Invisible Play - Game Over escrita por Douglastks52


Capítulo 102
Guerra - Vilão


Notas iniciais do capítulo

Eita poxa, dois meses e meio se passaram...Hey, mas eu estou de volta! Acho que devo mudar as publicações semanais para domingo, já que é quando os capítulos normalmente saem. Bom, acho que é só isso. Fuiz.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/538926/chapter/102

Caim começou a caminhar sem destino em meio aos corpos do campo de batalha: 

—Eu ativei uma das chaves e mesmo assim não fui capaz de derrotar aquele pecado. -Pensou ele. -E ainda teria morrido se fosse pela ajuda daquela ruiva. O que está acontecendo nessa linha do tempo? Preciso encontrar Toki. 

Caim sentia a pressão causada em seu corpo devido a luta anterior, sua expectativa de vida havia sido significativamente reduzida e ele provavelmente teria que descansar por uma semana para recuperar-se disso. Enquanto caminhava até mesmo com dificuldades, ele finalmente avistou uma alma viva perdida naquele banho de sangue. Blut estava encostado numa construção com seu corpo inteiramente manchado de sangue e um olhar pensativo em seu rosto: 

—Que olhar de decepção, o que aconteceu? -Sorriu Caim. -Não encontrou nenhum oponente a altura? 

Blut esbanjou um sorriso triste: 

—Apenas...pensando... 

—Não é típico seu. O Blut que eu conheço estaria cortando pessoas e dando risada neste exato momento. Parando para pensar, eu sequer tenho certeza se conheço você. Afinal de contas quem é Blut? 

Blut levantou sua cabeça e olhou na direção de Caim: 

—Você não é o Kurokawa, certo? -Perguntou Blut. -Pelo menos não o Kurokawa que eu conheço. Eu simplesmente sinto algo diferente vindo de você. 

—Essa é uma longa história, mas eu acho que nós temos tempo. -Disse Caim sentando-se. -Sabe, eu sempre achei você uma pessoa muito interessante. Porque no fundo, independente de nossas circunstâncias, nós somos bem semelhantes. 

—O que você quer de mim? -Perguntou Blut. 

—Nada, quero apenas conversar. -Respondeu Caim. -Quero descobrir o que te impulsiona a agir, o que você pretende conquistar com tudo isso e de vem todo esse ódio. 

—Ódio? Do que você está falando? Eu não sinto ódio. Uma pessoa como eu não tem tempo para sentir ódio, eu estou ocupado tentando conquistar mais poder. 

—Não minta pra mim, eu conheço os seres humanos, até mais do que eu gostaria. Eu sei que o que queima em seus olhos é ódio. Até porque o poder por si só é uma das coisas mais vazias que existem neste mundo. Você quer poder para fazer algo, esse algo esta relacionado com o seu ódio. 

—Você leva jeito com as palavras, muito mais que Kurokawa. -Riu Blut. -Mas eu não tenho motivos para te contar nada. 

—Você não precisa me contar nada, apenas olhando nos seus olhos eu consigo descobrir. -Sorriu Caim. -Agora me diga, o que essa pessoa levou de você? Sua família? Seus amigos? Sua casa? Sua dignidade? Uma parte da sua vida? 

Caim lentamente aproximava-se: 

—Ou tudo isso combinado? 

Blut permaneceu calado: 

—Entendo...então você perdeu tudo o que tinha mas mesmo assim, isso justifica todo o seu ódio? Não...tem algo a mais... 

Blut virou seu rosto demonstrando estar perturbado: 

—O que foi que aconteceu? Um tipo de dor diferente. Alguém que você confiava...você foi traído por aquele que você mais confia... 

Antes mesmo de terminar sua frase, a boca de Caim foi brutalmente fechada pelos punhos de Blut: 

—Cale a boca, você não sabe de nada. Ele não era alguém digno da minha confiança ou de qualquer outra pessoa! 

Blut levantou-se e começou a ir embora: 

—Não minta, Blut. -Sorriu Caim. -Eu consigo ver, que no fundo do seu coração, você acredita que ele vai conseguir se justificar. Você acredita que ele não é o real culp... 

O crânio de Caim foi violentamente afundado no chão por um soco de Blut: 

—Cale a boca. O que ele fez está feito, ele ter uma desculpa ou não, não faz diferença. Eu não odeio ele porém, eu tenho uma missão. Eu irei fazê-lo pagar pelos pecados que ele cometeu. Isso não é raiva, é apenas o meu dever como o único que sobreviveu.  

Caim tentou levantar-se apenas para sentir seu corpo falhando em responder seus comandos: 

—Esse chão não é realmente confortável...mas parece que eu não tenho outras escolhas... 

Ele colocou-se numa posição confortável porque sabia que no momento em que ele fechasse seus olhos, ele não os abriria durante, no mínimo, uma semana. Não muito longe dali, Blut procurava pelo resto da Realeza. Ele observou ao longe Marwolaeth sentada no chão com um olhar confuso em seu rosto e Micky não muito longe: 

—Onde está Edward? -Perguntou Blut se aproximando. 

Micky apontou para a sua direita: 

—Provavelmente descansando naquela direção, ele derrotou a maioria dos inimigos sozinho.  

—Blut, onde está Kurokawa? -Perguntou Marwolaeth. -Você se encontrou com ele? Ou melhor, você sabe o que aconteceu com ele? 

—Se você diz isso, significa que você viu que aquilo não é exatamente ele. -Respondeu ele. -De qualquer forma, eu não faço a mínima o que aconteceu e ele também não está sobre a minha responsabilidade. Neste momento ele faz parte do esquadrão responsável por destruir o armazém. Já que ele concluiu a sua missão, ele só tem que voltar a Euler e conseguir sua liberdade de novo. Depois disso ele passará a reintegrar a Realeza. 

Marwolaeth levantou e caminhou na direção de Blut: 

—Você não entende...ele estava quase morto há uma hora atrás!! É impossível ele sobreviver daquele jeito lá fora!!! E não só...ele não está numa condição mental estável... 

Blut segurou Marwolaeth pelos seus ombros: 

—Aquilo que você viu sequer era o Kurokawa, você sabe disso muito bem. -Respondeu ele sério. -E mesmo se quiséssemos ajuda-lo, aquilo não quer ajuda. Nós estamos no meio de uma guerra, se ficar se preocupando com esse tipo de coisas, morrerá antes mesmo de encontrar Kurokawa. 

Marwolaeth abaixou sua cabeça enquanto concordava com Blut mesmo não estando satisfeita. A Realeza preparou-se para passar a noite naquela lugar, no dia seguinte a missão deles teria continuação. O tempo rapidamente avançou, uma semana passou em apenas um piscar de olhos. 

Enquanto a realeza avançava em territórios inimigos e obtinha vitórias esmagadoras contra Kepler, Caim finalmente abriu seus olhos. Um cheiro pútrido o rodeava, era o esperado de corpos que haviam sido decompostos a luz do dia durante uma semana. Ele levantou-se tirando a lama e poeira de seu corpo e olhou a sua volta. Tudo completamente destruído e a natureza lentamente reconquistando aquilo que uma vez lhe pertenceu. 

Ele levantou-se e sentiu algo chacoalhar dentro de si: 

—Oh, então você já quer voltar para o controle? -Riu Caim. -São raras as ocasiões quando eu posso estar no controle então eu terei certeza de aproveita-las, você não vai voltar tão cedo, Kurokawa. 

Caim começou a tentar localizar-se: 

—Se eu me lembro bem...deve haver uma pequena vila não muito longe daqui... 

Mesmo estando praticamente morto, Caim ainda era capaz de mover-se rápido o suficiente para percorrer grandes distâncias sem dificuldades. Ao chegar lá, ele percebeu que de alguma forma a vila não havia sido completamente dizimada. Dezenas de casa destruídas mas ainda havia vestígios de pessoas vivendo lá. 

Enquanto caminhava, ele viu pessoas se aglomerando a volta de uma casa. Uma jovem mulher e um velho homem distribuíam comida entre os pobres habitantes daquela cidade. Devido a sua aparência e roupas destruídas, Caim facilmente se misturava no meio daquela multidão de desabrigados. Ele lentamente se aproximou tentando conseguir um pouco de comida. 

Mas o velho rapidamente foi capaz de identificá-lo: 

—Você é um soldado, não é? -Perguntou ele. 

Caim suspirou com um olhar frustrado e foi se afastando mas o velho o impediu: 

—Não se preocupe, eu não iria recusar comida a uma pessoa nas suas condições. 

O jovem mulher entregou-lhe um prato de plástico e o velho encheu-o com comida. Apesar da gentileza dos dois, Caim não agradeceu. Ele sentou-se não muito longe dali e aproveitou a refeição. Apesar de tudo, passar por esses tipos de situação era uma novidade para ele. Até agora ele tinha vivido sua vida como apenas um observador. Enquanto se perdia em pensamentos, aquele bondoso velho aproximou-se e sentou-se ao seu lado: 

—O que um jovem como você faz num lugar podre como este? 

—Borro minhas mãos de sangue enquanto tento aproveitar a minha vida. 

—Então até mesmo um jovem da sua idade está envolvido nestes desastres...o que os adultos dessa geração estão fazendo?  

—A culpa não é deles, velho. -Respondeu Caim. -A culpa é de todos aqueles que são dominados pela ganância. Não que eu possa falar alguma coisa, eu também sou um desses. Mas me diga, o que aconteceu com essa vila? 

—Mesmo este sendo um lugar neutro, ele não foi perdoado pelas batalhas. Euler afirmou que nos protegeria de qualquer ataque mas eu tenho certeza que eles estão mais ocupados tentando destruir Kepler. Mas de alguma forma, nós conseguimos sobreviver.  

Caim levantou-se: 

—Eu tenho que ir embora, não tenho tempo a perder. 

Aquele velho homem sorriu: 

—Antes disso, me responda algo: Pelo quê você luta? Pelo quê você tira a vida de outras pessoas? 

Caim sorriu: 

—Eu luto pela minha liberdade, velho, algo que me foi tomado há muito tempo atrás mas que eu finalmente recuperei. -Respondeu ele. -Eu luto para continuar vivo e continuar sendo responsável pelas minhas ações, eu, acima de tudo, luto para provar que eu também mereço viver. Agora, adeus. 

O velho sorriu mais uma vez: 

—Criança idiota, o simples fato de você querer viver e lutar, o fato de você querer ser feliz já prova que você merece viver.                             


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu gostei de fazer esse capítulo, mostrar um pouco do lado humano do Caim. Mostrar como ele se acostuma com o mundo enquanto o Kurokawa está fora do controle.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Invisible Play - Game Over" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.