It girl escrita por lillil


Capítulo 18
Uma misteriosa família sueca


Notas iniciais do capítulo

Capitulo novo sem revisar porque o capitulo saiu grande e eu fiquei com preguiça u.u
Procrastinção



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Nunca mais vi Lylla, nem nos corredores ou em alguns dos quartos, ela simplesmente sumiu, como Collin trabalhava no mesmo hospital onde eu estava internada pedi que ele olhasse a lista dos internos, ou quem havia recebi um coração novo, ela não estava em ambas às listas.

–Tem certeza disso?- eu ainda não estava acreditando

–Absoluta, ela não esta em nada- Collin continuava foliando a papelada.

–Isso é bizarro... – eu estava deitada em “minha” cama enquanto Collin estava em pé em minha frente

–Concordo, e a proposito... – Collin me entregou dois pequenos copos descartáveis, um contendo duas pílulas e outro com agua.

Já havia ficado bem claro que a quimioterapia não me ajudaria em nada, então uma vez por dia eles me davam esses remédios para que eu não sentisse dor, afinal, eu tinha um órgão morrendo dentro de mim.

–Eu tenho que voltar ao trabalho- ele beijou minha testa e saiu

Os remédios me deixavam sonolenta, então logo adormeci.

...

Acordei um “pouco” tarde (23h30min), mas era indiferente. Hospitais nunca dormem. Cada segundo tem uma emergência.

Minha boca estava seca, então desci da cama e fui até a maquina de refrigerantes que ficava em frente ao meu quarto.

–Oi!- enquanto me abaixava para pegar o refrigerante que havia escolhido Lylla apareceu do meu lado

–Você me assustou!- exclamei levando minha mão em seu ombro e empurrando ela calmamente

–Desculpa- ela dizia em meio às gargalhadas- Só passei para dizer que amanhã eu ganharei um coração novo

–Isso é ótimo!- a abracei, minha alegria por ela ter conseguido um coração era verdadeira.

–Eu sei! Uma mulher da minha idade morreu e agora eu estou viva- ela deu uma risada alta- isso não teve sentido algum- Lylla riu novamente- enfim... Estou indo dormir- ela virou as costas e saiu

–Espera!- gritei

–O que foi?- Lylla se virou para mim, mas continuou caminhando.

–Por que você não esta em nenhuma lista do hospital?

–Você procurou no lugar errado- Lylla virou as costas novamente e seguiu seu caminho

Terminei meu refrigerante e voltei a dormir.

P.o.v Collin

Para que uma doação de órgãos aconteça é necessário que tenha o consentimento dos dois lados (doador e necessitado), eu estava disposto a doar meu rim. Não era loucura, muito menos idiotice.

Jessie realmente precisava daquele órgão, mas ela negava, não queria minha ajuda e tudo o que eu queria era ajuda-la. Se pensar nela apenas consigo lembrar-me do dia em que fomos ao parque, ela usava um vestido longo de cor azul, aqueles cabelos de cor lilás balançando com o vento era encantador. Como eu sou sortudo.

Aquele cabelo colorido ainda esta lá, por mais que ela negue eu sei que ela esta contente por eles não terem caído (acho que apenas isso a alegrava), sua alma não havia partido, mas seu corpo pedia socorro, algumas unhas dela estavam caindo, com um rim parando era meio difícil de o corpo exercer todas as suas funções, sua pele estava mais branca: veias que antes não apareciam antes agora são visíveis, ela tentava se hidratar, porém não adiantava seus lábios estavam extremamente secos, sem contar que já foram encontrados alguns tufos de cabelo em seu travesseiro, até tivemos que aumentar a dose de seus remédios.

Eu nunca fui (ou serei) o cara machão que é extremamente forte, corajoso, e está sempre disposto a bater em alguém, mas também não sou aquele cara fraco, romântico, poeta ou coisa do tipo, não sai de um livro, muito menos de um clube de luta secreto. Todo homem é criado para ser e fazer o estilo do “cara forte” tipo não chorar na frente de alguém ou outra coisa extremamente máscula, mas confesso que sempre que meu turno e o horário de visitas acabavam e eu tinha que ir para casa a nossa casa e me deitava em nossa cama, aquele perfume dela me fazia “pensar” muito e com o “pensar” eu quero dizer chorar. Eu tinha que salvar ela.

No outro dia

Hoje era meu dia de folga, mas antes de ir passar no hospital e visitar a Jessie resolvi visitar um lugar aonde nós dois não íamos há muito tempo... O teatro.

P.O. V Ambre

Não especifiquei para meus pais o porquê de estar indo para a Suécia, eu havia dito que já era uma mulher adulta e independente e depois é claro pedi dinheiro ao papai para comprar a passagem de avião (e é obvio que exigi a primeira classe).

Com o nível de gentinha que vi na primeira classe, pensei que estava na classe econômica, por sorte meu irmão resolveu se casar com alguém que viva em um país de primeiro mundo!

O voo foi... Confortável... Digamos o filme que passou durante o voo foi péssimo, os camarões estavam secos demais, o vinho tinto estava muito gelado, e a aero moça me ofereceu amendoins! Amendoins! Argh esses serviços aéreos estão ficando piores, quando voltar para casa vou exigir um jatinho particular para o papai!

Depois de milhões anos consegui pegar minha mala.

Quando ainda estava no topo da escada rolante vi um homem loiro, não muito alto e seus cabelos estavam curtos, ele segurava uma placa com meu nome escrito... Nathaniel estava lindo, não consegui acreditar quando o vi, fui o mais rápido até ele e o abracei, era bom ver ele novamente, porém quando terminamos o abraço uma pequena parte do pânico que senti quando entrei em seu quarto e vi-o naquela situação, seu rosto possuía cicatrizes de todos os tamanhos aquilo havia me causado certa agonia.

Enquanto estávamos no carro os assuntos estavam iguais àquelas conversas de elevador, às vezes alternávamos entre pequenas e nada empolgantes novidades e o silencio constrangedor.

Finalmente chegamos a casa, eu até havia dito que eu poderia ficar em um hotel, mas Nathaniel insistiu e pediu que eu ficasse em sua casa, não protestei, e também não me arrependi, a casa era enorme.

Gentilmente Nathaniel abriu a porta e me deparei com uma sala de estar grande e repleta de pessoas.

–Finalmente chegou a vacker que faltava!- um velho com uma barriga grande e um bigode branco e maior ainda veio me cumprimentar com um abraço

–Vacker significa bela- Nathaniel cochichou em meu ouvido

–Prazer- ele estendeu sua mão- Gustav Hansson- apertei sua mão gentilmente

Gustav sentou-se e assistiu concentrado o noticiário

–Célia... Hansson- a noiva de Nathaniel me deu um abraço mais apertado do que o de Gustav- e você é a Conn... Digo Amber!- ela possuía certo entusiasmo no olhar, e logo passou o braço pelos ombros de Nathaniel.

–É AmBRE- dei ênfase no “bre”- muito prazer- estampei um falso sorriso em meu rosto

–E esses são: Gustav meu pai- Célia dizia os nomes e ia apontando para todos os que estavam na sala- Gunnar meu irmão mais velho- Gunnar aparentava ter uns trinta e suas feições eram extremante iguais as de Célia. - Kristina, minha mãe- ruiva com alguns fios de cabelo branco em sua cabeça e um avental em sua cintura- Harriet, minha prima e essa ao seu lado é Anna sua irmã gêmea- as duas eram loiras e pareciam ter quatorze anos, Harriet possuía os cabelos acima dos ombros já Anna tinha os cabelos longos- Birger e Isabella são os pais das garotas, Sven e Anders, eles estão na fila para adotar uma criança- Célia apontou para dois homens que estavam sentados ao lado das gêmeas- e por fim: Peter e Sofia- um casal de idosos que estavam sentados tomando café.

–Bela família- menti

–Ainda faltam alguns tios e primos, mas nem todos poderiam ficar aqui em casa- Argh eles não tirava aquele sorriso amistoso do rosto.

–Célia, acho que é bom você levar Amber até o seu rum- Kristina disse

Nathaniel notou que não entendi a ultima palavra e então novamente me explicou

–Significa quarto

E assim fui em direção ao quarto, mas assim que passei pelas escadas notei que Gunnar me encarava, olhei em seus olhos e vi que aquele olhar era assustador.

Chegamos a um quarto lilás, com uma grande janela, cama de solteiro, criado mudo e um pequeno guarda-roupa.

–Esse era meu quarto... Sinto-me nostálgica toda vez que entro aqui- Célia encarava as paredes- Bom, esse quarto tem banheiro- ela apontou para uma porta branca- mas se preferir tem um banheiro na frente do seu quarto, Nathaniel e eu estamos acomodados no quarto ao lado e o quarto de Gunnar está do outro lado e no final do corredor dormem meus pais- ela passava todas as instruções de um modo bem claro- se quiser tomar banho e arrumar suas coisas você pode fazer isso e depois quando descer vai haver o jantar.

Fiz como ela disse, organizei minhas coisas e fui tomar banho (no bainheiro do quarto mesmo) eu estava totalmente distraída tomando banho e cantando minhas canções favoritas e ouvi a porta do banheiro abrir, mas achei que havia sido coisa da minha imaginação então não dei muita atenção.

Sai do chuveiro e vi que minha toalha não estava mais onde eu havia colocado, estranhei como apenas eu usaria aquele quarto sai do banheiro nua e procurei pela toalha até que a avistei em cima da cama, caminhei até ela e me sequei. Enquanto me vestia senti alguém me observar, mas as cortinas estavam fechadas e eu havia me certificado que a porta estava trancada.

Desci as escadas e ouvi certa agitação na sala de jantar, fui até lá e vi todos arrumando os pratos na mesa, fiquei olhando aquilo por um bom tempo, aquela sensação de família grande e unida era tão... Boa, as gêmeas arrumavam os copos, Kristina já levava as refeições até a mesa, Gustav escolia com Birger qual o melhor vinho, Sven e Isabella fofocavam e riam sobre algo, Anders guiava Peter e Sofia para as cadeiras, afinal aqueles velhos estavam caindo aos pedaços, Nathaniel fazia cócegas em Célia.

Fico imaginando qual era o nível de satisfação do Nathaniel, ele finalmente encontrara uma família em que se encaixava.

A mesa de jantar era suficientemente grande e todos haviam escolhido seus lugares, Gunnar acabou sentando-se ao meu lado, às vezes enquanto cortávamos a comida nossos dedos roçavam e eu me sentia desconfortável com isso. Algumas vezes suas mãos iam até minha coxa, algo extremamente desconfortável e sempre que eu lançava um olhar sanguinário a ele, o mesmo dizia que era por causa do vinho e se desculpava.

Gunnar era alto e parecia ser forte, seu olhar era uma junção de intimidador e assustador, ele não era feio na verdade ele era muito lindo, contudo, isso não diminuía o desconforto que era ficar perto dele.

Gustav estava contando a quarta piada (ofensiva) sobre noruegueses e todos estavam rindo muito com exceção de mim, que não entendia nada. Vi que Anna deu uma forte gargalhada e também notei que Gunnar a fitava e não dava a mínima atenção para a comida. Finalmente os olhares dos dois se cruzaram, Anna olhou para suas mãos (que repousavam em seu colo). Anna levantou em silencio e foi se retirando, porém Harriet segurou seu braço.

–Para onde você esta indo?-ela perguntou

–E-eu vou para a casa na arvore...

–Ótimo, eu vou com você!- Harriet respondeu entusiasmada e colocou seu guardanapo na mesa

–NÃO!- Anna exclamou e todos olharam para ela- eu quero ir sozinha

–Tem certeza?

–Sim

Harriet ficou em silencio enquanto Anna se retirava, todos voltaram a conversar e rir rapidamente até que Gunnar também se levantou e disse que ia para fora fumar.

Ficar ao lado de Gunnar me lembrou aquelas horas em que passei com Bonnie ou quando fui assediada por aquele maldito policial... Ele [Gunnar] tinha algo estranho e não era apenas seu nome.


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Notas finais do capítulo

Eitcha
Eu tenho alguns recados para dar então: LEIA ÇA PREULA
Primeiro: eu sei que está tendo pouco ponto de vista (p.o.v) da Jess, mas é porque como ela não esta mais em um ambiente de escola é meio difícil fazer a interação com os outros personagens.
Segundo: é normal vocês estranharem o nome dessa galera sueca e loka ai, porque lá é super comum ter esses nomes assim como aqui no Brasil é normal se chamar Maria ou João e etc.



MAIS TRETAS VIRÃO, NÃO SE PREOCUPE