A Pianista escrita por LariChan


Capítulo 45
Capítulo 45 - EPÍLOGO + Extra


Notas iniciais do capítulo

Faaaaala galerinha, beleza? Finalmente o Epílogo saiu, não? O "Final" acabou não possuindo um desfecho esclarecedor da história. Então fiz o Epílogo para vocês *3*
Ahh, e o extra eu iria colocar em um capítulo à parte, mas acabei deixando no mesmo porque é bem curtinho (Obs.: O Extra começa depois dos ***)
Espero que gostem~ !!
Bora lê~?
Ps.: Espero que possam ler as Notas Finais, deixei um recadinho para vocês.



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Ao acordar, percebi que estava em uma sala totalmente branca. Onde estou? Pensei. Olhei ao meu redor e notei aparelhos de batimentos cardíacos e soro, que estava conectado em meu braço. Olhei para o meu lado direito e estava meu amigo, Hayato, sentado em uma cadeira com a cabeça apoiada na mão que se sustentava no braço da cadeira em que ele estava.

– Ei, Hayato – estiquei-me um pouco e cutuquei sua coxa. – Está acordado? Hayato?

– Ein? – ele deu um suspiro e abriu os olhos azuis cobalto para mim. – Ayumi! – ele levantou-se rapidamente da cadeira e deu um abraço, apertado para dizer a verdade. – Graças a Deus você está bem! Fiquei tão preocupado.

– O quê... Onde...

– Okay. Primeiramente: você está em um hospital e sim, fiquei aqui a noite inteira dormindo nessa cadeira, que é uma bosta para falar a verdade, esperando você acordar.

– Tatsuo! Cadê o Tatsuo? Lembro-me que estava com ele! – disse eu levantando-me. Senti um vento gelado em minhas nádegas e sentei-me novamente. Esqueci que estava com a roupa dos pacientes...

– Acalme-se – disse ele.

Senti que algo estava errado com ele. Sua expressão facial mudou. Algo estava errado com Tatsuo e eu sabia!

– Hayato... O que aconteceu com ele? E minha mãe? – senti como se alguém tivesse tentando me sufocar.

– Bem... Como direi? Os policiais fizeram a ronda em sua casa, mas não a encontraram. Sabemos que morta não está. E, sobre o Tatsuo eu... Ainda não sei. – Ele sentou-se novamente na cadeira. – Ele passou por uma cirurgia e até agora não saiu de lá.

Senti o mundo cair em minhas costas. Minha mãe ainda está viva, o que significa que ela pode matar mais pessoas... E o Tatsuo, em cirurgia... Por minha causa. Escutei a máquina dos meus batimentos cardíacos apitar desesperadamente. Em seguida, dois médicos entraram na sala correndo. Ajeitaram-me na cama e aplicaram alguma dose no soro que estava conectado em minha veia. Escutei bem baixo, o Hayato levantando-se e perguntando aos médicos se eu ficaria bem. Acho que... O que eles me deram... Era sedante.

Acordei novamente. O sol quente e fraco do sol entrava pela fresta da janela atravessando a cortina de tecido leve. O Hayato não estava mais ao meu lado. Ninguém estava. Olhei para o criado-mudo que havia do lado esquerdo da minha cama e havia um bilhetinho. Peguei com certa dificuldade e foquei no papel tentando arrumar as letras.

Bom dia, Ay-chan! Ou boa tarde. Talvez boa noite. Não sei que horas você está lendo isso. Não me encontro com você porque tive um compromisso. Deixei seu celular também em cima do criado-mudo, se ainda não havia visto para que assim que você receber a alta do médico possa ligar-me que irei pegá-la imediatamente.

Ein? Ele irá pegar-me? Estranho... Tentei lembrar-me o que havia acontecido direito, mas só recebi uma pontada forte em minha mente. Chamei a doutora e ela concedeu-me o papel depois de fazer uma bateria de exames. Vesti novas roupas. Não eram minhas. A calça ficou um pouco grande, tive que fazer bainha dobrando-a para fora. O casaco também não era meu, enorme para meu tamanho. E o sutiã, apertado. Peguei meu celular e liguei para o Hayato. Depois de uns minutos ele chegou, à pé.

– Ay-chan! Boa tarde!

– Oi. De quem são essas roupas?

– Ah, perdão. As suas estavam imundas, então eu tomei a liberdade de comprar um kit de emergência. Acho que ficou grande demais...

Minhas roupas... Imundas. Imundas de sangue e sujeita. Agora lembro.

– O sutiã está apertado – disse eu olhando para o lado.

– Nossa, não sabia que você tinha peitões!

Eu dei um soco mediano em seu braço e ele riu.

– Então... Vamos?

– Eu... Quero ver o Tatsuo. Podemos voltar para o quarto dele?

O Hayato parou, como se alguém tivesse apontado uma arma para sua cabeça.

– Depois o vemos, okay? Está ficando tarde...

– Quero vê-lo, Kazumi! – eu o interrompi.

– Você... – disse ele. – Não pode.

– Por que não?!

– Porque... O Tatsuo... – vi que lágrimas brotavam em seus olhos atrás dos óculos – ele não resistiu os ferimentos.

– O quê... – disse eu não acreditando e sentindo minhas bochechas e olhos ficarem quentes.

– Meu amigo... Aquele a quem eu conhecia tantos anos, não veio a resistir os ferimentos e acabou falecendo na troca de algum órgão. – Ele retirou os óculos e colocou a mão na face. Vi lágrimas caírem das mãos para o chão.

Eu cheguei perto do Hayato e o abracei lentamente, ainda sem acreditar no que ouvira. Ele abraçou-me também. Foi aí que nós dois choramos. Um choro de criança: forte e duradouro. Apertei mais sua camisa e ele abraçou-me mais forte. Sentamos em um banco do hospital que dava de cara para o mar.

– Você... Já foi ao seu túmulo? – perguntei depois de um tempo.

– Sim. Hoje de manhã.

– Eu... Posso vê-lo também? – perguntei tentando segurar as lágrimas.

No fim, o Hayato levou-me até o cemitério. O caminho era lindo, e ficava ainda mais com o pôr do sol. Subimos uma escadaria enorme e, lá em cima, dava para ver o sol enorme beijando o mar cada vez mais profundo. O Hayato levou-me até seu túmulo. Ao chegar, eu me ajoelhei. Novamente, comecei a chorar.

Tatsuo Nagashima... – cochichei ao ler a lápide. – Tatsuo... eu... eu sinto muito! Você agora está nessa droga de túmulo por minha causa! Tatsuo! – chorei mais forte.

Senti uma mão tocar meu ombro. Era o Hayato, com lágrimas aos olhos também.

– Não foi sua culpa... –disse ele.

– Foi! Se eu tivesse parado tudo isso antes, eu poderia... eu poderia... Tatsuo... – lamentei.

O Hayato agachou ao meu lado e passou o braço pelas minhas costas.

– Ele te amava. Fez isso por amor – disse meu amigo.

– Como sou idiota! Por quê... Por que eu não percebi isso tudo antes? E o pior: nem flores eu deixei em seu túmulo!

Levantei-me e fui até uma árvore de Sakura logo próxima a uns três túmulos de distância. Peguei um punhado e voltei para o do meu amigo que estava a sete palmos do chão. Coloquei todas no túmulo fazendo uma forma de coração. Na terra, escrevi: “Tatsuo ♥” O Hayato depois de um tempo disse para irmos para casa.

– Esqueceu-se? Não tenho mais casa. – disse chutando a areia e depois fazendo um buraco com a ponta do tênis no solo arenoso.

– Ah, soube que você está sob a guarda da sua avó paterna agora, aquela que mora no campo, não é?

Olhei para ele. Não sabia o que estava sentindo. Conforto? Tristeza? Insegurança? Agora eu não tinha mãe, nem pai, nem avô, nem namorado, nem ninguém. Voltamos para casa, ambos calados. Ele levou-me até a casa da vovó. Pegamos um trem e um ônibus. Como eu reagiria agora na casa dela? Nunca tive contado tão perto. Só tenho contatos com ela em meus aniversários. Talvez se papai estivesse vivo teria mais contato.

– Hayato, muito obrigada que você fez por mim todo esse tempo. Realmente, agradeço de coração.

– Que nada! Ainda temos telefone celular! Ou quer dizer que só porque você está longe não vai mais ligar-me? – disse ele fazendo uma cara de cachorrinho que caiu da mudança.

– De jeito nenhum! Manteremos contato todos os dias! Até nos de aulas.

Ele sorriu para mim.

– Ayumi, boa sorte na nova escola!

Despedir-me do meu amigo com um enorme abraço e voltei à vovó. Ela recebeu-me com um sorriso no rosto e com os braços abertos esperando um abraço. Corri para seus braços. Lembrei-me como se tivesse sete anos e ganhei dela um bolo de chocolate surpresa. Novamente, chorei, molhando sua roupa.

Ao entrarmos, vovó mostrou-me o meu quarto. Mostrou-me algumas roupas novas também. Agradeci e entrei para organizar-me. Depois da janta, tomei um banho de banheira bem quente. Fiquei na água até meus dedos parecerem com os da minha avó. Consegui dormir cedo, por mais que eu estava passando tudo isso pela minha cabeça.

Mas foi assim que eu percebi que minha história tinha que ser continuada.

–--

Ao acordar, notei que estava em um quarto escuro. Não era o meu, era da vovó. Senti uma pontada forte em minha nuca. Ao colocar a mão, senti em minha nuca algo quente. Retirei as mãos e olhei para elas. Sangue?! Isso é sangue?! Levantei-me. Percebi que algo um pouco pesado estava em minha mão esquerda. O quê... Que diabos eu estou fazendo o sacho de jardinagem da vovó?! Olhei para a porta e vejo uma sombra de uma pessoa, de pé com os braços cruzados sobre o peito.

– Ora, ora... – disse a sombra aproximando-se de mim. – Vejo que mataste sua queria e amada vó.

Olhei para o chão e vejo minha vó caída, morta. Como um saco de batatas, só que batatas de sangue.

– Vejo que você tem meu sangue, Ayumi.

Senti ódio tomar conta de mim. Nunca pensei, em minha vida toda, que um dia poderia levantar um dedo à minha mãe. Mas, depois de uma luta corporal, acertei sua cabeça com um vaso, atordoando-a. Peguei uma chave inglesa que achei em cima da cômoda e cravei no crânio da mamãe, fazendo sangue espirrar em mim. Vi sua expressão: olhos arregalados atrás dos óculos, pele pálida com uma enorme cicatriz que eu havia feito em sua bochecha esquerda, e sangue saindo pela sua boca. Ela caiu dura no chão, derramando mais sangue.

***

Os dias se passaram. Consegui virar-me sozinha em casa. Além do mais, consegui aproximar-me com meu senpai.

– Senpai! – disse eu.

– Ah, Ayumi! Está indo para casa também?

– Ah, s-sim.

– Ótimo. Deixe-me que eu a leve para casa.

– Ah, não. Sem problemas – disse eu, corada, mas com um sorriso no rosto.

– Eu insisto.

–--

– Não se preocupe, senpai. Estás muito assustado – disse eu. – Por que andas assustado com sua kohai? - Peguei uma tesoura-jardim em cima do balcão de flores.

O garoto mais velho se debatia à minha frente. Não era possível gritar, pois eu amarrara um lenço em sua boca e coloquei cordas reforçadas em seus tornozelos e pulsos.

– Está tudo bem, Senpai... Você poderá agonizar um pouco, mas não se preocupe, vai ser divertido!


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Notas finais do capítulo

Senpai finalmente te notou (com uma arma branca), Ayumi :v
"Larissa sua desgraçada Filha Do Pater! (FDP :v) Vou encarnar a Ayumi e te matar! Quem mandou você matar o Tatsuo?!" --- Sinto que várias pessoas vão pensar/falar/xingar assim e_e" Novamente, esclarecendo... Death Fic...
Enfim, galerinha, espero que vocês tenham gostado da fanfic. Sei que não agradei o gosto de todos, mas pelo menos 1% agradei (e não falo da minha mãe - porque ela não gosta desses estilos kkkkk') Nunca havia escrito uma história e postado na internet, mas percebi que muitas pessoas aprovaram, e eu agradeço por isso. Agradeço imensamente àquelas queridas pessoinhas amadinhas que tiveram paciência comigo e leram a fic até aqui. Agradeço também aqueles que recomendaram, favoritaram e comentaram. Saibam que é muito importante para um escritor ;)
Espero fazer novas fanfics (já tenho uma em mente ushsuhs' se vai sair não sei). Qualquer dúvida sobre a fic ou outra coisa, deixe nos comentários ou em uma M.P. que eu respondo ^^
Então é isso... só tenho a agradecer por vocês, meus leitores lindos!
Nos vemos por aí!!
Chu~

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Mini-dicionário:
> Senpai: é o "superior" no Ensino das escolas japonesas
> Kohai: é o "inferior" no Ensino.
Não sei como explicar bem esse negócio de Senpai e Kohai, então recomendo olhar direito em um site bom.



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