A Minha Vida Alheia escrita por Lari


Capítulo 1
Você não vem comigo?




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Atrasada para o colégio, pra variar, dei ração para minha gata cujo nome é tinker, peguei minha mochila e desci a escada de casa correndo, e sempre que chego no portão de casa não consigo sair, pois a pedra está muito apertada entre o portão e o caxonete, (não temos um fechadura com chave então o jeito é usar uma pedra). Há uma escadaria em que eu já cai um monte de vezes por correr para não me atrasar, desta vez não me encontrei com o garotinho do meu colégio, que tem uma condução da qual a motorista parece uma alcoólatra, mas enfim, o que significa que não estava tão atrasada, pois ele sempre sai pela porta de casa às 6:30. Passei pela casa que tem uma senhora na rede em sua varanda, e me lembrei de quando a vi tropeçar enquanto molhava as plantas.

Ao chegar no ponto de ônibus percebi um casal abraçado, uma jovem branca e baixa de cabelos cacheados loiros e longos, com o uniforme de colégio público do Rio de Janeiro, seu aparente namorado era um homem moreno com um moicano loiro tingido. A mochila da menina parecia estar pesada e ela demonstrou isso, mas o namorado parecia nem ligar para isso ao se distrair com a mulher encorpada que passava ao seu lado. Depois de mais ou menos oito minutos, o ônibus de linha 326 chegou, ao entrar no ônibus consigui me sentar no meu lugar preferido (o segundo banco depois da janela direita do fundo do ônibus), percebi que o casal que estava no ponto também subiu no ônibus logo atrás de mim. Eles estavam sentados nos acentos preferenciais e ela encostou a cabeça no ombro dele.

Imagino se ele já a traiu, porque pelo jeito dele isso parece comum, olhando para outras mulheres na rua, isso não é legal. Escutei alguma coisa sobre bebês e percebi uma expressão ruim no rosto do homem, a jovem tirou o sorriso de seu rosto, pegou na mão dele e a levou até sua barriga. Fiquei impressionada e comecei a prestar mais atenção na conversa deles, pois se a menina estivesse mesmo grávida pode ser que nem tenha um futuro bom e talvez ele nem assuma esse filho(a), torço para que seja só uma brincadeira dela, mesmo sabendo que esta possibilidade é quase improvável.

Olhei pela janela para saber onde estava e percebi que o ônibus passou por um quiosque no corredor esportivo. Escutei uma voz alterada e voltei meus olhos ao casal, o homem estava praticamente cuspindo na cara dela ao gritar, e todos os passageiros olharam para o casal, a jovem pediu calma e ficou silenciosa, o homem então virou o rosto para a janela e pôs sua mão no rosto. Depois de apenas um minuto de silêncio ele vira pra ela e desta vez consigo ouvir toda a conversa.

– Como isso aconteceu? -disse ele com um expressão séria.

– Você sabe muito bem. - respondeu a jovem.

– Eu nem tenho certeza se isso que está ai é meu! -continuou ele.

– "Isso" que está aqui, é o nosso filho! E é claro que é seu! -retrucou ela indignada.

O homem virou para a janela e assim ficou durante todo o seu trajeto, em silêncio. Um pouco antes de passar pelo colégio Belmiro Medeiros, ela puxou a cordinha do ônibus e disse:

– Você não vem comigo?

E ele permaneceu em silêncio com seu rosto virado para a janela, ignorando-a completamente, como se ela nem estivesse ali, então a jovem veio andando em direção a porta de trás do ônibus com seu rosto coberto de lágrimas.

Depois de um tempo cheguei no ponto em que desço para o colégio, já sabia que só entraria no segundo tempo, então subi a passarela devagar pensando no casal que vi no ônibus.


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Notas finais do capítulo

Essa é minha primeira história, daqui a pouco meu irmão vem editar e corrigir, me desculpem qualquer erro, me corrijam se quiser, e peguem leve por favor. Obrigada!

~Irmão: editado :P



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