Levy POV’s on

Já estou na metade do curso! Como o tempo passou rápido! Eu era uma estudante de intercâmbio, o objetivo era fazer o terceiro ano do Ensino Médio aqui no Japão e depois voltar para Londres, onde meus pais moram, mas por motivos pessoais continuei aqui, e olha no que deu!

Lembro-me como se fosse ontem: a escola, meus amigos, os professores, e, é claro, do acampamento que tivemos no terceiro ano na Fairy Tail High School. Como poderia esquecer? Acontecerem tantas coisas nele, principalmente problemas amorosos. Dá até vontade de rir ao lembrar isso. Porém, mesmo com eles, eu arranjei um namorado, e estamos juntos até hoje. Seu nome? Gajeel Redfox.

Passamos tantas coisas juntos que é até nostálgico relembrar. Festas, o primeiro beijo acidental, as brigas, as provocações, um quase “triângulo amoroso”, decepções e conciliações. Pois é. Isso já faz quatro anos desde nossa formatura.

Eu, Levy McGarden, estou atualmente com 21 anos, assim como meu namorado e a maioria dos amigos que ainda tenho contato. Trabalho como uma atendente na Biblioteca Municipal de Magnólia e estou cursando a faculdade de Engenharia Civil na Fairy Academy (são os mesmos donos da FTHS, por isso esse nome). Moro no centro de Magnólia no mesmo prédio que minha melhor amiga, Lucy. O objetivo era morar sozinha, mas Gajeel, de tanto que aparece por aqui, faz-me entender porque Lucy fica irritada com as invasões de Natsu no seu apartamento. Acho que eles estão convivendo muito juntos.

Momentaneamente, não consigo lembrar-me de mais nada para falar, principalmente por que Gajeel está tomando banho. E sabe o que acontece quando ele toma banho? Eu, assim como todo o prédio, escutamos a linda voz dele a cantar. Coitado do meu namorado, não sabe o quão ruim é cantando.

- “... Yeah, I know, nobody knows, where it comes and where it goes...”

Uma música tão linda como Dream On, Aerosmith, sendo cantada por ele. Enfim, não posso fazer nada.

- “... I know in everybody’s sins, you got to lose to know how to win...”

Enquanto escutava-o cantando, peguei meu livro, caminhei até o sofá, sentei-me e pus-me a ler.

Gajeel POV’s on

O que será que a baixinha está fazendo? Ela ainda não reclamou que eu estou cantando. Ela está de bom humor? Não, impossível. Gehe.

Meu nome é Gajeel Redfox, tenho 21 anos, trabalho como mecânico e estou fazendo faculdade de Engenharia Mecânica. Por que eu escolhi isso? Porque sim, agora não enche.

Bom, já cansei de falar de mim. Estou com preguiça de viver.

Sai do banho, sequei-me e troquei-me. Usava uma camisa roxa escura de mangas curtas e uma calça moletom preta e não coloquei sapatos nem meias. Andar descalço no apartamento da nanica nem suja o pé mesmo. Nunca tinha visto alguém que não deixa nem o chinelo jogado na sala. Eu tento deixar o ambiente mais aconchegante jogando minha blusa, meias ou até alguma cueca na sala e na cozinha, mas ela sempre me força a recolher. Ela é assustadora me ameaçando.

- Pequena! – chamei batendo a porta do banheiro.

- Gajeel, você sabe quantas vezes eu já te disse pra você NÃO bater nenhuma porta do MEU apartamento? – ela estava lendo um livro no sofá com as pernas apoiadas na mesinha de centro e Lily dormindo nelas. A propóstio, Lily é meu neko preto. Tá’ bom, ele não é meu. Comprei ele faz dois anos e dei de presente pra baixinha.

- Não sei. Talvez umas seis? – arrisquei.

- Seis foram só essa manhã. Essa é a terceira vez da tarde. E olha que são só 15h00. – ela falava comigo sem me fitar, e isso me irritou.

Caminhei até o sofá e pulei.

- Ei! – ela finalmente tirou os olhos do livro. Deitei minha cabeça no colo dela e abracei as pernas dela. A anã não reclamou.

Eu estava quase dormindo quando meu celular tocou.

Levy POV’s on

Se uma coisa que eu descobri sobre o Gajeel é que ele ama atenção. Um exemplo disso é agora. Eu estou na minha, lendo meu livro e ele vem perto de mim e faz alguma coisa. Até que hoje ele não fez realmente alguma coisa, pois normalmente arranca o livro da minha mão, começa a brincar com meu cabelo e até mesmo me carregar igual um saco de batatas pelo prédio (que mico!).

Ele deitou-se no meu colo, abraçou-me e resolveu dormir, pelo jeito. Afinal, é domingo, dia para descansar.

Foi quando o telefone tocou. Aquele celular dele estava me dando nos nervos nas últimas semanas e, além da raiva, eu não estava com uma boa sensação em relação a isso. Ele começou a chegar mais tarde do trabalho, receber ligações toda noite, não atendia comigo por perto e, ainda por cima, quando tínhamos um tempo juntos surgia algum imprevisto e ele tinha que sair. Isso realmente está me deixando incomodada. É como se ele estivesse escondendo alguma coisa de mim, algum segredo que eu não possa saber mesmo sendo namorada dele.

Gajeel sentou no sofá, olhou a tela e se dirigiu a cozinha para atendê-lo.

Eu estou cansada disso. Muitas coisas e sugestões passaram pela minha cabeça sobre o que pode se tratar isso, porém, eu logo mando esses pensamentos para longe. Não sou do tipo intrometida, apenas curiosa, e ficar tentando descobrir o que ele está escondendo não seria algo que eu gostaria que fizessem comigo.

Ser politicamente correta não é legal às vezes, pois você deixa de fazer as coisas quando são de seu interesse para não “violar” os direitos de alguém.

Falei com a Lucy sobre isso e ela me disse para não esquentar, pois Gajeel me ama e que ele deve estar fazendo um favor para uma pessoa ou tendo imprevistos na oficina. Mas não adianta. Eu sinto que, seja lá o que ele estiver guardando em segredo, tem a ver comigo de alguma forma ou de todas as formas.

Deixei esses pensamentos de lado quando ouvi outra batida de porta.

- Gajeel Redfox, não é para você ficar... – comecei irritada.

- ...”batendo as portas da casa”. Já sei, já sei. – ele falou deitando-se novamente com a cabeça no meu colo.

- E por que continua fazendo isso se já sabe que vou advertir?

- Porque é legal te ver irritada. Gehe. – ele me fitou, roubou-me um beijo e se ajeitou para dormir. Em cinco minutos já estava no 13º sono.

“Gajeel...”, pensei, voltando ao “assunto” anterior, “O que está escondendo de mim?”, perguntei-me mentalmente antes de cair no sono igualmente a ele.