On the Way escrita por Liz


Capítulo 16
O Sangue de Um Irmão




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Lena Gray sabia exatamente o que queria, mas não estava certa sobre o como fazer as coisas para conseguir. Ao olhar mais uma vez para o relógio, ela bateu os pés no chão, ansiosa pela chegada de Bonnie e Alya. Ela pensou em Klaus e em como ele estava reagindo com o aparecimento repentino de seus irmãos.

Falando em irmãos, Lena se lembrou de seus próprios irmãos. Como seria se Damon e Stefan descobrissem o que ela realmente queria com eles? Aquilo tudo era uma ideia tão absurda, que nem mesmo ela queria pensar nisso, mas a vida dela estava em jogo. E ela não os escolheria ao invés dela.

Ao ouvir os passos pesados se aproximando, ela soube que era Alya, juntamente com Bonnie.

– Eu acho que o Klaus está passando um momento muito ruim agora – debochou ela, jogando os sapatos de lado. – Nós três realmente fazemos um belo trio.

– Que seja – disse Lena. – Bonnie, quero mais um favor de você. E então, vou liberar você por hoje.

– O que é?

– Eu quero o sangue de um dos Salvatore.

Bonnie continuou impassível.

– Acha que consegue esperar até amanhã? – ela perguntou.

– Bem, se não tenho alternativa – falou Lena, frustrada. – Vá agora. E quando voltar, espero que tenha o que preciso.

– Muito ou pouco?

– O máximo que você conseguir.

Bonnie assentiu levemente. Ela olhou brevemente para Alya, que fez careta para ela. Bonnie foi embora, deixando no ar a magia pesada que carregava no Anel.

– Você vai ver o Klaus? – Alya perguntou, inquieta.

– Eu já fui vê-lo – respondeu Lena, indiferente. – Mas o Stefan interrompeu. Klaus não é tão importante assim para nos preocupar no momento. Ele vai ficar ocupado com os irmãos, Damon e Stefan com o sumiço dos caixões, você e Bonnie em tentar abrir o caixão que está preso e eu... Bem, tenho assuntos pendentes.

– É sobre o James? – Alya quis saber. – O que ele tem de lindo, tem de estranho.

– Sim, é sobre ele.

Lena se sentiu fraca mais uma vez. Aquele ato já estava se tornando tão rotineiro, que ela teve raiva de si mesma por deixar que o tempo fosse contra ela. Ela se sentou na cama, repousando a cabeça em uma das mãos, esperando que aquela dor latejante em sua cabeça passasse.

– É melhor Bonnie andar rápido com isso.

Alya rastejou até Lena.

– Por que você não tenta conversar com a sua mãe? – sugeriu ela. – Ela pode te ajudar.

– Acho melhor não – respondeu. – Acho que Bonnie está tendo sonhos comigo, ou algo assim. Pouco antes de eu dar o Anel a ela, Bonnie me perguntou se o nome da minha era Barbara. E depois me perguntou se tive um relacionamento com um cara de cabelo preto. Ela até entrou em detalhes, falando sobre uma cama com coberta de veludo.

– Coberta de veludo?

Lena sorriu.

– Eu não contei essa parte? Pois, bem, sente aqui. É uma história bem longa.

***

Klaus se debruçou no sofá. Elijah ajeita a gravata, enquanto Rebekah estava inquieta no sofá ao lado. Klaus olhou para o lado, flagrando Finn o fitando com os olhos raivosos.

Kol desceu as escadas, saltitante.

– O que temos para nos divertir aqui? – perguntou ele, excitado. – Garotas bonitas?

– Problemas, Kol – respondeu Klaus. – Problemas.

Os pensamentos de Klaus foram levados a Lena Gray e seus misteriosos segredos. A ruiva que o fez sentir coisas que ele nunca se permitiu sentir, agora estava tramando contra ele. E ele não gostava de pensar que poderia estar com medo de uma aventura do passado.

Elijah passou o dedo por um dos móveis. O gesto foi seguido por uma coçada na sobrancelha.

– Será que pode nos dizer, irmão, como viemos parar aqui? – ele perguntou seriamente.

Klaus pigarreou. Para disfarçar, ele sorriu brevemente.

– Eu queria propor a vocês uma reunião de família.

– Se quisesse uma reunião de família, teria esperado que nós acordássemos naquele lugar horrível – retrucou Rebekah, irritada. – Não nos esconda, Nik. Quem tirou as adagas?

Klaus tinha três opções: Bonnie Bennett, Damon e Stefan Salvatore. No entanto, ele não conseguia pensar em um motivo que os faria querer retirar as adagas e sumir com elas. Ele não queria dizer nada a nenhum de seus irmãos e, certamente, conseguiria enganar Kol e Rebekah com mais facilidade do que enganar Finn, que com um pouco de sutileza, conseguiria convencê-lo também. O problema era Elijah. Ele iria a fundo para descobrir quem havia retirado as adagas e o que esse alguém estava planejando. Klaus não poderia esconder que também estava ansioso para descobrir a verdade, mas odiaria a interferência de seus irmãos.

– Perguntem ao Stefan – ele simplesmente respondeu.

– Quem é Stefan? – perguntou Kol.

– Meu antigo namorado – respondeu Rebekah casualmente. – O que ele tem a ver com isso?

Klaus resolveu contar uma parte da verdade.

– No dia em que finalmente matei o Mikael – ele respondeu – Stefan roubou os caixões em que vocês estavam. Eu tentei encontrá-los, mas ele foi bom em desviar minha atenção. Aposto que foi ele que retirou as adagas e está tramando contra nós, irmãos.

– Você soa convincente, Niklaus – Finn debochou.

– Eu prefiro descobrir isso por conta própria – disse Elijah, desaparecendo em questões de milésimos.

Klaus sorriu ironicamente.

– Acho melhor esperarmos Elijah voltar com o cadáver do Stefan.

Rebekah ganhou uma expressão vitoriosa em seu rosto.

– Sem dúvidas, Elijah vai descobrir alguma coisa.

***

Ela admirou o amuleto melancolicamente. Com vinte e sete anos, Lena ganhara o amuleto de sua mãe, logo depois de descobrir que era uma bruxa de uma linhagem muito antiga. Décadas poderiam se passar, mas ela sempre se lembraria daquele dia. De um jeito muito estranho, Barbara Gray estava se sentindo orgulhosa. Um orgulho que Lena jamais entenderia.

Qual a vantagem de ser uma bruxa? E qual a vantagem de ser uma vampira?

Lena sempre havia refletido sobre isso, mas nunca chegara a uma decisão concreta. Pela sua vida, ela conheceu várias e várias bruxas, e matou a maioria. Vampiros de várias idades passaram por sua vida, e todos eles foram mortos de alguma estúpida por ela. Eles sempre queriam algo dela, pois tinha ido a fundo sobre sua linhagem. E novamente a pergunta perturbava sua mente: por que sua mãe estava orgulhosa naquele dia? O que ela sabia que não estava contando?

No alto da colina, ela podia ver o nascer do sol. Ela sempre gostara de fazer isso, mas há muito tempo, não saboreava o que aquele momento tinha de bom. Sem as reclamações de Alya ou a sua própria salvação lhe atacando a mente toda hora, Lena podia finalmente dizer que se sentia como humana novamente. Apesar de nunca ter sido uma, nem mesmo quando nasceu.

As horas se passaram, e ela continuou ali. Lena olhou para seu anel incontável vezes, esperando o momento em que ele finalmente quebraria, como ela sabia que quebraria. Era o que estava escrito: E tudo que é mágico se quebrará.

Os passos atrás dela tiraram-na de seus longos devaneios. Ao olhar para trás, não avistou ninguém. Esperando por mais algum barulho, Lena voltou os seus olhos para o sol do meio-dia que brilhava de tão incandescente. As nuvens se tornavam puro algodão no céu azul.

O outro barulho que ela ouviu veio mais perto do que antes. Ela não se incomodou em olhar para trás, mas se preocupou em quem quer que estivesse ali, junto com ela. Lena escondeu a preocupação, esperando que o alguém que a perseguia logo se revelasse.

O homem de terno parou ao seu lado. De pé, ele tinha as mãos nos bolsos, o cabelo impecavelmente arrumado e olhar sério para o horizonte. Lena o encarou por longos segundos, até que desviou o olhar e continuou sem se mexer. O homem retirou as mãos dos bolsos, ajeitando levemente a gravata. Lena olhou de soslaio, flagrando um irônico sorriso se formando nos lábios dele.

– Quando foi a última vez que nos vimos? – ele perguntou cuidadosamente.

– Não me lembro de já ter visto você – retrucou ela, indiferente.

Ele se virou para ela. Aproximando-se em pequenos passos, ele agachou, os olhos na altura dos dela.

– Boston, 1920. – Foi tudo o que ele disse.

Lena se virou.

– O Mikaelson mais elegante atrás de mim? – disse ela, debochando. – Estou me sentindo lisonjeada.

Elijah enrugou a testa.

– Você sabe quem eu sou?

Lena soltou um risinho.

– Todos que já passaram pelas mãos do Klaus conhecem você e os seus irmãos – ela respondeu. – Mas eu só liguei os fatos muitos anos depois de conhecer você e ele.

Elijah a examinou.

– Percebo que está muito diferente hoje – ele observou. – Naquela época, não era fácil aguentar uma vampira bêbada com muito ódio.

– Ódio? – questionou ela.

– Você sempre dizia um nome várias vezes quando começava a matar sem parar.

Lena ficou séria.

– Que nome?

– Katherine Pierce.

O sufoco repentino de Lena passou. Por um momento, ela teve medo de que o nome do verdadeiro ódio dela fosse revelado. Agora, ela sabia, podia usar Katherine Pierce como um suposto grande ódio.

– Ah, sim.

Elijah continuou encarando.

– O que você sabe sobre ela?

– Eu não a vejo há muito tempo – Lena respondeu. – Não sei nada sobre ela.

– E você? Quem é você?

– Uma bruxa carregada por uma profecia.


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