Primeiro Amor escrita por Sill Carvalho, Sill


Capítulo 1
Capítulo - Único - Primeiro Amor


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoinhas. Depois de um tempo sem escrever, trago pra vocês mais uma one-shot. Espero que gostem.



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Dois dias após assinar os papéis do divórcio, Rosalie decidiu viajar com as crianças, no fim de semana, para a casa dos pais em uma pequena cidade ao sul dos Estados Unidos onde passou toda sua infância e parte da adolescência.

Era outono, as folhas das árvores adquirira uma tonalidade amarelada. Algumas formavam pilhas ao chão, ao passo em que outras se soltavam dos galhos com o soprar da brisa fria, cobrindo ruas e calçadas.

A caminho da casa dos pais, ela foi surpreendida com uma pergunta feita por seu filho caçula, Noah, de cinco anos. Ao seu lado estava o irmão mais velho, Enrico, de sete anos.

– Mamãe, o papai não gosta mais da gente?

Rosalie o olhou brevemente, tornando prestar atenção na estrada antes de responder sua pergunta. Ela reconhecera no tom de voz de seu pequeno o quanto aquilo o preocupava.

– É claro que ele gosta filho. A mamãe não já explicou isso para você outras vezes?! O fato de o seu pai e eu estarmos nos divorciando não significa que deixamos de amar vocês dois da mesma forma que antes.

– Então podemos visitar o papai quando voltarmos da casa da vovó? Eu sinto saudades... – ele sussurrou a última frase, receoso.

– Falamos sobre isso depois, meu amor – ao responder Noah, ela olhou para o filho mais velho através do espelho retrovisor, o encontrando taciturno. Ainda observando-o pelo retrovisor, pediu. – Enrico, filho, não quer contar para a mamãe em que está pensando?

Enrico se manteve olhando a paisagem que passava pela janela do carro em movimento, em silêncio apenas maneou a cabeça dando a entender que não queria falar. Rosalie não o forçou, porém, não deixou de se preocupar. Enrico sempre fora um garoto esperto e atencioso, mas seu humor mudara muito desde o começo do divórcio dos pais.

O resto do trajeto foi tranquilo, nenhum dos três quis falar muito. Vez por outra, Rosalie se via os observando pelo retrovisor. Enrico pegou na mochila um joguinho de vídeo game portátil e se esqueceu completamente do mundo. Noah adormeceu minutos depois agarrado ao seu bichinho de pelúcia, sentado na cadeirinha de segurança.

Dos dois filhos, Enrico era o que mais se parecia com o pai fisicamente: cabelos e olhos castanhos. Noah era o mais loirinho e seus olhos eram claros, igual ao do avô Carlisle. O cabelo de Enrico era completamente liso, ao contrario do de Noah que se curva nas pontas.

[...]

Pouco tempo depois, Rosalie estacionava na entrada de veículos. Antes mesmo de ela parar o carro, Enrico abriu a porta e saltou para fora. Seu jogo de vídeo game que outrora fora sua distração ficara abandonado no assento do carro. Apressado, ele correu para a varanda.

Rosalie o observa o tempo inteiro, enquanto abria a porta oposta para pegar o filho caçula adormecido, estranhando a reação do filho mais velho nos últimos meses. Fechava a porta quando percebeu a mãe na varanda, secando as mãos em um avental, em seu rosto estava estampado um sorriso de boas-vindas.

– Como foi de viagem filha? – pediu Esme, vendo-a subir os poucos degraus que antecediam a varanda, logo depois de beijar o neto, que correu para dentro de casa.

– Tranquila – respondeu ela, não muito animada. – Teria sido melhor se os dois não tivessem decidido me deixar sozinha com meus pensamentos. Noah estava preocupado com a relação com o pai de agora em diante, acabou adormecendo pouco antes de chegarmos – ela olhou na direção da porta. – E Enrico, bem, ele me preocupa ainda mais. Ele anda muito calado já faz alguns dias. Quase sempre prefere ficar sozinho.

– Deve ser por causa do divórcio. É tudo muito recente ainda. Dê um tempo a ele. Se perdurar, busque ajuda profissional. Mas ainda tenho fé de que ele vá entender por si só. Tenha paciência filha.

– Eu tenho mamãe. Mas é estranho, porque tínhamos conversado sobre isso inúmeras vezes. Ele parecia ter aceitado tudo muito bem. Tenho quase certeza de que tudo começou a mudar desde a última ida de Royce a nossa casa. Eu não sei o que ele pode ter visto ou ouvido. Ele evita falar sobre qualquer coisa relacionada ao pai.

Esme se adiantou, puxando a porta de tela, empurrando a de vidro para a filha entrar com a criança adormecida no colo. Na sala de estar encontrou Enrico sentado no colo do avô. Rosalie se inclinou colocando Noah deitado no sofá. Seu olhar seguiu até Carlisle.

– Oi papai. Como o senhor está?

– Oi filha. Eu estou bem. Mas e você como está?

– Bem – ela respondeu cabisbaixa. – Vou ficar melhor daqui pra frente – comentou sem pensar e ao olhar para Enrico, tratou logo de mudar de assunto. – E o Jasper?

– Sua mãe e eu avisamos que você e os garotos estavam vindo para passar o fim semana conosco. Ele não deve demorar a chegar com Alice e Zoey para o almoço. Todos ficaram ansiosos para vê-los.

– E como está a Zoey? Faz tempo que não vejo minha pequena.

– Uma força da natureza – comentou Esme, ao lado. – Traquina que só ela. Deu uma boa esticada nos últimos meses. Não se assuste se achá-la bem maior que da última fez que a viu.

Rosalie sorriu, imaginando a sobrinha. – Nisso ela não puxou ao pai. Digo, de ser traquina. Jasper sempre foi muito certinho.

– Definitivamente, não – Esme concordou, com um sorriso curvando os cantos de seus lábios. – Não está com fome, meu bem? E você meu anjo? – comentou olhado o neto no colo do avô. – Não quer comer um lanchinho, o almoço vai levar um tempo para ficar pronto ainda.

Rosalie tornou a prestar atenção no filho novamente.

– Não vovó. Obrigado. Ainda não estou com fome.

– E você filha? – pediu ao olhar para ela.

– Também não, mamãe.

– E esse pequeno? – acrescentou Esme, vendo o neto caçula dormir no sofá.

– Ele fez um lanche dentro do carro. Mas aposto que quando acordar vai estar cheio de fome – ela olhou na direção da porta por onde havia entrado. – Eu vou pegar as coisas no carro.

– Pode deixar que eu faço isso para você filha – ofereceu Carlisle, estendendo a mão para receber a chave do carro. – Você ajuda o vovô? – pediu, olhando para o neto.

– Ajudo sim vovô.

Rosalie entregou a chave do carro ao pai e ficou observando Enrico seguir seus passos. Na casa dos avós, ele parecia um pouco mais a vontade.

– Tem certeza de que você está bem filha? Tenho sentido você bem caidinha, cansada.

– Estou cansada do Royce, mamãe. Ele agora decidiu que não quer saber dos garotos –lamentou olhando o caçula dormir no sofá. – Noah me pede o tempo inteiro se pode visitá-lo. E Enrico, a senhora viu como está. Não sei o que fazer. Não quero que sofram pelos erros do pai. Mas já não dava mais... Royce e todas aquelas mulheres ao longo dos anos em que estivemos casados. Não podia mais suportar isso... Não posso usar meus filhos como pretexto para me sacrificar em um casamento fracassado. Cheio de mentiras e traições. Ele nunca me amou de verdade, para ele sempre fui apenas um troféu. Ainda assim, não me vejo no direito de destruir a imagem que eles possam ter do pai. Não me vejo no direito de colocá-los contra ele. Apesar de tudo que Royce me fez, não posso e não me vejo no direito de fazer isso, não por ele, mas sim pelos meus filhos – suspirou fadigada.

Esme tocou seu ombro massageando levemente.

– Vá descansar um pouco. Seu pai e eu cuidamos dos garotos. Te chamamos assim que seu irmão chegar com Alice e a Zoey.

– Não, eu não quero dormir. Se a senhora não se importar, antes de me instalar, gostaria de dar uma volta aqui por perto.

– Tenha cuidado meu bem.

– Não se preocupe mamãe, não sou mais aquela garota travessa desde... – sua voz falhou enquanto lembranças do passado machucavam novamente seu coração. – Os pais dele ainda estão na cidade? Estou pensando em ir vê-los também. Não sei, gostaria de conversar um pouco com eles.

– Ah, não meu amor. Eles foram embora há dois anos, logo depois do natal. Se não me engano foi logo depois que você e os garotos voltaram para casa, da última vez em que vieram passar o natal aqui.

– A senhora sabe para onde eles foram?

– Não meu bem. Infelizmente eles não nos disseram.

– Acha possível que tenham ido embora porque não queriam voltar a me ver por aqui?

– Claro que não Rose. Porque fariam isso depois de tantos anos. Isso não faz sentido filha. Não se preocupe com isso. Acredito que foram embora apenas para ficarem mais próximos de algum parente.

– É pode ser... Eu vou lá. Vou dá uma volta. Estarei com o celular, qualquer coisa com os garotos ou se Jasper chegar antes de mim, me liga.

Rosalie saiu na varanda, e encontrou Enrico e Carlisle trazendo parte da bagagem. Ela pegou o seu casaco que estava nos ombros do filho e o vestiu. Puxou os cabelos para fora da gola e inclinou-se para beijar a testa de Enrico.

– Fica com a vovó e o vovô. A mamãe volta daqui a pouco.

– Para onde você vai, mamãe? Eu vou com você – apressou-se em dizer, buscando um local perto de onde estava para deixar as coisas.

– Só vou dar uma volta a pé. Não irei muito longe. Fica ajudando o vovô a levar as coisas pra dentro. Leva o ursinho pro seu irmão. Se ele acordar cuida dele pra mim. Faz isso pra mamãe? – pediu, afagando o rosto dele carinhosamente.

Mesmo querendo muito ir com ela, Enrico concordou com um maneio de cabeça.

– Te amo meu príncipe – afirmou lhe beijando a testa novamente.

– Tenha cuidado, filha – avisou Carlisle.

– Eu terei papai. Estarei de volta daqui a pouco. Não se preocupem comigo.

Rosalie atravessou o jardim e chegou à calçada, sem pressa alguma. A brisa fria do outono soprava seus cabelos em um farfalhar suave e constante, corando suas bochechas expostas. Usando as duas mãos, fechou o casaco abraçando o próprio corpo. Sobre o gramado castigado pelo frio, folhas secas estalavam ao serem esmagadas sob seus pés.

Caminhando devagar desceu a rua ladeada de árvores. Folhas secas eram sopradas constantemente pela brisa fria até caírem em locais distintos. Assustou-se quando um cachorro de porte médio passou perseguindo um esquilo. Não parou de andar, sabia aonde queria ir e o porquê de ir até lá.

Após caminhar por duas quadras avistou a casa onde seu melhor amigo viveu na infância. Hoje fechada, sem ninguém a quem pudesse visitar. Lamentou, pois sem eles ali talvez o passado a culpasse ainda mais.

Seu olhar alcançou a janela no segundo andar, parando exatamente na janela do quarto dele. Suspirou. Nada mais fazia sentindo agora. Nenhum rastro do que fora o passado senão as lembranças.

A brisa soprou um pouco mais forte e logo uma nuvem de folhas secas atingiram suas pernas que, por sorte, estavam protegidas por meia-calça. Voltou a andar, indo um pouco mais rua abaixo, cada vez mais adentrando a área arborizada.

Desceu a pequena encosta até alcançar as margens do lago. A brisa se tornava cada vez mais fria desde que se aproximara das águas calmas. Folhas secas continuavam sendo levadas pelo vento, sem rumo certo. Não havia uma só pessoa por perto, era como se o destino conspirasse a favor de suas lembranças.

Sentou-se embaixo do salgueiro chorão contorcido. Olhando aquele lago, viu o passado desfilar depressa pela sua frente. E então sua vida retrocedeu quatorze anos.

[...]

Inverno rigoroso, casas e ruas cobertas por uma grossa camada de neve branca. Dentro de casa uma Rosalie de onze anos de idade assistia tevê ao lado do irmão caçula, na época com seis anos.

O garotinho magro, de cabelos louros e cacheados, usava óculos de grau. Ao seu lado, a garota travessa parecia insatisfeita por ter que ficar em casa sem muito a fazer, tão diferente dele que sorria com o desenho que assistia.

Deitada de pernas pra cima, apoiadas no encosto no sofá, seus cabelos dourados lambiam o carpete. Para ela o desenho passava de ponta cabeça.

Depois de alguns minutos, entediada, notou que alguém atirara uma bola de neve na vidraça da janela. Mais uma bola atingiu a vidraça e foi então que ela saltou, mudando rapidamente a posição, ficando de joelhos no sofá. Uma terceira bola de neve atingiu a vidraça, a curiosidade falou mais alto fazendo-a ir até lá. Seu irmão continuava distraído com a tevê, sorrindo.

Ao se aproximar encostou o rosto na vidraça e esbanjou um enorme sorriso ao perceber que era o seu melhor amigo quem estava ali, esbanjando um sorriso de covinhas, enquanto suas mãos cobertas de luvas moldavam uma quarta bola de neve.

Logo que percebera que ela notara sua presença fez sinal com uma das mãos para que ela saísse e fosse se juntar a ele. Ela concordou com um maneio de cabeça, e de repente já não estava mais de frente à vidraça.

No gramado coberto de neve, o garoto do sorriso de covinhas ficou impaciente olhando para a porta, a espera da amiga.

Antes de sair Rosalie recolheu seu casaco no gancho, um gorro de tricô e um par de luvas grossas.

Apressada, abriu a porta e foi atingida por uma forte rajada de vento gélido e cortante. Segurando na pequena grade lateral – corrimão dos três degraus da entrada – sorriu para o amigo enquanto se aproximava.

A bola de neve que ele moldava foi então lançada no ombro de Rosalie. Ela o olhou surpresa, contudo, um sorriso ameaçava curvar o canto de seus lábios. No minuto seguinte, ela se agachava e recolhia um punhado de neve, que logo foi atirado no garoto.

Ele gargalhou e assim como ela havia feito agachou-se e recolheu mais neve, imediatamente atirando-a nela. O garoto não teve chance de reagir, em um piscar de olhos Rosalie o agarrou pelos ombros e o empurrou de costas na neve, mantendo-o preso ali.

– Renda-se Emmett McCarty! – gritou ela. – Dessa vez eu venci – afirmou orgulhosa.

– Não mesmo – ele retrucou, rapidamente invertendo as posições. – Nunca perderei para uma garota. Tente me vencer se for capaz – provocou com um sorriso escancarado.

– Você vai ver – ela revidou, empurrando-o com força. Emmett caiu de costas na neve novamente, não conseguindo esconder seu divertimento. Rosalie ficou de pé e afastou-se dele, enquanto seus pés afundavam na grossa camada de neve.

Emmett se ajoelhou e começou a preparar novas bolas de neve, atirando-as nas costas de Rosalie sem interrupções.

– Para já com isso Emmett ou nunca mais irei falar com você.

– É claro que vai. Eu sou seu melhor amigo. Você não aguenta ficar sem falar comigo um único dia sequer.

– Aguento, sim.

– Lembra-se das férias de verão? – acrescentou ele. – Você disse que estava de mal de mim, porque não quis te ensinar jogar futebol, mas, a verdade é que não aguentou nem cinco minutos.

– Ah, mas era verão – ela buscou se defender escondendo-se atrás de um monte de neve.

– E o que tem a ver isso? – ele segurava mais uma bola de neve e olhava fixamente para onde ela estava agora. Apenas a ponta de seu gorro estava à mostra.

– Eu pensei melhor e acabei que não quis passar o verão sem meu melhor amigo por perto.

– E no inverno isso é possível? – ele quis saber.

– Não, mas só que é bem mais fácil ficar presa dentro de casa... – sua desculpa esfarrapada foi interrompida por mais uma bola de neve que atingiu a ponta de seu gorro.

E lá estavam os dois, gargalhando.

– Cessar-fogo – pediu Emmett, tornando deitar-se na neve, mexendo os braços e pernas, fazendo um anjo quase perfeito.

– Eu nunca consigo fazer um anjo tão perfeito quanto gostaria – dizia ela ao se aproximar. – Todos que faço sempre ficam com as marcas de minhas mãos ao levantar.

– Ah, mas o meu também fica – ele admitiu.

– Mas eu queria que o meu ficasse perfeito – ela tornou a lamentar.

Emmett maneou a cabeça, como que não acreditando. Rosalie deitou-se ao lado dele e começou mexer os braços e pernas também, moldando seu anjo de neve.

Pouco tempo depois, Emmett ficou de pé e estendeu a mão para ela.

– Vem! – convidou. – Talvez assim seu anjo fique perfeito como gostaria. Segure minha mão.

Rosalie uniu suas mãos às dele, ganhando força para ficar de pé, sem que precisasse encosta-las a neve. Uma vez de pé, ela olhou seu anjo. Um sorriso curvou seus lábios assim que notou que ficara perfeito, sem as marcas de suas mãos.

– Eu consegui Emmett! – exclamou eufórica. – Consegui. Eu consegui – comemorou dando um abraço forte no amigo.

– Não acho que vá ficar assim por muito tempo. Quando a neve voltar a cair, vai cobri-lo.

– Ah, mas isso não importa. O que importa é que eu consegui, podemos fazer outro depois. E se você segurar minha novamente vai ficar tão bonito quanto esse. Talvez até mais.

Ela o empurrou com o corpo, e juntos começaram a correr afundando os pés na neve.

Em meio a risos e gargalhadas não notaram a porta da casa ser aberta, e de lá sair o garotinho de cabelos louros. A todo custo tentando se fazer ouvir.

– Rose. Rose. Rose.

Ambos pararam de correr. Rosalie segurando a barra do casaco de Emmett, como se alguém tivesse gritado que parasse onde estava.

Ela olhou na direção do som da voz infantil. E lá estava Jasper, gritando.

– Mamãe pediu para você entrar. Está muito frio aqui fora, e também está quase na hora do jantar.

Rosalie soltou a barra do casaco do amigo e aprumou os pés.

– Nos vemos amanhã? – sugeriu.

– Até amanhã Rose. Tchau Jasper.

– Tchau Emmett – respondeu o garotinho.

Rosalie caminhou até a porta, antes de entrar olhou para trás e viu o amigo se distanciando cada vez mais.

– Você está bastante encrencada – avisou Jasper.

– Não estou não.

– Mamãe vai brigar com você, porque você foi brincar na neve sem pedir permissão.

– Não vai nada.

– Vai sim.

Enquanto retirava as luvas, Rosalie rolou os olhos. Suas bochechas estavam coradas e os lábios tão vermelhos quanto um rubi.

– Eu não sou você, eu sei me cuidar.

– Mamãe... – chamou Jasper.

– Para – revidou Rosalie, cutucando-o.

– Ei, o que é isso? – pediu Esme ao chegar ao hall.

– É o Jasper, mamãe. Ele fica dizendo que você vai brigar comigo porque eu estava lá fora com Emmett.

Esme olhou o filho caçula, que estava de cara emburrada a lado da irmã.

– Não vou brigar com ninguém – avisou, estendendo as mãos para retirar o casaco de Rosalie. Sacudindo a neve antes de pendurá-lo no gancho novamente.

– Viu só – disse Rosalie –, ela não vai brigar seu bobo – completou, empurrando-o de leve com o corpo.

– Para – exigiu Jasper.

– Para você – argumentou ela.

– Para você – ele repetiu.

– Parem já os dois – ordenou Esme, entrando no meio, mantendo-os afastados um do outro.

[...]

Na manhã seguinte, Emmett bateu na porta para chamá-la pra brincar na neve. Como imaginava, o anjo feito na tarde anterior foi totalmente coberto pela neve que caíra durante a noite.

Rosalie desceu os degraus da escada correndo, sendo seguida de perto pelo irmão.

– Eu também quero ir.

– Você é muito pequeno para brincar na neve com a gente.

– Não sou não. Eu já tenho seis anos.

– Continua sendo muito pequeno.

– Me leve, Rose.

– Não – ela resmungou enquanto vestia o agasalho.

– Eu também quero brincar na neve. Me deixe ir com você.

– Vá ficar com a mamãe. Ela vai fazer chocolate quente.

– Eu quero ir com você. Me leva.

– Já disse que não, Jasper – retrucou abrindo a porta, sendo recebida por uma forte rajada de ar frio. Estendeu a mão para o amigo deixando que a porta batesse atrás de suas costas.

Saiu correndo com dificuldade, de mãos dadas com Emmett, enquanto o irmão chorava no hall. Após alguns segundos Jasper abriu a porta, pedindo novamente para que o deixassem ir junto.

– Eu quero brincar com vocês. Eu quero ir. Eu quero ir Rose.

– Vai Emmett, ele vai nos alcançar – ela gritou sem interromper a corrida desajeitada. Ambos caíram de joelhos e logo tornaram a correr novamente.

– Você é malvada, sabia?! – Emmett provocou, embora estivesse adorando o que fizeram.

– Não sou não. É que ele anda muito devagar e isso me irrita. Além do mais, ele tem essa mania de contar tudo pra mamãe e para o papai. É um bebezão.

– Vamos patinar no lago – convidou Emmett.

– Não é perigoso?

– Acho que não, ontem quando passei lá tinha algumas pessoas patinando. Vai, não seja boba. Vamos lá, vai ser legal.

Ela pareceu pensar um pouco, mas acabou cedendo.

– Se você diz – sorriu. – Vamos lá! – completou empolgada.

Ambos sorriram. Brincando na neve, caminharam até chegar ás margens do lago congelado. A placa com o aviso, colocada na tarde de ontem, foi coberta pela neve que caíra na madrugada.

– Porque que não tem ninguém? Você não disse que era seguro. Que tinha pessoas aqui ontem.

– Vai ver estão com medo do frio.

– Não sei não, Emmett – comentou desconfiada.

– Qual é, vai amarelar agora?! Essa Rosalie eu não conheço.

Rosalie deu um soquinho no ombro dele. Depois de uma breve troca de olhar ambos sentaram embaixo do salgueiro chorão, de galhos congelados pelo inverno rigoroso.

– Então, vamos ficar sentados nesse frio sem fazer nada?

– Não – discordou ela. – É só que queria te fazer uma pergunta antes.

– O que? – pediu ele.

Olhando as próprias mãos, ela perguntou:

– Você já beijou alguém?

– Claro, eu beijo minha mãe todos os dias.

– Não é desse tipo de beijo que estou falando. Você já beijou? – insistiu.

– Não. E você, já?

– Não.

– Então porque está me perguntando isso? – pediu Emmett, não entendendo muito bem aonde ela queria chegar.

– Alguma vez sentiu vontade de beijar alguém? Se você falar sua mãe outra vez, juro que te dou um soco. Estou falando de beijar uma garota. Igual nos filmes...

Emmett agora encarava as próprias mãos assim como ela estivera antes.

– Sim... – confessou em voz baixa.

– E quem é ela? – pediu um pouco ansiosa.

– Essa garota é você. A garota mais linda que conheço. A garota que me faz pensar em anjos com frequência...

Um sorriso orgulhoso marcou presença nos lábios, corados pelo frio, da garota loura. Uma de suas mãos deslizou suavemente por uma mecha de cabelos.

– Gostaria de me beijar agora? – ela o surpreendeu.

Meio sem jeito, mas completamente certo do que queria, ele lhe respondeu:

– Sim. Mas a verdade é que não sei como fazer isso.

– Podemos treinar na mão antes. O que você acha?

Ele deu de ombros, desacreditando que Rosalie estivesse mesmo sugerindo aquilo.

Ambos passaram, ao mesmo tempo, beijar a palma da mão varias vezes seguidas. Depois de alguns minutos, Rosalie voltou a falar.

– Pronto, já chega. É o suficiente.

– Tem certeza?

– Tenho – respondeu ela, logo em seguida fez um biquinho com os lábios e fechou os olhos esperando que ele a beijasse.

Com o coração batendo estranhamente rápido, Emmett se inclinou colando seus lábios aos dela. Inicialmente estava de olhos fechados, mas logo os abriu para admirá-la de perto. E, de repente, os olhos castanhos estavam perto demais, o encarando.

Afastaram-se lentamente, envergonhados, ela encarando as próprias mãos. Ele, o lago congelado. Nenhum dos dois soube o que dizer a seguir. Tanto ela quanto ele pareciam constrangidos, até o momento em que Emmett decidiu quebrar aquele clima desagradável fazendo-lhe uma pergunta ingênua.

– Então era assim que você imaginava?

Rosalie ergueu o olhar lentamente e, mesmo não intencional, ambos se encararam com olhos brilhando.

– Não sei... Acho que sim. Era mais ou menos isso... Sei lá, como posso ter certeza? Difícil dizer – ela se embaralhou nas palavras não sabendo ao certo como agir.

O contato visual foi quebrado novamente. Para livrá-la do constrangimento Emmett lhe confessou o que estava realmente sentindo.

– Eu gostei de te beijar.

Cutucando a neve no chão, ela também confessou.

– Eu também gostei de beijar você.

Emmett ergueu a cabeça para olhá-la e a encontrou com um sorriso fascinante estampado no rosto.

– Então somos namorados agora? – ele quis saber.

Feliz, porém, estranhamente tímida, ela rendeu-se aos sentimentos de menina.

– Acho que sim... – disse ela, enquanto o olhava de canto de olho.

Emmett tornou abaixar o olhar, batendo os pés um no outro, mas, em seu rosto estava radiante um sorriso de garoto que não acreditava no que tinha acabado de acontecer. Um amor de infância correspondido era mais do que podia querer.

– E aí, você vai ou não vai deslizar no gelo? – ainda com o mesmo sorriso estampado no rosto, ficou de pé estendendo a mão para ela.

Meio sem jeito eles deram o primeiro passo para cima do lago congelado. Rosalie deu alguns gritinhos ao se desequilibrar em alguns momentos. Foi apenas questão de tempo para que seus pés, já acostumados com o gelo, deslizassem com graciosidade. Seus medos foram substituídos por um prazer gratificante.

Rindo, se divertindo, ignoraram o perigo que os cercavam. Indiferentes ao aviso coberto de neve brincaram cada vez mais distantes da margem.

Na terceira volta, no gelo abaixo de seus pés, surgiu uma rachadura. Movidos por reflexo ambos pararam onde estavam. Entreolharam-se, assustados, e abaixaram o olhar até localizar a rachadura sob seus pés.

Emmett escorregou e no mesmo instante a rachadura começou a crescer de forma alarmante.

– Não se mexa Rose – ele pediu, apavorado.

– Está quebrando... – disse ela. – Como vamos chegar à margem?

– Eu não sei... – sua voz foi ficando fraca à medida que ouviam o som do gelo rachando sob seus pés. – Talvez...

Emmett não teve tempo de formular sua próxima fala, nem mesmo o pensamento. Tão rápido ambos caíram na água congelante. O susto os fez prender o ar. O frio esmagando suas costelas e queimando seus pulmões. Suas roupas tornando-se cada vez mais pesadas ao passo em que lutavam para sair da água. Os lábios ficando roxos rapidamente.

A borda do gelo quebrava cada vez que tentavam apoiasse nela, tornando difícil a tentativa de sair da água.

Em meio ao desespero crescente, Emmett fez o que pôde para ajudá-la subir novamente no gelo. Porém, sua atitude não foi totalmente aceita, ela não quis deixá-lo para trás.

– Vem Emmett! Segure minha mão.

Lutavam contra o frio que os fustigava. Tremendo, Rosalie lutou para se manter sobre o gelo, fazendo de tudo para levar o amigo para seu lado.

A essa altura ambos já não estavam mais usando suas luvas. Por mais de duas vezes Emmett segurou a mão dela, mas não foi o suficiente para subir novamente na camada de gelo quebradiça.

Rosalie, contudo, não se deu por vencida, lutou mais do que podia para retirá-lo da água gélida. Gritou por socorro por várias vezes, usando de toda força que seus pulmões, já afetados, conseguiram.

Sem ninguém por perto que pudesse ajudar, o medo foi aumentando. Os minutos passando lentamente. Uma nova camada de gelo começando a se formar, apavorando-os ainda mais.

Ao longe Rosalie conseguiu distinguir a voz do irmão caçula que a procurava.

– Rose. Rose. Rose... Emmett. Rose, eu quero brincar com vocês. Eu vou contar tudo pra mamãe. Que você fugiu e me deixou sozinho... – sua voz foi se tornando cada vez mais próxima, até que ela o avistou perto da margem do lago. – Rose! – ele exclamou feliz ao vê-la. Deu alguns passos para mais perto do lago e rapidamente foi interrompido pelos gritos da irmã.

– Jasper fique longe do lago. O gelo está quebrando. Eu preciso de ajuda, Emmett caiu na água. Vá chamar alguém, qualquer adulto que você encontrar pelo caminho.

O garotinho arregalou os olhos. Assustado, ele saiu correndo pelo mesmo caminho que viera. Caiu algumas vezes e levantou quase aos prantos, não pela queda, mas pelo medo de que a irmã e o amigo se afogassem antes que conseguisse chamar alguém.

Cada minuto parecia uma eternidade. Debatendo-se na água congelante, Emmett quebrava a nova camada de gelo que se formava, ainda fina. Bolhas de ar saiam de seu nariz, soltando o ar devagar, cada vez mais escasso.

– Emmett, não! – gritou Rosalie, o desespero consumindo cada célula de seu corpo, enquanto o frio a castigava. Movida por instinto, passou a quebrar o gelo com os punhos, chegando a machucar as mãos. – Emmett. Emmett...

Com todo seu esforço e movimento sobre o gelo frágil, acabou caindo novamente na água gélida. Só se deu conta disso quando, involuntariamente, um grito estridente saiu de sua boca.

Voltou à superfície trazendo o amigo junto. Emmett respirava com dificuldade agora.

– Emmett, por favor, respira. Respira! – gritou apavorada. – Mamãe socorro. Mamãe. Jasper volte logo, por favor – soluços se seguiram, enquanto seu corpo lutava para se manter em movimento. O choro chegou sem reservas.

Todo seu esforço estava se tornando um nada. Cada vez mais cansada, Rosalie se entregava ao que achava ser seu destino. Mal conseguia respirar, o frio castigava seus pulmões. Tinha quase certeza de que morreria.

Sem forças para mantê-lo ao seu lado, viu o amigo afundar novamente. Iria afundar junto com ele, quando percebeu uma grande movimentação às margens do lago, era o socorro que chegara.

Rosalie perdeu a consciência. Quando tornou acordar estava em cima de uma maca, coberta por mantas grossas, às margens do lago, agora rodeado de curiosos.

Ladeando a maca estavam seus pais e o irmãozinho, que chorava copiosamente.

– Emmett – essa foi a primeira palavra que ela disse ao abrir os olhos. Apavorada, implorou. – Mamãe o Emmett está no lago – se remexeu, inquieta, tentando sair da maca a qualquer custo.

Carlisle a impediu segurando-a pelos ombros.

– Não está mais, meu amor – Esme explicou calmamente, seu tom de voz ocultando informação, ela notara isso. Rosalie tentou ver alguma coisa por trás da mãe e pôde notar uma maca sendo levada com seu melhor amigo, há poucos minutos namorados, sobre ela.

Viu a mãe dele, dona Elsa, aos prantos sendo abraçada pelo marido, o senhor John. Ao entender o que estava acontecendo, gritou:

– Não. Não, mamãe. Meu Deus, não. Mamãe. Emmett, não. Não, por favor, não. Isso não pode estar acontecendo. Não. Emmett... Volta. Volta. Volta pra mim...

[...]

Enrico se aproximou do lago ao ver a mãe sentada embaixo do salgueiro chorão onde, no passado, em um dia de neve, ela dera seu primeiro beijo.

Preocupado, Enrico aumentou o passo ao perceber que ela gritava por alguém. Mas quem, já que não havia mais ninguém por perto. Contudo, teve quase certeza de ter ouvido seu nome.

– Mamãe. Mamãe – ele gritou de volta. – Mamãe.

Rosalie abriu os olhos perdida entre o passado e o presente. Sua respiração estava pesada, lágrimas molhavam seu rosto sem reservas. Levou alguns segundos para perceber que era Enrico quem a chamava. Imediatamente ficou de pé.

O viu se aproximar das margens do lago. O passado e o presente se embaralharam lhe causando ainda mais medo e dor.

– Não chegue perto do lago – exigiu.

– Mamãe – repetiu Enrico indo até ela, ignorando seu aviso. – Mamãe.

De um jeito estranho, apavorada como jamais Enrico a vira, ela puxou seu braço. Gritando com ele, bastante perturbada.

– Nunca mais chegue perto desse lago. Cadê o seu irmão? – ela o chacoalhava. – Onde está o seu irmão, Enrico? Cadê o Noah?

Enrico a olhava assustado.

– Para mamãe. Está me assustando – pediu, agora chorando. – Mamãe, porque está agindo desse jeito?... Para.

Mas Rosalie, no entanto, parecia não ouvi-lo.

– Eu não falei para ficar com seu irmão?! Cadê o Noah, Enrico? Cadê ele?

Enrico olhava para ela sem entender o porquê de tudo aquilo. Medo era tudo o que ele sentia agora.

– Ele está com o tio Jasper e a Zoey. Eles estão vindo aí – explicou em meio ao choro.

Parecendo então recobrar o controle, Rosalie o abraçou.

– Me perdoa meu amor – pediu, beijando o topo da cabeça dele. – Perdoa a mamãe filho. Me perdoa...

– Porque ficou assim mamãe? O que foi que eu fiz de errado?

Rosalie lhe beijou ambas as bochechas.

– Não é nada com você amor. Perdoa a mamãe. Você não fez nada de errado. É só que fiquei perturbada com algumas coisas do passado. Coisas ruins que me aconteceram aqui. Você é um bom garoto, não fez nada de errado meu a amor.

– O tio Jasper disse que você não gosta de vir pra cá por causa desse lago...

– O que seu tio disse exatamente?

– Que seu amigo morreu aqui quando vocês eram crianças. Que vocês caíram no lago congelado... E que ele se chamava Emmett, assim como eu – Rosalie o abraçou como se sua vida dependesse disso. – É por isso que o meu primeiro nome é Emmett? E é por isso que você nunca quis morar perto da vovó?

– Sim, meu amor. É por isso que seu primeiro nome é Emmett – Rosalie segurou o rosto dele entre as mãos. – Promete pra mim que nunca mais vai chegar perto do lago. Promete pra mim. Eu morreria se algo acontecesse a você ou ao seu irmão. Eu morreria...

– Eu prometo mamãe. Eu prometo. Mas, por favor, não fique assim. Me assustou muito. Parecia outra pessoa.

– Desculpe filho eu não quis te assustar. Isso é o que menos quero nessa vida. Quero ser sua amiga, que você confie em mim.

Enrico suspirou lembrando-se do que o perturbava tanto.

– Eu não quero voltar pra perto do papai – disse ele. – Não quero ficar perto dele. Eu vi quando ele te empurrou no outro dia e você caiu no chão da cozinha. Tenho medo que ele te machuque outra vez. Ou que machuque o Noah. Ele não gosta da gente...

– Então é isso. Você viu nossa última briga. Oh, meu amor, não era pra você ter visto isso. Me desculpe... Me desculpe filho.

Rosalie o abraçou e tornou a beijar seu rosto. Seus lábios ainda estavam encostados à bochecha de Enrico, quando então ouviu a voz do caçula, Noah.

– Mamãe. Mamãe linda.

Ela suspirou e ergueu o olhar, seguindo na direção das árvores mais distantes da margem do lago, e lá estava Noah, de mãos dadas com a prima Zoey, de quatro anos de idade – uma garotinha de cabelos louros e nariz arrebitado. Ao lado dos dois estava Jasper com um sorriso de boas-vindas estampado no rosto.

Segurando a mão de Enrico, ela foi ao encontro deles.

– Mamãe – dizia Noah, pulando a sua frente. – O tio Jasper fez um balanço lá na casa da vovó. A Zoey e eu vamos brincar depois do almoço, a vovó que disse.

Rosalie o olhou, um sorriso curvando o canto de seus lábios. Secou as próprias lágrimas e beijou o rosto do filho caçula, pensando o quanto seus filhos mereciam passar mais tempo perto dos avôs e do tio. Era suas dores, seu passado, não deles.

Beijou a sobrinha no rosto, e de canto de olho viu o irmão Jasper abrir os braços para recebê-la em um abraço reconfortante. Ela se deixou abraçar, logo depois lhe beijou o rosto e afagou seu ombro.

– Vamos para casa – disse ele, próximo ao seu ouvido.

Ela concordou com um maneio de cabeça. Jasper passou o braço em volta dos ombros dela, que segurava a mão de Enrico. Juntos começaram a refazer o caminho de volta para casa deixando o passado um pouco para trás.

Um pouco mais a frente, Noah e Zoey corriam, ora chutando as folhas secas, ora catando-as e jogando-as para cima.

Rosalie faria o possível para jamais voltar às margens daquele lago novamente, fosse qual fosse a estão. Não queria mais se torturar revivendo a dor do passado, tampouco permitir que seus filhos se tornassem vitimas dele. Consequentemente, não mais permitiria que as lembranças os mantivessem longe da família.

Ainda assim, não importa quanto tempo passe, ele, seu primeiro amor, sempre estará vivo dentro de seu coração.


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram? Eu gostei bastante, espero que tenham gostado também. Não se esqueça de deixar um review, e quem sabe uma recomendação.
Beijo, beijo
Sill