Felizes para sempre escrita por Lu


Capítulo 27
Sim. Felizes para sempre!


Notas iniciais do capítulo

Bom pessoal, chegamos ao fim desta história que amei escrever e amei o retorno. Gostaria de agradecer a todos que acompanharam nem que fosse só um pouquinho, um capítulo ou até mais, muito obrigada. Obrigada Sinistra por cada conselho dado para que eu pudesse acrescentar na história para que melhor ficasse. Enfim, não vou me prolongar que já estou emocionada por ter que me despedir dessa história que me acompanhou durante alguns meses. Gostaria de indicar uma música para a parte em que a Gina se declara para o Nando, pois eu a ouvi enquanto relia e as lágrimas não foram contidas, a música é Gina de Tim Rescala, mas se acharem que outra música fica melhor para esse momento, fiquem a vontade, ou se acharem que não precisa de trilha sonora também está valendo. Mas, espero que esse final seja o que cada um esperou para essa história. Boa leitura. Beijos. :)



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Gina e Epaminondas chegaram no hospital e logo viram Renato na recepção.

_ Que bom que vocês chegaram! Disse Renato. _ Eu preciso que vocês autorizem a operação do Ferdinando.

_ Como assim Renato? Meu frangotinho tá morreno?

_ Não Gina! É preciso tirar a bala que está alojada nas costas dele. Mas a princípio está tudo bem, mas preciso da autorização rápidamente.

_ Renato, oce faça o que tiver que fazer, nós autorizamo. Disse Epaminondas desesperado.

_ Ieu vô ficar cum ele! Onde ele tá?! Disse Gina eufórica.

_ Gina, você não pode entrar, lá não é permitida a entrada, só os médicos podem entrar lá na sala de cirurgia, ele já está lá só esperando essa autorização.

_ Mai ieu quero ficar perto dele pra proteger ele!

_ Gina você ficar aqui rezando já vai está protegendo ele, e além do mais, eu não posso demorar aqui fazendo você entender que não pode ficar lá dentro. Seu Epaminondas, tenta convencê-la, por favor.

_ Tá certo. Gina, vamo sentar aqui. Disse Epaminondas pegando no braço dela para leva-la até as cadeiras.

_ Tá certo. Disse Gina sentando e colocando o filho sentado em seu colo. _ Mai é que ieu num guento ficar aqui sem sabe de nada, quero saber que que tá acunteceno cum o Nando. Ieu num sei mai viver sem ele coroner. Disse Gina chorando.

_ Carma Gina. Vai dar tudo certo, meu fio é forte, iguar a oce. Disse Epaminondas abraçando a nora.

Passados uns cinco minutos a família de Ferdinando chega com Zelão ao hospital.

_ Coroner, ieu levei minha mãe, Mância e as criança inté a estação e troxe a madame e Dona Tê inté aqui, fiz mar?

_ Não Zelão. Gradecido.

_ Minha fia, como tá o Nando? O Zelão já nos conto tudinho.

_ Ahh mãe, o Nando tá seno operado e ieu quiria tá lá cum ele.

_ Mai minha fia, num se pode ficar lá. Disse Dona Tê abraçando a filha.

_ Ieu quiria proteger meu frangotinho.

_ Purque que nós num reza pra que Deus protega ele pur nós? Disse Dona Tê.

_ Muito boa ideia Dona Tê. Vamo rezar. Posicionava-se Catarina.

E assim, todos começarm a rezar e permaneceram durante uns quinze minutos até que Renato volta com notícias sobre a operação.

_ Bom pessoal.

_ Ah Renato, me diz como tá meu marido?! Disse Gina entregando o filho para a mãe para que pudesse levantar e ir até Renato.

_ Ocorreu tudo bem na operação. Mas ele perdeu muito sangue e não temos o tipo sanguíneo dele no estoque, embora não seja raro, as pessoas não estão acostumadas a doar sangue e não temos aqui e precisamos fazer essa transfusão rapidamente, senão....

_ Senão o que Renato?

_ Nada. Por isso, eu pergunto se o senhor Coronel, o senhor sabe se tem o mesmo tipo de sangue do seu filho?

_ Tenho, nós somos A positivo.

_ Então Coronel, vamos agora fazer os exames necessários para darmos início a transfusão.

_ Craro, faço tudo pra sarvar a vida do meu fio.

_ Ieu posso ver ele? Disse Gina deseperada.

_ Gina, como eu disse ele não pode receber visita no CTI.

_ Mai dexa ieu ver ele nem que seje de longe?

_ Seu eu não deixar você não vai me deixar em paz, né?

_ Não mermo.

_ Tá bom Gina, mas de longe. Vamos lá. Só vou levar o Coronel no laboratório para fazer a doação e te levo lá.

Renato e Epaminondas foram ao laboratório para dar início a doação e enquanto Epaminondas começava a doar, Renato e Gina foram em direção à CTI do hospital e ficaram do lado de fora olhando Ferdinando pelo vidro que os separava.

Gina chorava tanto que até soluçava, mas conseguiu depois de um tempo perguntar a Renato.

_ Quando ieu vô poder ficar perto dele?

_ Você só vai poder ficar com ele quando ele for para o quarto.

_ E quando vai ser isso?

_ Como eu disse tudo ocorrendo bem, a transfusão dando certo, amanhã mesmo ele já vai para o quarto.

_ Tá certo. Ieu vô ficar lá esperano e amanhã ieu fico cum ele.

_ Gina, um conselho, vá para casa e volta amanhã descansada.

_ Ieu vô ficar aqui, ieu num saio daqui enquanto ieu num vê ele bem nem que pra isso ieu fique sem durmi e cumer.

_ Por favor, não faça isso, você tem que está forte pra quando ele acordar, mesmo que você fique aqui, por favor, vá na cantina compre alguma coisa pra você comer. Você me promete que vai fazer isso, pelo Ferdinando?

_ Tá bão, por ele. Renato, como tá o mardito que fez isso cum ele?

_ Ele tá bem, também teve que fazer tranfusão e está assim como o Ferdinando. Só que sei que tem dois policiais esperando ele ficar bom pra levar ele preso.

_ Pelo menas ele vai ter o que merece.

_ É mesmo.

Enquanto eles conversavam na frente do vidro, a enfermeira entrou no local e colocou a bolsa de sangue para se iniciar a transfusão em Ferdinando.

_ Agora tá na hora de irmos e deixar ele pra que se recupere.

_ Tá certo. Gina olhou para Ferdinando, chegou mais perto do vidro e disse baixinho. _ Frangotinho, ieu to lhe esperano, fica bem logo. Te amo.

*

O dia se passou e o dia seguinte chegou, Epaminondas e Gina ficaram no hospital. Dona Tê havia voltado para a Vila junto com César, Catarina e Zelão que fora dirigindo.

Gina já estava impaciente esperando notícias de Ferdinando e quando viu Renato, se adiantou e perguntou antes que ele dissesse algo.

_ Ah dotor Renato, aquele negócio de sangue pra melhrar o Nando funciono?

_ Sabe Gina... O Ferdinando, já está bem melhor devido a transfusão.

_ E ai, o Nando já foi pro quarto? Posso ver ele?

_ Gina... Ele está no quarto, mas ele ainda está dormindo.

_ Mai ieu posso ficar cum ele agora?

_ Pode sim. Vamos que eu te levo lá. O senhor vai seu Epaminondas?

_ Ieu posso?

_ Claro. Vamos todos então.

Com isso, os três foram para o quarto de Ferdinando. Ao chegarem lá Gina não aguentou e correu para perto dele, para tocá-lo e garantir que ele ainda estava ali. Gina pegou a mão de Ferdinando e foi o mesmo que um despertador para ele, pois ele acordou e Gina nem percebeu, pois estava segurando a mão dele ajoelhada perto da cama e com seu rosto próximo a mão dele, e fora tirada de seus pensamentos quando ouviu a voz que mais desejava ouvir no momento.

_ Ô menininha... Num carece de chorar por uma bestera... Inté parece que num me conhece, ieu sô só frangotinho pra oce.

Quando Gina ouviu seu apelido não acreditou e depois que terminou de ouvir o que era dito por ele, não aguentou e o abraçou e lhe beijou, mas esse abraço não fora bem recebido por ele devido a dor que sentia.

_ Frangotinho, que bão que oce tá bem!!

_ Ieu num morro assim tão fácil não menininha.

_ Ieu sei, ieu sei.

_ Nandinho, que felicidade que tudo cabo bem! Dizia Epaminondas feliz.

_ É sim meu pai. Já tô pronto pra outra.

_ Mai oce mar saiu dessa seu muleque.

_ É sim meu amigo, você ainda vai ter que ficar de repolso, pois você perdeu muito sangue então fizemos uma tranfusão e graças ao seu pai que tem o mesmo tipo sanguíneo que o seu meu amigo.

_ É mesmo, o senhor salvo minha vida pai?

_ Craro, e faria tudo de novo meu fio pra mó de ver oce bem e vortano pra casa pra nossa famía, afinar de contas oce tem sua esposa e seus fios.

_ Gradecido meu pai.

_ Oce num precisa me agradecer não, fiz isso purque sou seu pai e te amo. Disse Epaminondas abraçando o filho.

_Mai quanto tempo ieu vô ter que ficar aqui?

_ Nós vamos fazer uns últimos exames e depois de amanhã você já vai poder ir para casa, mas vai ter que ficar um tempo sem fazer esforço nenhum nesse ombro.

_ Quanto tempo?

_ Umas duas semanas, pelo menos até tirarmos esses pontos.

_ Tá certo.

_ Gina, se ele não cumprir minhas recomendações eu te dou autorização pra “meter a piaba” nele.

_ Oce pode dexar cumigo.

_ Oh Renato num inventa home... ai ... Ieu num sô mai criança pra ter arguém me regulano, já sô um home casado e pai de famía.

_ Você tá reclamando da enfermeira que eu to te dando pra tomar conta de você?

_ Ah, mai craro que não... Oce num podia ter escoido melhor. Só espero que ela num me mate.

_ Oce tá cum medo deu?

_ Jamais.

_ Agora vou ter que deixá-los, pois tenho outros pacientes também. Mas amanhã eu volto pra te ver.

_ Tá certo.

*

Os dias se passaram e Ferdinando fora liberado do hospital e voltou com Gina e Epaminondas para sua casa.

_ Ah menininha, como é bão tá em casa! Disse Ferdinando quando entrou em casa.

_ É bão mermo frangotinho.

_ Agora Gina, ieu quero ver meus fios, que ieu to cum uma sardade deles.

_ Intão vamo pro quarto que a mãe deve tá lá cum eles.

Chegando no quarto, lá estavam Pedro, Dona Tê, Catarina, Pituca, Serelepe, Juliana, Zelão e seus filhos junto com os filhos e Juliana e Zelão.

_ Surpresa! Gritavam todos quando Ferdinando abriu a porta. Ele não acreditava, mas estava feliz em poder ver-los novamente, por isso chorou.

Cada um deu um abraço forte nele e ao final, foi em direção onde estavam as crianças e fez questão de dar um longo beijo em cada um dos filhos, não se esquecendo dos filhos de Zelão, fez um carinho neles.

_ Obrigado por estarem aqui.

_ Num carece de agradecer não rapaz, nós tudo gosta doce e tava torceno proce miorar logo. Dizia Seu Pedro. _ Mai agora vamo cumer o cural que minha muier troxe proce, mai que nós tumém vai purque ela troxe um tanto que dá pra nós tudo e ainda sobra.

Todos riram.

_ Intão vamo Seu Pedro, que ieu to cum uma sardade de cumer cumida de verdade.

_ Ara, oce tava cumeno o que naquele hospitar? Num tavam lhe dano cumida não Nando? Perguntava Pedro sem entender a colocação do genro.

_ Háhá, num é isso não Seu Pedro, é que lá no hospitar a cumida é tão ruim, sem sal, praticamente uma lavagem para os porcos.

_ Eca, intão vamo proveitar que o cural da minha muier tá de lamber os beiço.

Todos foram para a sala da casa, Catarina e Dona Tê foram servindo cada um. E conversa vai, conversa vem o dia começava a se despedir. Então os que não moravam naquela casa foram embora e Ferdinando voltava enfim a dormir em sua casa, ao lado de sua amada e perto de seus filhos queridos.

Os dias foram se passando e como as notícias correm, a informação sobre a prisão de Maurício chegou e deixou Ferdinando e Gina mais felizes. Maurício havia sido julgado e condenado a quinze anos de prisão.

Com a prisão de Maurício, e a falta de candidato a prefeitura da Cidade das Antas, Ferdinando fora eleito prefeito da cidade. E para comemorar, Epaminondas fez uma festança em sua fazenda, onde todos os agragados da mesma e os moradores da Vila de Santa Fé foram convidados. Todos estavam festejando felizes, dançando, cantando. Ferdinando então começou a fazer seu discurso de posse agradecendo a todos que o apoiaram.

_ Boa noite meus amigos e famía... Primeramente ieu gostaria de agradecer a todos que me apoiaro. Gina meu amor, se oce num tivesse do meu lado sempre, ieu num conseguiria continuar nessa batalha. Disse dando uma leve piscada para a esposa. _ Zelão meu grande amigo, e agora vice- prefeito, obrigado por aceitar embarcar em minha locura. E principalmente a meu pai.

Epaminondas que estava do lado de Ferdinando ouviu e falou fazendo-o ouvir.

_ Ieu lhe ajudei?

_ Sim meu pai, oce que fez cum que ieu aceitasse entrar na política naquele dia em que oce disse que ieu num era home de começar e terminar as coisa na minha vida e agora ieu lhe digo: Ieu consegui! Pode num ter sido através do povo, mai ieu conseguir e ieu juro que vô ser o mior prefeito que essa cidade já teve, ieu prometo a oces que farei de tudo pra que a Cidade das Antas e arredores cresça e prospere fazendo com que as pessoas que vivem e trabalham nela tumém melhorem de vida.

_ Viva o dotor Ferdinando! Gritou Zelão.

_ Viva! Todos os acompanharam.

*

Os anos foram se passando e a Vila de Santa Fé não era mais uma vila, agora era uma pequena cidade. Durante o governo de Ferdinando, o pai dele decidiu que era hora de lhe dar o que era de direito nas terras que lhe pertenciam e Ferdinando herdaou um bom lote de terra do pai e todo pedaço de terra que antes pertenciam a sua mãe. Pedro Falcão, seguindo os passos de Epaminondas, decidiu que deveria se aposentar da lida na terra e resolveu passar toda sua terra para o nome de Gina. Ferdinando então propôs a esposa que eles fundissem suas terras e assim, transformassem aquela pequena vila em uma pequena cidade para que assim conseguisse dar com condições melhores a população que ali vivia, com hospital, uma boa escola, bancos, comércio, delegacia, Universidade, mas sem deixar as origens de lado, ou seja, a agricultura que tinha naquela região permaneceu, seus trabalhadores já haviam carteiras de trabalho assinada tanto por Ferdinando, quanto por Gina.

*

Vinte anos se passaram desde o casamento de Gina e Ferdinando...

Eles praticamente não haviam mudado fisicamente, porém seus modos e jeitos continuavam os mesmos, pois era isso que mantinha aceso o amor que sempre os uniu. Amor, esse com o passar dos anos só aumentou, Gina já não fazia tantas grosserias na frente das pessoas, mas também continuava sem mostrar com palavras seu amor por ele, porém demonstrava seu amor por ele quando estavam a sós o que já deixava Ferdinando muito feliz, pois sabia que era o máximo que teria dela, então tudo aquilo valia a pena, porque estava perto dela.

Os filhos de Gina e Ferdinando cresceram e cada um tomou um rumo na vida. Pedro virou um belo rapaz assim como o irmão, tinha o gênio forte da mãe, adorava uma boa briga, era forte, adorava tanto a terra que decidiu fazer faculdade de agronomia na Universidade de Santa Fé assim como todos os jovens da região. Pedro namora com Júlia, pois eles sempre foram muito amigos durante toda a infância e adolescência e durante um conversa com Júlia eles perceberam que o que sentiam era mais do que uma boa amizade, ele adora implicar com ela assim como a mãe fazia com Juliana e ela assim como a mãe, sempre sabia o jeito de domar o rapaz.

Cecília, assim como a irmã havia se tornado uma bela morena de cabelos longos, ondulados, tinha o gênio forte da mãe também, mas não brigava com ninguém, preferia mil vezes convencer as pessoas através da lábia que herdara do pai, que quase sempre dava certo, menos com Pedro que como não queria brigar com a irmã, não cedia nada a ela e a deixava falando sozinha, adora a terra assim como os pais, e assim como Pedro, faz faculdade de Agronomia, é muito apegada a mãe, e sempre pedia que ela contasse histórias para ela, Gina não tinha muita paciência para isso, mas as vezes fazia. Certo dia, contou para Cecília dos beijos roubados que Ferdinando lhe deu, e foi o suficiente para que Cecília também fizesse o mesmo com José Aparecido, ou Júnio para os íntimos. Cecília ao saber pela mãe o que ela sentia quando estava perto do pai dela e entendendo o que tudo aquilo que sentia por Júnior era amor, resolveu fazer o mesmo que o pai fez com a mãe, roubou um beijo dele e desde esse dia os dois começaram a namorar e o amor deles era tão profundo, romântico e ao mesmo tempo intenso que Cecília está a espera de um filho ou melhor filha. Com essa notícia todos ficaram felizes, porém Ferdinando impôs a Júnior que se casasse com sua filha, este que aceitou sem reclamar, com isso as famílias de Gina e Juliana enfim estariam ligadas pelo laço de sangue, enquanto Gina se preocupava com a filha que iria ser uma mãe aos dezenove anos, a coisa que mais preocupava Juliana nisso tudo era ser avó aos quarenta e seis anos.

Maria Fernanda era uma menina calma, tinha um gênio mais tranquilo, era alegre adora sair, ir a festas, se divertir com Júlia e Mariana, adora política, por isso resolveu fazer Direito para entender as leis. Nunca foi próxima dos meninos, diferente da irmã, certo dia um professor de Biologia do Ensino Médio decidiu que ela faria trabalho com Mateo, filho de Rosinha e Giácomo. E durante toda a construção do trabalho eles foram se conhecendo melhor e papo vai, papo vem eles acabaram se beijando, o que foi suficiente para que começassem a namorar sério. Ele é um rapaz romântico e ela uma menina muito carinhosa, então o namoro deles se resumia a muitos beijos, declarações, flores e um filminho a dois.

César é um rapaz reservado, faz faculdade de Letras – Literatura, pois sempre adorou ler livros dos mais diversos gêneros, escever poesias e agora até arrisca a escrever músicas para sua namorada Mariana, filha de Milita e Viramundo. Mariana é uma poetisa, adorava escrever músicas com o pai, mas quando estava sem ele escrevia poemas, pois não havia quem lhes desse uma melodia, então decidiu que faria faculdade de Letras – Literatura, e foi ai que começou a ter mais contato com o filho de seus padrinhos, e quando se tornaram amigos de verdade, ela viu que não era apenas isso, então resolveu escrever um poema dizendo tudo o que sentia por ele, mas não sabia que ele também havia tido a mesma ideia a algum tempo, mas não tinha coragem de entregar, quando ela tomou a iniciativa e entregou seu poema e então ele decidiu que era hora e também o fez. Quando viram que ambos sentiam o mesmo, decidiram que era hora de algo mais sério entre eles, então começaram a namorar, com direito a pedido de namoro ao pai dela, que fazia muito gosto da união deles.

*

Hoje era dia de festa na Cidade de Santa Fé, Cecília ia se casar com Júnior no mesmo dia em que seus pais completam vinte anos de casados, então haveria uma festa dupla em comemoração a união deles e a comemoração das bodas de porcelana de Gina e Ferdinando e Zelão e Juliana.

Gina e Juliana estavam ajudando a noiva a ficar pronta. Gina estava emocionada em ver a filha usando o vestido que ela usou no seu casamento, um pouco modificado é verdade, mas ainda era seu vestido que estava sendo usado pela filha que era mais apegada a ela.

_ Ô mãe, num precisa chorar não.

_ E quem disse pra oce que ieu to chorando?

_ Mãe vem aqui. Disse Cecília pegando na mão da mãe e a trazendo para perto de si. _ Nós somos duas mulheres fortes, mas esse momento é emocionante tanto pra mim que vou me casar, quanto pra oce que vai comemorar seu casamento com o papai. Ieu espero ter metade do amor que oce sente pelo papai, ieu tenho o maior orgulho de ter nascido desse amor. Mãe ieu ouvi o papai dizer que oce nunca disse na frente de ninguém que o ama, é verdade?

_ Já disse sim, no dia que seu noivo nasceu, num foi Juliana? Falei proce e pro Zelão.

_ Mas Gina, naquele dia não valeu, você falou no calor da discussão só para implicar com ele.

_ Num importa mãe, e vamos combinar que na frente da tia Juliana e do tio Zelão não importa porque os dois sempre souberam do amor de oces dois. Ieu to falando de mostrar pro pai que oce o ama na frente de toda essa cidade. Pense nisso mãe, vai ser o melhor presente de casamento que oce pode dar pra ele.

_ Filha, oce pense no seu casamento e deixa que ieu me resolvo cum teu pai.

_ Tá bem, se oce quer assim tudo bem, ieu penso no meu noivo que já está me esperando no altar, né tia Juliana?

_ Cecília, sinceramente, eu não sei, com certeza ele vai estar no altar para se casar com você, mas como ele é igual ao pai, vai demorar um pouco para se arrumar. Gina você lembra quando foi a formatura dele na Faculdade de Direito? Nossa quase que ele não chega para pegar o bendito diploma, porque resolveu escolher uma roupa bonita para chegar lá, para no final ficar com a beca por cima da roupa que ele passou horas escolhendo. Mas gaças a Deus deu tudo certo e hoje ele é o delegado da cidade.

_ E ieu num ia lembrar, o Nando ia levar oces na formatura dele e depois vinha nos pegar pra me levar pra minha formatura de Agronoma, causo que minha formatura foi no mesmo dia da dele, e por conta dele ieu também quase num pego meu diploma.

_ Mas foi uma pena as duas formaturas serem no mesmo dia, porque também queria ter ido na sua minha amiga.

_ Mas oce num perdeu nada, um bando de gente falano, falano... ah... coisa mais chata.

_ Não fale assim da sua formatura, um dia importante como esse é para lembrar para sempre.

_ Esse diploma pra mim num significa muita coisa não, ieu fiz tudo isso mais por causo do Nando.

_ Mas minha amiga, você não tem um dia que gostaria de lembrar para sempre?

_ Claro que tem, meu casamento, o nascimanto dos meus filhos, e agora o casamento dela e dos outros que ainda vão vir.

_ Ah Gina, bom saber que você tem um coração cheio de lembranças boas.

_ Ah vamo para cum essa conversa boba. Vamo Cecília, já terminou de se arrumar menina?

_ Ô mãe, oce num está vendo que falta o vel?

_ Ara, intão coloca logo essa porcaria e vamo logo.

_ Tá bom. Mas oce vai ter que me ajudar.

_ Ieu num sei mexer nessas coisinhas não. Pede ajuda a Juliana.

_ Ihh mãe, não precisa ser grossa não, lembre-se que hoje é o dia do meu casamento e o dia em que oce completa mais um ano cum meu pai. Falano em meu pai cadê ele?

_ Ele deve de tá lá em baixo te esperano. Ele disse que num queria te ver antes que senão ia chorar por demais antes do tempo.

_ Mas meu pai também tem uns pensamentos tão burro as vezes. É óbvio que ele vai ter que me ver antes do tempo, afinal é ele quem vai me levar inté a igreja.

_ Oce num fale assim do teu pai minha filha. Ele tá é nervoso cum tudo isso, afinal ele é um frangote desde sempre.

_ Olha só quem fala, pede pra ieu num falar mal dele e olha ela chamano ele de frangote, tia Juliana.

_ Mas ieu posso sua fedelha que mal saiu da fralda.

_ Gina, por favor se controle, fique calma que hoje é um dia de muito nervosismo para ela e para você também. Porque você não vai lá na cozinha e toma um copo d’água?

_ Ieu num quero. Já me acalmei.

_ E você Cecília, para de responder a sua mãe.

_ Tá certo. Desculpe mãe.

Gina apenas afirmou com a cabeça.

_ E você Gina, não está esquecendo de nada não?

_ Ieu não.

_ Gina, ela é sua filha mas você também precisa pedir desculpa para ela, pelas coisas que você chamou ela.

_ Tá certo, filha me desculpa, ieu sei que fui grossa coce, mas esse é meu jeito.

_ Ieu sei mãe, tá todo mundo nervoso aqui nesse quarto.

_ É mesmo filha, mas agora vamo terminar de se arrumar que pelo tanto que oce tá demorando seu noivo já deve tá é tendo um infarto de tanto esperar.

_ É mesmo. Me ajuda a colocar esse véu?

_ Acho melhor a Juiana, ieu não tenho jeito cum essas coisas. Juliana, ajuda ela ai que ieu vô lá ver se meu marido ainda tá acordado.

Gina, saiu do quarto da filha e foi em direção a sala, onde estava Ferdinando.

_ Frangotinho, oce ainda tá acordado?

_ Claro, cadê nossa fia?!

_ A Juliana tá ajudando ela a colocar aquele troço do véu.

_ Mas que demora menininha.

_ Mas noiva é assim frangotinho, e pense vai valer a pena, ela tá linda.

_ Claro, fomos nós que fizemos. Disse ele a abraçando.

_ Hum.

_ Menininhha, ieu fiquei muito feliz da nossa menina escolher se casar no mesmo dia que nós, de uma certa forma ela está dando um presente pra gente.

_ É mesmo. E quem diria, vinte anos te aturano.

_ Ah é? Pois ieu lhe digo que são vinte anos de um amor verdadeiro que o tempo não conseguiu apagar.

_ Ieu sei frangotinho. Ao dizer isso ela o beijou apaixonadamente. Ao termino do mesmo ele disse.

_ Gina, ieu tenho um presente proce que ieu quero que oce use no casamento.

_ O que?

Ferdinando foi até seu escritório e na gaveta do mesmo tinha uma caixinha cumprida que ele pegou. Voltou para a sala e quando abriu, mostrou a Gina um colar de safira azul com detalhes em ouro.

_ Lá vem oce me dando penduricalhos.

_ Isso aqui Gina não é somente um penduricalho, isso representa o meu amor por oce, essa safira azul é para oce lembrar dos meus olhos, pois são os olhos que demonstram os sentimentos quando queremos os esconder, embora ieu não esconda meu amor, o olhar transmite sinceridade e meu amor por oce é o mais sincero de todos e quando oce ver esses detalhes em ouro, oce irá lembrar que o amor que ieu sinto por oce é mais valioso e verdadeiro que esse ouro. Vou colocá-lo em oce só para o casamento, mais se oce quiser tirá despois oce tira. Disse Ferdinando um pouco triste.

_ Frangotinho, ieu gostei e prometo usar sempre que puder pra mostrar pra todo mundo a representação do seu amor por mim.

As palavras de Gina o comoveram e ele parou de colocar o colar em seu pescoço.

_ Oce tá falano sério?

_ Claro. Nando ieu te amo e oce já deveria saber que o que te faz feliz me faz feliz também, então ieu aceito esse colar de coração.

_ Menininha, a minha felicidade é oce. E lhe deu um beijo bastante demorado.

Ao final do beijo Ferdinando secou as lágrimas dele, pois Gina segurou firme as suas, pois estava maquiada e aprendeu com Juliana que se chorasse, ia borrar tudo e que o tempo já estava bem apertado para tal. Juliana e Cecília saíram do quarto e viram os dois emocionados e abraçados.

_ Hum, hum! Disse Juliana interrompendo o momento.

_ Oi Juliana, graças a Deus, oces demoraram. Disse Gina.

Assim que Gina se soltou do marido e virou de frente para Juliana ela disse.

_ Gina! Que colar lindo!

_ É mesmo mãe. O pai que lhe deu?

_ Foi. É presente de casamento, né Nando?

Ferdinando nada falava, estava hipinotizado pela beleza da filha vestida de noiva.

_ Pai, oce deu de presente pra mãe esse colar?

_ Hum... oi? Foi sim minha fia. Isso é pra vossa mãe ficar mais bonita, mas tenho que dizer que oce tá mais bonita que ela. Dizia com os olhos lacrimejados.

_ Gradecida pai.

_ Tá bom. Já que tá todo mundo bonito vamo logo que já estamos mais que atrasados.

_ Vamos sim Gina. Disse Juliana. _ Eu vou na frente que eu tenho que entrar com meu filho na igreja. Até logo.

_ Inté! Disseram todos ao mesmo tempo.

_ Minha fia, vai ser um prazer entrar com oce na igreja.

_ Ieu é que tenho o prazer de ser filha doces, saber que ieu nasci desse amor. Pai, tenho que confessar uma coisa pra oces. Ieu e Juliana ouvimos a sua declaração pra mamãe quando oce deu esse colar pra ela e olha, e ó, quero ter com o Júnior metade desse amor de oces.

_ Fia, oce quer fazer a gente chorar mesmo?

_ Não pai, ieu não quero refazer a minha maquiagem de novo, pois depois de ouvir sua declaração, tive que refazê-la, por isso demoramos, mas agora ieu não tenho Juliana para isso e a mamãe não tem muito jeito com maquiagem, é capaz de ieu chegar lá e pensarem que é casamento de palhaços.

_ Poxa minha fia, não precisa ofender também né.

_ Desculpe mãe. Mas vamos logo que ieu tô loca pra casar logo com o meu amor, ou é só oces que tem direito a isso?

_ Claro que não minha fia. Disse Ferdinando. _ Sei que oces se amam de verdade, e a consequência disso tá aqui dentro. Disse ele pondo a mão na barriga da filha.

_ Posso lhe dizer que tanto ieu quanto ele tivemos boas referências de amor verdadeiro e nosso bebê também vai conhecer tudo isso, pois ieu amo por demais o Júnior.

_ Intão fia, vamos acrescentar mais uma felicidade nesse amor de oces. Disse Ferdinando oferecendo seu braço a filha, e quando passou pela esposa lhe ofereceu seu outro braço e assim, os três foram em direção a igreja.

*

Então os três chegaram a igreja. E com a chegada de todos, Juliana entrou com o filho Júnior a igreja, logo em seguida Gina entrou com Zelão e logo atrás vinha Luana, filha mais nova de Serelepe e Pituca de quatro anos, pois eles ainda tinham Carolina de sete. Luana vinha a frente de Ferdinando e Cecília, trazendo as alianças. Quando pai e filha entravam, todos na igreja ficaram admirados com a bela noiva que entrava feliz, sorrindo e com a emoção de Ferdinando que estava com os olhos marejados. Quando chegaram ao altar, Ferdinando a entregou a júnior dizendo:

_ Oce garoto, tome conta direitinho da minha filha.

_ O senhor pode ter certeza que cuidarei muito bem dela e de nossa criança que está a caminho.

Ferdinando apertou a mão do rapaz e se dirigiu para ficar ao lado da esposa e escutar o discurso do Padre Jeremias, substituto de Padre Santo que infelizmente falesceu a três anos atrás.

_ Senhoras e senhores, estamos aqui hoje para celebrar o casamento de José Aparecido Menezes Júnior e Cecília Falcão Napoleão, dois jovens que estão aqui para se unirem diante de Deus...

E assim a cerimônia seguiu, até que colocaram as alianças um no outro pronunciando juras de amor. Todos, inclusive os pais dos dois estavam chorando, Gina e Zelão um pouco mais contidos, mas estavam com os olhos lacrimejantes. Ao final da cerimônia, todos foram para a festa financiada por Pedro Falcão que fez questão de pagar o casamento do primeiro neto ou neta que casasse, pois Epaminondas havia pagado toda festa de casamento de Gina e Ferdinando.

A rua na frente da igreja estava toda enfeitada, e havia um palco onde Viramundo e banda, tocavam.

A festa seguia, as crianças brincavam, os casais eram embalados pelas canções de Viramundo, os noivos tiravam fotos e comprimentavam cada convidado. Cecília que já não aguentava mais ficar andando, sentou na mesa onde estavam seus avós maternos e paternos, com uma cara de enjoo e Dona Tê logo se preoculpou com a neta.

_ Minha fia, o que que houve coce?

_ Ah vó, é só um mal estar, acho que é porque está muito quente e na condição que estou não posso ficar andando pra lá e pra cá.

_ Ah tá, oce quer um copo de água fia?

_ Não carece vó, ieu to bem, ieu sô forte.

_ Ah esquici que oce é tão forte quanto a jaguatirica da sua mãe. Só me diga uma coisa, oce já se consulto com o Renato?

_ Claro vó, meu pai me obrigou. E antes que a senhora pergunte, meu bebê e ieu estamos ótimos.

A conversa entre as duas iria acontinuar se não fosse uma voz um pouco tímida que vinha do palco que antes era território de Viramundo.

_ Oia lá mãe, é nossa fia! Disse Pedro Falcão.

Gina pegou o microfone entregue por Viramundo e começou.

_ Oi... Continuava Gina incerta. _ Bom... ieu estou aqui pra parabenizar minha fia e meu genro pelo casório deles, que oces sejam muito, mais muito felizes e também gostaria de dizer uma coisa a meu marido, o Nando.

Ferdinando a olhava com um olhar de dúvida.

_ Frangotinho, hoje faz vinte anos que estamos casados, e a dezenove anos atrás, no dia do nascimento do nosso genro e da nossa nora Júlia, oce viu o Zelão se declarano pra Juliana e pediu que ieu fizesse o mesmo, ieu como sô meio atrapaiada, meti os pés pelas mão e fiz tudo errado,mas hje ieu to aqui pra te dar o que oce queria naquele dia, e hoje no nosso dia também ieu lhe dou isso como meu presente. Sabe Nando, quando nós no conhecemos ieu num gostava muito doce não, mas num era por sua causa porque ieu mal te conhecia, mas achava que por oce ser filho de quem era oce num prestasse, mas me enganei totalmente, pois oce foi viver na minha casa e lá pude conhecer oce mior e comecei primero admirando seu amor pela terra, sua amizade cum meus pais e com a Juliana e vi o quão bem oce tratava as pessoas que gostava. Ieu tava começano a me acostumar com oce como um amigo, ai num sei se oce se lembra do dia em que oce disse que sintia uma vontade de me beijar, mas naquele dia oce conseguiu mexer cumigo de uma manera diferente que nunca niguém tinha conseguido e como ieu num sabia o que era, sinti medo e sair correno. Daí Nando, oce vorto pra casa de seu pai e naquele momento ieu vortei a pensar que oce era igual a seu pai, uma pessoa mal agradecida e decidir esquecer o que ieu sentia por oce. E aí, oce decidiu um dia me beijar a força, na hora ieu achei um atrevimento da sua parte e inté fiquei brava por um tempo, mas depois ieu inté que gostei e inté confessei pra Juliana e pro meu pai, oce num sabe disso, mas meu pai soube que ieu gostei daquele beijo roubado, mas depois de toda aquele confusão que meu pai causou na sua casa naquele dia ieu achei que se nós ficássemos juntos meu pai ia acabar com sua vida e então por isso ieu comecei a lhe tratar mal de novo, mai num sei se oce percebia mas ieu não conseguia esconder mais o meu amor por oce e naquele dia no carro, nós indo pra Cidade das Antas conversar com o aquele prefeitinho, ieu quase lhe beijei e olha tive que me segurar por demais pra não lhe dar um beijo e nesse dia em diante ieu pensava que ficar perto doce só me colocaria em perigo e sabia que mais cedo ou mais tarde isso ia acontecer, porque o amor, que ieu não sabia que era isso, só aumentava a cada dia. Quando oce apareceu lá na minha casa pra nós ir nas Antas de novo, pra falar com o gerente da empresa de ônibus, ieu aceitei porque ieu gostava de uma boa briga e fiquei mais tranquila quando soube que o Zelão iria, e sabia, ou achava que oce num tentaria nada comigo quando o Zelão estivesse, mas me enganei, oce praticamente me pediu em casório naquele dia, nossa... ieu num acreditava em tudo aquilo, meu coração disparou e o engasgo foi inevitável pra ieu mudar o assunto. Nesse mesmo dia na volta, ele me levo pra casa dele, e pior pro quarto dele e pra variar me pediu um beijo, nossa... mas a vontade que ieu tinha em fazer o que oce pedia era enorme Nando, mas mais uma vez a insegurança de que se ieu lhe desse o que oce queria só ia me magoar, porque minha mãe sempre me disse que oce, um homem estudado, letrado nunca que ia se interessar por uma roceira feito ieu, isso invadiu minha cabeça na hora e me fez sair daquele quarto disparada para mais longe possíver. E daí em diante ieu me esquivava toda vez doce, inté que o Viramundo foi morar lá em casa e ieu num sei por que oce chegava lá em casa com uma cara de pouco amigos, ieu gostava quando oce chegava lá em casa e dizia coisas sobre mim e qundo ele foi morar lá em casa oce paro e inté disistiu de ser cadidato a prefeito e ainda teve a petulância de dizer que se ieu quisesse ser primera dama o Vira tinha que ser candidato, mas Nando aquilo não me importava, ieu queria que oce fosse prefeito e que ieu fosse a sua primera dama, nunca que entendi isso, mas isso logo passo e oce foi o homem que ieu esperava, foi no meu pai me pedir em namoro, mas num sei, as palavra da minha mãe sobre oce ser um homem estudado ainda ecoavam na minha cabeça e me fez lhe dispençar novamente. Ieu mal sabia que aquilo ali poderia te fazer desistir de mim, e graças a Deus oce não desistiu e insistiu mais uma vez e veio conversar comigo, conversa essa que ieu fui franca coce, ieu num sabia o que era amor, esse negócio de gostar e oce veio logo me perguntando sobre isso, e ieu apenas fui sincera coce e ai oce queria me beijar a força de novo e embora ieu tivesse gostado do primero, isso num significava que oce poderia chegar e me beijar a força sempre que quisesse, e então ieu te ameacei com o esqui, oce disse que ia embora e pediu que ieu abrisse a porta proce e lhe confesso que estava disposta a não deixar oce sem uma resposta, ia esperar oce vorta com suas luvas nas mãos e com o seu chapéu que oce tava pra que a gente converssasse lá fora pra mãe num ver nem ouvi, mas ai... oce cum sua pressa, fez tudo por impulso de novo e me agarro a força de novo, ieu estava disposta a lhe aceitar, e esse beijo roubado novamente tenho que confessar que me deixou desnorteada, com as pernas banbas, e ali ieu soube que por mais que ieu não quisesse ieu gostava desses seus impulsos e então ieu num precisei nem dizer que te aceitava como meu namorado, decidir fazer igual a oce e mostrar meu amor por oce da mesma forma que oce, lhe dando um beijo que oce num esperava que ieu fosse retribuir, daí como sempre, minha mãe chegou e atrapalhou nossos momentos como namorados. Ahh, nosso namoro, foram os meses mais felizes da minha vida naquela época, nosso noivado foi maravilhoso, o que não foi, foi antes daquele armoço de noivado na casa do vosso pai, ieu tava muito nervosa do seu pai fazer argo comigo, mas oce soube me tranquilizar dizendo que ia me proteger, e então ieu me sentir mais tranquila e tudo ocorreu maravilhosamente naquele dia até dizer claramente pela primeira vez que lhe amava. Ieu fiquei também muito nervosa quando meus pais decidiram se intrometer no nosso noivado e fiquei tão furiosa quando oce num apareceu pra nós noivar, ieu achava que era curpa do que minha mãe tinha feito e ameacei sair de casa, caso oce terminasse comigo e isso graças a Deus não aconteceu, mas devido ao amor que ieu sentia concerteza ieu faria isso, pois não conseguia viver sem oce mais. E então oce me pediu em casamento, e que felicidade, era um sonho tudo isso, aceitei e então nós casamos juntos com nossos melhores amigos e daí pra frente se não fosse o Maurício tudo na nossa vida seria a mais pura felicidade, mas graças a Deus, ele depois que saiu da cadeia a anos atrás veio aqui e nos pediu desculpa e foi embora pra sempre pra Mato Grosso do Sul, e melhor, bem longe daqui e nos prometeu nunca mais vortar aqui. Ieu queria agradecer ao Renato por ter cuidado de toda minha gravidez e depois a esposa dele Karina, que cuido da saúde dos meus pequenos, fiquei muito feliz de ser chamada por oces pra ser madrinha do primeiro de seus três filhos. Juliana, obrigada por seus conselhos a favor do Nando, que não fosse isso talvez ieu tivesse desistido do meu grande amor. Frangotinho, esse resumo grande de nossa vida aqui pra todos é só pra fazer com que eles entendam que tudo isso que nós passamos foi só pra que ieu chegasse hoje, nesse momento e lhe dissesse que ieu te amo mais do que no primero dia que te vi, nesses vinte anos juntos, meu amor por oce nunca diminuiu, pelo contrário, ele só aumentou a cada dia que passei ao seu lado, só pra dar um exemplo, hoje ieu te amo mais do que ontem, pois oce, sempre, em todos os momentos de nossas vidas oce me surpreende e faz sem saber com que isso aconteça. Gente, oces estão vendo esse colar aqui? Disse segurando o colar que Nando havia lhe dado antes do casamento da filha. _ Ele me deu hoje, como presente de casamento. Ele poderia apenas me dar, mas ele fez questão de se declarar como se fossemos dois adolescentes no início de namoro, e então percebi que ele merecia muito mais de mim, e decidir realizar esse sonho dele. Nando, vinte anos juntos, muitas brigas, discussões, amor, carinho, felicidade, companherismo e prazer, essas palavras resumem nossos vinte anos juntos, os vinte anos mais felizes da minha vida, e que venha mais vinte anos ao seu lado. De uma certa forma sou uma mulher de muita sorte em ter oce como o companheiro da minha vida, lhe agradeço por tudo que oce me fez, me deu, me falou e me mostrou, acho que me fez uma mulher melhor, pois oce me deu muitas coisa boas e quatro delas são nossos filhos, orgulho de nossas vidas e hoje uma delas vai nos dá nosso primero neto, que vamos curtir juntos e contano nossas história pra que ele saiba que não é só nossos filhos presenciaram, mas que ele também vai presenciar o nosso amor, sabe porquê? Porque nosso amor é pra sempre, ou melhor, ele é eterno. E quero deixar claro pra todos, IEU TE AMO MEU FRANGOTINHO!

Ferdinando não se aguentava e a cada palavra pronunciada pela esposa chorava descontroladamente. Ele já estava em pé, na frente do palco e quando a esposa terminou de se declarar ele não aguentou e subiu no palco e lhe agarrou para um beijo mais apaixonado que conseguia. Todos os presentes aplaudiram o beijo dos apaixonados. Ferdinando não conseguia falar nada, apenas quando o beijo acabou ele chegou perto do ouvido da esposa e lhe disse: _ Ieu é que te amo minha menininha.

Gina lhe deu um selhinho e lhe entregou o microfone para que ele o entregasse a Viramundo, mas ele não o fez e virou para a esposa, a segurou pela mão e fez com que ela o olhasse nos olhos, tão marejados quanto o seu.

_ Menininha, esse foi o melhor presente de casamento que oce poderia ter me dado, mas o meu maior presente vindo de oce é oce mesmo, pois minha vida sem oce num teria emoção nenhuma e em retribuição a esse grande presente que oce me deu ieu quero lhe pedir novamente em casamento.

_ Como? Perguntou Gina surpresa. E deixando todos surpresos também.

_ Sim Gina, quero renovar nossos votos de casamento aqui e agora tendo as bênçãos do novo padre da cidade, tendo todos os presentes, incluindo nossos filhos como testemunha do nosso amor depois de vinte anos. O que oce acha?

_ Mas Nando, hoje é o dia do casamento de nossa filha mais o Júnior, esse é o dia deles.

_ Aceita mãe! Gritava Cecília da mesa dos avós onde estava. _ Vai ser uma honra pra nós, testemunhar o amor de oces que sempre nos inspirou se tornando mais forte! Terminava Cecília, olhando para o esposo que concordava com a cabeça.

Gina olhava a filha com lágrimas nos olhos. E quando terminou de escutar a filha, olhou para o marido e respondeu.

_ Ieu aceito, frangotinho.

_ Então Padre Jeremias, o senhor nos daria a honra aqui, nesse palco, de celebrar nossa renovação dos votos de casamento?

_ Mas é claro, é uma honra enorme fazer parte desse momento emocionante na vida de duas pessoas que se amam de verdade.

Assim, Padre Jeremias subiu ao palco, se posicionou na frente dos pombinhos, que não continham a emoção. O padre pediu o microfone, que foi entregue por Ferdinando, e então o padre começou.

_ Como fui pego de surpresa por oces, vou começar dizendo que o que estam fazendo é algo que prova que quando exite amor tudo se torna mais lindo, ieu não conhecia a história de oces e ao ouvi-la dizer tudo o que passaram para chegar aqui pude ver que não adianta negar, o amor sempre vence e o que oces estão fazendo hoje, é a prova de que o amor que existe dentro de oces continua vivo e quando isso acontece é muito difícil de ser destruído, ieu hoje tenho a honra de reforçar esse amor diante de Deus. Regina Falcão Napoleão, oce quer falar algo a seu esposo.

_ Nando, nosso amor é como uma rocha e o mar. É mais forte que uma rocha, onde por mais que muitas pessoas tentem destruir, mais elas não conseguem, porque a rocha tem uma força fora do normal. E o mar, porque ele é enorme e não tem fim. E nosso amor é assim, forte igual a uma rocha e infinito igual ao mar. Ieu te amo e vou continuar lhe amando pra sempre frangotinho.

_ Que lindo dona Gina. Agora, o senhor Ferdinando Napoleão, gostaria de dizer alguma coisa a sua esposa?

_ Claro. Menininha, minha querida esposa, ieu sei disso e esses dois recusos naturais estão representados em nós, sabe onde? Nos nossos olhos, na parte do ser humano que demonstra a sinceridade quando todo o resto nega. Oce tem olhos castanhos, a cor de uma rocha forte e resistente e ieu olhos azuis da cor desse oceano infinito que é o nosso amor. Obrigado por me fazer feliz a cada dia da nossa vida minha menininha e que nossa vida continue cheia de alegrias e amor para sempre. Ieu te amo, assim como o primero dia e a cada dia lhe amo mais e mais e quero, assim como oce ficar mais, no mínimo mais vinte anos ao seu lado te amando e te fazendo feliz assim como oce me faz.

_ E com o poder a mim investido, em nome de Deus, ieu vos declaro marido e mulher novamente. Oce pode beijar a noiva.

_ Pelo menos agora o padre deixou a gente se beijar. Disse Ferdinando fazendo referencia ao casamento dos dois em que Padre Santo não disse a expressão.

Gina riu e sem demora o beijou apaixonadamente na frente de todos. Os convidados, que estavam emocionados, bateram palmas, assobiavam e gritavam palavras que desejavam ao casal.

_ Menininha, ieu te amo mais que tudo. Disse Ferdinando ao termino do beijo ao ouvido da esposa.

_ Ieu também te amo mais que tudo meu frangotinho.

Com isso, a festa continuou alegramente, todos comprimentaram os dois, quando desceram do palco, pois todos estavam encantados com o amor que os dois transmitiam, e os filhos do casal choravam e os abraçavam. E enquanto todos os filhos os abraçavam Ferdinando os disse:

_ Olha meus filhos, nunca se esqueçam que o amor é a coisa mais importante num casamento, isso que oces viram aqui é a continuação perfeita de um amor infinito e oces todos são o resultado desse amor, então isso é o que ieu quero que oces vejam que o pai e a mãe doces se uniram por um amor tão grande, mais tão grande que foi capaz de gerar frutos, frutos esses que ieu quero que entendam que nossa famílla é constituída através de nosso amor, então por isso que ieu quero que oces sejam capazes de amar assim como nós fomos. Hoje Cecília, oce se caso, e espero que oce ame esse rapaz e que oces consigam ter um amor tão forte igual ao nosso e dos pais dele, que embora não tenham feito o mesmo que nós hoje, eles se amam. Espero que ieu e Gina sejamos os primeros de tantos em nossos descendentes a sentir essa sensação causada pelo amor. Então todos oces, tenham isso como referencia na vida doces meus filhos e sejam felizes e por favor, transmitam isso a todos de nossa família quando nós não estivermos aqui, estamos combinados?

_ Claro meu pai. Concordaram todos.

_ Obrigado meus filhos queridos. Vamos curtir essa festa linda em comemoração ao amor, ao seu amor filha pelo júnior e ao meu amor pela minha menininha.

E então todos continuaram curtindo a festa em referencia ao amor. E amor é uma coisa que não faltavam na atual Cidade de Santa Fé, a vida nesta cidade era um encanto, tudo parecia sempre ocorrer bem naquele lugar, pois tudo naquele lugar era fruto de amor. Aquele lugar começou a nascer pelo amor de um homem em ajudar as pessoas, Pedro Falcão sempre gostou de ajudar as pessoas e sempre as acolheu naquele pequeno terreno adquirido de Epaminondas. Depois, começou a crescer graças ao amor de pais e filhos, que se não fossem Epaminondas e Pedro doar suas terras a seus filhos, essa cidade hoje não seria o que é e não estaria comemorando o amor de todas as formas que sempre esteve presente naquele lugar.

*

Era uma tarde em algum lugar de alguma cidade e em uma livraria, e um grande escritor estava lançando seu livro.

Havia repórteres, e o escritor começou discursando:

_ Boa tarde. Gostaria de agradecer a todos os presentes e podem começar as perguntas sobre o livro, pometo responder as perguntas que não comprometam a vendagem do livro.

Todos riram e o primeiro repórter começou.

_ Boa tarde senhor José Augusto. Gostaria de saber se essa história tem a ver com a sua primeira história, “ Meu pedacinho de chão”?

_ Sim. Esse livro que estou lançando hoje, é uma continuação desse primeiro livro, só que com a perspectiva do outro casal de protagonistas.

_ Então, o senhor quer dizer que será na perspectiva do casal Gina e Ferdinando?

_ Sim, eles mesmo.

Outro repórter tomou a palavra para si.

_ Boa tarde senhor. Gostaria de saber qual foi a sua inspiração para escrever esses livros?

_ Isso é muito simples. Minha família e amigos mais próximos, as personagens desses dois livros são reais e fazem parte da minha vida. Eles sempre me inspiraram e sem vocês saberem, eu estou contando a minha vida e a vida da minha família na minha perspectiva, posso ter enfeitado uma coisa aqui ou ali, mas tudo, foi algo que se passou de verdade com cada um das personagens.

_ E o senhor poderia nos falar, o que as personaens principais dessa sua nova história fizeram para que decidisse retratar a vida deles em livro?

_ Bom, essa segunda história é a história de amor do meu irmão e minha cunhada, e o amor deles sempre me chamou muito a atenção, o amor deles é incrível, eles brigam e se amam ao mesmo tempo, e sei que pessoas gostam de histórias assim, pois no livro passado quando o lancei, a história deles foi a que mais repercutiu devido a esse jogo de gato e rato, pois ela sempre foi assim, feito a Gina e meu irmão sempre teve dificuldade para conquistá-la e então decidi escrever a continuação da história deles e do amor deles até mais recentemente.

_ Eles aceitaram que a vida deles fosse retrada?

_ Na verdade ela não gostou muito, mas depois meu irmão a convenceu. Já meu irmão aceitou logo e até me emprestou o diário dele quando eu o propus essa ideia... Então se ninguém tem mais nada a perguntar, eu vou descer para atender quem quiser autógrafo. Obrigado.

José Augusto, desceu do palco e foi em direção a mesa de autógrafos e der repente ouviu uma voz grave.

_ Boa tarde, em nome de Ferdinando Napoleão e Regina Napoleão!

Quando olhou para cima, viu o irmão e a cunhada prestigiando seu lançamento.

_ Maninnho! Assim ele se levantou para abraçá-los. _ Vocês vieram?!

_ Mais é claro, não poderíamos faltar no lançamento do livro do meu mano querido, que por sinal conta a nossa maravilhosa vida juntos. E estou vendo que seu livro vai ser um sucesso.

_ Obrigado. Mas com uma inspiração mais que perfeita, isso daqui só tinha que está assim, cheio e digo mais, já é um sucesso.

_ Que isso, você é que escreve muito bem. Disse Regina o elogiando.

_ Obrigado minha cunhada preferida. Olhem só, essas pessoas todas aqui adoram a história de vocês, e sabe, muitos se inspiram ou esperam por um amor igual ao de vocês. E eu, agradeço a vocês por fazerem parte de minha vida e compartilhar comigo todo esse amor que vocês têm e me proporcionar essa sensação maravilhosa de poder mostrar para todas as pessoas que amor verdadeiro existe e que ele não é tão provável assim e que as vezes o nosso amor está na pessoa que menos esperamos.

Fim.


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