A Punição escrita por Bookworm


Capítulo 32
Just Married


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! ~aceno tímido~ Estão muito bravos? Se estão, desculpem-me mais uma vez. Passei por semanas turbulentas e mal tinha tempo para dormir, quanto mais escrever...
Porém, cá estou eu depois de sair viva de uma semana de trabalhos, outra de provas, dois dias de SAERJ e uma apresentação de projeto.
Espero que gostem do cap. Aproveitem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/538307/chapter/32

Poseidon estava completamente nervoso. Suas mãos estavam suadas e a gravata estava apertada. Quando a marcha nupcial iniciasse ela passaria pela porta sendo guiada por Zeus e eles enfim se casariam. Afrouxou a gravata minimamente e estava indo perguntar a hora uma terceira vez, porém a marcha nupcial começou e ele olhou por onde ela entraria.

O segundo compasso da música começou e ela entrou. Poseidon sentiu seu coração falhar uma batida ao vê-la sorrir para ele, mesmo que parecesse nervosa. Seus cabelos foram arrumados em um coque elaborado e uma tiara pousava elegantemente em sua cabeça, o vestido balançava levemente quando ela andava. Na humilde opinião de Poseidon o adjetivo “perfeita” ainda não era suficiente para descrevê-la.

Pelo o que pareceu uma eternidade, ela enfim chegou ao altar e Zeus uniu suas mãos como era de praxe e deu um beijo em sua testa. Poseidon beijou suas mãos e Hera começou a cerimônia.

— Estamos aqui para enfim celebrar a união de Poseidon e Atena... – os convidados riram com a ênfase e ela continuou o discurso, o qual o casal mal prestou atenção, diga-se de passagem.

— Poseidon, você aceita Palas Atena como sua esposa para amá-la e respeitá-la na saúde e na enfermidade, nos momentos bons e ruins. Para ser seu porto seguro, amigo e amante até que se perca no esquecimento? – Hera perguntou enquanto ele olhava nos olhos de sua noiva.

— Sim, aceito – respondeu sem desviar o olhar.

— Palas Atena, aceita Poseidon como seu marido para amá-lo e respeitá-lo na saúde e na enfermidade, nos momentos bons e ruins. Para ser seu porto seguro, amiga e amante até que se perca no esquecimento?

— Aceito – respondeu com convicção.

— Poseidon, os votos pessoais, por favor – pediu.

Poseidon segurou as duas mãos de Atena, beijou-as e começou a falar.

— Eu passei a manhã inteira tentando transformar os meus sentimentos em um discurso onde eu prometeria te amar da mesma forma sempre e lhe falar isso todos os dias, mas foi uma tentativa vã. Porque mesmo não sendo um ávido amante das palavras eu sei que se repetir a mesma coisa muitas vezes, depois de um tempo ela perderá o sentido. E eu não quero que meu amor por você perca o sentido – disse e acariciou o rosto de sua noiva. — E também não posso prometer amar você da mesma forma sempre porque o amor sempre muda, ele cresce, fica mais e mais sólido a cada dia. Então o mínimo que posso prometer é ser eu mesmo durante o resto dos nossos dias. E tenha absoluta certeza, cada pedacinho meu ama você. Perdão por demorar tanto tempo para perceber isso – terminou os votos com um sorriso.

— Atena, os seus votos – disse Hera.

— Durante muito tempo eu tive a certeza de que nunca me casaria, afinal o primeiro e único homem que amei romanticamente havia dilacerado meu coração da pior forma possível. Porém, eu, a personificação da justiça, não fui justa ao julgá-lo sem que ele se explicasse, e isso causou sofrimento a ambas as partes. Eu me tornei fria, calculista e orgulhosa, uma verdadeira megera. E ele, bem, se tornou a pessoa mais insuportável do universo – disse e todos riram. — Mas mesmo assim eu nunca deixei de amá-lo. E creio que nunca serei capaz disso – passou o polegar no lábio inferior de Poseidon. — Pelos mesmos motivos que você, não direi que te amo todos os dias, mas te farei sentir amado em todos eles. E se alguma vez você tiver dúvidas quanto a isso, peça-me uma rosa – disse com uma piscada e ele sorriu abertamente, assentindo.

— A partir de agora eu os considero casados e abençoo esta união – disse Hera. — Pode beijar a noiva – sorriu.

Como se estivesse cronometrado, no momento em que Poseidon colou seus lábios nos de Atena o sol começou a se pôr, fazendo com que os fachos de luz que atravessavam os vidros do salão iluminassem a cena, deixando-a digna de uma obra-prima.

***

A valsa começou depois que eles cumprimentaram os convidados. Como era de costume entre os olimpianos, depois que os recém-casados dançavam uma música, os três grandes e suas esposas se juntavam a eles e dançavam cinco compassos antes dos outros casais irem um a um para a “pista de dança”.

Poseidon beijou a mão de Atena antes de colocar-se em posição de dança, o que a fez dar um sorriso, recebendo uma piscada em troca.

— Você está linda – sussurrou antes da música começar.

— Obrigada. Você também está – disse, esperando que ele fosse bom em leitura de lábios.

Aparentemente ele era, pois disse um “eu sei” e ela revirou os olhos fazendo-o sorrir.

— Fiquei com tanta saudade que agora tenho vontade de te prender em meus braços e não deixar sair nunca mais – disse antes de girá-la.

— Faço das suas as minhas palavras – respondeu quando voltaram para a posição tradicional.

— Que bom que pensa igual a mim – disse em seu ouvido enquanto valsavam. — Porque eu estou planejando uma fuga – continuou e deu uma piscada para Annabeth, que dera essa ideia a ele quando se cumprimentaram horas antes.

— Conte-me mais sobre esse plano – pediu.

— Depois que você jogar o buquê dos jardins de Hera e eu a cinta-liga que está na sua coxa, todos vão prestar atenção em quem pegou, porque como você bem sabe a tradição manda essas pessoas dançarem uma música. É aí que nós fugimos – explicou e ela deu um sorriso de aprovação.

A música que eles dançavam terminou, dando início a “How Deep Is Your Love”. Hades chegou sorrindo com Perséfone e Zeus com Hera, que tentava ignorá-lo. Na metade da música grande maioria dos convidados estava dançando e aparentemente Zeus havia se entendido com Hera, pois estavam trocando um beijo desentupidor de pia.

— Parece que a noite do seu pai será animada – disse Poseidon ao ver Zeus e Hera.

— Deuses... A biblioteca é o lugar mais perto daqui. Espero que eles não ousem fazer o que estão pensando lá – comentou e Poseidon riu.

— Depois do episódio com a Sala dos Tronos? Duvido muito – disse sorrindo. — Não se preocupe, sua biblioteca não será maculada hoje – deu-lhe um beijo na bochecha e guiou-a pela mão até a mesa de bebidas.

Estavam conversando animadamente com Mary, Percy e Annie quando Afrodite pegou um microfone sabe-se lá de onde e chamou atenção dos convidados.

— Como vocês sabem, a noiva deve jogar o buquê e o noivo a cinta-liga – disse quando os convidados estavam prestando atenção nela. — E o casal que ficar com os “presentes” tem que dançar pelo menos uma música. Vamos ver quais serão os sortudos? – fez uma retórica e deu a Atena o buquê.

— Obrigada Afrodite – disse e jogou o buquê, que caiu nas mãos de Héstia. — Você influenciou isso? – perguntou baixo para ela enquanto Héstia se recusava a ficar com as flores.

— Talvez sim... Talvez não... – respondeu em tom misterioso. — Sente-se aqui por favor – pediu e chamou Poseidon.

— É o seguinte pescador, você vai ter que tirar essa cinta-liga com os dentes – disse e ele sorriu maliciosamente. — Mas se não conseguir nós acharemos alguém entre os nossos queridos convidados que o faça. Ok? – perguntou e ele assentiu.

Poseidon foi subindo o vestido de Atena bem devagar, roçando os dedos na perna dela de propósito, fazendo-a agarrar a borda da cadeira com mais força.

— Belas pernas, corujinha – disse olhando-a maliciosamente antes de morder o tecido.

Ela sentiu os dentes dele roçarem em sua coxa de uma forma única e simplesmente erótica, como se ele quisesse lhe dar uma prévia do que aconteceria dali a alguns minutos. Agarrou a borda da cadeira até os nós de seus dedos ficarem brancos e aguentou os lábios dele roçando vez ou outra em sua pele até que o infame tecido fosse retirado.

— Nossa. Está quente aqui não é mesmo? – brincou Afrodite e Atena corou fortemente. — Jogue a cinta Poseidon – pediu e ele jogou. Esperando todos se distraírem com o casal para sair dali o mais rápido possível com sua esposa.

***

Héstia observou atentamente para descobrir de imediato quem seria o rapaz com quem ela teria o desprazer de dançar e quase ficou surpresa ao ver que esse rapaz era Ares. É claro que seria ele. Quem mais conseguiria a tirar do sério sem ao menos olhá-la?

Ele foi até ela com um sorriso maroto e guardou o maldito pedaço de tecido no bolso interno do paletó.

— Parece que agora você terá que aceitar dançar comigo – disse estendendo a mão.

Ela revirou os olhos e aceitou ser guiada até a pista de dança com seus dedos entrelaçados aos dele.

Cautelosamente ele colocou uma mão na cintura dela e segurou a outra, iniciando os passos devagar para ela ter tempo de decidir se iria ou não seguir as tradições. A contragosto (ou não) ela permitiu que ele a conduzisse na dança, pousando uma mão em seu ombro.

— Você andou me evitando esses dias – afirmou, tentando puxar assunto.

— É. Evitei sim – respondeu focando o olhar nas orbes vermelhas de Ares.

— Posso saber o motivo? – perguntou, tentando amenizar o seu natural tom de arrogância.

— Deixe-me ver... Você foi até a fogueira do acampamento quando todos estavam dormindo, jogou na minha cara que estou gostando do Hermes tendo como base o que aconteceu com Poseidon e Atena, depois disse que iria transar com Deméter porque era melhor do que ficar debatendo com uma criança de sete anos, então, buscando encerrar o assunto eu me transformei em uma mulher adulta e você me beijou e depois olhou profundamente nos meus olhos e disse que para uma virgem puritana eu beijava muito bem só restava descobrir se era igual na cama – respondeu com dureza e, pela primeira vez em milênios, com raiva.

— Eu... Desculpe-me ok? É que quando os dois anunciaram o noivado eu surtei, você e Hermes estavam brigando tanto quanto eles e... Eu não sei. Não fiquei confortável com a imagem de você e Hermes casando – disse, com tom de arrependimento.

— Então você desonrou o meu juramento, me desonrou, e tirou conclusões precipitadas por ciúmes? – perguntou franzindo as sobrancelhas, ainda usando o tom raivoso. — Você. Tem. Namorada. Idiota! – disse pausadamente, apertando o ombro dele sem perceber.

— Eu nunca fui namorado da Deméter – retrucou, com o rosto bem perto dela para não haver a necessidade de gritar, já que ainda estavam dançando, ou pelo menos tentando. — O que nós tínhamos resumia-se a sexo. Só sexo. Ela gosta do Hermes – explicou acalmando-se. Não poderia estragar tudo de novo.

Ela relaxou o aperto no ombro dele e inconscientemente teve uma sensação de alivio.

— Uma dúvida. Por que me beijou e depois estragou tudo? – perguntou, um pouco mais calma.

— Acha que é fácil ficar tão perto de você na forma adulta e não sentir vontade de beijá-la? Eu queria que quando pensasse em seu primeiro beijo, minha imagem viesse a sua mente. Antes do Hermes. E eu estraguei tudo porque como você mesma disse, sou idiota. Eu não seria eu se não o fizesse – respondeu e aliviou-se ao senti-la relaxar.

— Certo. Acho que de agora em diante você pode voltar a conversar comigo ao lado da lareira. Talvez ficar na companhia de uma pessoa decente o faça ser menos babaca – disse e ele sorriu abertamente.

— Uma vez babaca, sempre babaca, mas você se acostuma com o tempo – brincou. — Você aceita dançar comigo a próxima música para provarmos para esses otários que não somos selvagens? – perguntou, fazendo com que ela deixasse um sorriso escapar.

— Pode ser – respondeu e depois disso uma bomba de fogo grego poderia cair naquele salão que eles não se importariam.

Estavam tão distraídos um com o outro que não perceberam o high-five que Afrodite e Apolo fizeram, nem Hermes beijando Deméter, muito menos Zeus e Hera indo em direção à biblioteca. Naquele momento só existia os dois dançando e a música de fundo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem *u*
Até depois!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Punição" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.