Felizes para sempre escrita por Lu


Capítulo 23
Batizado - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Olá. Aqui está a continuação, confesso que não esperava terminar tão rápido, mas que bom e vocês poderão ler logo. Espero que gostem. Boa leitura a todos. Beijos. :)



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Serelepe avistou Pituca brincando com um dos sobrinhos, feliz, perto da família do irmão mais velho. Serelepe então, chegou perto dela e a puxou pelo braço.

_ Que isso Lepe, ieu estou brincano cum o Pedrinho.

_ Pituca eu tenho que falar coce.

_ Intonce fale.

_ O seu pai me pediu uma ajuda para ele conseguir ficar um pouco com um dos netos dele.

_ Que legal Lepe, vô falar cum o Nando.

_ Não Pituca. Disse Serelepe segurando mais uma vez o bracinho dela. _ Seu pai num quer que ele saiba.

_ Mai pru que Lepe?

_ Acho que ele num quer mostra pro Nando que ele tá começano a se interessar pelos fios dele, já que eles tão brigado, por isso ieu tive uma ideia e preciso de vossa ajuda.

_ Intonce fale que ieu faço de tudo pro meu pai e meu irmão fazerem as pazes.

_ Bom Pituca, nós vamo ficar brincano perto de onde seu irmão está, ai oce vai fingir que torceu o pé e vai tentar convencer a levar seu irmão e a Gina lá pra venda de seu Giáco pra cuidar doce, ai ieu vô tentar convencer Dona Tê a levar um dos netos dela inté o Coronér. O que oce acha?

_ Ótimo.

_ Intão vamo.

Os dois foram andando para um lugar perto de onde Ferdinando, Gina e os pais dela estavam. Começaram a brincar de pique – pega e quando Pituca corria em frente ao irmão e quando viu que ele olhava para ela, a admirando ela se jogou no chão, fingindo uma torção em seu pé.

_ Ai, ai ai ai!!! Gritava a menina, passando confiança ao irmão de que aquilo era realmente algo de grave.

Ferdinando, Gina, Pedro Falcão e Dona Tê correram para acudir a menina.

_ Que que foi Pituca? Perguntava Nando preocupado com a irmã.

_ Ai!! Tá dueno mano.

_ Onde Pitiquinha?

_ Meu pé. Acho que ieu torci ele.

_ O que que ieu faço? Num temo médico por cá.

_ Nandinho, podemo ver se na venda do seu Giáco tem arguma atadura proce colocar no pé dela inté oce poder levar ela inté as Anta. Falava Dona Tê preocupada cum a menina.

_ Tá certo Dona Tê. Vamo Pituquinha. Ferdinando a pegou no colo e foi em direção a venda do seu Giácomo quando Pituca percebeu que todos menos Gina estava indo junto com eles e falou com o irmão.

_ Maninho, ieu quero que a mana venha junto comigo.

_ Ieu?!

Gina ficou surpresa com o pedido da pequena cunhada.

_ Sim. Oce é uma muier forte e vai poder me dar apoio. Ai!!

_ Tá certo. Gina virou para Juliana que estava na mesa ao lado da mesa de sua família e falou:

_ Juliana, oce pur favor pode oiar meus fios enquanto nós vai lá na venda. Já que a mãe deu ideia do que fazer cum a Pituca ela vai cum nós pra ajudar.

_ Está bom, minha amiga. Vá tranquila.

_ Gradecida. E assim, foi junto com Ferdinando, Dona Tê, Pedro e Pituca para a venda.

Serelepe que via a cena de perto, deu um pequeno sorriso de vitória e quando viu que todos já haviam entrado na venda recém aberta por seu dono para que todos entrassem, viu que não havia perigo em convencer Juliana, pois ela entende tudo mais facilmente, então foi em direção a ela e começou falando.

_ Que coisa chata que aconteceu com a Pituquinha.

_ É... E você por que não foi junto com todos para cuidar dela? Perguntava Juliana desconfiada.

_ Professora, seu ieu lhe disser uma coisa, oce jura que num conta a ninguém?

_ Claro. Pode cofiar em mim.

_ A Pituca num se machuco. Ela fez tudo isso a meu pedido.

_ Mas por quê?

_ Porque ieu queria que o Nando e a Gina num tivesse aqui. O Coronel pediu pra que ieu levasse um dos netos dele pra ele poder ver.

_ Mas Lepe isso não é certo.

_ Ieu sei fessora, mas é que ieu to fazeno isso porque acho que ele tá começando a gostar deles e isso pode ajudar a unir as pessoas que mais me ajudaram na vida a se reaproximarem. Por isso, ieu te peço que deixe que ieu leve um dos meninos pra que ele veja.

_ Lepe, entenda que eu não posso. A Gina não me perdoaria.

_ Ela pode inté ficar cum raiva da senhora, mas depois ela e o Nando inté vão te agradecer.

_ Tá certo... Leva, mas só por um minuto. Não quero que eles saibam que eu deixei que isso acontecesse.

_ A senhora pode ficar sossegada que se eles virem, ieu assumo toda a culpa.

_ Vá logo antes que eu me arrependa.

Serelepe então foi até o carrinho de bebê onde estava César e o pegou no colo. O menino que estava acordado sem reclamar por ser pego no colo do nada foi com Serelepe. Ao longo do trajeto Lepe fora brincando com o brinquedinho do menino, o fazendo rir, até que chegaram onde Epaminondas estava. Epaminondas por sua vez, ao vê-los chegando perto de si, brincando, não segurou as lágrimas que começavam a se formar em seus olhos.

_ Coronér, esse é seu neto.

Epaminondas, emocionado, pegou o neto no colo, o brinquedinho que estava nas mãos de Lepe e começou a brincar com o neto que nem sabia o nome, mas que o encantava profundamente.

_ Lepe, oce sabe quar é o nome desse menino?

_ Esse é... dexa eu ver... Serelepe levantou um pouco a blusa do menino e conseguiu ver a pintinha que ele tinha no finalzinho das costas, que o diferenciava do irmão, por sinal era uma pinta de família e da família Napoleão. Ferdinando a tinha e Epaminondas também, e isso só fez Epaminondas derreter-se em lágrimas cada vez mais constantes. _ Esse é o César.

_ César?

_ Sim.

_ Iguar ao nome do meu pai. César Napoleão. Esse ingrato num podia ter escoido nome mior pra ele, um legítimo Napoleão. Ieu gostaria que tivesse meu nome, mai tendo o nome do meu pai tumém tá bão por demais.

_ Isso quer dizer que o senhor vai fazer as pazes cum seu fio Coronér?

_ Craro que não menino! Ieu só queria conhecer essas criança.

*

De longe, Maurício observava a cena sem acreditar no que via, não poderia imaginar que ele pudesse estar amolecendo com o neto e temia o pior, que o jogasse pra fora da casa dele para que o filho entrasse, então, sem pensar duas vezes, pois estava perto da venda onde Ferdinando e os outros estavam e gritou rapidamente, sem se enrolar nas palavras.

_ FERDINANDO SEU FILHO ESTÁ COM SEU PAI! Dizendo isso ele, saiu correndo sem que ninguém o visse e saiu correndo por entre o matagal direto para a fazenda do Coronel Epaminondas.

Ferdinando ouviu o grito de uma voz que conhecia e se assustou, pois estava acabendo de enfaixar o pé da irmã. Ao ouvir o que era dito identificou a voz de Maurício, olhou para Gina que logo se defendeu dizendo.

_ Ieu dexei a Juliana oiano eles.

_ O Maurício deve tá quereno me chatear e deve ser a mando do Coronér.

_ Não Nando! Disse Pituca logo percebendo a besteira que fizera, e suas mãos foram diretamente a sua boca.

_ O que que oce tá sabeno Pituca? Perguntava Ferdinando não entendendo a colocação da irmã.

_ Nada não.

_ Pituca, oce num minta pra mim. Senão ieu num vô mai confiar nocê.

_ Tá... O pai pediu pro Lepe levar um de seus fios pra ele conhecer.

_ Ele num teve coraje disso!

_ Nando, o pai tá gostano dos seus fios.

_ Aquele mardito vai se vê cumigo! Disse Gina com raiva, saindo da venda e indo em direção a mesa onde estava a famíia Napoleão.

Ferdinando estava logo atrás da esposa.

_ Gina, dexa que ieu me resolvo cum ele.

_ Ieu só quero ver se meu fio tá bem. Disse ela já chegando perto de onde estavam. _ O senhor pode devorvendo meu fio Coronér! Dizendo isso ela tirou o menino do colo do avô.

_ A senhorita, ou melhor senhora, acha que é quem pra falar assim comigo.

_ Ieu sô a mãe do menino que oce pego sem autorização.

_ Menino esse que por sinal é meu neto.

_ Mai o senhor num tem direito ninhum sobre ele e nem sobre os irmãos dele meu ex-pai!

_ E quem é oce pra me dizer isso moleque?

_ Ieu sô o pai deles e tenho direito de decidir quem pode ou não chegar perto deles, inté que eles sejam maiores de idade.

_ Tá bão, num quero brigar coce por causa dessas crianças. Oce pode levá-lo, ieu já vi e pronto.

_ Ótimo. Só quero que o senhor saiba que ieu num quero que oce chegue perto deles. Estamos entendidos?

_ Sim. Ieu num irei mais procurá-los. Ah, da próxima vez, cuidem mior deles.

_ O Coronér quer dizer que ieu num sei cuidar dos meus fios?! Endagava Gina já com raiva do sogro.

_ Se a carapuça serviu, fique a vontade.

_ Tanto serviu preu quanto pro senhor que dexo sua fia cair e torce o pé que nem se levanto pra acudir.

_ Que fia, aquela ali? Disse apontando para a filha que já estava perto da confusão. _ Bão, se é ela, garanto que está ótima, num é minha fia?

Pituca apenas confirmou com a cabeça, e ao final olhava para o chão de tanta vergonha que sentia por ter mentido para o irmão que tanto amava.

_ Como que oce pôde Pituca?

_ Ieu só queria ver meu irmão e meu pai filizes. Disse ela aos prantos.

Ferdinando abaixou a altura da irmã e lhe disse:

_ Pituquinha, ieu to muito mai muito feliz ao lado da minha esposa e fios, e se esse meu ex-pai num quer compartilhar toda essa felicidade cum nós, nós num podemo obrigá-lo, ele num queria ver meu fio pra fazer as pazes, ele deve querer ver apenas pra poder ter certeza de que era realmente meu fio, purque com certeza o Maurício coloco na cabeça dele que essas crianças num são meus, assim como ele me falo uma vez. Mas meu ex-pai, quero lhe dizer que quem disse que o senhor estava aqui cum meu fio foi seu mior amigo Maurício. Agradeça a ele por mim dispois. Agora Pituca, Lepe, oces nunca mai façam isso, oces me entendero?

_ Sim Nando. Disseram os dois ao mesmo tempo.

_ Bão. Disse Ferdinando chegando perto da esposa para abraça-la para irem embora, mas Gina tinha mais uma coisa para dizer ao sogro.

_ Se o senhor pensar em chegar perto deles otra vez sem minha permissão, ieu juro que lhe mato, num quero nem saber se o senhor é pai do Nando e vô deles.

_ Isso ieu quero ver, sua abusada.

_ Pois o senhor tente pra ver.

_ Vamo menininha, num vele brigar cum ele.

_ Se ele tentar fazer argum mar a eles, ele já tá avisado.

_ Ele num vale seu nervosismo. Vambora. Dizendo isso os dois foram andando com César no colo, os dois abraçados e brincando de fazer cosquinha na barriga com o garotinho, sem perceber que o brinquedinho que tinha sido levado com ele havia ficado na mesa do avô.

*

Os dois chegarm a mesa onde estavam e foram logo perguntando a Juliana o porquê dela ter deixado o filho deles ser levado até o avô.

_ Juliana, ieu num pedir proce tomar conta dos meus fios?

_ Sim, é que eu achei que o Coronel Epaminondas queria ver o filho de vocês para que fizessem as pazes, pelo menos foi isso que o Lepe me disse.

_ É, mas num era isso que ele quiria, ele quiria era que nós ficasse cum mai raiva dele.

_ Não acredito minha amiga. Perdoe-me, eu não fiz por mal.

_ Tá certo, mai oce num faça nada que ieu num te perdir.

_ Nossa! Não precisa falar assim comigo Gina.

_ Descurpe, é que ieu to nervosa. Num sei, mai ieu penso que o Coronér é capaz inté de robar meus fios se ele começar a gostar deles sabe?

_ Eu te entendo minha amiga. Desculpa mais uma vez.

_ Tá certo. Agora dexa ieu ir embora que ieu num quero arrumar mai confusão que se ieu ficar aqui oiano pra aquele coronerzinho, ieu num sei do que ieu sô capaz.

_ Mais uma vez perdoe-me.

_ Já disse que te desculpo ara. Vá dormir pra ver se sua memória vorta a funcionar. Dizendo isso ela começou a empurra o carrinho dos bebês até onde Ferdinando estava se despedindo dos demais na festa.

*

Epaminondas chegou em casa junto com Catarina e os pequenos com uma carinha de tristeza. Catarina havia perdido toda a cena, pois estava na casa de Giácomo e Rosinha ajudando a mesma a cuidar de Mateo, percebeu que havia algo de errado com todos, então resolveu perguntar.

_ Pur que que tá todo mundo cum essas carinha?

_ Purque mãe, nós quisemos ajudar o pai e o Nando a fazerem as pazes e acabamos magoano o Nando.

_O que que cunteceu?

_ O pai resorveu conhecer o neto e o Nando descobriu e brigo cum ele e cum nós.

_ Epaminondas, oce fez isso?!

_ Fiz e me arrependi por demai.

_ Por quê? Finarmente seu coração ta amoleceno.

_ Num tá não, ieu só queria ver-los e pronto. Agora que ieu já vi e tá tudo certo, eles que fiquem pra lá cum os pais deles. Ah, oce pur favor devolva esse brinquedinho a eles.

_ Ieu não, oce que ficou, oce que devolva.

_ Mai o maluca, eles me proibiram de ir atrás deles.

_ Num seja por isso, eles que venham aqui.

_ Como?

_ Dexa pra lá.

_ Ah, essa sua mania de falar e num terminar. Dexa ieu procurar o Maurício que ieu ganho mais. Disse Epaminonda já subindo as escadas que davam em direção aos quartos da casa.

_ Mai oce quer ver aquele um por causo de que Epaminondas... Epaminondas?

O esposo nada disse, apenas continuou o caminho de seu destino. Quando chegou ao quarto onde Maurício dormia, ele não fez nenhuma cerimônia, abriu a porta sem bater e já foi logo perguntando a Maurício.

_ O que que o senhor tava pensando ao se intrometer na minha vida, rapazinho?

_ É o que? Perguntava Maurício ainda tentando recobrar a consciência após ser acordado repentinamente.

_ Quero saber pur que motivo o senhor foi dizer ao Ferdinando que ieu tava cum o fio dele?

_ Eu não fiz nada disso, seu filho deve está ficando maluco e escutando vozes.

_ Ah, o senhor vai me dizer então que num saiu dessa casa pra ir aquela festa.

_ Para ir àquela festa eu não, saí para dar um passeio aqui por sua propriedade mesmo, mas eu não estava afim de ver aquele seu filho feliz com a mulher que eu amo.

_ Intão oce num teve nada a ver cum isso? O Ferdinando pediu inté preu agradecer oce por ter avisado a ele.

_ Não... Seu filho que é muito gentil... Agora posso voltar a dormir?

_ Tá certo. Disse Epaminondas saindo e fechando a porta sem confiar muito no que Maurício dizia, pois sabia que ele não era homem de ficar quieto quando algo pode lhe prejudicar de alguma forma e sabia que mesmo proibido de ir a festa, conseguiria uma maneira de observar se algo lhe oferecia perigo.

Epaminondas ao chegar em seu quarto continuou pensando nas possibilidades e constatou que a única pessoa que tinha um motivo para que ele não chagasse perto da criança era Maurício. “ Craro que foi ele, mai dexa pra lá, aquele ingrato já viu e no mai num me interessa saber mai nada dessas crianças... Mai num sei, acho melhor ieu num confiar muito nesse rapaz, ele ainda pode me atrapaiar como hoje”.


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