UP

Pov. Ally

Austin se aproximava cada vez mais de mim, quando notei que algo se movia, pensava que era minha barriga com a agitação que se formava dentro dela, e então eu vi que a paisagem do lado de fora da janela também estava se movendo. Rápido, muito rápido.

–Austin! Austin! Austin! O carro está andando, o carro está andando! Meu Deus! Para isso, para isso!

–Cade o freio dessa coisa?

–Tá aí! Sei lá! Socorro! Eu vou morrer!

Eu não acreditava que aquilo estava acontecendo de novo, será que dessa vez eu iria morrer ao invés. . .

–A gente vai bater no. . .

BUM!

Feno. Em todo lugar, do meu cabelo aos meus pés. Eu olhei para o Austin, e o feno já se misturava com seus cabelos loiros. Teto solar, alguém me lembra porque eu queria abrir ele nessa noite quente?

–Nós batemos no monte de feno? - Austin pergunta cuspindo feno de dentro da sua boca .

–Aparentemente.-disse tirando o feno do meio da minha trança.

–Voce está bem?

–Austin. Nós batemos no feno, eu estou bem.

–Okay só estava sendo educado.

–É, tudo bem.

–Será que o carro está normal?

–Acredito que sim. Vamos lá checar.

Havia uma grande quantidade de feno empedindo que eu abrisse a porta.

–Austin? Me ajuda aqui?

Ele deu volta no carro e abriu pelo lado de fora com força.

Fomos para parte de trás do carro.

–É só está bem sujo.

–Temos que limpar isso amanhã.

–Ai meu Deus, oque aconteceu?

A mãe do Austin chegou correndo, juntos com Sr.Moon, meus avós.

Nós explicamos oque havia acontecido, desde o xixi até o feno.

–Então alguém vai ter que limpar isso amanhã. -Disse meu avó olhando mortalmente para o Austin, que estava branco feito papel e com feno cobrindo a roupa.

–É pode deixar senhor, amanhã eu acordarei cedo e arrumarei isso, sem problemas, pode deixar amanhã, limparei tudo, sem falta, amanhã, eu.

–É vovo não se preocupe amanhã nós cuidaremos disso. Como o Austin disse.

–Austin acho melhor voce já ir dormir, pelo visto terá um GRANDE trabalho amanhã. - Disse Mimi batendo nas costas do filho e sorrindo em brincadeira. Austin olha para ela num tom de falso irritamento.

–Tudo bem, tudo bem Ally é melhor irmos. Olha só para voce, toda suja, ah minha netinha vem aqui.

Minha avó disse me puxando para dentro.

***

Já havia tomado banho, jantado, e me deitado para dormir, afinal como a Mimi disse amanhã teremos um GRANDE trabalho.

Mas algo pertubava minha mente, algo bom na verdade. Austin. O jeito ''nada educado'' dele chegava a ser engraçado, quase tanto como quando ele caiu da escada. Ele também tinha seus momentos legais, quando como me apresentou o milk-shake. Ainda não havia entendido a implicancia com o cara da loja. Minha vó me disse uma vez que por não conviver muito com os adolescentes, afinal quase não abro a boca na escola, tem algumas situações onde sou muito ingenua. Deve ser o caso. Mas cleptomaniaco foi o fim. E sei lá né, cá entre nós, voce pode falar muito mal do comportamento do Austin as vezes, as palavras que ele fala podem não ser bonitas, mas ele. . . Aí isso não tem discussão, ele é lindo.

POV AUSTIN

Acordei com a voz da minha mae me chamando

– Austin? Austin? Vamos acorde tem trabalho a fazer! AUSTIN!!!!!

– O que?- Falei susurrando ainda sonolento.

Senti algo sendo jogado na minha cara: as luvas de jardineiro do meu pai.

– Que horas são?

– Cinco e meia.

– Cinco e meia?? Quem acorda tão cedo assim? - gritei mas ela ja havia descido.

Tomei um banho para despertar e troquei de roupa.

– Bom dia filho.

Meu pai estava sorrindo, provalvelmente fazendo alguma piada interna sobre a hora que fui obrigado a acordar. Tomei meu café e sai para encontrar Ally. Ela estava vestida com uma jardineira florida, chapéu e seu velho par de all star's segurando duas vassouras.

– Oi - disse sem desfarçar o sorriso que estava em meu rosto

– Oi. Pronto para um longo dia de trabalho?

Eu não tinha reparado na noite anterior, mas agora na luz do amanhecer o estrago estava bem pior. Havia feno em toda parte. É.. Seria um longo dia..

POV ALLY

Poderia ser impressão minha, mas a cada olhada discreta que eu dava, Austin parecia me observar com um sorriso enorme. Desviei rapidamente o olhar envergonhada. Percebi que ele tinha notado, porque deu uma risadinha.

– Então quer descansar um pouco?

– Meus pés estão gritando por isso.

Debaixo de uma laranjeira, eu e Austin descansávamos, não tinha percebido como as horas passaram tão rapido, já era quase oito horas da manhã.

– Falta só mais um pouco para acabarmos.

– Graças ao Santo Dwayne Wade!

– Quem????

– Você não conhece Dwayne Wade? O grande jogador de basquete?

– Caso você não tenha percebido eu sou uma garota e garotas não gostam de basquete.

– Ah qual é? Na minha escola quase todas as meninas gostam de basquete.

– Elas não gostam de basquete, elas gostam de balançarem os pom-pons delas com aquelas mini-saias se é que me entende..

– Me parece que está com ciúmes, senhorita Ally Dawnson.

– O que?? Claro que não. Pare de se achar - disse já me levantando e jogando a vassoura para ele - De volta ao trabalho Moon.

***

Já era quase meio-dia quando terminamos tudo. Mal podia acreditar, meus pés estavam criando calos. Entrei descalça, dando alivio aos meus calos latejantes, o cheiro de ensopado da minha avó estava por toda a casa, Hummmmm.

– Vovó? - chamei.

– Sim querida?

– O cheiro está ótimo - disse adentrando na cozinha.

– Vá lavar as mãos antes de tocar nesse ensopado.

Subi correndo as escadas para tirar as luvas e lavar as mãos. Logo estava de volta la embaixo me deliciando com aquele caldo maravilhoso de minha avó.

– Então.. Sobre você e o Austin.. Está acontecendo algo.. Ou...?

– Não! Não está havendo nada! Somos apenas amigos!

– Hm sei.

POV AUSTIN

Quando entrei meus pais estavam no quintal cuidando das flores então resolvi ir para o meu quarto. Meu quarto. Ainda não havia arranjado tempo para pintá-lo. Pensei em ligar a TV mas não havia eletricidade naquele fim de mundo. Suspirei, talvez não fosse o pior lugar do mundo, ou o pior lugar do mundo com a melhor garota do mundo. Decidi então terminar de arrumar minhas coisas.

– Austin? Já chegou? Por que não foi almoçar?

– Não estou com fome mãe. Pode me fazer um lanche de pasta de amendoim e geléia? Ou melhor dois?

– Ta bem - disse ela saindo

Voltei para o sítio da Ally e a ajudei com os baldes de água.

– Minha mãe fez dois lanches para a gente comer mais tarde.

– Hummm, parecem ótimos obrigada Austin - ela disse com um sorriso.

Não havia como negar o sorriso dela. Aquele sorriso seria capaz de por fim a guerra e curar o câncer*

Estávamos prontos para começar a ensaboar a caminhonete quando Ally ligou a mangueira (que estava na minha mão apontada para a minha roupa) e me molhou por completo.

– Ally!

–O que foi? - gritou ela.

– Você. Me. Molhou!

– Ai Meu Deus. Me desculpe.

– Não tudo bem.

Quando ela se aproximou, joguei a água que estava no balde toda nela.

– Ah!! Você fez de propósito!

– Que nada isso foi revanche.

– Ah é?

Ally tirou a mangueira da minha mão e jogou água em mim mas consegui tirar dela e revidar, ficamos assim por vários minutos até consiguirmos voltar ao verdadeiro propósito de estarmos ali.

– Demorou mas conseguimos. Ficou ótima.

Realmente ficou espetacular. A caminhonete que antes era velha, suja e enferrujada agora estava encerada reluzindo sua verdadeira cor avermelhada.

– É. Ótimo trabalho para um garoto da cidade - disse Ally me socando no braço.

Naquele momento percebi que ela estava completamente encharcada mas uma coisa atraiu minha atenção: sua jardineira branca havia ficado transparente revelando seu sutiã cor-de-rosa. Alguma coisa naquilo me fez ficar descaradamente olhando, ela deve ter percebido porque exclamou

– Ei!! - disse e jogando água em mim o que fez recomeçarmos a guerra.

Comemos o lanche e fomos cada um para sua casa.

POV ALLY

Algo estava acontecendo. Mal sentia meus pés tocarem o chão. Estava me sentindo como uma garota boba quando da seu primeiro beijo. Ally, Ally você nunca deu seu primeiro beijo. Alguém me tirou de meus pensamentos.

– Ally tudo bem?

– Sim vovó, esta tudo ótimo. O melhor dia da minha vida - disse subindo as escadas.