Invisible Play - Game Over escrita por Douglastks52


Capítulo 42
Descontrole - O Outro Eu


Notas iniciais do capítulo

Na verdade era para esse capítulo era para ter saído na segunda mas eu não tive tempo, e na terça eu perdi meus fones. Ok mas o que os fones tem a ver com escrever? Eu só escrevo escutando música! Mas enfim, deixando de lado muitas coisas inúteis que talvez vocês não queriam ter tido conhecimento, vamos ao capítulo! Boa leitura!!!



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Eu tinha ligado para o tio dizendo que ia visita-lo porque precisava de umas dicas. Acabei passando em uma loja de caramelos no caminho por isso demorei mais que o esperado. Enquanto estava na loja, resolvi comprar caramelos para o Takeda e para o tio também porque não existe ninguém no mundo que não goste de caramelos.

Enquanto pensava em coisas randômicas percebi que me aproximava do local:
–Será que eu devo contar que comprei caramelos para o tio e o Takeda...mas comi eles no caminho? -Pensei eu me aproximando. -É melhor não, afinal o que o os olhos não vêm o coração não sente!

Eu olhei em direção àquele lugar e vi que a casa estava totalmente destruída:

–Será que os dois brigaram? -Pensei eu.

Quando me aproximei mais pude ver Takeda caído ao chão repleto de ferimentos e muito sangue. Meu cérebro se recusou a aceitar esse tipo de informação:

–Ei, mas que merda está acontecendo aqui?

Eu chequei a respiração de Takeda e desacreditei:

–Takeda? Oi? Takeda!!!!

Eu chequei sua pulsação e...nada. Eu senti uma dor insana atravessar meu coração. No mesmo instante eu rasguei minha camisa e chequei meu peito, para ver se havia alguma ferida:
–Que sensação é essa? -Perguntava eu chorando. -Porque dói tanto?

–Isso é chamado de tristeza! -Disse uma voz que vinha de trás de mim.

Eu olhei para trás e pude reconhecer aquele rosto:

–Sasu? -Perguntei eu. -O que você está fazendo aqui?

–Eu senti que alguma coisa estava errada e vim verificar...mas isso é bem pior do que eu esperava. -Disse Sasu virando seu rosto para esconder suas lágrimas.

Eu apenas abaixei minha cabeça e forcei-a contra o chão com toda a força que eu tinha:

–Se eu tivesse chegado mais cedo...nada disso teria acontecido.

–Cale a boca! Mesmo que você tivesse chegado mais cedo nada teria mudado! -Gritou Sasu impedindo eu de me culpar. -Nada teria mudado...nada...

Eu simplesmente não conseguia entender o que eu sentia naquele momento. Meu corpo parecia que iria ser quebrado em dois pedaços pela dor que eu sentia. Mas era uma dor diferente das dores que eu recebia nas batalhas. As dores das batalhas eram doces e me traziam uma certa felicidade. Essa era uma dor amarga que sufocava-me e roubava minha felicidade.

Sasu sem saber o que fazer para me ajudar apenas decidiu checar em volta daquele lugar. Quando encontrou Lyonel e Roberta, ele não pode segurar suas lágrimas:
–Isso é injusto. Porque vocês morreram? -Gritou ele em prantos. -Como vocês querem que eu explique isso para a Lizzy? Como vocês querem que nós continuamos sem vocês?

Sasu que chorava no chão sentiu uma mão quente e acolhedora tocar suas costas:

–Vamos parar com isso Sasu. -Disse eu limpando minhas lágrimas. -De agora em diante vamos precisar ser muito mais fortes do que antes!

Sasu olhou para mim abismado enquanto pensava:
–Kurokawa, eu pensava que você seria a pessoa que mais abalada com tudo isso mas parece que não.

–Já derramamos lágrimas o suficiente! -Continuei eu. -Precisamos viver pelos nossos companheiros que não podem mais!

Sasu limpou suas lágrimas e levantou-se:
–Você tem razão! -Disse ele.

–O que eu vou pedir pode ser meio doloroso mas você é a única pessoa que pode faze-lo! -Disse eu pousando minha mão em seu ombro. -Se encarregue de contar para Lizzy e eu irei contar para o Ike.

–Sem problemas...eu irei fazer. -Disse ele abaixando sua cabeça.

–Desculpe por colocar esse fardo tão grande em suas costas!

–Não se preocupe, eu vou conseguir! -Respondeu ele.

–Eu estou indo para casa porque quero ficar um pouco sozinho... -Comentei eu virando meu rosto.

Sasu apenas balançou sua cabeça para confirmar e nós tomamos rumos diferentes. No caminho de volta para casa minha cabeça se tornou totalmente vazia. Eu apenas não conseguia pensar em absolutamente nada e antes que eu percebesse eu já estava em casa. Passei várias horas deitado em minha cama.

O gosto dos meus caramelos havia se tornado amargo e eu não conseguia dormir. Num momento de descuido meu uma figura adentrou minha casa pela janela e nela sentou-se. Eu me levantei rapidamente e perguntei:

–Quem é você? Eu não estou de bom humor por isso vá embora se não quiser morrer!

Estava escuro demais e eu não conseguia enxerga-la com clareza, a tal figura soltou um leve riso e respondeu:

–Eu? Eu sou você! Mais especificamente uma alucinação sua!

Eu considerei suas palavras como meras brincadeiras e sem hesitar atravessei-o com a Eclipse:
–Eu avisei! -Disse eu.

Eu claramente havia sentido minha espada atravessar algo mas ao fitar aquele local novamente não pude ver nada:

–Eu te disse! -Essas palavras ecoaram por todo o meu quarto. -Eu não sou nada.

Mesmo que eu quisesse negar eu sabia que aquilo era verdade já que eu não sentia nenhuma presença além da minha naquela sala. Eu pisquei e não pude ver nada. Eu suspirei e tentei voltar a dormir:

–Não vou sumir tão facilmente! -Disse a figura sentando-se novamente na janela. -Vamos! Me fale da dor que você estava sentindo mais cedo!

–Cale a boca! -Disse eu tentando ignora-lo.

–Me diga como é a sensação de ver seus amigos mortos!

–Cale a boca! -Disse eu novamente mas dessa vez num tom mais nervoso.

–Vamos, me explique como foi a sensação de ver aqueles lixos que você chama de amigos mortos da forma mais patética possível! -Disse a figura sorrindo sombriamente.

–Cale a boca!!! -Gritei eu me levantando da cama.

–Vamos logo! Me fale! Me descreva aquela sensação de dor envolvida de alegria!

Eu me acalmei antes de responder:

–Cale a boca! Não existe uma pessoa tão insensível ao ponto de sentir alegria ao ver seus amigos morrerem!

Ele sorriu e respondeu:

–Existe sim! Eu ficaria feliz em ver qualquer um morrer! O desespero que corre nos olhos das pessoas que aperceberam-se que sua morte está próxima é fantástico!

–Cale a boca seu monstro! -Disse eu tentando manter a calma.

–Parece que você ainda não entendeu. -Disse a figura sentada na janela. -Eu sou você! Você é o único monstro aqui! Eu não passo de um fruto de sua imaginação!

–Cale a boca! -Gritei eu perdendo a calma. -Eu não sou sequer parecido com você! Meus companheiros são tão importantes quanto minha própria vida! Eu não sou o tipo de lixo que descarta seus companheiros! Só de lembrar do fato que o Takeda não está mais nesse mundo, uma dor incontrolável dilacera o meu corpo!

A figura sentada na janela ficou pensativa por alguns segundos até que finalmente resolveu responder:
–Isso é estranho! Achei que você já tinha se acostumado depois de ver isso acontecer tantas vezes!

Eu não havia entendido nada:

–Como assim "tantas vezes"? -Perguntei eu confuso.

–Entendo, o cérebro humano é realmente incrível! Ele consegue até mesmo esquecer aquilo que não lhe agrada!

–Ei, do que você está falando? -Disse eu me levantando.

–Irei refrescar a sua memória! -Disse ele atravessando minha cabeça com sua mão.

Talvez atravessar não seja a palavra correta quando na verdade ele colocou sua mão "dentro" de minha cabeça. Ele retirou-a e no momento seguinte minha cabeça foi sobrecarregada de informações novas. Uma gigantesca enxaqueca corroeu meu cérebro:

–O que você fez comigo? -Perguntei eu para o ser na janela. -O que são essas imagens?

–O que você está vendo nesse momento são memórias! Achou mesmo que essa era a primeira vez que você tinha visitado o mundo de IP?

Aqueles imagens não pararam de transitar em minha cabeça, o que apenas piorava aquela dor de cabeça e me incapacitava de responder:

–Você tem a incrível habilidade de apagar as memórias que não lhe são agradáveis e com isso você consegue simplesmente abandonar o mundo de IP. Você realmente acha que teria conseguido sobreviver todos esses anos sem ter amigos? Não brinque comigo, você é totalmente instável psicologicamente!

Ele continuava jogando aqueles fatos na minha cara sem se preocupar com as consequências:
–Na primeira vez que você entrou no mundo de IP você conheceu alguns amigos mas você tem a habilidade de atrair problemas. E com isso todos os seus amigos morreram! E você dormiu e acordou no outro dia sem as memórias de seus amigos ou do mundo de IP. Essa foi a primeira vez que você saiu do mundo de IP, desde então você tem repetido esse ciclo várias vezes! Takeda não foi o primeiro a morrer e também não será o último! Apesar que você não se lembrará de nada disso amanhã!

Eu já não podia manter minha sanidade:
–Não...você está mentindo...isso tudo é falso... -Dizia eu totalmente sem esperanças.

Meu alicerce mental havia desabado e mesmo tentando negar a verdade, as memórias em minha cabeça não permitiam-no:

–Dói, não? -Disse aquele ser se aproximando. -Então deixe isso tudo comigo e vá dormir! Se você fizer isso, você não vai mais precisar sentir dor e tudo vai desaparecer!

A dor da morte de Takeda se juntou as dores das mortes de meus outros companheiro e começou a dissolver meu cérebro. Nesse ponto eu já não possuía noção do que estava acontecendo:

–Pense que tudo isso foi apenas um pesadelo e crie um novo mundo feliz! -Disse a figura estendo a mão para mim. -Vamos! É só segurar minha mão que a dor acabará!

Eu apenas olhei em direção àquele ser:

–Certo... -Sussurrei pegando sua mão.


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Notas finais do capítulo

Ansiosos pelo próximo? Então comentem!!!!! (Vou experimentar algumas frases até escolher uma)



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