Invisible Play - Game Over escrita por Douglastks52


Capítulo 44
Amnésia - Fim


Notas iniciais do capítulo

Sim, você não leu errado...Invisible Play acaba aqui...leiam o capítulo e depois leiam as notas finais, lá vai haver mais informações. (Como criar tensão desnecessariamente.)



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Seu corpo eletrizou-se por um segundo e imediatamente suas orbes negras contemplaram o céu. Sem entender o que acontecera, ele levantou-se e vagou em busca de explicações. Suas memórias mais distantes eram escurecidas por um leve vermelho carmesim e para ele era impossível evitar sentir-se vazio.

Como uma casca oca ele vagava se perguntando porque permanecia em tais condições. Perguntas sem respostas formulavam-se em sua mente. Ele continuava vagando e quanto mais observava os objetos a sua volta, tudo tornava-se mais idêntico. Incapaz de diferenciar uma paisagem de outra e cada vez mais melancólico, uma memória especialmente sangrenta adentrou seu crânio.

Ele assistia de longe, como um observador, uma criatura massacrar dezenas ou até mesmo centenas de seres humanos. Mas não era uma criatura irracional, era uma criatura totalmente racional que apreciava o sofrimento alheio. Sem poder agir, a culpa penetrava e corrompia seu corpo. A criatura aparentava tornar-se cada vez mais insana e forte, levando destruição a tudo que atravessasse o seu caminho.

Sorrindo e gargalhando, ela desnecessariamente perfurava corpos sem vida. A medonha memória teve um súbito fim e ele permaneceu com uma dúvida cruel em sua mente:

—Aquela criatura era eu?

Sem respostas ele continuou vagando. Aleatoriamente algumas memórias retornavam e deixavam-no cada vez mais aterrorizado. As memórias eram curtas e sangrentas, sempre sendo acompanhadas de uma enxaqueca aguda. Já cansado de andar em meio àquele mundo sem sequer saber seu próprio nome, ele sentou-se em meio ao chão.

Nada o interessava e seu passado assombrava-o mas sua curiosidade era maior que seu medo. Não demorou muito para mais um fragmento de sua memória surgir. Mas esse fragmento era diferente, era doce e alegre, era precioso e frágil. Era o fragmento que retratava sua batalha contra uma dama de postura imponente e cabelos carmesim.

O vermelho que a tal dama transmitia não lhe causava medo ou terror, era um vermelho confortante e atrativo. Sua vontade de viver foi revigorada e junto desse fragmento um nome surgiu:

—Marwolaeth!

O jovem levantou-se mas dessa ele possuía um claro objetivo em mente. Em outro lugar, certas pessoas buscavam intensamente por algo que não existia mais neste mundo. Juntos naquela casa, antigamente aconchegante, atualmente desconfortante, eles utilizavam todos os métodos ao seu alcance para conseguir informações.

Perdendo a paciência por ter falhado seguidas vezes em descobrir a localização de Kurokawa, ela pronunciou-se:

—Porque não visitamos o castelo daquela Guild? Acho que nome era Dark Killers, correto?

Sasesu estava completamente pronto para recusar tal ideia, já que isso poderia colocar a segurança de sua amada em risco, ato que seu amor protetor repulsava. Mas ultimamente, ele havia aprendido que não considerar os sentimentos de sua parceira poderia levar a graves consequências. Alguns segundos depois, após pensar sabiamente, ele respondeu:

—Tudo bem, podemos ir MAS! -Disse ele colocando ênfase em seu mas. -Iremos apenas observar e caso algo aconteça, iremos recuar imediatamente!

Lizzy e Ike foram praticamente forçados a aceitar tais condições. Após contatarem um Cheacher para descobrir a localização da Guild Dark Killer, todos eles correram até o local. Após atingirem seu objetivo, eles espantaram-se. O que aguardava-os não era além de uma paisagem mórbida impregnada de sangue e corpos. O local onde a tal Guild deveria estar era ocupado por uma gigantesca cratera.

Enquanto aproximavam-se, o odor ia tornando-se insuportável. Todos cobriam seus narizes em meio àquela chacina. De um segundo para o outro, um grande estalo ecoou, era como se algo que estivesse adormecido por anos houvesse acabado de acordar:

—Vocês eram amigos dele? -Disse um homem levantando-se no horizonte.

Sasesu imediatamente agarrou o braço de Lizzy e preparou-se para fugir:
—Não tenham medo... -Afirmou o homem aproximando-se. -Atualmente, eu sou apenas um fragmento do que já fui.

O homem estava repleto de ferimentos e sangrava muito, mas um era peculiar. Era um ferimento que aparentava ter sido feito pelas garras de um fera, o tal ferimento deixava escorrer grandes quantidades de sangue. Sasesu colocou-se em frente de Lizzy e questionou:
—Quem te fez isso?

O homem sorriu e respondeu como se falasse de memórias de sua infância feliz:
—Foi ele. Foi uma luta esplêndida, seus movimentos eram impecáveis e sua postura magnânima...mas eu não possuo poder o suficiente para saborear uma batalha contra ele. Dois minutos foram o suficiente para ele abrir uma lacuna gigantesca entre nós, seu potencial de evolução é infinito.

Sasesu hesitou antes de perguntar:
—Ele...fez isso em apenas uma hora?

—Não, durou muito mais que isso! -Respondeu o homem. -Depois de aniquilar todo a frota que mandamos para ataca-lo, ele destruiu o nosso quartel general e logo em seguida foi atrás de nossas outras bases. Foram cerca de doze horas de batalha.

Sasesu ficou estático enquanto tentava organizar tais informações em sua mente, Ike não conseguiu manter seus pensamentos só para si mesmo e interferiu:
—Espere, isso não pode ser verdade! O feitiço que o Kurokawa usou não deveria durar apenas uma hora?

—É verdade...De acordo com o que pesquisamos aquele feitiço só tinha uma hora de duração. -Respondeu Sasesu. -Tem certeza que foi mais de uma hora de batalha?

Sasesu olhou para o homem que com quem anteriormente conversava mas a vida já havia o abandonado. Ele aproximou-se daquele cadáver que possuía um largo sorriso estampado em seu rosto e fechou-lhe os olhos:

—Então...o que deveríamos fazer agora? -Perguntou Sasesu.

Ike permaneceu calado e Lizzy utilizou esta oportunidade para pronunciar-se:

—Porque não vamos ao local onde tudo teve início? Podemos achar algumas pistas lá!

Sem muitas outras opções, todos começaram a dirigirem-se para o tal local. Em meio àquele silêncio, Sasesu aproveitou para notificar seus amigos de um fato:

—Sabe...sempre que eu conversava com o Takeda sobre a força do Kurokawa, ele afirmava que o Kurokawa era muito fraco e que não duraria uma semana sem nós.

—Como assim? -Perguntou Lizzy. -O Kurokawa é realmente forte! Eu tenho certeza que ele sobreviveria muito bem sem nós.

—Ele sobreviveu até agora sozinho, não é verdade? -Disse Ike.

—Eu também penso assim mas o Takeda sempre afirmou que o Kurokawa era fraco e muito dependente de seus amigos. -Respondeu Sasesu. -Poucos dias antes de sua morte nós tivemos uma conversa.

Alguns dias antes do encontro de Takeda e os sete pecados capitais. Takeda e Sasesu haviam se encontrado em meio à cidade e resolveram parar em um local para conversarem. Takeda, diferente do habitual, estava meio quieto e até mesmo um pouco triste. Após algumas conversas aleatórias, um assunto diferente iniciou-se:

—O Kurokawa é realmente incrível né? -Disse Sasesu. -Ele derrotou facilmente aquele cara que todos nós juntos não conseguimos!

Takeda voltou seu olhar para o horizonte de forma um tanto depressiva:
—Se você soubesse o quão fraco ele é, você se impressionaria! -Respondeu ele ainda olhando para o horizonte. -Se algo de errado acontecesse, ele provavelmente perderia sua sanidade.

Sasesu estranhou a atitude de Takeda e perguntou:
—O que você está dizendo?

Takeda levantou-se e foi indo embora, já bem longe ele sussurrou de longe, como se não quisesse ser ouvido:
—Cuide dele quando eu não estiver mais aqui!

—Nesse momento eu fiquei sem entender mas agora eu entendo. -Disse Sasesu terminando de explicar o que aconteceu no passado. -Era como se ele soubesse que iria morrer, e não só isso, era como se ele soubesse que isso aconteceria.

Todos de certa forma ficaram abalados com tais informações e pelo resto do caminho se mantiveram quietos. Depois de algum tempo de viagem, eles finalmente alcançaram seu objetivo. Como o local anterior, esse também estava repleto de corpos e sangue. Enquanto vagavam por aquele lugar impregnado com a morte, eles encontraram algo inesperado:
—Ei, aquilo não é a Eclipse? -Perguntou Sasesu cobrindo seu nariz.

Ele correu até a espada e jogou-a para Ike:
—Você consegue falar com ela, não é mesmo?

Ike balançou sua cabeça para confirmar e pegou-a em suas mãos. Ignorando o sentimento nostálgico, ele perguntou:
—Eclipse, o que houve com o Kurokawa?

Uma luz brilhou na espada e lentamente uma voz ecoou:
—Aquilo era mesmo ele? -Perguntou Hikari.

—Pra mim aquilo não passava de uma besta ensandecida! -Afirmou Yami.

—O feitiço não deveria durar apenas uma hora? -Intrometeu Lizzy.

—Digamos que o feitiço e sua uma hora de duração não passaram de apenas uma ignição, aquilo que deveria transforma-lo numa besta apenas serviu para libertar a verdadeira besta. -Respondeu Hikari.

—Basicamente o feitiço libertou uma besta que o Kurokawa tinha guardado dentro dele. A besta não importava-se com a duração do feitiço, ela apenas destruiu tudo ao seu redor até cansar-se e depois voltou para casa. -Simplificou Yami.

Todos não sabiam como pensar ou reagir diante de tal situação:
—Aquele garoto tinha algo realmente insano dentro dele... -Comentou Yami.

—E onde ele está agora? -Perguntou Lizzy.

—Não sei, provavelmente não está morto...mas ele pode estar em qualquer lugar!


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Notas finais do capítulo

Como eu disse antes, Invisible Play acaba aqui...mas apenas o Invisible Play que vocês conhecem. O que eu quero dizer é que de agora em diante haverão algumas mudanças, como por exemplo:
—Narração em terceira pessoa porque isso me permite explorar melhor a história.
—Pelo menos um capítulo por semana. (Quem você acha que está enganando?)
—Maior correção de erros.
—Priorização de qualidade ao invés de quantidade.
Enfim, desculpe-me pelo susto e comentem!!!!!



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