How Soon Is Now? escrita por Ride


Capítulo 1
A respeito do meu trauma com escadas


Notas iniciais do capítulo

Oi coisas lindjas que vieram ler a fic da Annie lgkjfhrnObrigado por estar pretendendo ler minha fic chata vulgo muito chata mesmo ç.çJuro que minha escrita vai melhorar, me incentivem.A primeira parte desse cap é em terceira pessoa porque é mais uma apresentação, entretanto ela vai ser escrita mesmo em primeira pessoa, narrado pela Thalia. Obrigada e Espero que gostem ✦♥



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–Eu amei muito você e não preciso falar mais isso. Simplesmente nunca se esqueça. Desculpe-me por todas as brigas, por todas as reclamações e principalmente por ter sido uma péssima mãe, alcoólatra ainda mais. Tudo que eu queria era ter passado ao menos mais um tempinho com vocês. Adeus Thalia.

Os olhos profundamente verdes da mulher de um pouco mais de trinta anos adormeceram em um sono que provavelmente nunca despertaria para retornar a vida de celebridade que vivera. A menina de estilo inusitado e olhos azuis elétricos, chorava na maca de hospital onde a sua mãe estava deitada, acompanhada por seu irmãozinho de 15 anos.

–Obrigado mãe. – sussurrou baixinho, deixando que uma de suas ultimas lagrimas escorressem pelo rosto bem desenhados. Odiava chorar. Odiava mais que tudo mostrar que era sensível. Mais que todo mundo ela sabia que todos tinham motivos para chorar, mas nem sempre demonstravam. E nem precisava se mostrar fraco. Para ela, a rotina era desabafar com as paredes, e erguer a cabeça. Sabia também que o mundo não dava tempo a ninguém.

Jason e Thalia Grace eram os únicos filhos de Ashe Grace e Zeus Olympus. O pai era um homem com quem nenhum dos garotos mantinha contato. Ele desapareceu simplesmente. Mais um fanático que somente ligava para dinheiro e talvez por essa razão se relacionara com a atriz de grande sucesso, Ashe.

Tudo o que sabiam, era que o poderoso empresário morava em algum lugar da California, provavelmente São Francisco.

Depois daquele horrível acidente, a única saída que os garotos agora órfãos tinham era ir morar com o pai e a madrasta naquele lugar. Claramente era o segundo item na lista mental de “ Coisas que nunca podem acontecer” de Thalia. Nem ela e nem o irmão desejavam isso.

Por mais que a Grace não gostasse do pai, ela também nunca teve um bom relacionamento com sua mãe e agora se arrependia profundamente por isso. Desde que virou adolescente, passou a ser um tanto rebelde e vivia num estilo de vida onde procurava acima de tudo ser livre e acabava quebrando corações por conta disso.

Jason sempre foi um bom filho, diferente da irmã. Era um garoto popular, saia com várias meninas e sempre gostava de jogar vídeo-game com os amigos.

Ao menos nisso, os irmãos Grace, eram parecidos.

Porém, nem todas essas diferenças afastavam os dois, pelo contrário, eles eram muito próximos. E mesmo assim, aquele infortúnio dava inicio a uma vida nova e conturbada para os dois.

***

Existem momentos em que tudo ao seu redor começa a rodar em câmera lenta, tudo é um enorme vazio e você percebe tarde demais que está nele. Em um instante, você apenas percebe-se preenchendo aquele branco monótono e imperfeito. Mas o que existe após esse vazio?

Bem, eu estou prestes a descobrir e talvez não seja um dos melhores capítulos da minha vida. Tudo ao meu redor foi um desastre catastrófico e agora eu estou prestes a ver o meu mundo desmoronar. Eu simplesmente não poderei fazer coisa alguma, senão segura-lo até o meu limite.

Eu não aprendi a amar e me vejo agora, nessa área de abandono constante, principalmente dos meus sentimentos infames em relação a todo mundo ao meu redor. Se eu soubesse que ficaria longe dela por uma eternidade nos separando, talvez não houvessem corações quebrados ou brigas mal resolvidas. Se eu ao menos soubesse que lágrimas rolariam, não somente minhas, a dor da saudade não me invadiria.

O que eu penso é que raiva, ou solidão é uma das coisas que eu nem consigo sentir. Não sentir nada, me fez quebrar a cara e perceber que podia sim, ter sido diferente.

Mas não foi e eu não posso mudar isso.

O que me resta agora, é inventar um novo começo, em uma nova cidade e tentar levar uma vida o mais tranquila possível.

E eu espero que dê certo.

***

Jesus of Suburbia, agora era uma musica que eu com toda razão gostaria sinceramente de não ter escolhido para ser o meu despertador.

Além de já estar de fato ficando enjoada da música a ponto de nem querer ouvi-la mais, o single já começava com a estrondosa ( E perfeita) voz do famoso vocalista Billie Joe Armstrong e portanto acordava sempre assustada, mesmo já estando acostumada.

Os meus olhos semicerrados procuravam ansiosamente pelo celular novo, que tocava desesperadamente quando até que enfim achei.

– Merda! – Exclamei quando vi que me atrasaria se não corresse para me arrumar.

Fui direto para o banheiro e tomei um banho rápido, sem nem mesmo lavar os cabelos. Uma das coisas que mais odiava era ir para qualquer lugar que fosse com os cabelos molhados.

Por que não usava um secador?

Simplesmente pelo fato de achar que o processo demorasse demais e fizesse muito barulho.

Saí do banheiro e logo em seguida corri para me vestir. Como sempre, combinando com minha personalidade extremamente difícil vesti uma blusa com uma estampa da Alice em uma versão punk, calças pretas rasgadas. Nos pés usava o de sempre: Meu velho e bom coturno preto. Sem detalhes, simples e bonito era o sapato que me definia completamente.

Usava um colar, com uma palheta da minha banda favorita que Ashe havia me presenteado, depois de tanto implorar. Foi no mesmo dia em que minha mãe conseguiu um ingresso para o show dos punks, em Los Angeles. Sempre andava com ele, porque no fundo trazia boas lembranças de um dia onde nós duas nos demos bem. Era de fato, uma lembrança que nunca queria perder. Uma memória célebre.

Olhei novamente no relógio e vi que já eram 7:45. A primeira aula começava em 15 minutos e nem tinha começado a tomar café.

Desci as escadas correndo muito rápido e enfim, quase caía no terceiro degrau, porém fui amparada por alguém com um cheiro familiar. Cheiro de Baunilha.

–Calma aí, Lia. – Jason me soltou imediatamente, enquanto via que me debatia nos seus braços. Quem ele pensava que eu era? Uma garotinha indefesa?

–Não me chame de Lia! Não gosto disso. Ah e não sou um bebezinho que precisa de cuidados. Sou mais velha que você.

–Sério? Levar uns 15 pontos na cabeça você queria, né? Eu esperava um obrigado, mas tudo bem vindo de você. – O loiro suspirou profundamente e apontou para o relógio. – Corre que vai se atrasar. Já estou indo.

Ela iria argumentar, entretanto viu que já não tinha mais tempo a perder e que não conseguiria vencer a fantástica Thalia, nos meus argumentos invencíveis. Andei o mais rápido que pude para a cozinha onde estavam sentados meu pai e minha madrasta e peguei uma maçã.

– Tô atrasada. Não posso falar agora. Tchau velho.- olhou para a madrasta e revirou os olhos. Aquela mulher era uma vaca. Uma puta vaca dissimulada.

Saí batendo as portas, como de costume.

Gostava de andar pelas ruas de São Francisco. Tudo o que via agradava, por mais que sentisse que não era ali o seu lugar. Ou pelo menos, não ainda. Era como se fosse algo que inspirasse a felicidade.

O dia amanhecera nublado, repleto de nuvens de um jeito que parecia que o céu estivesse triste e cinza como o meu mundo. Eu desfrutava de uma enorme angústia, por ter que guardar tudo o que sentia para mim mesma, com medo de ser incompreendida e entristecer aqueles que me amavam.

Ou melhor, dizendo, Jason.

Cada vez mais me aproximava da escola, andando pelas ruas não tão movimentadas e analisando tudo ao meu redor. Já havia feito o percurso, para ter certeza que saberia o caminho no primeiro dia de aula e aproveitei para observar tudo que ficava perto da escola.

Diante de mim em um sobrado, a mulher de cabelos enrolados em Bobs gritava já de manhã cedo com o marido, assim como tinha presenciado no dia da visita à escola. Ela falava que o marido era um imprestável e também gritava alguns palavrões que talvez nunca houvesse escutado em toda sua vida. Isso me levava a pensar o que deixa uma pessoa tão transtornada assim, ou até mesmo o que a fazia continuar naquela vida.

Tudo que imaginava que era necessária a “Dona Florinda” era dizer apenas “um Foda-se essa merda toda” e sair dessa vida que imaginava que a mulher se achava presa. Mesmo assim eu não podia entender tudo aquilo.

Notava atentamente, a praça que ficava praticamente em frente à escola. Era um local que gostava muito. As árvores enormes e com folhas vultosas agradavam demais, de forma que poderia me sentar ali a qualquer hora de tempo livre para descansar, ler um livro, ou simplesmente escutar música em paz. Era uma das coisas pequenas que me faziam feliz, mesmo que só um pouco.

No centro da praça, havia um chafariz, com forma de anjo derramando as aguas de um pote. A alguns metros distantes, estava um carrinho de sorvete rodeado por crianças. Por um momento me peguei imaginando que não era uma boa hora para algo tão doce assim e meu estômago revirou. O que a mãe daqueles pirralhos estariam fazendo?

Havia também um parquinho. De longe, vi uma garota pequena, de olhos verdes e cabelos pretos. Ela se balançava sozinha enquanto todas as outras crianças brincavam juntas. De repente uma sensação nostálgica invadiu meus pensamentos. Via uma mesma cena acontecendo anos atrás, com certa garotinha de olhos azuis que faiscavam como a luz de raios.

Mexi a cabeça em um gesto rápido, livrando-me dos pensamentos que me rodeavam.

Entrei depressa no colégio e subi o mais rápido que pude as escadarias para as salas do instituto. Eram escadas deslizantes, com certeza não combinariam com meu "eu" desastrada. Em um momento de descuido, me vi em um momento crítico, quando escorregava de um dos degraus novamente, como fizera mais cedo.

A única diferença era que Jason não estava lá para me salvar.

“Puta merda, fodeu”

Quando achei que aquele seria o meu fim, um braço forte agarrou-me impedindo de cair.

– Calma aí, garota. – Era uma voz suave e calma, com um tom zombeteiro mesmo assim. Consegui destacar cabelos loiros e olhos claros ,que faziam inveja até ao céu, me encarando, enquanto permanecia nos braços de um desconhecido.

Por um momento, meu coração acelerou.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram ?Criticas, reviews/comentarios e sugestões são bem - vindas.PS: Comentem, por favor ;w; preciso de um motivo para continuar.PS²: Desculpem se eu pareci uma mendiga kjkjflgh. Obrigado.