A Pianista escrita por LariChan


Capítulo 44
Capítulo 44 - FINAL


Notas iniciais do capítulo

~Aaaleluia, Aaaaleluia [...] Finalmente a Larissa terminou sajonça, né? Estava demorando mesmo xD
Não acabei postando domingo por falta de ânimo mesmo... Perdão ^^"
Bom, digamos que esse não é exatamente o "final do final". Pois ainda estarei postando o epílogo. Ou seja, quem quiser saber mais de como ficou o final, bora lê >.< rsrs'
Enfim... Fiz com muito amor (sangue) e carinho para vocês :[
Espero que gostem ^^



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Olhei desesperada para o Tatsuo com o saquinho manchado em minhas mãos.

– Tatsuo... O quê... Por quê...?

Tatsuo parecia mais surpreso do que eu mesma. Ele estava com seus olhos arregalados e sem aquele brilho meigo. Nesse momento, Tatsuo se levantou rapidamente e começou a revirar as coisas.

– Tatsuo! – chamei. – O que você está procurando? Pelo amor de Deus! Fale comigo!

Ele continuou a revirar as coisas. O que deu nele?! Ele acabou sentando no chão colocando as duas mãos no topo da cabeça com os cotovelos apoiados no joelho.

– Pensa Tatsuo... Pensa... – ele murmurava. – Já sei! Ayumi! – ele virou-se para mim – Sobre seus sonhos, você sabe onde aconteceu?

– A-ah, t-talvez... Se eu não me engano foi em uma sala, mas nunca conseguia realmente saber onde estava ou porque estava vendada ou então com muita pouca iluminação.

– Hmm... – ele pensou colocando a mão no queixo – Sala...

Ele voltou a revirar as coisas, mas dessa vez ele acabou, com muita determinação, tirando uma pilha de caixas do caminho e ele encontrou uma porta.

– Achei.

Gelei. O que está havendo?!

Tatsuo... – disse eu com lágrimas nos olhos – Quero ir para casa.

Ele virou-se para mim e suspirou.

– Não podemos desistir agora. Sinto que algo me avisa que alguma coisa está atrás dessa porta. Ayumi... se quiser, volte para o lado de fora.

– Não mesmo! Se você ficar aqui eu também fico! – disse eu.

O Tatsuo virou-se novamente para a porta e pegou na maçaneta. Ao virar, ela abriu facilmente. Não estava trancada. Tatsuo empurrou a porta a fazendo um som horroroso, parecendo que a porta precisava de óleo nas juntas urgentemente. Corri e segurei no casaco do meu amigo, entrando naquele ambiente. O cheiro não ajudava muito. Tinha um ar de ferro com corda.

Aquele ambiente parecia não ser muito extenso. O Tatsuo avisou-me que iria procurar alguma lanterna ou algo do tipo. Enquanto ele procurava, escutei um barulho, um gemido.

– Tatsuo...? – disse parando no mesmo lugar, fazendo-o virar para mim – Você... Escutou?

– Espere... – ele fez silêncio para escutar novamente. E o som veio aos nossos ouvidos novamente. – Sim. Espere aqui, irei pegar uma lanterna.

Acabei soltando seu casaco e ficando parada no chão abraçando meus joelhos como uma criancinha que perdera a mãe. Nesse momento, o som virou um pouco mais nítido, como se estivesse próximo a mim. Escutei novamente o gemido com algum barulho de corda. Gelei inteira.

A... A...mi...

– Tatsuo? – chamei-o – Estás a me chamar? – disse eu com meu coração na mão.

­- Ay... – novamente a voz ecoou. Mas pude perceber que não era a voz do Tatsuo. Aquela voz... era familiar. Depois, a voz parou de ser produzida no ambiente.

Levantei-me, mesmo sendo contra minhas pernas e meu pavor, e fui em direção ao som. Não conseguia enxergar nada, então coloquei minhas mãos à frente. Toquei em algo, rapidamente recuei os braços.

– Tatsuo...? – disse eu sentindo lágrimas se formarem e borrar a visão que eu necessitava. Novamente, eu chamei o nome do meu amigo, só que mais forte.

– AYUMI! Achei a lanterna!

Olho para trás e vejo uma luz, e atrás dela, Tatsuo. Apavorada, eu olho para minha frente. Olho dois pés... Como no sonho... Mais acima olho pernas... Olho para sua face e entro em choque. Não seguro meu grito.

– Ayumi! O que houve? – sinto a luz se aproximando de mim.

– TATSUO! SOCORRO! AJUDE-ME!

– AYUMI!!

Ao chegar próximo de mim, ordeno Tatsuo a retirar o corpo daquela corda pendurada. Rapidamente, ele não discute comigo e corta a corda com uma faca que havia encontrado talvez pelo caminho. Colocamos o corpo no chão e o Tatsuo ajudou com a iluminação.

Não pude acreditar no que eu estava vendo... Não podia acreditar em quem era. Já era tarde demais... Com lágrimas escorrendo pelo rosto, abaixo minha cabeça, apoiando sobre o peito do corpo.

– Senhor Jonson... NÃO! NÃO! POR QUÊ??!! Tatsuo! – olhei para ele com meu nariz escorrendo. – Que lugar é esse?! Por que o sr. Jonson está aqui? Por quê...?

Ele olhou para mim com lágrimas escorrendo pelas suas bochechas. Ele olhou fixamente par ao chão. Foi nesse momento em que eu me toquei...

– Tatsuo... Você... Você sabia...?

Ele afundou o rosto na mão.

– D-desculpe-me, Ayumi...

Nesse momento escutamos o barulho da porta da sala por onde entramos abrir. Olhei apavorada para meu amigo segurando a respiração e o choro. Vejo meu amigo fazer um sinal de silêncio com o indicador para mim. Ele me guiou pelo meu cotovelo até algum lugar mais à fundo da sala.

Depois de chegar ao limite do cômodo, ficamos atrás de alguns freezers. Escutamos um barulho de faca sendo retirada de uma mesa de pedra. Meu coração parecia que iria voar pela boca.

– Ayumi... – o Tatsuo cochichou muito baixo para mim – Seja quem for... Estarei distraindo e você saia pelo o outro lado, okay? Depois que você sair chame por ajuda.

– Não! – cochichei de volta – Essa pessoa está armada! Não te deixarei sozinho! Não!

Ele, com lágrimas aos olhos, pegou minha cabeça e beijou minha testa.

– Eu te amo...

Tatsuo saiu de trás do freeze, tentei segurar seu casaco, mas faltou braço.

– TATSUO! – gritei, sem querer.

– VAI! – ele gritou de volta para mim.

Não queria sair de lá e deixar meu amigo, aquele a quem amo, sozinho com um psicopata qualquer que pode até nos matar. Hesitei, e então obedeci. Lágrimas ainda rolavam em meu rosto, desespero, talvez. Nesse momento consigo sair da sala, mas acabo tropeçando em uma caixa próxima, caindo no chão.

– Ora, ora... Olha quem chegou tarde em casa...

Essa voz...

– Está atrasada para o jantar, querida.

Gelei. Nesse momento eu não consegui saber realmente quem é por causa das minhas lágrimas que alagavam minha visão, deixando-a turva.

– Mãe...? – minha voz saiu mais como um engasgo. – Por quê...?

– Ora, não se preocupe querida. Vai ser divertido.

Meu estômago embrulhou. Achei que iria vomitá-lo fora, juntamente com meu coração.

– Você... – disse com amargura na voz. – Por que faria isso?

– Ai, Ayumi... – ela deu uma pequena risada de deboche. – Sabe quando você simplesmente se cansa das pessoas? Pois é...

– Mas... você amava o sr. Jonson! – gritei desfazendo um enorme nó na garganta. Senti minha garganta coçar.

– Exatamente. Assim como eu amava a sra. Lee e seu pai – ela riu. – Você acha que seu pai morreu na linha do trem? Ele nem sequer trabalhava com trens. Ele trabalhava era com terno e gravata. Mas acabamos discutindo e eu me cansei de ficar escutando-o sobre seus problemas.

– O quê...? – minha voz saiu mais como um cochicho. Senti lágrimas querendo se libertar.

– Exatamente... Eu matei seu pai, amorzinho. Assim como matei a senhora Lee. Cansei daquela velha com aqueles gatos imundos. Então decidi apenas empurrá-la da escada.

Ela olhou para o saquinho manchado no chão.

– Ah, vejo que vocês encontraram os dedos da minha amiga, certo?

Olhei para a sacola e voltei com a cabeça rapidamente para ela.

– Não me olhe assim. Quer que eu explique também? - ela suspirou e depois deu um sorriso de deboche. - Como você é tola... Eu matei Emi. Minha ex-amiga no fundamental. O motivo? Cansei de ser inferior a ela. Tudo ela era melhor... Nos esportes, nas notas, em discursos... E principalmente na aula de piano - ela mexia a faca que estava segurando em sua mão em formas circulares. - Não aguentava ver aqueles dedos habilidosos tocando as notas do piano. A cada som, parecia que um dos meus órgãos eram arrancados fora. Um por um. Então arranquei todos de suas mãos.

Olhei para ela perplexa. Como mamãe, um perfil doce e meigo que sempre soube e convivi poderia ser uma assassina?!

– Não se preocupe - continuou. - O corpo dela ainda está completo. Bom, em pedaços, mas completo. - Falava com tom natural. - Pena que vocês não abriram os freezeres. Você, Ayumi, não quer conhecer seu pai?

– CALA A BOCA!! - gritei. Lágrimas quentes escorriam em meu rosto. Lágrimas de raiva, ódio.

Senti ânsia e vomitei um pouco. Minha mãe, aquela mulher, colocou a mão nas minhas costas dando tapinhas. Desviei-me batendo em seu braço.

– Não me toque. Eu... Tenho nojo de você. Você, não é minha mãe. – Senti como se eu estivesse tomando veneno puro com minhas próprias palavras.

Vejo Tatsuo correndo em nossa direção atacando-a, mas ela acerta-o com uma joelhada no estômago, fazendo tossir. Em seguida, enfiou a faca em seu abdômen fazendo-o cair no chão.

– Viu, Ayumi? Esse vai ser o próximo a fazer companhia para seu pai - ela riu. - E se você for desobediente, será a próxima. Mas não se preocupe... Como eu tinha falado, vai ser divertido. Também será um processo mais rápido que tocar uma melodia em um piano. Você nem vai sentir - ela sibilou a última frase.

Achei que já estivesse morta ali, pois não sentia meu coração. Senti como se eu estivesse presa dentro de um sonho, mas que não conseguia acordar. Tatsuo lançou seu canivete para mim. Acabei acertando-a em seu rosto, na bochecha esquerda. Graças a isso consegui alguns segundos de vantagem.

– AYUMI! FOGE! – Tatsuo grita à mim com dificuldade na fala.

Tentei, mas minhas pernas não me obedeciam. Fui rastejando-me até consegui chegar à janela por onde entramos, mas era alta demais. Tinha que achar uma outra opção de saída. Encontro uma porta. Ao abri-la, escuto um grito masculino misturado ao som de carne sendo aberta e depois um barulho horrível. Tatsuo! Voltei correndo para acha-lo. Encontro-o no chão gemendo de dor com a mão na barriga com mais um corte profundo, fazendo sangue correr solto como a água de uma descente de um rio.

– Tatsuo! – disse eu agachando-me ao seu lado e virando-o de barriga para cima, apoiando-o em meu colo. – Tatsuo... – mais lágrimas vinham ao meu rosto e pingavam em sua face.

– Ayumi... – ele cuspiu sangue pela boca. Ele passou com seus dedos finos e delicados de violinista em meu rosto. – Ayumi... Vá... Chamar ajuda.

– Não deixarei você aqui! – disse secando o sangue da sua boca.

– VÁ! – ele gritou e mais sangue veio a cuspir. – Eu dei um jeito de desacordá-la dando um soco em seu maxilar... – ele fez uma pausa. – Foi bom não ter matado aula em educação física, ein? - ele tentou brincar.

Chorando, decidi ir em busca de ajuda. Corri o mais rápido que eu pude. A rua estava deserta. Enquanto eu corria e gritava por socorro. Sabia que tinha um posto de policial a umas três quadras da minha casa. Corri como uma louca, tentando secar as lágrimas de meus olhos.

***

Como tudo isso foi ocorrer...? Estou eu aqui, agora, com uma coberta em minhas costas, sentada no porta-malas de uma ambulância, com minhas roupas e mãos cheias de sangue e sujeira com o cabelo grudando na testa e no pescoço vendo policiais rodeando a casa e fazendo algumas anotações. Os paramédicos correndo em direção à ambulância com meu amigo ensanguentado numa maca com aparelhos de respiração.

Ao caminho do hospital, passei as costas da mão em sua testa retirando seus cabelos grudados por causa do suor para não manchá-lo com sangue. Ele abriu os olhos e, com dificuldade, olhou para mim. Novamente, deslizou a mão delicadamente em meu rosto. Eu segurei sua mão. Suas mãos ainda estavam quentes. Vi um pequeno sorriso ser estampado em seus lábios. Sorri de volta. Senti gotas de lágrimas quentes escorrerem em minhas bochechas.

– Ayumi... – ele disse com dificuldade. Disse a ele para não se esforçar, mas ele não ligou. – Perdoe-me... Eu... não queria que você... ficasse brava comigo... por acusar sua mãe direto... Eu... sinto muito...

– Shh... – sibilei. – Vai ficar tudo bem, você vai ver.

– Ayumi... - ele fez uma breve pausa, fechando os olhos por um momento e depois abri-los novamente. - Eu... te amo.

– Eu também te amo, Tatsuo. - vi seus olhos fechando e seu sorriso se desfazendo.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Acho que 2,9/3 das pessoas que leem essa fic quer me matar, né? Mas galerinha, é uma Death Fic né? Ou seja... Claro que sabudega ia ter morte! E claro, é uma Dark Fic, ou seja, ia ter um clima pesadão. Ou seja... o que é essa fanfic? Uma mistureba de morte, trevas e um pouco de mistério (e bem pouco de comédia, vai...).
Enfim... então até o epílogo, pessoal 0/"
Chu~



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