CLARA

"Ele é mais forte do que os outros", percebeu Clara, enquanto trocava golpes com o cavaleiro de Hércules. Ao seu redor, na entrada na casa de Áries, estavam os outros três cavaleiros que ela tinha derrotado – Mas não matado – antes da chegada do cavaleiro de prata. Ela não vinha ao santuário para um ataque, e sim para um anúncio. O cavaleiro de Hércules tentou alguns socos em direção a Clara, que dançou por todos os golpes, esquivando-se. "Ele é muito devagar". A satélite deu um chute na altura do estômago do rapaz, que andou para trás desnorteado com a dor. Saltou e deu um chute no peitoral do cavaleiro, fazendo-o voar longe até bater em uma pilastra. Ele gritou de dor, mas se levantou, mesmo que com dificuldades. "Ele é um bom guerreiro, merece que eu utilize minhas flechas." Invocou uma flecha negra, que surgiu em suas mãos. Colocou a mesma no arco e mirou no cavaleiro de Atena.

– O que é isso? – Indagou ele – Eu estou sendo subestimado?

– Na verdade, acredito que esteja sendo superestimado por mim – Respondeu-lhe Clara – Nós satélites só usamos nossas flechas contra os guerreiros que acreditamos serem dignos de uma batalha igualitária.

– Huh, menos mal... Mas não pense que irei ser derrotado por uma simples flecha!

– É o que veremos! Flecha da Morte!! – Disse a mesma, soltando o dardo em direção ao cavaleiro de Atena. Ele elevou seu cosmo e atacou a flecha.

– Poder Supremo de Hércules!! – Falou ele, dando um potente soco na flecha, que após um momento de igualdade, acabou sendo estraçalhada. "Ele é mais forte do que eu pensava." Clara invocou várias flechas negras ao mesmo tempo, e começou a correr em direção ao cavaleiro, lançando os dardos enquanto isso. Das duas primeiras flechas, o cavaleiro se esquivou, e a terceira ele estraçalhou com o punho cerrado. Ao se aproximar o bastante, Clara saltou por ele, e ao pousar por trás do cavaleiro de prata, chutou suas costas. O mesmo – ainda de costas para a satélite - foi arrastado alguns metros para trás, de pé. Virou-se e lançou um raio de energia em direção a Clara, que saltou e lançou as últimas três flechas que tinha invocado em direção ao guerreiro de Atena. Após o som de pedras quebrando e uma poeira levantada, a satélite pode ver o resultado de seu golpe. Uma flecha estava quebrada ao meio, solta no chão, e as outras duas fincadas no solo. "Ele está intacto."

– Você é habilidoso, cavaleiro de Atena. A maioria dos cavaleiros não conseguiria sequer deter uma flecha negra. Você não só as parou, como também se esquivou de várias. Diga-me, qual é o seu nome?

– Eu sou Geki de Hércules.

– Pois bem. Meu nome é Clara, e sou uma satélite a serviço da deusa Ártemis. – A resposta pareceu deixa-lo surpreso.

– O-O que? Ártemis, a deusa da lua?? Por que Ártemis iria querer guerra contra Atena?

– Os motivos de minha mestra são conhecidos apenas pela mesma. Cabe a mim servi-la e executar suas ordens. Prepare-se, cavaleiro de prata. Você verá parte do poder de uma satélite agora! - Então, elevou seu cosmo e invocou uma flecha de bronze - Essa aqui é mais poderosa do que aquelas que você quebrou. Veja se pode quebra-la, Geki de Hércules!! – Sentiu seu cosmo se inflamar. O arco e a flecha em sua mão eram agora como partes de seu próprio corpo – Flecha dos Homens!

E então, tudo aconteceu. A flecha correu pelo pátio em frente a casa de Áries e quando estava prestes a tocar Geki, foi parada por uma espécie de parede invisível. Um jovem apareceu saindo de dentro da primeira casa do Santuário. Ele tinha cabelos ruivos e longos, e usava uma espécie de roupa de treinamento, uma camisa amarela com uma proteção de couro por cima. Tinha uma calça de tecido e cores iguais a da camisa, e uma bota negra de couro. Ele tinha um ar imponente, e seus olhos lilases impunham um respeito que o cavaleiro de prata não tinha.

– Kiki? – Perguntou Geki – O que você está fazendo aqui?

– Não é obvio? - Respondeu ele – É claro que eu vim cuidar desta invasora. E eu não estou sozinho.

Clara tinha notado. "São poderosos". Por trás do jovem, apareceram mais alguns cavaleiros. Um vestia uma armadura dourada e ornamentada que tinha asas nas costas, e outro usava uma armadura que tinha formatos redondos mas detalhes mais simples. O terceiro também usava uma armadura dourada, que era equipada com várias armas. "Sagitário, Leão e Libra", reconheceu a satélite. "Isso não é bom, três cavaleiros de ouro ao mesmo tempo."

– Onde está...? – Começou a dizer o cavaleiro de Libra – ONDE ESTÁ O MEU FILHO?! – Seu cosmo explodiu e com um clarão de luz, Clara estava sendo arremessada em direção a uma pilastra. Rolou pelo solo até parar. Levantou-se debilmente, e viu que ele estava a cerca de 50 metros de distância. "Ele me arremessou tão longe assim?" Clara estava para invocar uma flecha dourada quando o mais jovem se interpôs entre ele e o cavaleiro de Libra.

– Ela não tem envolvimento com isso, Shiryu. A mulher não saiu daqui desde que chegou.

– Eu não posso ficar simplesmente esperando, Kiki! O meu filho foi sequestrado!!

Clara não tinha ideia sobre o que ele estava falando. Seguiu devagar em direção aos cavaleiros.

– Eu não tenho a intenção de lutar. Só revidei porque esses cavaleiros me atacaram primeiro. O que trago é uma mensagem de minha mestra.

– Seria a sua mestra a deusa Ártemis? – Indagou uma jovem que Clara não tinha notado que estava lá. Ela tinha uma máscara prateada de amazona, com o cabelo verde e curto que caía por seus ombros. Tinha uma camisa manga longa azul, feita toda de lã. Usava também uma calça, um par de botas de couro e um par de luvas, todas de cor negra. Ela observava por trás dos cavaleiros de ouro, encostada em uma pilastra.

– De fato, minha deusa é Ártemis. Tenho ordens para falar diretamente com Atena.

– Você não chegará sequer perto de Atena – Respondeu-lhe o cavaleiro de Sagitário – Se quiser falar com alguém, fale conosco.

– Pois bem, então direi a vocês – Ela não estava em posição de fazer nenhuma exigência. Um passo em falso e estava morta – A deusa Ártemis, senhora da lua, acaba de entrar em estado de guerra santa com a deusa Atena. Nossas ordens são de exterminar os cavaleiros, o Santuário, e tirar a vida da própria Atena, por causa de suas atitudes que desonram os deuses – Invocou as asas de sua armadura celeste – Em breve, os ataques virão. Cavaleiro de Libra, não tenho nada a ver com o que aconteceu o seu filho. Espero que o encontre. – Após dizer isso, Clara voou tão rápido como pode para cima, e após, rumo a Base da Lua. Afinal, os próximos dias seriam, sem dúvida, dias sombrios.