Felizes para sempre escrita por Lu


Capítulo 17
Entre alegrias e tristezas


Notas iniciais do capítulo

Desculpe mais uma vez pela demora, não vou me prolongar, espero que gostem.



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Segunda – feira havia chegado, Ferdinando já estava se aprontando para ir ao trabalho, quando Gina acordou e lhe perguntou:

_ O Nando, pur que que oce num me acordo?

_ Purque oce tava durmino tão bunitinho que ieu num quis atrapaiar, e no mais oce num precisa mais acorda tão cedo já que oce vai fica em casa.

_ Oce tem certeza que precisa fica cum essa marcação em cima deu?

_ Acho sim, pois ieu lhe conheço e sei que oce é bem capaz de sair dessa casa atrás de seu pai assim que ieu sair.

_ E sô mermo. Ah Nando, num carece ficar em cima deu não, causo que ieu num gosto de ficar em casa sem faze nada.

_ Menininha, o Renato falo que oce num pode fazer esforço e pegar nas ferramentas que a gente utiliza, requer esforço.

_ Mas pra eu num é esforço ninhum.

_ Pode num se pra oce quando não estava grávida, agora que oce está é sim e a gente num pode pensar somente em oce, mas também nessas crianças que oce tá carregano aí.

_ Mai Ferdinando...

_ Mas nada Gina, oce me prometeu que num iria trabaiar enquanto tivesse nessas condições.

_ Ieu sei, mai é muito difícil preu.

_ Menininha, sei lá, já que oce cuzinho onte, oce poderia ficar cum a tarefa de cuzinhar.

_ Mai Ferdinando, ieu num gosto disso.

_ Pensa que vai ser por poco tempo, e depois disso oce num vai precisa mai faze isso, oce só vai tá ajudano para que nada aconteça cum nossos pequenos que estão crescendo fortes ai dentro. Disse Ferdinando deitando do lado da esposa, a beijando e pondo a mão em sua barriga.

_ Tá, tá... Disse Gina se livrando dos beijos. _ Mai oce vai me prometer que num vai me dexar depois que eles nascer entrar numa cozinha pra cuzinhar durante um longo tempo?

_ Ara, e quem vai cuzinhar quando nós formos pra nossa casa?

_ Ara, oce diáxo. Causo que oce me deve essa, por me obrigar a para de trabaia na lida e me enfiar dentro daquela cuzinha quente. Disse Gina com um sorriso no canto da boca. Ela não tinha a intensão de deixá-lo cozinhar quando eles fossem morar juntos, apenas queria que ele lhe prometesse fazer algo que também não gostava apenas por amor a ela, assim como ela estava fazendo, pois ela pensava que estava renunciando algo que tanto gosta em função do amor que sente por ele e por seus filhos.

_ Só se oce me prometer que num vai brigar cumigo todo dia de manhã por causo disso?

_ Ieu prometo.

_ Intão ieu também prometo. Ieu cuzinho pra minha menininha brava todos os dias de minha vida. Disse Ferdinando para logo em seguida dando um caloroso beijo na esposa. _ Gina... Ieu tenho... que ir... trabaiar... Dizzia Ferdinando entre os beijos que estavam o deixando louco, pois Gina já estava trabalhando para abrir a camisa de Ferdinando, cum uma de suas pernas o envolvendo e impedindo que ele se levantasse.

_ Oce... num vá... negar...algo pra...uma muier... grávida...Ah? Dizia Gina, com a voz rouca devido a excitação que se encontrava, ao ouvido do marido, o deixando louco e sem nenhuma vontade de deixá-la sem o que queria.

“ Ara, essa muier vai acaba me dexano loco”, pensava Ferdinando, enquanto a jogava para baixo de si e abrindo a própria calça e a abaixando juntamente com sua cueca. Pegou seu membro que já estava pronto e o encaixou. Os movimentos estavam lentos, pois desde a descoberta da gravidez, Ferdinando tinha medo de ir mais forte e acontecer algo com os bebês. Gina não estava acostumada com as coisas nesse ritmo então decidiu que ela ditaria o ritmo. Ela o jogou para o lado e montou em cima dele e falou:

_ É assim... que se faz... as coisa..

Com isso, começou a fazer os movimentos rápidos e cadenciados, os gemidos dela começaram, assim como os dele. Ferdinando que não estava a vendo sem roupa, pois nem se preocuparam em tirá-las, começou passando a mão pelas coxas dela, bunda, passando e subindo as mãos pelo quadril, levantando assim a camisola dela, e chegando aos seios da amada. Gina fazia o mesmo entre a camisa dele que não havia conseguido abrir, continuando com os movimentos sobre ele. Portanto, entre gemidos de ambos cada vez mais constantes e não tão altos, pois sabiam que não estavam sozinhos em casa, eles chegaram ao ápice. Gina apenas se deixou cair por cima do esposo de tão mole que estava. Ferdinando também não conseguia nem se mexer, apenas a abraçou, porém a tirou de cima de si e a aconchegou em seus braços para que se recompusessem.

_ Gina, oce num acha que anda muito forgada não?

_ Pur quê?

_ Ara, já a segunda vez que oce para o que tamo fazeno e faz do jeito que oce que.

_ Purque oce como um franogote que é, tava fazeno as coisa de um jeito que ninhum de nós dois ia chegar a lugar ninhum.

_ Ieu só tava fazendo desse jeito, purque ieu to cum medo que acontessa argo cum nossos filhos.

_ Nando... Disse Gina olhando para o marido. _Oce num precisa se preocupar, se a gente não pudesse fazer nada dessas coisa, oce num acha que o dotor Renato num tinha falado?

_É pode inté ser.

_ Intão? Num se preocupe, e no mai se oce quizer nós pergunta pra ele na próxima vez que ieu for lá. Nando, num vai cuntece nada de mar cum nossos fiotes, ieu to cuidano bem deles e nossos fio vão ser forte iguar a mãe deles.

_ Há,há, fortes iguar ao pai.

_ Mior não, senão as pessoa vão cumeça a chamar eles de frangote e num vai dar certo.

_ Há, há, há, muito engraçadinha oce. Disse Ferdinando sendo irônico com a mulher. _Vamo descer logo, purque ieu já to mai do que atrasado. E tudo por sua curpa.

_ Sô curpada mermo, pur mim oce num ia mai trabaiar lá.

_ Pur que?

_ Por causo do Maurício. É a primera vez que oce vai vê ele dispois daquilo que ele fez, e ieu to numa aflição só.

_ Menininha, oce num se preocupe que ieu num vô faze nada cum ele. Disse Ferdinando enquanto ajeitava a própria roupa. _ Causo de que oce já fez, e além do mai, isso vai me ajudar na campanha e ieu num vô dá o gostinho pra ele de saber que ieu já sei do que aconteceu.

_ Ah craro, oce só tá pensano na sua campanha, num pensa em mim nem na minha famía, imagina meu pai sabeno dessa história, ele é bem capaz de acertar o tiro que ieu errei de propósito, fique oce sabeno.

_ É craro que ieu num to pensano só na campanha. Amor, o Maurício odeia perder preu em uma eleição, a pior resposta ou tiro que ieu possa dar nele, é ieu ganhar dele nessas eleições. Quanto a vosso pai, num se preocupe, nós fala cum ele e diz que nós já resorveu tudo e que isso é o nosso trunfo pra ganha desse infeliz na eleição e no mai seu pai vai se convencer de que é o mior, oce se lembra do bejo que ieu lhe roubei? Ele só num me mato purque ieu disse que ia ser candidato. Meu amor, seu pai quando tem política no meio parece que esquece de todo o resto.

_Ieu só num quero confusão pur isso ieu num quero sabe de nada, pur mim nós taria viveno longe de tudo isso, longe dele, do vosso pai, tariamo só cuidano da nossa vida sussegado. Mai ieu na qualidade de sua esposa tenho que lhe apoia em tudo, mai isso num que dize que ieu concorde.

_ Gina, se não tivesse o Maurício na jogada, fosse outro quarquer, ieu disistiria, mai o Maurício merece uma resposta a altura sobre tudo que ele fez, não só comigo na capitar mai com o amor de minha vida principalmente.

_ Nando, ieu só num quero que oce fique triste, ou que aconteça argo coce.

_ Num se preocupe, ieu sei me cuida, e cum oce do meu lado, tudo fica mior. Disse Ferdinando dando um selinho na esposa e indo em direção a porta do quarto. _ Menininha, preciso ir agora.

Ferdinando saiu do quarto com Gina o seguindo. Os pais de Gina já estavam preocupados e resolveram perguntar.

_ Mai oces dois demoraram tanto pur causo de que? Oces tão atrasado sabiam? Disse Dona Tê os reprimindo.

_ Ah Dona Tê, curpa da vossa filha.

_ Pur que? Perguntou Dona Tê assustada.

_ Purque Dona Tê, ieu tive que convencer sua filha que ela num pode ir pra lida durante esse tempo que ela estiver grávida. Mai ieu convenci ela a ficar em casa com a senhora e fazer nossa cumida todos os dia.

_ Ara, que maravilha Nandinho, oce conseguiu um milagre.

_ Tá, tá oces dois. Nando vá logo trabaiar. Disse Gina pegando um pedaço de pão doce e entregando ao esposo e o empurrando em direção a porta. Ferdinando se despediu dos sogros com um asceno e conseguiu dar um selinho na esposa antes de sair.

*

Ferdinando havia acabado de chegar na propriedade dos Napoleão, atrasado. Maurício, por sua vez, não poderia perder a chance de importunar o colega de trabalho.

_ Ferdinando, Ferdinando, espero que nosso patrão não descubra que você chegou atrasado.

_ Ah é? Ieu não me importo que ele saiba. E só assim, ieu chegano atrasado, pra oce trabaiar.

_ O que você está querendo dizer?

_ Ah Maurício, sejamos francos, oce nunca foi bom em nada na facurdade, nunca presto atenção em uma aula sequer, num sabe nem pegar direito numa enxada, oce só fez o que era necessário pra se formar.

_ Isso é uma mentira! Disse Maurício ameassando ir pra cima de Ferdinando para bater nele.

_ Oce está no seu trabaio, controle-se, vai querer me bater na frente das pessoas?

_ Não, tudo bem, não quero brigar com você, quero conversar com você, por isso, quero que me encontre lá no bordel da cidade hoje as sete e meia.

_ Mai quem disse que ieu quero falar coce?

_ Mas eu quero, preciso falar com você. Te espero lá. Disse Maurício se distanciando de Ferdianando.

_ Mai... Ferdinando fazia menção em chamá-lo, mas Maurício nem sequer olhou para trás. _ Diaxo, o que que esse mardito quer agora?

*

O dia continuava passando tranquilamente para Ferdinando, porém, no fim do expediente, Epaminondas decidiu caminhar pelas bandas onde se localizavam o pomar, onde Ferdinando estava trabalhando.

_ E então, dotor Engenhero Agronomo, como andam as coisas por cá?

_ O seu pomar daqui a alguns dias estará bão, Coronér.

_ Ah que bão, então ieu num vô mais precisar de vossos serviços mais.

_ O senhor tem certeza?

_ Craro que tenho, ieu o contratei para que salvasse meu pomar, e já que o senhor disse que em poucos dias ele estará tudo bãozinho, num há necessidade deu manter em minha fazenda dois Engenhero Agronomo.

_ Então está certo Coronér, na próxima segunda-feira, que é quando ieu faço a urtima aplicação do remédio em suas árvores, ieu passo lá na vossa casa pra receber tudo que ieu tenho que receber.

_ Tá certo, mai oce num vai nem me pedir pra continuar trabaiano aqui?

_ Craro que não, pur que que ieu faria isso, posso saber?

_ Purque ieu sei que o senhor vai ser pai de quatro crianças, que precisasse do trabaio e me implorasse por isso.

_ Senhor Coronér, posso saber quem lhe conto isso?

_ Minha esposa.

_ Ah ieu devia saber que ela num ia segurar a língua. Disse Ferdinando baixo para que Epaminondas não ouvisse. _ Pois bem, sim serei pai, mai isso num me dá direito de ieu lhe implorar nada, inté purque ieu num preciso disso, como o senhor sabe, sou candidato a prefeito da Cidade das Antas. Ah, sou genro de um homem influente que agora está rico devido ao trabaio que fiz nas terras dele, com certeza ele vai me querer de vorta nas terras dele,intão, se o senhor quer me mandar embora, fique a vontade.

_ Pois intão, a partir de amanhã o senhor num precisa mai vim.

_ Ieu ainda preciso aplicar mai duas doses do remédio.

_ Num importa, tenho outro Engenhero Agronomo, ele pode fazer isso. Vamo a minha casa que ieu vô lhe pagar.

_ O senhor tem certeza que aquele um pode fazer isso?

_ Craro, oces dois estudaro junto, na merma facurdade e se formaro juntos, num tem purque fazer diferença.

_ Ah, mai há sim diferença.

_ E quar é?

Ferdinando parou e pensou se deveria mesmo falar com o pai sobre a inteligência de Maurício sobre a terra, que se resumia a quase nada e disse:

_ Num importa, o senhor vai saber. Vamo logo, purque ieu quero vortar pra minha casa e pra minha esposa linda que está im casa me esperano com meus fiotinhos lindos.

Ao ouvir as palavras de Ferdinando, sentiu uma lágrima se formando em seus olhos, virou-se de costas para Ferdinando e foi andando na frente, sendo acompanhado por ele. Ao chegarem ao escritório de Epaminondas, ele já foi logo fazendo as contas de quanto o filho deveria receber e entregou-lhe o dinheiro.

_ Aqui está o vosso dinhero.

_ Dexa ieu vê se ta tudo certo. Disse Ferdinando contando o dinheiro recebido. _ Tá tudo certo. Com licença, Coronér. Então ele saiu do escritório e da casa.

Ao chegar em casa, Ferdinando foi direto para o quarto sem falar com ninguém. Os sogros e Gina acharam estranha a atitude do rapaz e decidiram ir atrás, mas Gina os interrompeu quando chegavam juntos a escada.

_ Oces dexam que ieu falo cum ele.

_ Mai minha fia, nós tamo preocupado cum ele.

_ Ieu sei mãe, mai ele num deve querer falar agora, dexa ieu cunversar cum ele, dispois oces perguntam o que quinzer. Com licença.

Ao chegar no quarto do casal, Gina bateu na porta e entrou.

_ Nando, o que que houve proce chegar desse jeito?

_ Ah meu amor... Disse Ferdinando chegando mais perto da esposa e deitando em seu colo, chorando. _ Meu pai me mandou embora, e ieu num queria ficar tão mar por isso, mai essa indiferença dele mexeu cumigo.

_ Nando, num fica assim, seu pai só fez isso pra te chatear mermo.

_ Ieu sei e é por isso que ieu to assim, por perceber que meu próprio pai quer meu mal. Oce acredita que ele queria que ieu implorasse pelo emprego, já que ieu vô ser pai?

_ Num acredito.

_ Pois acredite meu amor, ele fez isso.

_ Se ele num fosse seu pai, ah mai ieu ia lá e ele ia ter que me ouvir, ainda ia levar minha companhera cumigo.

_ Gina, oce nem pense nisso. Disse Ferdinando tirando a cabeça do colo dela e a olhando.

_ Ieu sei frangotinho, mai que me dá vontade, ah isso dá e somente por respeito a oce que ieu num faço isso.

_ Mai quer saber Gina. Disse Ferdinando sentado na cama e olhando para ela. _ Ieu num vô fica triste por quem não merece. Ieu tenho onde trabaiar.

_ Onde?

_ Aqui, ou mior, espero que seu pai me dê essa chance.

Seu Pedro e Dona Tê, estavam na porta do quarto escutando tudo e Seu Pedro resolveu se pronunciar sobre a última frase do genro.

_ Ieu dexo!

O casal que estava dentro do quarto, imediatamente abriu a porta do quarto e viram os pais dela com caras de que tinham sido pegos no flagra.

_ Descurpa fio, nós tava precupados coce, Nando, mai ieu dexo oce vortá a trabaiar cumigo, tá certo? Disse Seu Pedro sem graça e completando a frase como forma de fugir do flagra.

_ Obrigado, Seu Pedro.

_ Mai pai, ieu num falei proces esperare que ieu ia cunversar cum ele. Disse Gina interrompendo a conversa dos dois.

_ É, oce disse. Descurpa. A gente num faz mai, era só precupação, agora vamo desce, purque chego a carta do vosso tio.

_ Sim, sim a carta do meu irmão. Dizia Dona Tê empolgada não só pela carta do irmão, mas também feliz porque é uma ótima saída para essa situação.

Enquanto o casal mais velho descia as escadas, Ferdinando ficara curioso com a novidade.

_ Oh Gina, sua mãe tem um irmão?

_ Tem sô, irmão gêmio.

_ Gêmio?

_ Sim ara, agora dexa ieu descer, quero sabe como ele tá.

Os quatro já estavam sentados na sala de estar, Gina já estava com a carta para começar a ler, quando Ferdinando se pronunciou.

_ Oces num querem que ieu leia?

_ Num carece frangotinho, ieu sempre leio as carta aqui em casa.

_ Ieu sei menininha, mai toda vez oce interrompe uma frase pra faze um comentário, e não podemos demorar muito, a senhorita tem aula hoje e já tá quase na hora.

_ É fia, dexa o dotor Nando lê.

_ Araa. Disse Gira com raiva de ser contrariada pelos pais e entregando a carta ao marido.

_ Bão, posso começar?

_ Craro Nandinho.

_ Bão... “ Olá Teresa minha irmã querida, Pedro e Gina minha sobrinha preferida, como estão?”...

_ Bem. Respondeu Dona Tê, interrompendo o genro.

_ Dona Tê, oce num precisa responder agora, só se oce for enviar uma outra carta a ele. Disse Ferdinando um pouco irritado por ser interrompido. _ Posso continuar?

_ Descurpa. Craro que pode.

_ “... Envio-lhes está carta, pois estou com muitas saudades, e quero lhes comunicar que, Pedro eu tenho um grande amigo aqui em São Paulo e lhe contei que vocês são agricultores de grãos, ele tem uma fábrica de industrialização de alimentos e ele se interessou por seus produtos e gostaria de fazer negócio com você, portanto gostaria de lhes dizer que nós dois estamos querendo ir em vossa casa para ver a plantação e quem sabe, fazermos negócio, e claro matar a saudade, se quizerem saber de mais detalhes, liguem para o número de telefone que está abaixo. Um grande beijo a todos. Atenciosamente, Tarcísio Lopes.”

_ Pai, o meu irmão arranjo arguém proce vende nosso produto.

_ É mãe, isso é muito bão, isso é sinar de que ele gosto do trigo que ieu mandei prele na úrtima safra nossa.

_ Seu Pedro, oce mando um trigo que nós colhemos?

_ Sim craro, falei prele que meu Engenhero Gromo tinha feito aquilo e como ele é perfessor lá na capitar, nós queriria ter certeza que aquilo era mermo verdade, nós nunca tinha visto um trigo daquele, que por sinar me levo a fica rico, aiai.

_ Ele é professor da facurdade da capitar?

_ Sim é. Disse Dona Tê confusa. _ Mai pur que da pergunta?

_ Nada não, é purque ieu tive um professor de projeto agrícola, que tinha esse mermo nome, coicidencia. Mai como lá tem muitas faculdades, ele pode ser de qualquer uma, né mermo?

_ É mermo.

_ Então tá, Gina nós temo que ir, já tá na hora da sua aula.

_ Tá certo, dexa ieu pegar minhas coisa.

Gina subia para pegar o material da aula. Ferdinando entregou a carta, a sogra que estava com os olhos cheios de lágrimas. Até que Gina voltou com o caderno e com o livro nas mãos e então, os dois foram em direção a escolinha da professora Juliana.

*

Minha amiga, você veio?!

_ Craro que vim, ieu num falei que vinha, sô?

_ É falou, vamos entrando então.

Gina entrou e sentou-se na última carteira, no final da sala. Juliana e Ferdinando que estavam a olhando, deram um pequeno sorriso em sua direção e iniciaram uma conversa.

_ Ferdinando, obrigada por trazê-la.

_ Não tem de quê, ieu queria lhe pedir um favor.

_ Pode pedir.

_ Ieu queria que oce liberasse seus alunos na sexta-feira mai cedo pra que ieu possa falar cum os impregados lá da fazenda do Coronér.

_ Tudo bem, o Zé já tinha me falado que oce queria falar cum eles, mas hoje eles também vão sair mais cedo, não vá esquecer.

_Ih, é verdade.

_ Você se esqueceu.

_ Não se preocurpe, estarei esperano ela la no Seu Giáco então, oce diz pra ela pur favor?

_ Claro.

_ Tchau Juliana.

Juliana entrou e foi em direção a amiga.

_ Oh Gina, por que você não vai lá para frente?

_ Purque ieu me sinto mai a vontade aqui.

_ Mas lá você vai ficar mais perto de mim.

_ Ieu já disse que num quero, ara.

_ Tá bom, não está mais aqui quem falou. O Ferdinando falou que vai ficar lhe esperando lá na venda do Seu Giácomo.

_ Ara, já falei prele que num carece tamanha preocupação, daqui pra casa é um pulo.

_ Mas Gina, na hora que vocês vão sair daqui já vai está escuro, ele não quer ver a mulher dele sendo alvo de alguma coisa ruim no meio do caminho.

_ Tá certo, tá certo.

Após, os outros alunos, incluindo Zelão, chegaram para mais um dia de aula.

_ Boa noite meus queridos, ocupam seus lugares que iremos começar. Hoje, eu prometi a minha amiga Gina, que iríamos falar sobre reprodução, pois ela está grávida de quadrigêmios.

Todos olharam para Gina, estavam surpresos devido a fama dela de “muier-home”, nunca acreditaram que isso um dia chegaria a acontecer. Gina apenas ascenou sem graça, lançou um olhar de raiva e mostrou punhos fechdos para Juliana, que nem ligou, apenas continuou sua aula.

*

Enquanto isso na venda do Seu Giácomo, Ferdinando estava impaciente, pois teria que se encontrar com Maurício, ver o que ele queria. Havia chegado a hora marcada, Ferdinando resolveu que iria, então falou com Seu Giácomo.

_ Seu Giáco, ieu preciso ir lá no bordel, o senhoor pur favor, se a Gina aparece por aqui o senhor pede pra ela esperar que ieu já vorto, mai pelo amor de Deus, num fala pra ela onde ieu fui.

_ Tá cherto, mai se ela insistir, o que io fare?

_ Oce enrola ela inté ieu chegar. Inté mais.

*

Já no bordel, Maurício o esperava em uma mesa muito bem acompanhado. Ferdinando foi em direção a ele, tocou em seu ombro para lhe chamar atenção.

_ Ah Ferdinando, que bom que você veio. Com liceça gata, preciso conversar com meu amigo aqui, depois a gente continua esse nosso papo.

Ferdinando sentou-se.

__ Que bão que oce já se arranjo, num precisa mai ficar atrás da esposa dos otros.

_ Nada disso Ferdinando, sua esposa é muito especial, diferente de todas as mulheres que já conheci até hoje, na verdade, é isso que eu quero lhe dizer, eu me apaixonei por ela.

_ Mai oce só pode ser maluco, ieu só num lhe meto a mão agora mermo, purque nós dois estamos em campanha política, num quero perder eleitorado, oce vai ver quando ieu lhe ganhar, vai ser o mermo que levar um soco.

_ Você que pensa, eu não vou perder para você de novo. Mas eu estou aqui pra lhe dizer que eu já sei que sua mulher está grávida.

_ O que que oce tem a ver cum isso, na verdade isso num lhe diz respeito.

_ Tem sim, você confia mesmo na sua mulher para achar que esses filhos todos são seus?

_ Craro que sim, a Gina como oce mermo disse num é quarquer muier que a gente conhece pur ai, num dexaria quarquer um chegar perto dela, ela mete bala em quem fizer isso. Ferdinando sabia do acontecido entre ele e sua esposa, porém não queria falar nada disso para ele, mas queria ver qual era a reação dele quando ele dissesse algo relativo ao acontecido. Ficou olhando a reação de Maurício, que por sinal desviou o olhar, pegou o copo de uísque e bebeu um gole. Ferdinando ficou feliz por ter ganhado essa batalha. _ Bão se oce num quer mais nada de mim, ieu já vou indo.

_ Oh tá avisado.

_ Oce pode dexar, ieu confio na minha muier de olhos fechados. Vô indo, divirta-se, sua amiguinha tá lhe esperano.

Ao sair do local, Ferdinando dá de cara com a esposa com cara de raiva.

FLASHBACK

Na porta da escola Gina, Zelão e Juliana conversavam.

_ Então Gina, você gostou de saber sobre seus filhos?

_ Craro que sim Juliana, quando oce falo que quem tem parente gêmio tem maior possibilidade de ter tumém fios gêmio ieu subi purque que meus fiotinhos se murtiplicaro.

_ Voce tem parente que seja gêmio?

_ Craro que sim, a mãe tem um irmão gêmio,sô, que pur sinar mando dispois de muito tempo uma carta pra nós.

_ Gina, mas sua mãe tem um irmão gêmio? Eu não sabia disso.

_ Ah Juliana, ela tem e ele é professor lá na capitar.

_ Então minha amiga isso ajudou, mas isso pode acontecer com qualquer um, não necessáriamente só quem tem caso na famíia é o felizardo.

_ Tá bão, mai agora ieu tenho que ir, o Nando deve de tá preocupado. Inté manhã.

Gina então, foi em direção a venda de Seu Giácomo, onde Ferdinando havia marcado com ela.

_ Boa noite Seu Giáco, cadê o Nando?

_ Ah menina Gina, bona noche, o dotore Ferdinando já deve de está a vortare, voi quere sentar?

_ Ué, o Nando saiu? Onde que ele foi?

_ Mai ele num foi a lugare ninhum, menina Gina, se acarme.

Gina andava de um lado a outro, até que se escedeu um pouco, segurou a gola da camisa de Seu Giácomo e o ameassou.

_ Seu Giáco, ieu num quero lhe faze mar, mai se o senhor num falar ieu sô inté capaz de lhe meter a piaba, intão disimbuxa logo.

_ Tá... ele foi pro bordel.

_ Gradecida. Disse Gina soltando Seu Giácomo e foi correndo em direção ao bordel, que não ficava longe de onde estavam, então logo chegou. Entretanto, fora impedida de entrar.

_ A senhora não pode entrar. Dizia a recepcionista do local

_ Ieu vim pegar meu marido.

_ Pur isso mermo, nós num queremo confusão lá dentro.

_ Ah mai ieu vô entrar nem que ieu tenha que passar pur cima doce. Foi então que a recepcionista fez sinal para um segurança que logo se pôs a frente de Gina a impedindo de passar. _ Diáxo.

Gina se dirigiu ao banco que ficava bem em frente ao bordel e sentou-se para esperar o esposo sair.

FIM DO FLASHBACK

_ Ferdinando Napoleão, ieu posso saber o que que oce veio faze aqui nesse lugarzinho?

_ Ieu tava falano com o Maurício.

_ Mai tinha que ser nesse lugarzinho, que só tem muier quase nua?

_ Meu amor, ieu nem percebi isso. Disse Ferdinando abraçando a esposa. _ Mai foi o Maurício que marco, ele queria conhecer mai a fundo nossa cidade, háhá, e como ele num conseguiu cum a muier mai bonita da cidade ele teve que recorre a otras alternativas.

_ Háha, Ferdinando oce num tem jeito mermo. Mai vem cá o que que ele queria?

_ Falar doce.

_ Ara, mai de mim pur quê?

_ Gina, esse cara é insistente, ele sismo que ta apaixonado por oce de verdade e veio falano besteira pra vê se ieu caía e duvidasse da sua honestidade e do seu amor.

_ Ara, mai esse safado me paga. O que que ele lhe disse?

_ Ele queria que ieu ficasse com dúvida de que nossos fios sejam realmente meus.

_ Mai que desgraçado. Mai oce num credito nele não, né?

_ Craro que não menininha, inté falei pra ele que o home que tentar fazer argo a mais cum oce leva bala.

_Háhá, oce falo isso mermo? E a cara dele?

_ Ara, falei e ele fico todo sem graça, inté paro de me amolar as paciência.

_ Ainda bem que oce sabe que ieu num sô iguar a essas muierzinhas que oce viu essa noite ai dentro. Olha se ieu soube que oce entro de novo nesse lugarzinho, ieu juro que ieu lhe capo e que tu nunca mai vai poder ter fio nessa vida.

_ Gina, oce teria corage de fazer isso cum sua diversão?

_ Intão oce quer paga pra vê?

_ Craro que não, ieu sei que oce é bem capaz de faze mermo. Mai vem cá, como foi a aula?

_ Ah, foi ótima. Ela falo de como que nós conseguimo esses quatro bebezinho.

_ Que legal.

E assim os dois chegaram em casa, Pedro Falcão e Dona Tê estavam esperando-os chegar para jantar. Dona Tê logo se levantou para pegar as panelas para pôr a mesa.

_ Opa, que bão que oces chegaro, a mãe num dexo ieu cumer, disse que nós tinha que espera oces, purque ela num queria cumer sem a pessoa que cuzinhou. Fia é verdade que oce que fez essa cumida toda?

_ Foi sim pai, causo de que agora é isso que ieu vô faze inte essa criançada toda nascer. Ah peraí. Disse Gina correndo para o banheiro, seu fiel companheiro nessa nova fase da vida.

_ Mai que negócio chato isso de fica vomitano, né não Nando?

_ É sim Seu Pedro, num sei como essas muieres aguentam.

_ Purque nós num somo um frangote iguar a oce. Disse Gina chegando e os ouvindo. Ela não queria perder a chance de implicar com ele.

_ Nisso oce em razão, ieu pelo menos num ia aguenta mermo.

_ Purque é um frangote,iguar ao que ieu disse.

Ferdinando se aproximou do ouvido da esposa e falou baixinho.

_ Sim. O seu frangotinho. Disse Ferdinando também implicando com a esposa. Quando olhou para ela a viu vermelha de vergonha, olhando para baixo. Havia conseguido. Apenas lhe deu um beijo na bochecha.

Até que Dona Tê colocou a última panela a mesa e todos começaram a comer. Quando todos terminaram Ferdinando resolveu elogiar a comida feita pela esposa para que ela não desistisse de cozinhar.

_ Meu amor, sua comida tá realmente muito boa.

_ Gradecida.

_ Tá mermo fia, oce leva jeito.

_ Gradecida, mai paro por ai.

Todos resolveram não falar mais nada, apenas levantaram , ajudaram Dona Tê a levar as panelas para a cozinha e foram cada casal para seu quarto.


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