Elos escrita por Layla Glêz


Capítulo 1
Prólogo: Parceiros


Notas iniciais do capítulo

Yo! Estou de volta e pedindo MIL e UM perdões a quem acompanha "A Herdeira", estou desanimada (com a ideia) e essa surgiu... Então não sei o que fazer lá. Mas, falando dessa fic, a ideia veio da minha crise de abstinência de Fairy Tail na demora do lançamento do mangá 396 (e agora do 397) e se passa DEPOIS do encerramento das batalhas da Tartarus (suposições depois da FT detonar todo mundo daquela darkguild u.u) ou seja: CUIDADO COM OS SPOILERS!Aviso dado? Sim!Então, morangos da tia, lá vai o Capítulo 1/Prólogo/Capítulo Único. (Ainda não sei, sexta aviso pra vocês...)



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Cerne da Tartaros. X791.

Deferiu um último golpe, caindo de joelhos em exaustão e vendo seu inimigo tombar derrotado. Tinha acabado. Finalmente tinha acabado. Seu pulmão protestou quando tentou respirar em seguida, mas sorriu quando pensava que haviam conseguido. E então tossiu diversas vezes, expelindo a água venenosa que tinha lhe posto inconsciente e, com algum esforço, pôs-se de pé, prestes a comemorar com a guilda aquela vitória.

Foi quando os sons que chegavam aos seus ouvidos começaram a fazer sentido.

– Lu-chan! Lu-chan! Acorde! Por favor, acorde! – ele sabia que era a Levy que chamava e notou, pelo desespero de sua voz, que algo estava terrivelmente errado.

– Lucy! Vamos, acorde! – dessa vez era Erza, com a voz entrecortada e chorosa – Wendy! Ainda bem que você chegou! A Lucy não está acordando. Seu pulso está muito fraco.

Foi então que a ficha caiu.

A Lucy não estava acordando.

Por que ela não estava acordando?

Abriu caminho entre os outros membros da guilda, todos em volta da loira, parecia haver uma comoção geral em torno dela e ele sentiu como se seu próprio corpo não respondesse, como se estivesse em torpor. Ao vê-la, não pode se aguentar de pé; as roupas rasgadas, os ferimentos ensanguentados, o cabelo desgrenhado e a chave quebrada que ela parecia sustentar na mão com força descomunal. Olhou para a Dragon Slayer do Céu em busca de resposta, reprimindo o nó em sua garganta. E quando foi respondido, não soube dizer se realmente queria ouvir a resposta.

– Ela esgotou todo seu poder mágico – foi a resposta da azulada, que ainda tentava curar os ferimentos externos. Lentamente, os cortes se fecharam, as manchas em sua pele ficaram mais saudáveis; ainda assim, a maga estelar não abriu os olhos, ou deu sinal de vida – Gome ne, minna, não posso fazer mais nada pela Lucy-san – a pequena então caiu sentada, visivelmente exausta com o esforço.

Todos estavam exaustos, ele sabia. Todos estavam no limite de suas forças, mas ainda assim só a garota estava “apagada” e, ouvindo seu batimento cardíaco ficar cada vez mais tênue, ele se preocupava ainda mais com aquilo.

– Temos que levá-la para a Poluchka! – falou Levy.

– Não temos tempo para chegar lá – Gajeel cortou.

– O que faremos? Se continuar nesse passo a Lucy-san vai... – Wendy não teve como completar a frase, terminou soluçando e escondendo as próprias lágrimas.

– Precisamos que ela recupere seu poder mágico, mas a água não permitiu isso e agora pode levar tempo demais – foi a vez de Mira falar.

E ele ainda não acreditava no que via. Ela, tão doce, tão amável, tão forte o tempo todo. Sempre incentivando a todos, sempre acreditando em todos. Ela que tinha combatido a Tartarus inteira apenas para protegê-los. Ele sentou-se ao lado de sua cabeça, olhando para seu rosto – sempre com aquele mesmo sorriso cativante, ainda que em estado crítico. E eles não teriam tempo de salvá-la.

Ele não tinha tempo para salvá-la.

– Natsu, um dia, você conhecerá alguém que lhe acalmará. Alguém que você daria a sua vida por. Uma pessoa companheira, amiga, confiável e, não importa onde ela esteja, você sempre irá querer estar ao seu lado.

– Como você, Igneel? – perguntou, com a sua típica inocência aos doze anos.

– Não, meu filho. Será ainda mais intenso. O sentimento é amor e não há explicações para ele porque existem diversos tipos de amor, o de pai e filhos, o de amigos, o de irmãos e aquele que só se nutre por um alguém especial. E é com ele que você poderá criar o que nós chamamos de marca.

O garoto o olhou confuso, queria entender, mas não compreendia em absoluto.

– Essa última magia é capaz de doar e dividir a quantidade de magia que se possui, ela cria um laço único entre você e a outra pessoa, você e ela serão capazes de compartilhar o mesmo compartimento de magia, mesmo que não estejam perto um do outro. E não sei explicar como irá fazê-la, mas sei que quando for oportuno, o fará.

– Velho, como você me diz que vai me ensinar uma magia nova, se não sabe como essa magia nova é? – perguntou, insolente.

– Natsu, não importa se eu não sei, importa que você saberá – esbravejou o dragão.

Ele sacudiu a cabeça, sem entender porque aquela cena tinha vindo a sua mente. Não lembrava daquela conversa – talvez porque não tivesse prestado atenção à época – mas sentia que aquela era a solução. E sentiu que, de alguma forma, sabia o que fazer.

– Talvez se eu marcá-la... – sussurrou para si mesmo, sem entender a complexidade daquilo.

– Você só pode estar brincando, Salamander! – exclamou Gajeel, deixando todos sem entender o que acontecia.

– É um jeito de salvá-la, não é? – Natsu devolveu, ficando de pé e olhando para o Dragon Slayer de Ferro.

O Redfox ponderou por vários segundos, até que por fim disse:

– Sim, é. Mas não concordo e pode não dar certo.

– Do que estão falando? – foi a vez de Gray perguntar.

– O Natsu está pensando em marcar a Bunny Girl.

– N-Natsu-san... – Wendy balbuciou, corada quase que por completo.

– Mas o que diabos significa isso? – o Fullbuster ainda os olhava confusos.

– É um jeito de salvá-la – retrucou o Dragneel.

– Mas não é o único!

– É o único. A Lucy não está com poder mágico, não temos como leva-la a tempo, e eu posso fazer isso.

Erza colocou a mão em seu ombro e, com um meio sorriso, falou:

– Faça.

Ele se abaixou ao lado do corpo da loira, engolindo em seco. Gajeel olhou-o com certo receio e terminou por falar tão baixo que somente a audição de um Dragon Slayer ouviria:

– Espero que saiba o que está fazendo – então virou de costas para a cena. E quando Levy perguntou o porquê daquilo, respondeu truculento – É um momento íntimo demais.

Mas Natsu não se importava que olhassem, só queria o jeito mais rápido de fazê-la recuperar sua magia o mais rápido possível. Ele pegou a garota no colo e levou a boca ao seu pescoço, por um segundo todos hesitaram, até mesmo Erza quis se aproximar dele, pensando que o garoto se aproveitava de sua amiga quase-morta. Instintivamente, ele deixou sua mão ir até o esterno da maga – por sobre a blusa – sentindo a pulsação fraca de seu coração. As lágrimas caiam em seus olhos. Ela não podia estar deixando-o sozinho.

“Natsu, eu acredito em você.”

Ele sorriu com a lembrança. Sentindo sua magia expandir de modo incalculável.

“Acredito em você desde que entrei na guilda.”

Sabia que estava pegando fogo, literalmente. Sentia as chamas ao seu redor, como sempre o fazia. Próximas como velhas amigas, fechou os olhos e tentou se focar não somente nelas, mas na energia que pulsavam. Teria que passar aquela energia para a Heartfilia, necessitava disso. Pelos sorrisos da maga, pelos momentos ao seu lado, pelas invasões a sua casa, a alegria que ela transmitia. Lembrou-se da Lucy do futuro caída e viu a imagem dela caída ali novamente. Necessitava que ela sempre estivesse bem. Precisava que aquele sorriso lhe aparecesse novamente. E, quem sabe, somente para ele.

“Vamos, Lucy. Por favor.”

As batidas dela ainda diminuíam, cada vez mais.

“Por favor, reaja. Por favor, a guilda precisa de você.”

Ele estava se esgotando também, sabia. Mas não podia desistir, não enquanto ela não estivesse bem e o chutasse por ser um tarado com a mão praticamente em seus seios.

“Happy, Erza, Gray, Levy, Mira, todos precisam de você!”

Sua magia tinha fluido ao máximo. Tudo para ela. E ainda assim seu coração estava parando.

“Lucy! Eu preciso de você!”

Ele a soltou, exausto. Ouvindo cada batimento fraco da maga e fechando os olhos.

Tinha falhado. Ela tinha confiado nele e ele tinha falhado.

Tombou completamente exausto ao lado, pelo menos ficaria exaurido junto a sua nakama. Sorriu com o pensamento e depois pensou novamente que ela não era somente sua nakama.

Era sua parceira.

Então sentiu sua magia voltando, mas por que voltava? Não deveria, ele queria ficar sem ela, se não tinha servido para proteger a ela, para quê queria ser um mago?

– Natsu... – a voz quebrantada o despertou, fazendo com que se erguesse rapidamente e segurasse a mão da maga que tinha falado.

Sua magia voltava aos poucos, mas ele sentia que havia algo mais, algo que dividia e dividia com a garota a sua frente. Ele a abraçou, enterrando a cabeça na curva de seu pescoço, a mesma curva onde agora descansava um dragão de escamas vermelhas e olhar penetrante, as asas entreabertas na pele branca do ombro dela. Afastou-se para ver aquilo e não pode evitar que seus olhos seguissem pelo corpo do dragão, até o rabo que se escondia entre seus seios.

– Natsu, o que você está olhando? – perguntou, já mais corada e energética, quase dando um tapa no garoto por sua falta de discrição.

– Lu-chan, é melhor você ver por si mesma – falou Levy se aproximando. Todos da guilda estavam boquiabertos com a cena que tinham presenciado e foi Erza que conseguiu arrumar um espelho e entregar a Heartfilia.

E quando seus olhos viram a marca em seu pescoço, simplesmente imensa, não conseguiu proferir uma palavra sequer. Ela também sentiu a magia, que não lhe pertencia, lhe preencher de alguma forma. Quanto ao dragão em seu pescoço não teve dúvidas, olhou para o garoto de cabelos róseos e apenas deixou que seus olhos se encontrassem por diversos segundos, numa conversa sem palavras.

Os dois não sabiam dizer por quanto tempo tinham permanecido daquele modo, mas finalmente ela quebrou o silêncio com um abraço, as lágrimas salpicando de seus olhos pelo ombro dele.

– Obrigada – falou tão próxima ao seu ouvido que o fez ter um arrepio. Ele primeiro passou os braços em sua cintura e depois acariciou o cabelo macio da garota.

– Para isso servem os parceiros.


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Notas finais do capítulo

Perdoem se errei os nomes de algumas pessoas, ou expressões em japonês (até evito usá-las) e no mais me deixem comentários pra eu saber se continuo *-*E, caso não continuem, imaginem o que quiserem do NaLu dessa cena.Bises de chantilly.



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