Mercedes grunhiu levemente irritada enquanto revirava sua bolsa de couro preta atrás de sua chave perdida entre a bagunça acumulada. Nada muito fora do normal, ela sabia que sempre perderia a chave assim que a jogasse na bolsa, mas nada a impedia de repetir o ato.

Sabia também que a sua vizinha idosa de apartamento sairia daqui alguns minutos e falaria com seu sotaque Inglês “Perdestes a chave novamente, Mechi?” e Mercedes rebateria com seu sotaque mexicano “Ela que se perdeu, senhora Heard”.

Mercedes, ou somente Mechi, não se julgava a melhor das pessoas do mundo, mesmo com apenas 18 anos, já havia vivido mais do que muitas pessoas com o dobro de sua idade. Mas quando via a senhora Heard sair de seu apartamento e lhe sorrir com os olhos enquanto falava isso lhe acalmava os nervos.

Mas a senhora Heard não apareceu naquela tarde e nem na próxima.

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– É só isso por hoje pessoal. – Mercedes disse e os jovens se jogaram no chão exaustos, mas satisfeitos. – Vocês foram muito bem nessa aula.

Mercedes dava aula em uma academia de dança por hobby, necessidade e tédio, enquanto não conseguia realizar seu verdadeiro – oculto- objetivo.

Pensar em objetivo fazia a jovem olhar o seu reflexo no enorme espelho da sala de aula. Seus cabelos louros com franjinha estavam um pouco bagunçados devido à aula, mas isso a dava um ar mais sexy devido aos belos olhos esverdeados.

Enquanto saía da academia, sentiu alguém segurar-lhe o braço a fazendo se virar assustada. Não havia percebido que estava sendo seguida, aquilo havia sido definitivamente uma surpresa.

Sorriu com desdém, essa pessoa parecia ser interessante.

– Quem é você? – Perguntou interessada para a mulher que soltou seu braço.

– Natasha Romanoff. – A mulher disse somente sem expressar medo ou interesse, apenas encarava Mercedes com certa curiosidade.

– No que posso lhe ajudar senhorita Romanoff? – Perguntou Mercedes sem perder a pose de menina má irritada pela demora.

Natasha sorriu.

– Poderia me acompanhar, Mercedes Hernández? – A ruiva perguntou apontando para um carro negro a uma pequena distância.

– E se eu me recusar senhorita Romanoff? – Perguntou provocativa.

Natasha arqueou as sobrancelhas e deu de ombros.

– Podemos falar aqui mesmo. – Disse somente. – Nick Fury a quer para fazer parte de um novo grupo.

A boca de Mercedes se abriu e as palavras faltaram por alguns segundos.

– Nick Fury, um dos comandantes da SHIELD exposto pelo mundo na queda da organização, que por acaso é a mesma organização que abrigava a HIDRA debaixo dos braços e fingia não saber? – Mercedes perguntou ríspida e se virou para ir embora. – Diga a ele que não estou interessada.

– Achei que quisesse vingança contra a HIDRA. – Natasha disse rapidamente a fazendo parar e se virar.

– Como vocês...

– Como sabemos? – Perguntou à ruiva. – Nós sabemos de tudo, senhorita Hernández. Entre em contato se mudar de ideia. – Natasha lhe entregou um pequeno pedaço de papel com um número riscado de caneta preta.

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Mercedes saiu do elevador assim que o mesmo aterrissou no andar do seu apartamento. Andou pelo extenso corredor e seu olhar parou na porta branca de sua vizinha, a dona Heard.

Já faziam uns quatro dias que ela não aparecia.

Com a curiosidade tomando conta de seu ser, a loira se dirigiu a porta ao lado e tocou a campainha.

Nada, ninguém atendeu.

Tocou novamente impaciente e novamente nada.

Mercedes tocou a maçaneta da porta de sua vizinha e a girou percebendo que estava aberta. A preocupação tomou conta de seu ser. Abriu a porta por completo e adentrou o apartamento da dona Heard e correu até a espaçosa sala.

Tampou a boca contendo um grito ao ver o corpo mutilado no chão, o tapete que antes era de cor salmão estava completamente vermelho, pedaços do corpo estavam espalhados pela sala e na parede branca escrito com o sangue da senhora Heard:

Heil HIDRA!