Inveja e Avareza escrita por Diego Lobo


Capítulo 1
Distancia e Proximidade


Notas iniciais do capítulo

Bem vindo a continuação!! Infelizmente Inveja & Avareza não ganhou uma correção tão boa quanto Luxúria (ainda). Ainda está em processo de revisão e "betagem". Mas para quem não aguenta de curiosidade e quiser conferir a continuação, não deixe de comentar.



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Natalie Peterson era uma aeromoça muito elegante. Adorava contar a todos como foi difícil o seu caminho para se tornar aeromoça. Tinha o porte típico para o trabalho, alta e loira, era jovem e muito persistente nas suas convicções. Todos esses anos então seriam recompensados. Poderia haver em seu futuro uma promoção, uma espécie de aeromoça chefe que supervisionaria todas as outras.


Atualmente quem ocupava esse cobiçado cargo era a Rose Garden. Uma pessoa extremamente profissional, simpática ao extremo com os passageiros, mas muito carrancuda com suas companheiras.

— Sim senhora! — Dizia sempre Natalie apressada em obedecer as ordens da Aeromoça chefe. Atualmente Natalie ficou encarregada somente da primeira classe, o que significava que seu desempenho tinha que ser impecável.

Por esses motivos ela não poderia deixar passar nada, nem o fato de uma adolescentes, de mais ou menos uns dezesseis anos, já estar no banheiro a alguns minutos. E que ela jurara que ouvira a voz de mais alguém lá dentro.

“Adolescentes” Pensou ela, se dirigindo ao banheiro.

Minutos antes, Cherry White entrou no banheiro luxuoso de primeira classe. Precisava de um tempo para si mesma, coisa que Alphonse Asmodeus não permitia de maneira nenhuma.

Depois de lavar o rosto, ficou ali olhando seu reflexo no espelho. A mesma garota de dezesseis anos de sempre, seu cabelo castanho comprido e escorrido,com o costumeiro laço na cabeça. Estava lá também sua pele clara de sempre, que ela odiava, e uma novidade. Agora ela aderira ao uso de um batom rosado, nada chamativo, sua amiga Jenipher Balzebrian, mas conhecida como Jenny, insistira tanto para que ela usasse que acabou cedendo. “Era isso ou o batom vermelho piranha”. Estava meio apreensiva com tudo aquilo, há varias horas atrás o avião decolara, rumo aos Estados Unidos, depois de tanto tempo ela veria seus pais novamente. Não sabia se o frio em sua barriga tinha haver com o medo do reencontro ou o medo de voar de avião.

Medo de se encontrar com seus pais novamente uma vez que ela teria que esconder muita coisa de seus pais. Mais especificamente de seu pai, que surtaria se soubesse o que Alphonse era.

“Meu Deus, Alphonse”

Provavelmente era o fator principal do medo, não conseguia imaginar Alphonse, a Luxuria em pessoa, se comportando que nem gente. Ele estava tão empolgado com aquilo tudo que fez Cherry suspeitar do que viria por aí. Não que sua vida estivesse ruim, na verdade os meses que se passaram foram maravilhosos para ela.

Talvez fosse o medo de avião afinal, desde pequena tivera esse medo. Seus pais sofreram um bocado. E a tempestade que o avião enfrentava contribui com toda certeza para o medo de Cherry.

As luzes piscavam sem parar, mas o piloto anunciara que não havia problema, os passageiros circulavam pelo avião normalmente.

— Vai dar tudo certo, não há motivos para se preocupar. — Falou ela para si mesma, se sentiu um tanto louca.

As luzes piscaram novamente, Cherry gelou.

Porém o que a fez gelar não foram as luzes que piscavam a toda hora, e sim a respiração quente e extremamente incomoda no seu pescoço, que a fez pular.

— Ainda com medo Cherry querida? — Falou o rapaz sorrindo.

— ALPHONSE! Gritou, mas imediatamente abaixou sua voz quando lembrou que estava em um avião — Você quase me matou de susto seu babaca!

Como de costume ela o encheu de socos e tapas, inúteis é claro pois Alphonse gostava daquilo. O espaço do banheiro agora se tornara pequenino, ele a envolveu em um abraço improvisado, suas mãos na pia enquanto Cherry ficava espremida entre os dois.

— Meu Deus, quer fantasia melhor do que se envolver com alguém no banheiro de um avião? — Falou ele com seu sorriso perpetuo de sempre.

— E você é claro fala como se já tivesse feito isso antes. ­— Disse ela revirando os olhos e lutando para se afastar do garoto.

Alphonse tinha cabelos negros longos, “ao menos a alguns dias atrás ele tinha”, agora estavam mais curtos. Era um pouco mais bronzeado que Cherry, algo que ela apostara ser artificial. Tinha um corpo musculoso e muito atraente, mas era o sorriso que mais chamava atenção.

Não era um sorriso qualquer. Existia muita confiança ali, a impressão que passava era que tudo não passava de uma divertida brincadeira, nada era levado a serio. Cherry detestava isso nele, principalmente quando ele fazia uma cara de cachorro com aqueles olhos negros cintilantes.

As luzes piscaram novamente e Cherry se encolheu.

— Não fique com medo amor, esta tudo bem. — Ele a abraçou.

Ela se sentiu segura, e acabou se rendendo ao abraço quente e confortável...até que a ficha caiu.

— Seu cretino! — Falou ela irritada, Alphonse a olhou.

— O que?

— É você, não é? ­— Disse ela encarando o garoto. ­— Você que ta fazendo essa porcaria de luz piscar, não é?

Alphonse não conseguiu nem ao menos inventar uma única desculpa, caiu na gargalhada ao ver a cara de Cherry vermelha. Ele se entregou completamente.

— SEU CRETINO MALDITO!­ — Cherry esmurrou com todas as suas forças o garoto, lembrando das horas que passou grudada no assento congelada de medo, ele se machucou mas ria mesmo assim.

— Você tinha que ver a sua cara de medo, era deliciosa..AI! — Cherry o acertara na cabeça. Tudo fazia sentido é claro, antes de partirem ela havia lhe contado que morria de medo de aviões e tempestades. Aquela informação valia ouro na mão de alguém que possuía habilidades incomuns.

Alphonse assim como outros seis jovens, que ficaram em NewCastle, eram pecados encarnados. Uma longa historia envolvendo Adão e Eva e seus sete filhos, que eram a encarnação dos pecados capitais.Ele no caso, era uma espécie de herdeiro bizarro desses filhos.

Alphonse era o pecado Luxúria encarnado.

— Como fui burra em não perceber isso antes! — Gemeu de raiva.

— Ai Amor, assim você me machuca! —  Reclamou ele, enquanto ela o esbofeteava, seu tom era completamente erótico.

— Para de falar desse jeito Alphonse, eu não estou brincando! — Advertiu Cherry, tentando com todas as suas forças parecer seria. Era hora de fingir ser o seu pai.

Foi assim que Alphonse a surpreendera no banheiro, em dias de tempestade seus poderes bizarros ficavam mais fortes e ele conseguia desaparecer e aparecer onde bem entendesse.

“Malditos raios!” Pensou ela, lembrando de outras ocasiões igualmente desconfortáveis.

— É serio Al, eu não gosto quando você...

Mas ela foi interrompida quando escutou um “toc toc” na porta.

— Senhorita! — Falou uma voz delicada.

— Sim? — Respondeu ela assustada, tampando a boca de Alphonse imediatamente.

— Tem mais alguém ai com a senhora? ­— Perguntou a aeromoça.

Houve um segundo ou dois de silencio.

— Não! — Respondeu Cherry, Alphonse segurava seu riso.

Foi quando ela sentiu algo úmido em sua mão, que tampava a boca de Alphonse, que se mexia loucamente provocando uma forte gastura. A língua gelada de Alphonse.

— Seu...nojento — Brigou ela em voz baixa.

— Isso é proibido senhora, espero que esteja sozinha aí ou teremos problemas...somos muito rigorosos quanto a isso...

— Não se preocupe, estou sozinha sim..só não estou me sentindo muito bem — Falou ela nervosa — Já irei sair.

Mas antes que Natalie, a aeromoça, pudesse dar meia volta e continuar sua ronda, alguém mais falou.

— Oh Cherry querida, não faz assim comigo!

Cherry olhou imediatamente para Alphonse, seus olhos diziam “Você não fez isso!”.

— Senhorita, tem mais alguém ai dentro? — Perguntou a mulher insistente, algumas pessoas sentadas em seus lugares atraíram sua atenção para aeromoça batendo na porta.

— ISSO MESMO CHERRY QUERIDA! — Gemeu alto. — ASSIM!

O coração de Cherry quase saíra pela boca.

De olhos arregalados, não sabia se ria ou chorava, mas tinha a certeza que não iria parar de bater no rapaz.

— Para com isso Alphonse! — Disse ela baixinho, com uma careta contorcida. Mas ele não parou, ria loucamente a ponto de saírem lagrimas do seus olhos, enquanto gemia mais auto.

“ OH MINHA QUERIDA CEREJA!”

— Senhorita, receio ter que abrir a cabine. ­— Falou a mulher se retirando para a sala onde as chaves ficavam, voltaria acompanhada da aeromoça chefe.

— Satisfeito? — Falou ela nervosa — Agora estamos ferrados.

Alphonse ria loucamente, mas parou para acrescentar algo.

— Você é quem esta! — Falou ele, ainda gemendo bem auto. As pessoas levantaram de seus lugares para olhar a aeromoça abrindo a porta do banheiro.

— O que? — Perguntou Cherry. Mas era tarde demais, a luz piscou pela ultima vez e a porta se abriu.

Cherry estava sozinha.

A aeromoça, junto a sua chefe, olhavam o banheiro e a garota sozinha que estava ali, muito pálida por sinal. Todos olhavam para Cherry, que não sabia o que dizer. Ela era uma garota louca no banheiro.

— A senhorita que estava fazendo aqueles barulhos? — Perguntou a aeromoça confusa. Não havia o que falar, Cherry estava sozinha e quem acreditaria que Alphonse saiu daquele banheiro de forma incomum?

A aeromoça chefe olhou para Cherry com um olhar extremamente repreensivo.

— Não são atitudes que uma dama deve se portar. — Falou a mulher seria. — Somos uma companhia de aviação muito seria mocinha.

Cherry sentiu vontade de pular do avião naquele exato momento, todos cochichavam nervosos.

— Desculpe. — Falou ela, suando de vergonha.

Sua vergonha se misturou com raiva quando ela pode ver claramente o jovem, a metros de distancia, chorando de tanto de tanto rir em seu confortável assento. Enquanto caminhava em frente, todos a olhavam balançando a cabeça negativamente, foi o segundo momento mais vergonhoso de sua vida. O primeiro também foi cortesia de Alphonse Asmodeus.

Finalmente ultrapassou o corredor da morte, não havia muitos passageiros na primeira classe e Alphonse estava sentado em um grande espaço de assentos vazios. Estava muito perto de onde ele estava, rindo muito ainda.

— Cherry querida, pensei que você fosse uma dama. ­— Falou Alphonse, mas ela passou direto ignorando sua presença completamente.

— Ah Cherry, volta aqui! — Reclamou ele sem se levantar, e rindo ainda. — Vai ficar nervosa por uma brincadeira inocente dessas?

Ela estava em chamas, desejava com todas as suas forças que ele a seguisse, assim ela viraria um soco naquela cara sorridente, “Brincadeira inocente uma ova!”.

Mas com o tempo Alphonse aprendeu o segredo de lidar com Cherry, o tempo.

Com um certo tempo ela sempre esfriava a cabeça e acabava perdoando o rapaz, o que levaria algumas horas neste caso. Alphonse escutava musica enquanto Cherry imaginava diferentes jeitos de acabar com a raça dele.

“Filho da mãe maldito!”

Meia hora depois ela já pensava em outras coisas, que a incomodavam também. Tinha alguém que deveria estar naquele vôo, mas não estava, e isso a enfurecia toda vez que lembrava. “Tudo por causa daquela magricela!” pensou ela. Bufou com sigo mesma, ela não poderia controlar a vida daquela pessoa, mas odiava ter que admitir que esperava contar com sua presença, que enfrentasse aquilo juntos.

— Ainda pensando no seu irmão Mike? — Falou Alphonse, surgindo atrás dela.

— Eu ainda estou te odiando, cai fora. — Falou seca.

— Eu sei, ainda falta quinze minutos..mas não resisti, te ver triste pensando no seu irmão, quer dizer..ele quis ficar em NewCastle.

— Não consigo entender, ele queria tanto ver nossos pais novamente, como foi ceder tão fácil para aquela garota?

— Você sabe que Mike é perdidamente apaixonado por Sarah. — falou ele, parecia entender do assunto.

— Não acredito que ela teve coragem de pedir para que ele ficasse..

— Ela ficou por ele.

— Pare de defende-la droga! — Disse Cherry nervosa.

— Ok então, maldita seja! — Brincou ele.

A situação se tranqüilizou por um tempo, Cherry pegou seu livro “Labirinto”, o qual nunca conseguira terminar. Não que o livro fosse ruim, mas ela sempre encontrava algo que a distraísse antes da personagem principal retornar de sua primeira visita ao passado.

Alphonse estava com seu “Notebook”, digitava descontraído, e aquilo há incomodou um pouco.

— O que você tanto escreve em? — Perguntou finalmente.

— Minha Cherry ta curiosa é? — Falou ele segurando no queixo da garota — É só uma historia que estou escrevendo.

— Você esta escrevendo uma historia? — Disse surpresa ­— Você? Alphonse Asmodeus?

Ele virou o Notebook para que ela pudesse dar uma olhada, Cherry jamais conseguiria resistir a olhar aquilo.

“ Nicole foi arremessada na cama com violência, a principio ela ficou espantada mas tinha que admitir que gostou do uso da força. Ele deitou sobre ela, seu corpo nu em chamas...”

— Meu Deus! — Disse ela, totalmente envergonhada do que tinha lido. — Isso é um conto erótico?

— Sim, gostou? — Perguntou ele com a cara inocente de sempre.

— Bem...

Alphonse esperou, queria uma resposta.

— Está bem escrito, muito bem escrito! — Disse Cherry rapidamente. Realmente estava, mas ela não gostava nem um pouco daquele tipo de leitura.

­— Mas...?

— Mas nada...só não é meu tipo de leitura, só isso.— E dizendo assim ela voltou a ler seu livro, que mais uma vez encontrara uma distração para terminá-lo.

Em NewCastle, um garoto acabara de acordar.

Mike White ainda tonto, olhou paras os lados a procura de sua namorada “Sarah”. Ele se sentia extremamente incomodado de estar naquele castelo, o qual passou por tantos problemas meses atrás. A luz do sol fora seu despertador, não esperava acordar sozinho na cama “Mais uma vez...” pensou.

Levantou para começar a buscar suas roupas pelo quarto, pode se ver no espelho a sua frente. Estava com uma cara muito engraçada, seus cabelos ainda negros, apesar de que boa parte já voltara para cor natural castanha, bagunçados e sua cara amassada. Ficou alguns segundos avaliando seu físico, que aumentara consideravelmente nesses meses devido a sua necessidade repentina de parecer mais forte. “Ainda preciso malhar mais, esse braço esta me incomodado muito”

A verdade era que Mike já estava pra lá de forte, seu físico arrancava suspiros de muitas garotas e senhoras quando ele passava. Mas para ele ainda não era o bastante, academia e aulas de artes marciais não eram o bastante. Não se fosse comparar a Richard.

Richard Azael, o primo monstruosos de Sarah, era extremamente forte para sua idade. Mike já tivera problemas com ele no passado, e se deu mal em todas as vezes. “ Eu fui literalmente morto por esse cara” pensou ele rindo com sigo mesmo.

Constatou ser muito tarde, e achando finalmente todas as suas peças de roupa ele resolveu se aventurar, pela décima vez, a fugir sem ser percebido.

— A noite foi boa em! — Disse uma voz feminina, assim que ele deixara o quarto.

— Você vai ficar me perguntando isso toda a santa vez não é Jenny?

A garota loira e cheia de jóias, que apesar do exagero caiam perfeitamente nela, sorriu alegremente.

— Acho que sim, droga estou com tanta saudades da Cherry! — Falou a linda garota se encostando na parede, ela deu uma olhada no físico de Mike.

— E esses músculos?Não param de crescer nunca? — Riu — Isso tudo é pra Sarah?

— Ah vai cuidar da sua vida! — Disse envergonhado, saiu de fininho pelo castelo e mais ninguém o viu. O carro velho o esperava, molhado pela madrugada úmida de NewCastle.

Em poucos segundos ele já deixara o enorme castelo. Lembrou-se que a poucas semanas atrás ele morava em um castelo também, embora menor, mas agora vivia em uma casa muito peculiar.

Seu celular tocou, Mike odiava aquele novo celular ele não conseguia entender nada de suas funções, tudo o que ele espera de um celular é que ele ligue, mas isso era muito complicado para ele naquele aparelho ultra moderno que “Sarah” fizera tanta questão que ele aceitasse. Ele jurara que antes de Sarah ser tão insistente de que ele aceitasse o novo celular, alguém ligara incessantes vezes para ele, alguém que ele jurara ser a própria Sarah. “Estou ficando louco”

Mike? — Falou a voz de senhora.

Pode falar — Disse ele, tentando concentrar-se na estrada.

— Onde você pensa que está seu moleque?

— Eu penso estar na estrada..

— Você prometeu me ajudar com a horta, sabe que eu tenho compromissos muitíssimos importantes!

Mike bufou.

Era verdade que prometera ajudar sua tia avó Muriel com sua horta. Uma horta exageradamente grande, assim como todo tipo de vegetação que cerca sua casa. Mas não tinha a mínima vontade de fazer isso agora, só conseguia pensar se Cherry já tinha chegado no Estados Unidos, ele não queria sentir arrependimentos, mas sentia.

Quando chegou na casa Muriel já tinha saído, deixando toda a parafernália de se usar na horta jogada no chão. O dia era bastante claro e o céu azul perfeito, ele se lembrou quando sua família costumava viajar em climas assim.

Depois de terminar com a horta, ficou imaginando quando sua tia avó voltaria do mercado “Como se ela precisasse ir ao mercado, todo tipo de legumes possíveis se encontram aqui”. Ele teve algum trabalho para encontrar “plantas” que não faziam parte do terreno “esses moleques malditos ficam plantando suas porcarias no meu terreno” Mike riu consigo mesmo.

A ultima vez que conversara com sua mãe fora sobre a entrega de custodia para Muriel, ela relutou muito mas seu pai entrou no assunto dando a permissão. Se não fosse por Sarah ele nunca teria ficado em NewCastle, a garota conseguira ficar por mais algum tempo no país e não era justo deixá-la sozinha agora.

Morar com Muriel era até divertido, Mike não tinha muitas regras a seguir “Só não toque nos meus cigarros” dizia ela nervosa. Mesmo com a confusão que ocorrera há algumas semanas atrás tudo corria bem, sua tia avó ainda tinha algumas teorias malucas de vez em quando. Mas era consideravelmente menos do que antes.

Não sentia saudades do castelo, verdade, mas sim de sua irmã. Seu único vinculo com sua família, Cherry. Sarah preenchera quase todo espaço vazio que ele tinha dentro de si, mas era só a garota linda de cabelos loiros o deixar sozinho por um minuto se quer, que toda a saudade de sua irmã e seus pais voltava a tona com força total.

— Certo amor, te encontro em duas horas então! — Falou Mike desligando o celular. Sarah acabara de ligar marcando um almoço com o garoto, ele se sentia meio patético por ter adotado o uso de nomes carinhosos como, amor, amorzinho, docinho etc...

Mas com Sarah era diferente, ele não se importava muito quando estava com ela, ao seu lado ele era tão cego e apaixonado que ignorava totalmente a realidade ao seu redor. Suas idas ao castelo de Alphonse se tornavam cada vez mais perigosas, mas ele não se importava, queria desesperadamente passar todo o seu tempo ao lado da sua fada querida.

No avião, Cherry tinha pensamentos quase recíprocos ao de Mike, tão conectados um com o outro, não tinham sequer idéia do que estava por vir, mesmo separados os dois podiam sentir algo estranho, algo obscuro que rondava suas vidas.



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