Passion escrita por Mari


Capítulo 47
Capítulo 43 - Sem saída


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Passo os próximos minutos em uma conversa que está, na verdade, mais para um monólogo. Conto tudo, desde do dia em que vi German pela primeira vez até o dia de hoje. Não falei com todas as palavras que ele tirou minha virgindade, mas eles devem imaginar que a gente tinha intimidade, afinal eu admiti que todas as vezes que supostamente eu estava dormindo na casa da Cami, na verdade estava dormindo na casa dele.
Termino minha narrativa e eles ainda estão com uma expressão indecifrável no rosto.
Será que eles vão gritar? Me expulsar de casa? Ou German estava certo, eles são capazes de me apoiar?
Fico em silêncio, ansiosa para ver qual das alternativas será a escolhida por eles.
Meu pai se levanta e passa a mal pelo rosto, mamãe continua sentada e com a postura inabalada como sempre.
– Você estava mentindo para nós durante todo esse tempo, com medo que nós não aprovássemos o seu namorado?- Papai pergunta.
Balanço a cabeça, estou com medo de falar.
– Porque ele participa de corridas ilegais?-
– Ele participava, ele não faz mais isso. E tem mais coisa.- Digo baixinho.
Eu só contei que German participava dos encontros, não falei sobre as mulheres ou bebidas e nem drogas. Mas se eu quiser que eles entendam e possivelmente me apõem eu tenho que ser sincera.
– O que?-
Olho para mamãe que ainda não disse uma palavra. Isso é bom ou ruim?
– Ele é órfão, seus pais morreram em um acidente de carro. Ele vive com o pouco dinheiro deixado de herança. Seu irmão mais novo está...preso por trafico de drogas. E ele usava drogas também e bebia.- A reação de espanto deles seria cômica se a situação não fosse séria. – Mas ele não faz mais nada disso agora, ele está limpo faz meses.- Apresso em acrescentar.
Minha mãe levanta em um pulo, me assustando.
– É claro que ele está. Porque todos nós sabemos que um viciado consegue parar de usar, sem nenhuma ajuda. Por vontade própria.-
– Ele não é assim, ele parou mesmo. Ele se assustou quando teve uma overdose, ele teria morrido se eu não tivesse o achado e...-
– Ah.Meu.Deus! Ele teve uma overdose? E você que teve que ajuda-lo? Minha filha teve que socorrer um drogado vagabundo. É o fim.- Mamãe levanta a voz mas continua passado a sensação de frieza de sempre.
– Como você pode ter sido tão burra, Angie?- Mamãe pergunta me olhando com desprezo nos olhos.
– Eu sou burra porque me apaixonei?- Me levanto para alinhar meu olhar com o dela.
– Não, você é burra por que se apaixonou por um cara que só quer o seu dinheiro.-
– Como você pode afirmar isso? Você nem o conhece.- Digo.
– E nem preciso. Pelo quadro que você pintou dele já posso imaginar o tipo de pessoa que ele é.-
– Tudo bem, eu admito que ele tinha problemas. Mas ele mudou, ele disse que quer ser uma pessoa melhor por minha causa.- Digo com lágrimas ameaçando cair dos meus olhos.
Mamãe começa a gargalhar sem humor nenhum.
– Você é mais burra do que eu pensava. Está na cara que ele só quer o seu dinheiro, para sustentar o seu vicio. Ele é um desocupado, um vagabundo viciado.-
– Chega. Eu não vou permitir que você fale de German assim.- Eu grito.
– Olha como você fala comigo mocinha, eu sou sua mãe e...- Ela vem em minha direção com a mão levantada.
– Querida!- Papai a chama e ela o encara, depois de trocarem olhares significativos por alguns segundos, ela recua.
Eu não me importo que ele não tenha dinheiro ou um nome importante. Nós nos amamos e vamos ficar juntos, quer você queira ou não.- Tento soar o mais firme possível.
– Rá, isso é o que nós vamos ver. Você está proibida de chegar perto desse delinquente. Eu te proíbo, ouviu Angie?-
– Você não pode me proibir de ver German.- Digo decidida mas com medo de que ela realmente possa fazer isso.
– Quer apostar? Você está terminantemente proibida de sair dessa casa, com exceção da escola. E quando você precisar sair, um segurança irá te acompanhar em todos os lugares.- Ela chega perto de mim, nossos narizes quase se tocando. – Você nunca mais vai ver esse moleque.-
As lágrimas que eu havia com tanto esforço tentado segurar, agora rolam livremente sob meu rosto.
Me viro na direção do meu pai e o olho suplicantemente.
– Pai? Por favor, me ajuda.-
Ele me olha, então olha para minha mãe.
– Angie, eu...- Ele suspira e me lança um olhar torturado. -...Eu acho que você não deveria mais ver esse menino, ele não parece ser uma boa pessoa pra você.-
Olho-o traída, ele era a minha única esperança, só ele podia me ajudar mas ele está do lado dela.
Enfio meu rosto em minhas mãos e saio correndo em direção ao meu quarto.
Entro, tranco a porta e me jogo na cama.
Eu sabia que eles não iam entender, eu sabia que não podia contar com eles.
Mas se eles pensam que podem me separar de German, estão muito enganados.
***
Acontece que, infelizmente, eles não estavam tão enganados assim.
Faz uma semana desde daquele dia em que eu contei toda a verdade para meus pais.
Naquela noite, triste e sozinha, enviei uma mensagem para German. Ele logo me ligou e eu contei tudo sobre a conversa desastrosa com meus pais. Ele tentou me acalmar mas não conseguiu.


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Notas finais do capítulo

@Violeteros_BR beijos Mari



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