Eu estava confuso, mas corri para abraçá-la (não me leve a mal por causa da Annabeth. É que, afinal de contas, a Julie era a minha melhor amiga.)

– Senti sua falta!– eu disse. – Há quanto tempo você está aqui?

– Também senti a sua! Você chegou agora?

– Sim, mas eu frequento o acampamento há dois anos

– Ei! Eu frequento o acampamento há três anos.

– Como foi que eu nunca te vi?

– Eu... Meio que tive que sair no último verão. Ah, mas isso não importa. O que você fez durante esses dois anos, hein? Temos que por o assunto em dia.

Eu estava prestes a contar à ela, quando Annabeth chegou.

– Ufa! – suspirou Annabeth – É bom não ser o centro das atenções de vez em quando. Não é, Per... – Só então ela notou Julie. – Julie! Você voltou! –

– Vocês se conhecem? – perguntei para Julie.

– Sim, nos conhecemos.

– É – disse Annabeth – A Julie é... minha irmã mais nova.

deixei aquilo esfriar um pouco na minha cabeça. Deixa eu ver se entendi. A minha antiga melhor amiga é uma meio-sangue, e ainda é uma meia-irmã da minha nova melhor amiga. É. Eu posso viver com isso.

– Há quanto tempo vocês se conhecem? –perguntou Annabeth animada.

– Nós estudávamos juntos – disse – antes de Grover me achar.

– Ah, Grover! – disse Julie entusiasmada – Onde ele está?

– Ele foi para os bosques. – disse Annabeth – Foi falar com Juniper.

– Eu vou lá falar com ele. Você vem, Percy?

Annabeth pareceu um pouco incomodada.

– Eu... já vou – disse – Pode ir na frente.

E ela foi, me deixando sozinho com Annabeth.

– Então... – Annabeth disse finalmente – Vocês parecem bem íntimos!

Meu rosto ficou quente. Eu nunca tinha pensado na Julie daquela forma.

– Ahn... Nós eramos melhores amigos.

Annabeth franziu as sobrancelhas. – Bom, eu tenho que ir para o meu chalé. Preciso arrumar algumas coisas. Te vejo depois, Cabeça de Alga.

. . .

Tínhamos um horário livre entre as 19:00 e as 20:00 horas. Então, eu resolvi dar uma caminhada pela praia.

Quando cheguei lá, Julie estava sentada na areia, desenhando um pégaso com um graveto

– Ah, oi, Percy! O que veio fazer aqui?

– Bom, eu sou filho de Poseidon. O mar sempre me acalma.

fui me sentar com ela.

– Uau! que pégaso bonito.

Ela corou. – É só um esboço. Pra passar o tempo.

A água estava calma, com apenas algumas ondas se quebrando no horizonte. A lua brilhava alto no céu.

– Que noite bonita. – eu disse, tentando puxar assunto.

– É – ela concordou – É mesmo uma vista incrível daqui.

Ela olhou para mim. A luz da lua refletia em seu rosto, fazendo seus olhos brilharem. Só então eu percebi como ela havia mudado. Ela estava diferente... Mais bonita.

Eu não sei o que deu em mim naquele momento.E me pergunto isso até hoje. Mas... Eu beijei ela.