"No dia 04/06/1979 o colégio Kinutsun School, fez uma grande polêmica em quase todo país japonês. Emi Akemi, 16 anos, vivia com a mãe e seu irmão pequeno de apenas 2 anos de idade. Seu pai acabou falecendo quando Emi fez 3 anos de idade. A bela moça estava cursando o segundo ano do ensino médio. Seu sonho era tornar-se musicista. Desde pequena tocava piano. Além do dom de tocar piano, cantava junto com sua mãe. Mas o que ninguém mais sabe é que seus dias felizes tinha chegado no fim. Emi acabou sendo morta e encontrada no ginásio do colégio, próximo a uma das árvores de Sakura que ali havia. A moça não encontrava-se com seus dedos das mãos e com uma marca de corda em seu pescoço. O que aconteceu realmente ninguém sabe. O assassino? Ainda não encontrado. Depois desses tempos, a escola fechou por um ano, onde a perícia fazia seu trabalho no local. "

Ouvi minha mãe bater na porta chamando-me para almoçar.

– Querida, o almoço está na mesa.

– Já vou mãe, estou colocando a camisa. Pode indo servir-se.

Fechei a tampa do meu notebook, peguei a primeira blusa e calça que vi na frente e desci as escadas abotoando minha calça jeans e colocando minha blusa com o desenho de um gatinho dentro de uma xícara (admito que era fofinha a blusa). Sentei-me a mesa e servir-me. Minha mãe sentou na minha frente e ficou fitando-me enquanto eu pegava o arroz.

– O que foi? Sujou a mesa? - disse procurando o grão de arroz.

– Não, não... sabe... é que você chegou da escola, quase nem falou comigo...

– Mãe... não sou um diário ou um ursinho carinhoso para você abraçar em mim quando estiver carente.

– Não, não é isso. Quero saber como foi hoje no seu primeiro dia - disse entusiasmada.

– Ah... foi legal.

– Conte-me mais! Fez amizade? Como são os professores? Os lanches da cantina são bons? Onde você sentou na sala? Já levou algum recadinho do professor? Pegou algum livro na Biblioteca? E lá tem vestiários? Os professores são legais? Algum gostou de você? E aí, as matérias são fáceis? Está com dificuldade em alguma matéria? (...)

Naquele momento lembrei-me da Naomi... sua boca que nem uma metralhadora de palavras.

– Ahh... sim... Conheci uma menina chamada Naomi. Os professores são até que bacanas... Não... nunca levo recadinho no primeiro dia de aula. Livros não sou afim, mãe... Nem tive tanta matéria assim hoje.

Mas enquanto eu falava, parecia que a única coisa que minha ouviu foi "conheci uma menina chamada Naomi".

– Hmm... então você já fez amizades? Legal. Conte mais sobre ela.

– Ela parece ser bacaninha - disse colocando o arroz na minha boca - tem um jeito de ser mimadinha... - engoli- Mas por outro lado, não parece tanto. Foi ela que sentou do meu lado, falou comigo e mostrou-me a escola. Também mostrou-me a Sala de Música.

Deixei o assunto do assassinato no ginásio de lado e então minha mãe parou de comer e disse:

– Tem uma sala de música no seu colégio?

– Ah sim, sim. Lá é enorme. Tem instrumentos variados e novos... Naomi disse que ela tocava ali desde pequena, tocava e ainda toca flauta transversal.

– Aí, Ayumi! Uma oportunidade para você! Por que você não participa? Vai ser divertido.

Aquele vai ser divertido que mais me irritava de um jeito amigável.

– Você sabe tocar guitarra! Ah! Piano! - disse minha mãe eufórica.

– É... mas lá não tem piano.

Seu sorriso foi indo embora aos poucos.

– Por que não? Você não disse que tem todos os tipos de instrumentos?

– E tem. Menos piano.

– Nossa, que pena...

– É...

Por um momento, houve um silêncio que chegava a doer a alma. Para cortar o silêncio, minha mãe queria saber mais sobre a Naomi.

– Eu já disse, mãe! Ela é bacaninha!

– Ayumi! Eu estou querendo saber seu físico!

Então olhei para ela com uma cara de ver preconceito no ar.

– Filha, você entendeu. Deixe-me pelo menos eu ter uma ideia de como ela é.

Suspirei.

– Não muito alta, nem muito baixa. Cabeços loiros e curtos, com alguns cachos, que chegam a ser perfeitos nas pontinhas. Tem seus olhos azuis assim como o céu. Pronto. É isso.

Depois disso, terminei meu almoço e disse à minha mãe que iria dar uma volta. Saí para arejar minha cabeça um pouco. Mas o que não me deixava em paz era o caso do assassinato da Emi. Ao voltar para casa com esse mistério em minha mente, decidi subir direto para meu quarto e começar a fazer pesquisas sobre Emi, sua família e seus parentescos. Ao ligar meu notebook, primeiro eu fui pesquisar sobre a menina. Vi um site que na verdade, era um site de notícias famoso da época. Havia várias e várias fotos dela. E admito que ela era linda mesmo. Talvez tinha sido a menina mais linda do seu colégio. Com seus cabelos castanhos longos caídos no ombro, olhos negros como a escuridão. Alta, muito alta. Deveria ter um metro e setenta, por aí. Segundo a bibliografia escrita no site, ela era a líder da turma. Muito dedicada aos estudos onde tirava notas muito boas. Consegui fazer várias pesquisas sobre ela. Anotei tudo em um caderninho e estava muito ansiosa para falar com Naomi sobre as informações que consegui. As horas foram passando onde minha mãe bateu na minha porta e perguntou se eu estava bem. Respondi que sim, e que eu estava apenas fazendo a lição de casa. Depois de um tempo, vi as horas e já eram 23:47. Decidi dormir.