República escrita por Larissa Gomes


Capítulo 44
Aquela antiga amizade colorida.


Notas iniciais do capítulo

Oi amorinhas doces do meu jardim...
Começamos a fase Bad, não me matem, eu fui legal e avisei! hahahaha
Espero que gostem!
Obrigada sempree! s2
Boa Leitura!!



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– Como assim Ferdinando?! – A ruiva questionou com o semblante e voz extremamente irritados.

– Como assim o que, menininha?! – Ele realmente não entendia, imaginava ter feito a coisa certa.

Gina se levantou da cama, organizando a camiseta que outrora estava prestes a ser retirada.

– Você disse que não vai ir encontrar ela e joga a culpa em mim?! Como se eu fosse uma dessas ciumentas malucas! – Gina de fato tinha ciúme de Maia. Mas, nenhuma mulher pretende revelar tal tipo de coisa à aquela que ameaça.

No caso dela, nem ao próprio namorado queria revelar.

Assim como Ferdinando, ela era a favor de um relacionamento sincero, mas em seus pensamentos a insegurança não se fazia necessária compartilhar.

– Ora essa Gina, eu apenas expliquei o motivo de eu não poder ir... Estou aqui, com você... – Ferdinando tentava acalmar os ânimos claramente exaltados da ruiva. Não via necessidade em uma discussão.

Na realidade o que ele menos queria, era perder tempo discutindo.

– Mas ela vai achar que eu estou surtando aqui, como aquelas namoradas malucas, morrendo de ciúme dela! – Gina se virou de costas, com as mãos na cintura. – De ciumenta eu não tenho nada, Ferdinando, se quiser trocar fica á vontade! – Orgulhosa demais.

Ferdinando não pôde deixar de sorrir com a provocação dela.

O ciúme da moça simplesmente exalava em cada palavra.

– Ara menininha, eu trocar você?! – Nando se colocou de pé, posicionando as próprias mãos a cima das dela, na diminuta cintura. Ele aproximou os lábios do ouvido da ruiva em concluiu. – Nunca...

Gina sorriu, ainda que estivesse irritada.

Queria simplesmente esquecer o momento de desentendimento e voltar para as carícias que tanto sentia falta.

Mas o celular de Ferdinando voltou a acender.

Ela observou o aparelho descrente.

Ferdinando fechou os olhos. “Droga, Maia!” Era só o que ele pensava.

– Ferdinando você não acabou de dizer que amanhã vai conversar com ela... O que ela quer agora?! Tem certeza que ela não tá morrendo?! – Gina voltava a ser pura irritação, retirando as mãos dele das suas, o afastando.

– Gina, ela não tá muito bem... Só ignora, sim?! – Ferdinando dizia ao pegar o celular e recusar a chamada. - Amanhã eu vou lá... Quer que eu desligue o celular?!

A ruiva por um momento achou a proposta tentadora.

Mas seu coração era justo demais.

Apesar de se irritar com a falta de compreensão da amiga do namorado, não deixava de pensar em quanto Ferdinando pareceria ser ingrato ao ignorá-la.

Maia sempre o apoiava em momentos assim. Não seria muito correto ele ignorá-la agora.

Apesar de doer, Gina fez o que sempre fazia.

Foi justa.

– Não Nando... – Ela suspirou pesadamente. – Pra dizer a verdade, eu acho que se ela tá tão mal assim, você tem mesmo que ir ajudar... Afinal, ela já te fez isso não foi? – O coração de Gina doía em dizer tais palavras. Mas o caráter da ruiva era esse.

Ferdinando a observou admirado.

Ela conseguia, de fato, ser a cada dia mais incrível aos seus olhos.

– Não precisa menininha, eu te garanto que ela vai entender... – Ferdinando se aproximou de Gina novamente, acariciando-lhe a face. – Mas saiba que eu admirei muito sua postura, Gina...

A moça havia gostado da atitude de Ferdinando, ele havia deixado claro o valor que estava dando à aquele momento com ela.

Mas a verdade e que a culpa se instauraria em Gina, se ela continuasse a ser um empecilho no pedido de “socorro”.

– Frangotinho, eu acho melhor mesmo você ir e ver pelo menos se ela tá bem. – Gina segurou a mão que lhe afagava a face. – Aí você volta rapidinho... Eu vou ficar lhe esperando aqui.

– Tem certeza?! – Ferdinando fez questão de confirmar.

Gina consentiu levemente com a cabeça.

A mente dela se aliviava. O coração começava a pesar.

– Então ta certo menininha, eu vou mais prometo que será breve! – Ferdinando beijou a mão que estava entrelaçada à sua. – Pelo menos daqui alguns meses não teremos mais isso, afinal, nem sinal pro celular a gente tem direito em Santa Fé, não é?! – O engenheiro brincou.

Gina a observou sem entender.

– Como assim?

– Ara menininha, eu vou lhe pedir em casamento, novamente, no final do ano, como combinei com seu pai, e vou querer casar logo em seguida! – Ele abraçou ternamente a ruiva.

– Ara, mas isso eu também quero Nando... Mas como assim, não teremos sinal... Na festa do casamento?! – Gina realmente não havia entendido.

– Ara Gina, na festa, em casa, em tudo. Afinal, o sinal lá vive falhando...

– Em casa?! – Gina frisou o afastando do abraço, fazendo o semblante mais desentendido do mundo.

– Ora essa menininha, na casa em que nós vamos morar em Santa Fé... – Ferdinando se virou e começou a expor seus planos sonhadores. – Eu sei que ela ainda não existe, mas eu vou fazer questão de conversar com meu pai daqui alguns meses antes de voltarmos lá, pra ela já estar prontinha, assim que agente sair da capela do padre santo! – A voz e o olhar de Ferdinando eram de pura viagem.

– E quem disse que agente vai morar lá, Nando?! – A voz direta de Gina o fez despertar.

Ferdinando se virou a encarando, contrariado.

– E nós moraríamos onde mais, Gina?! – Ele questionou um tanto ríspido.

– Ara... Depois de um tempo lá mesmo, mas não agora não é?! Eu tenho minhas coisas pra terminar por aqui...

– Ah, sim Gina, sua faculdade que por sinal é a mesma que eu fiz! Qual a necessidade de você continuar uma bobeira dessas se agente vai se casar?! – Ele gesticulava arrogantemente com as mãos.

Gina não pôde acreditar no que havia acabado de ouvir. O sangue lhe subia.

– Necessidade nenhuma Doutor. É porque eu quero e só! – A voz dela era de pura ira.

A ruiva só não admitia um tipo de coisa em sua vida: Que tentassem barrar seus planos.

– Ora essa Gina, pra quê dois engenheiros agrônomos em uma família?! – Ferdinando realmente não conseguia compreender. – Qual a necessidade disso?! Eu pensei que você só tivesse planejado concluir esse ano, enquanto eu concluo a minha especialização e pronto!

– Ah... – Gina começou a gesticular fortemente com as mãos nervosas. – Então você pode até fazer especialização e eu não devo nem concluir minha graduação?! Você ficou maluco Napoleão?!

Ferdinando estava extremamente irritado pelo tom e linguajar dela.
Já haviam se perdido no calor da discussão.

– Maluca tá você Gina, ara! – Ele passou as mãos no rosto, atordoado, virando-se de costas para ela.

Gina o observava, incrédula.

Agora ela notava o quanto as coisas não eram simples.

Ainda mais entre os dois, sempre tão intransigentes.

Ferdinando respirou fundo algumas vezes, antes de tentar encerrar de uma vez aquilo tudo.

– Gina, eu sei que você gosta de lidar com a terra tanto quanto eu... – Ele se virou de frente a observou com a mesma face. Irritada. Ele suspirou. – Mas você vai poder fazer isso nas nossas terras, sem precisar se formar, afinal tudo aquilo vai ser de nós dois. Claro, que tem a parte da Pituquinha, mas as terras da sua família e boa parte das do meu pai serão nossas.

Gina não acreditava no quanto aquilo parecia ser egoísta.

– Então você pensa que é assim, Nando?! – Ela havia estabilizado a voz e respiração, resolveu pontuar sendo clara, sem berros. – Eu me caso e vivo atrás de você pra sempre, cuidando de casa e filho, te AJUDANDO a cuidar da terra?!

– Gina eu não... – Ela o interrompeu.

– Saiba que casa e filho eu pretendo ter sim, Nando, inclusive em Santa Fé... Mas eu ainda tenho muito a fazer na minha vida antes disso. E já é coisa decidida. Você gostando ou não!

Ferdinando observou a certeza com a qual ela pontuou seus objetivos.
Eles não compartilhavam o mesmo plano de vida.

Isso não era bom.

Os dois se olhavam apenas buscando a resposta que queriam da mesma forma ver respondida.

“Será que isso vai dar certo?!”

– Eu acho que quem precisa sair agora sou eu Nando... – Gina se dirigiu até a porta. Aquela descoberta a havia deixado desnorteada.

– Gina espera, a gente precisa conversar sobre isso! – Ferdinando a segurou pelo braço.

Gina o encarou.

– Eu realmente acho melhor você ir lá ver a Maia e me dar esse tempo Nando. Agora quem tá te pedindo sou eu. – Ela se soltou. Não foi grosseira, apenas sincera.

– Tá certo... – Ferdinando consentiu balançando a cabeça.
Talvez precisasse mesmo conversar com alguém sobre o assunto.

[...]

Enquanto Gina folheava concentrada, ás páginas de um velho caderno, em seu quarto, Ferdinando se posicionava à frente da portaria do apartamento de Maia.

O porteiro informou sua chegada à moça, e o engenheiro colocou-se no elevador.

Durante todo o momento, apenas a discussão que havia tido com a ruiva ocupava sua mente.

Quando saiu do elevador, percebeu que a amiga já havia aberto a porta para ele, como sempre fazia.

Eles não possuíam cerimônias um com o outro.

– Maia?! - Ele chamou enquanto entrava observando a sala à frente vazia.
– No quarto. – Ela lhe respondeu em um grito que misturava choro e álcool.
Ferdinando se dirigiu até o cômodo e abriu a porta lentamente.

– Posso mesmo entrar?! – Ele preferiu assegurar. Afinal, estava claro o quanto ela não estava muito em si.

– Pode, eu coloquei um roupão.

Quando ele por fim a amiga, ela estava sentada na cama, com os olhos completamente vermelhos e inchados, vestida em um pequenino roupão branco, com uma taça de vinho tinto na mão.

Ele observou que ao lado da cama, em um pequeno aparador, haviam duas garrafas da bebida.

Uma cheia, outra já vazia.

– Oi minha cara... – Ferdinando disse suave, sentando-se ao lado da amiga.

Maia suspirou e lhe deu um beijo grato no rosto.

– Obrigada por vir, Nando.

– Tudo bem... Mas eu acho melhor você parar de beber um pouco, ao menos se quiser que eu entenda o que de fato aconteceu.

Maia sorriu.

– Eu prefiro que você beba comigo doutor. – Ela pontuou.
Ferdinando riu com a sugestão.

Ela se levantou, foi até a copa para pegar outra taça, e voltou entregando-a para Nando.

– Olha, eu acho que vou aceitar minha amiga. Ao menos nós dois vamos chorar as mágoas em um nível compatível. – Ele disse com um claro tom de desânimo.

– Ah, Nando, não vai me dizer que você e a Gina...

Ferdinando balançou a cabeça.

Maia fez uma cara de tritesa. Pegou o vinho e encheu a taça do rapaz.

– Então que comecemos a noite dos lamentos! – Ela levantou um brinde.
Ele bateu levemente sua taça na dela.

[...]

– É, sempre tem alguém pior que a gente, né?! – Maia tentava amenizar o clima triste após as lamentações.

– Pois é... – Ferdinando disse completando a taça coma quarta garrafa do quarto. – Você tem uma adega aqui é moça?! - Ele brincou, com a voz já amolecida pelo álcool.

– Pretendo! – Ela riu um tanto desgovernada. – Mas não doutor, esse é o último, trate de maneirar se não morreremos de abstinência.

– Então é meu! – Ferdinando grudou a garrafa ao corpo.

Eles já estavam bem “alegres”, na verdade, até de mais.

– Não doutor, pode dividir com a amiga aqui! – Maia riu, se lançando sobre o amigo sentado ao lado dela na cama.

– Não , não, não. – Ferdinando disse iniciando uma brincadeira de mãos pela garrafa.

Um pouco do vinho caiu no roupão de Maia, ambos olharam rindo.

Quando Maia levantou o olhar, viu o amigo sorrindo e inconscientemente sentiu vontade de fazer algo que há tempos não fazia.

Beijou Ferdinando.

A mente de Ferdinando se embaçou. Ele não correspondia o beijo, mas também não controlava seu corpo a ponto de pará-lo.

Maia percebeu e afastou os lábios.

Ele a observou sobre si, estático.

– Ora essa Nando, nós nos acalentávamos assim antigamente... Afogávamos as mágoas um do outro desse jeito gostoso... – Ela ia voltar a beijá-lo quando Ferdinando a segurou.

– Não Maia, isso faz muito tempo... E agora, eu tenho a Gina... – A mente dele buscava uma coerência na fala.

– Mas você disse que terminaram... – Maia voltava se aproximar beijando-o no pescoço.

Ela também não estava agindo por si.

– Não, eu disse que brigamos Maia... Eu ainda to com a Gina, eu quero casar com ela...- Ferdinando novamente a afastou. - Maia, eu acho que é melhor eu ir embora... – Ele piscava fortemente, implorando para a coerência voltar a habitar seus pensamentos.

Maia viu o semblante dele mudar.

Ainda que levemente, ela percebia que havia feito algo de errado.

Afastou-se de Ferdinando e sentou-se de costas, um tanto envergonhada.

– Você tá certo Nando, desculpa... Eu também acho melhor. – Ela admitiu uma culpa que nem entendia ter.

– É melhor mesmo minha cara. – Ferdinando se levantou da cama e foi em direção à porta do quarto.

Ela virou a face, lançando-lhe um sorriso de despedida.

Ele correspondeu e saiu.

Já era tarde da noite, início de madrugada, e o engenheiro, pela situação que reconhecia estar, preferiu deixar o carro no prédio, na vaga de Maia, e voltar de táxi.

No caminho de volta, sua cabeça praticamente explodia com os diversos pensamentos. A briga com Gina, o Beijo de Maia...

Tudo se misturava ao álcool.
Ele estava completamente perdido.


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Notas finais do capítulo

É isso amorinhas! Amanhã tem mais! s2
Beeeeijos!



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