A Punição escrita por Bookworm


Capítulo 35
Bônus Apolártemis: Noite do Eclipse


Notas iniciais do capítulo

Até as notas finais.
E sim, estou postando dois capítulos no mesmo dia.



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Apolo e Ártemis já estavam na casa dele há metade de um dia e ainda não haviam encontrado uma saída para o problema em questão.

— Eu não quero me casar com você! Na verdade eu não quero casar com ninguém! – esbravejou pela milésima vez naquele dia.

— Você aceitou o pedido! – gritou enquanto passava a mão pelos fios loiros.

— Eu estava bêbada. Bêbada em uma festa que eu não queria ir, para começo de conversa – baixou o tom de voz e sentou-se na beirada da cama.

— Você e eu sabemos muito bem o quão persuasiva Afrodite pode ser – sentou-se no tapete e olhou-a nos olhos. — E também sabe que um pedido de casamento feito na frente dela só pode ser anulado por ela.

Ártemis fechou os olhos com força e respirou fundo, controlando-se para não gritar novamente.

— Não há a mínima possibilidade de ela cancelar esse pedido? – perguntou, mesmo que já soubesse a resposta.

— Ela quer nos ver juntos tanto quanto quer ver Poseidon e Atena – respondeu baixo. — Será que eu sou tão repulsivo para você que até cogitar a ideia de casar comigo a deixa enjoada? – perguntou ao vê-la empalidecer.

— Acho que me transformar em um escorpião gigante e deixar que minhas caçadoras me matem é um destino menos pior – respondeu, e no mesmo instante se sentiu culpada por mentir para ele mais uma vez.

— Pois bem, já que não tem outro jeito e Afrodite não me permitirá retirar o pedido, que fiz quando estava bêbado, nós nos casaremos e eu a deixarei livre para viver com suas caçadoras. Eu não me importo, contanto que esteja feliz – secou rapidamente a lágrima que desceu, pegou o violão no canto do quarto e saiu.

Assim que a porta bateu Ártemis soltou as lágrimas que estava prendendo. Seus soluços ecoavam pelo quarto e a dor que sentia era tão insuportável que teve que deitar. Quando já não conseguia chorar mais, levantou-se e foi para a varanda olhar o céu.

Quando Apolo apareceu no quarto ela percebeu a besteira que fizera. Ele estava com os olhos inchados e os cabelos totalmente desgrenhados. Deixou o violão no mesmo lugar de antes e estava saindo do quarto quando de repente virou-se para Ártemis e com a voz mais embargada do mundo fez a pergunta que destruiu a barreira que ela levara milênios construindo.

— Por que você não é capaz de me amar?

— Está mesmo me perguntando por que não sou capaz de te amar?! Eu te amo tanto que às vezes chega a doer! Tem ideia do que é se culpar todos os dias por amar o irmão de uma maneira não fraternal? Sabe o que é ter ciúme de algo que não é seu? – gritou, secando as teimosas lágrimas com as costas da mão.

— Sim! Eu tenho ideia do que é me sentir culpado por não te amar do jeito politicamente correto. E sim, eu sei o que é sentir ciúme de algo que não é meu – gritou de volta. — Porque você acha que mandei aquele escorpião atrás do idiota que você adorava chamar de companheiro de caça?! – esbravejou, chegando mais perto a cada palavra.

Ártemis nada disse. Apenas fixou seus olhos nos dele e pousou sua mão direita onde sentia os batimentos fortes e descompassados que se descontrolavam mais e mais a cada centímetro que ela se aproximava.

Em uma concordância muda e mútua, acabaram com os pequenos centímetros que os separavam e juntaram os lábios em um beijo.

Com certo receio, Apolo colocou uma mão na cintura de Ártemis e com a outra fez uma carícia leve em sua bochecha antes de pedir permissão para aprofundar o beijo. Considerou o leve arranhão em sua nuca como um sim e acariciou a língua dela com a sua, sentindo uma corrente elétrica passar por todo o seu corpo com o ato.

Ártemis segurou a camisa de Apolo como se ele pudesse se afastar e desaparecer a qualquer momento e a fim de ter certeza de que isso não aconteceria, juntou seus corpos. Porém, com esse movimento pôde sentir a excitação de Apolo, o que a deixou desconfortável e completamente corada, fazendo-a se afastar logo em seguida.

— O que houve Artie? – perguntou segurando seu queixo com a mão delicadamente.

— Eu... hm... eu não estava esperando esse beijo – respondeu tentando ser convincente. De jeito nenhum falaria sobre os sonhos que andara tendo desde que ele a beijou em uma caçada dias atrás.

— Mas foi você que tomou a iniciativa – retrucou com um sorriso que quase a tirou o fôlego.

— Não foi não! – disse, fazendo biquinho.

— Tudo bem então. Você não me beijou primeiro – passou o polegar de leve na bochecha dela. — E para não dizer que foi pega de surpresa, eu vou te beijar agora – sussurrou em seu ouvido e a beijou novamente.

Ela, como da outra vez, juntou seus corpos e conseguiu com algum esforço ignorar a virilidade de seu amado. Sentiu as pernas amolecerem quando ele tocou de leve os lábios em seu pescoço e por esse motivo o abraçou com mais força.

— Quer casar comigo? – perguntou antes de morder o lóbulo da orelha dela.

— Você não está sendo justo – sussurrou de volta enquanto passava a mão por entre os fios loiros.

— Por quê? – perguntou novamente enquanto a encostava na porta que acabara de fechar.

— Porque você sabe que eu direi sim – respondeu num fio de voz.

— E onde entra a injustiça nessa história? – beijou-lhe o pescoço e sorriu de lado quando ela apoiou as pernas em seus quadris.

— Na parte em que você está me seduzindo e eu não consigo pensar direito – suspirou e fez com que os cabelos dele se emaranhassem em sua mão.

— Nem Atena é tão justa quanto diz ser meu amor. Eu já joguei videogame com ela – disse e beijou-a mais uma vez. — E quem está sendo seduzido aqui não é só você.

— E como estou conseguindo seduzir-te, Sr. Apolo? – perguntou, tirando-o da curva de seu pescoço para poder olhá-lo nos olhos.

— Sendo você – respondeu com um meio sorriso ao vê-la corar. — E você ainda não respondeu meu pedido.

— Se responder algo que está implícito o faz feliz... Sim, eu aceito – respondeu revirando os olhos.

Apolo a levou até a cama e lá começou a distribuir beijos por todo seu rosto, fazendo com que ela risse melodiosamente. Parou de beijá-la para poder olhá-la com atenção. Não fossem os olhos levemente inchados ele nem desconfiaria que ela havia chorado mais cedo. Sorriu também e beijou-lhe a testa antes de tocar-lhe os lábios com os seus.

Ao ver que a luz da lua entrava sorrateiramente pela janela acima da cama ele murmurou um “já volto” e desligou as lâmpadas, deixando que sua amada fosse iluminada apenas pela luz lunar.

— Dá para imaginar que horas atrás estávamos quase matando um ao outro? – perguntou depois de alguns beijos.

— Infelizmente, dá sim – respondeu com um sorriso.

— Eu poderia compor um haicai sobre isso... Deixe-me ver... – quando ia começar a recitar foi interrompido com um beijo.

— Sem haicais, apenas me beije ok? – pediu acarinhando seu rosto.

— Seu pedido é uma ordem – acatou o pedido e a abraçou antes de beijá-la.

***

Ártemis tentou com muito afinco ignorar as sensações que dominavam seu corpo cada vez que os lábios de seu amado tocavam sua pele, porém, com as imagens do sonho vindo em sua mente frequentemente esta se tornou uma tarefa quase impossível.

— Sabe meu amor, é ótimo beijá-la, mas se continuar me abraçando assim e suspirando em meu ouvido a situação ficará difícil para o meu amigo aqui em baixo – disse um tanto quanto ofegante.

— Desculpe... – murmurou, corando fortemente e deitando no colchão.

— Sem problemas – sorriu, deu-lhe um beijo na testa e deitou-se apoiado no cotovelo. Apenas a observando.

Seus lindos cabelos ruivos faziam um contraste perfeito com a pele alva, que agora estava em um adorável tom rosado por conta da situação que estavam antes. Sem ao menos tentar conter o impulso, passou a ponta dos dedos por todo seu rosto e pousou em seu pescoço. Em cima da veia que entregava seus acelerados batimentos, apesar de parecer calma com os olhos fechados. Continuou descendo as carícias e parou novamente em sua cintura, sorrindo ao vê-la ficar arrepiada.

— Está com frio? – deitou-se no mesmo travesseiro que ela, deixando seus rostos a pouquíssimos centímetros de distancia.

— Um pouco – respondeu e foi aconchegada em um abraço.

— Sabia que você se aquece mais rápido se estiver com menos roupa? – perguntou com um sorriso travesso e a viu corar novamente.

— Eu vou pegar um cobertor – disse e começou a levantar-se, porém foi impedida por Apolo.

— Tenho um jeito mais eficiente para nos manter aquecidos – ficou por cima dela e a beijou.

Foi uma forma tão eficiente que minutos depois a camisa de Apolo já estava jogada em qualquer canto do quarto e, por mais vergonhoso que fosse para ela, o objetivo era fazer o resto das peças terem o mesmo destino.

A cada beijo que recebia no pescoço a sensação incômoda em seu baixo-ventre aumentava juntamente com a temperatura e sentir Apolo descer os beijos não estava ajudando em nada. Porém ele não teve a ousadia de descer até os limites de seu decote, apenas afastou a alça de sua blusa e de lá fez uma trilha até o lóbulo de sua orelha.

— Ainda sente frio? – sussurrou e sorriu ao ouvir a respiração ofegante dela.

— Cala a boca – respondeu e num ímpeto de coragem ficou por cima dele e o beijou.

Por mais que a vontade de Apolo fosse tirar cada peça de roupa que ela usava para depois beijar cada parte de seu corpo, ele ainda estava preocupado com o juramento que ela vinha mantendo há milênios. Jamais se perdoaria se o Estige a punisse severamente. Preocupado com isso, inverteu as posições e deu-lhe um selinho antes de cortar o clima.

— Não podemos – disse e recebeu um olhar confuso. — Você tem seu juramento e eu jamais me perdoaria se você fosse punida por minha causa – explicou-se e recebeu um carinho no rosto.

— O Estige não pode me punir. Meu juramento tem como ponto fraco o verdadeiro amor, então se eu o quebrar com alguém que eu realmente amo não me acontecerá nada. Será como se ele fosse anulado – explicou e recebeu um sorriso como resposta.

— Então quer dizer que sou seu amor verdadeiro? – perguntou em tom convencido.

— Não se gabe muito – respondeu sorrindo.

— Não posso prometer nada. E o papai?

— O que tem ele? – perguntou franzindo as sobrancelhas.

— Nós somos irmãos, ele vai ficar uma fera quando eu contar que vamos casar – respondeu.

— Seria uma tremenda hipocrisia se ele nos punisse por sermos irmãos, afinal incesto é a base do Olimpo e Hera é irmã dele. Mais alguma dúvida? – perguntou e ele balançou a cabeça em negação. — Ótimo – disse e juntou seus lábios novamente.

Pouco a pouco as roupas foram se amontoando no chão e quando a única coisa que impedia a total nudez de Ártemis eram suas roupas íntimas Apolo parou um momento apenas para observá-la, o que a fez corar mais ainda.

— Tão linda... – murmurou e juntou seus lábios.

Quando o ar ficou rarefeito ele desceu os beijos para seu pescoço e deu um sorriso satisfeito ao ouvi-la gemer seu nome baixinho. Colocou a mão no fecho do sutiã e olhou-a como se pedisse permissão, recebendo um aceno quase imperceptível como resposta.

Assim que o sutiã tomou o mesmo rumo das outras roupas ele continuou a trilha que fazia até seus seios, demorando-se lá um pouco mais, consequentemente levando Ártemis a loucura. Tirou-lhe a última peça de sua lingerie e sorriu ao ouvi-la soltar um longo gemido quando tocou os lábios em sua intimidade.

Mesmo que quisesse, Ártemis não conseguiria dizer algo coerente naquele momento, então apenas tomou o cuidado de não arrancar os cabelos de Apolo e mergulhou na onda de prazer que ele lhe proporcionou.

Sentiu o olhar dele sobre si e como era de costume sentiu o rosto corar, fazendo com que ele sorrisse e lhe tirasse o pouco fôlego que ainda tinha.

— Vai mesmo corar toda vez que eu te admirar? – perguntou baixinho, bem perto de seu rosto.

— Provavelmente – respondeu num fio de voz.

— Então eu acho que você vai ter que se acostumar, porque eu gosto de admirar tudo o que é lindo – disse e mais uma vez a beijou.

Ao fim do beijo ficaram de olhos fechados por um momento, apenas escutando a respiração um do outro. E como se tivessem cronometrado, os abriram ao mesmo tempo.

Ártemis sabia que o momento havia chegado, queria tanto quanto ele, então apenas assentiu para mostrar que tinha certeza e ele tomou seus lábios uma última vez antes de encaixar-se entre suas pernas.

Fechou os olhos com força ao sentir a dor de tê-lo dentro de si e tentou se concentrar na voz calma dele.

— Olhe para mim meu amor – pediu baixinho e ela abriu os olhos devagar. — A dor vai passar, mas no momento que você quiser eu paro ok? – perguntou e ela assentiu. Começou a mover-se lentamente e ela escondeu o rosto na curva de seu pescoço.

Quando a dor se transformou em apenas um incomodo ela o incentivou a ir mais rápido, sendo prontamente atendida. Os gemidos ficaram cada vez mais frequentes e ela chegou ao clímax, sendo acompanhada por ele alguns movimentos depois.

Exaustos, deitaram abraçados, Apolo acarinhando os cabelos de Ártemis enquanto cantava baixinho e ela apenas ouvindo as batidas do coração dele até serem vencidos pelo cansaço e entrarem nos domínios de Morfeu.


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Notas finais do capítulo

E chegamos ao fim...
É tão estranho finalmente dizer isso.
Vocês não sabem o quão bom foi escrever essa história, cada comentário que vocês me mandavam me deixavam muito feliz. Mesmo aqueles bem pequenininhos só para avisar que estavam lendo e gostando.
Ah pessoas, eu nunca imaginei que conseguiria escrever uma fic que prendesse os leitores. Sério mesmo. Mas vejo que consegui e isso não poderia me deixar mais feliz.
Infelizmente não planejo escrever outra, o tempo anda curto e ficará mais curto ainda no ano que vem por causa do vestibular, mas sempre que uma onda de inspiração me atingir vou escrever uma one e postar. É claro que isso não significa que vou sumir do Nyah, muito pelo contrário, tem muita história pra ler ainda.
Quero agradecer a todo mundo que sempre comentou e me incentivou a continuar, a quem comentou pouco também. Até os fantasminhas receberão meus agradecimentos, vocês também tem um lugarzinho no meu coração.
Espero que eu tenha conseguido divertir vocês com minha história, nos vemos por aí...
Abraços quentinhos,
Bookworm.