os membros da Realeza sem muito esforço. Eu já lutei contra ele e foi facilmente derrotada.

–Entendo...mas porque uma pessoa desse nível iria querer algo comigo? -Perguntou Kurokawa.

–Eu não sei...o mais provável é que ele tenha descoberto que você me derrotou naquele torneio e pensa que achou um oponente a altura dele. -Respondeu Marwoleath.

Kurokawa pensou por alguns segundos e respondeu:

–Infelizmente terei que ignorar seu pedido, se uma pessoa desse nível me desafia, eu tenho que alcançar suas expectativas!