Gina e Ferdinando ao chegarem em casa, encontraram Dona Tê e Juliana na sala de estar conversando alegremente. Os dois comprimetaram e santaram-se.

_ Intão Nandinho, o que vosso pai queria coce?

_ Ah Dona Tê, ele somente queria me apresentar meu novo companheiro de trabaio e meu oponente na candidatura a prefeitura das Antas, que ele por sinal vai apoiar. Mas vam mudar de assunto, o que que oce veio fazer aqui, Juliana?

_ Eu vim para dar uma coisa para a Gina.

_ Ah é? O que que é?

_ Isso aqui. Disse ela a entregando um caixa. _ E quero lhe fazer um convite.

_ Intão fala logo!

_ Lembra que nós andamos falando que seria bom que você voltasse a estudar?

_ Sim, mas i daí?

_ Então, eu vou voltar a dar aula a noite para os adultos e pensei que você poderia estudar a noite lá na escolhinha, esse livros e cadernos são os que você vai precisar.

_ Mai Juliana, ieu já disse que ieu num preciso disso, ieu inté ando leno uns livro. Penso que o que ieu tenho que sabe ieu já sei, com licença. Disse Gina subindo e indo para o quarto.

_ Gina, volta aqui. Disse Juliana indo atrás da amiga. Gina abra a porta para que a gente converse como duas mulheres civilizadas que somos.

Nesse hora Gina abre a porta e pergunta:

_ Civi... o que?

_ AH que bom você abriu, vamos conversar. Juliana sentou na cama e continuou. Minha amiga, o estudo é muito importante, ter conhecimento, para conhecer coisas diferentes das coisas que você só conhece porque te dizem e que você acaba aceitando, você não gostaria de conhecer o seu corpo e como ele funciona, imagina se seu filho um dia passar mal e você não saber o que é e acaba dando um remédio diferente daquele que realmente precisa, sei que vocês aqui tem a mãe Benta, mas nem sempre ela vai conseguir dar um chá ou uma erva que funcione, e quem me diz de conhecer a história do país e da cidade em que vivemos, saber como eles viviam antes da gente, saber o que eles faziam, plantavam e cuidavam de suas terras, conhecer um pouco sobre cada Estado e País desse mundo, das plantas e vegetações que existem, da matemática, que até pode lhe ajudar na construção da sua casinha, nas plantações, e conhecer forma mais correta de se falar e escrever, Gina, conhecer tudo isso, é conhecer o mundo, conhecimento só acrescenta na nossa vida, nunca é demais conhecer. Gina, eu sou uma professora, e você acha que eu sei de tudo?

_ Sim, oce é uma perfessora, tem que saber de tudo.

_ Pois eu lhe digo minha amiga, eu não sei de quase nada.

_ Mas como assim, Juliana, oce é uma perfessora, oce tem que conhecer tudo.

_ Isso não é verdade, eu só sei as coisas que eu aprendi, que me ensinaram, professora nunca para de estudar, a gente esta sempre aprendendo para poder ensinar, você acha que eu sei como você fazem a plantação de vocês aqui nas terras de você? Pois eu lhe digo que não, quem sabe até mesmo você pode me ensinar um dia desses.

_ Tá certo, intão, ieu lhe ensino é muito fácil.

_ Ta vendo Gina, você vai me ensinar e já me ensinou muitas coisas.

_ Ieu lhe ensinei?

_ Sim, você me ensinou sobre a vida, se hoje eu estou casada com o homem que amo, foi por sua causa, minha amiga, por causa de seus conselhos, eu achava que conhecia o que era o amor, mas quem me ensinou o que era foi o Zelão e você me fez perceber o que todo auilo que eu falava com você significava.

_ Então ta certo, Juliana, ieu aceito ser sua aluna na escolinha.

_ Ahh que ótimo minha amiga! Dizia Juliana e pulando para abraçar a amiga, a jogando na cama.

_ Mai que isso Juliana, sai de cima, senão ieu vo desisti de ir pra escola.

_ Não, não. Tudo bem, estou saindo. Ah Gina, estou muito feliz, porque duas das pessoas que mais amo neste mundo vão ser meus alunos.

_ Quem?

_ Você e o Zelão.

_ Que bom, Juliana. Oce mudo mermo o Zelão, aquele bronco nunca que ia querer estudar, inté aprender a ler ele quis pra te conquista.

_ É, mas pelo que eu saiba você também não queria estudar, o que te fez mudar de ideia?

_ Ara, oce que me convenceu agora... e tumém pensei no Nando, purque ele já tinha me pedido que ieu vortasse a estudar quando nós casasse, intão ieu refreti em tudo o que oce falo e pensei tumé no que o Nando tinha falado preu antes do casório e decidi.

_ Então, todos nós mudamos em nome do amor.

_ É verdade.

*

Depois de muitas conversas, as duas desceram e foram dar a boa notícia para todos.

_ Temos boas notícias!!! Dizia Juiana enquanto descia as escadas e sem perceber quem estava na sala com Dona Tê, Ferdinando e Pedro Falcão. _ Desculpe, não vi que estavam com visitas. Oi Viramundo. Oi Milita. Comprimentava Juliana o casal.

_ Oi Vira!! Dizia Gina dando um abraço no amigo, deixando Ferdinando e Milita com caras de poucos amigos, mas ambos sabiam que os dois sempre tiveram uma amizade muito grande desde a estadia de Viramundo na casa . _ Oi Milita! Disse Gina também dando um abraço, mas não com a mesma forma que abraçara Viramundo. Intão, o que trás oces aqui?

_ Intão frô, eu e Milita estávamos indo falar cum eles quando oces chegaram, que eu e ela vamo ter um fio.

_ Ah, que bão Vira, parabéns proces! Disse Gina feliz.

_ Ah que maravia fios. Ai ai, ieu num vejo a hora disso acuntecer cum nossa fia. Dizia Seu Pedro mostrando felicidades pelo casal, sem deixar de expressar seu desejo de se tornar avô.

_ Mai ieu num quero ser mãe... Pelo menos não agora, deixe de bestagem pai.

_ É Seu Pedro, a gente quer treinar muito antes. Disse Ferdinando indo abraçar a amada, como forma de provocá-la.

_ Mai oce para de falar essas coisa na frente dos otros, que ieu dexo oce durmino sozinho. Disse Gina ao pé do ouvido do amado, ameassando-o.

_ Oce num faça isso. Respondeu Ferdinando com medo, também ao pé do ouvido dela. _ Pois intão, vamo mudar de assunto que senão vai sobrar preu. E oces, pretendem continuar viajano dispois do bebê?

_ Ara amigo Ferdinando, ieu num contava cum esse imprevisto, mai acho que num seria bão prum bebê ficar mudando de lugar sempre, acho que vamo ter que criar nosso fiote por cá mesmo, junto com o tio ou tia que vai nascer e com os futuros fios dos padrinhos dele. Dizia Viramundo, olhando para Milita e pedindo autorização para que falasse da decisão dos dois, aprovação essa que veio em seguida.

_ Mai que história é essa de futuros fios dos padrinhos dele? Questionava Dona Tê sem entender nada.

_ U é Dona Tê, vossos netos. Isso mermo Gina, Ferdinando, ieu e a Milita queros que oces sajam os padrinhos de no fiote, oces aceitam?

_ Mai é craro que nós aceita, né não frangotinho?!

_ Sim, menininha. Fico muito feliz de oces escolherem nós para ser padrinhos do filho doces.

_ Obrigado, nós é que ficamos gradecido doces aceitarem. Ah me dá um abraço aqui cumpadre! Disse ele indo em direção a Ferdinando e lhe dando um abraço. _ Cumadre. Disse indo em direção a Gina e a abraçando. Milita fez o mesmo que o marido, abraçou os dois.

_ Intão, nós viemos chamar oces tudo, inclusive oce e o Zelão, Juliana, pra festa que nós vamo fazer lá na frente da venda, pra mó de comemorar a notícia.

_ Craro que nós vamo fio, ai ai, cumer de graça é cum nós mermo.

_ Há há, Seu Pedro. De quarquer forma vai ser no sábado.

_ Tão certo, quanto sem dúvida que nós vamos fio.