Just Love escrita por Marshmallow


Capítulo 1
The return


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu fiz essa fic antes, porém, foi excluída, então NÃO É PLÁGIO! Só mudei algumas coisinhas ;)



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– SPENCER, ACORDE! – senti alguém mexendo em meu ombro bruscamente e abri os olhos, ganhando foco lentamente. Tinha sido uma longa viagem. Não sabia se estava feliz ou triste ou os dois ao mesmo tempo por voltar e ainda estava tentando entender isso. Observei minha mãe me encarar irritada pelo canto dos olhos. – E limpa essa baba do rosto!

Meus ouvidos começaram a doer com a descida do avião, e me ajeitei nervosamente na cadeira. Eu estava em Rosewood novamente, ainda não conseguia acreditar. O avião finalmente pousou e ajudei minha mãe e minha irmã com as malas.

Assim que chegamos no aeroporto, vimos meu pai com um chapéu idiota de motorista de limusine e uma placa escrita “Família Hastings” sorrindo e forcei um sorriso. Ele tinha chegado antes para arrumar a casa para nós. Ele passou os braços ao meu redor e de Melissa e murmurou “Minhas garotas”. Por mais que eu amasse muito meu pai, com à medida que eu crescia ele se distanciava, só se preocupando com a gente ser uma família perfeita, ou, pelo menos, parecer uma.

Fomos em direção a limusine que meu pai arrumou (“Desnecessário” foi meu primeiro pensamento) e o motorista guardou nossas malas. Me acomodei logo aonde estava a janela e abri. Sentir o cheiro de pinheiro nos ventos de Rosewood fazia falta para mim. Tudo parecia tão calmo, agradável e silencioso. Mas eu sabia por experiência própria que a cidade não era assim.... Entramos na rua do Brew e não consegui evitar um sorriso lembrando de nós oito reunidos nos fundos da nossa cafeteria. Sempre no final da tarde eu, Hanna, Caleb, Emily, Aria, Noel, Alison e Toby ficávamos ali só conversando.

Toby. Meu Deus, há quanto tempo eu não pensava nele? Talvez sempre. Eu nunca tinha esquecido ele, claro, mas fazia tempo que eu não passava horas pensando nele e Ali. Nesses dois anos que eu fiquei fora, ele não enviou uma mensagem, não fez uma ligação ou algo parecido. Sentia falta de todos eles, mas Toby foi definitivamente quem mais fez falta.

Estacionamos e corri para dentro de, feliz. Claro, voltar a Rosewood tinha seus contras, mas como eu sentia falta daquela casa. Joguei a bolsa no sofá.

– Como eu sinto falta dessa sala, dessa cozinha – disse, esbarrando em algumas caixas e fui em direção às escadas – dessa escada com o degrau ai! ... quebrado, do meu quarto!

Ouvi meus pais rindo embaixo e abri a porta. Meu quarto estava igual à da última vez que estive nele. Franzi a testa quando vi pôsteres de bandas modinhas, sendo que meu quarto de New York era cheio de livros e papéis com compromissos das minhas trezentas atividades extracurriculares. Me joguei na cama que fez o normal rangido e me voltei para a mesa de cabeceira. Tinha três portas retratos, uma foto eu estava com meus pais tirada na festa de formatura do 9º ano (em que eu fui a oradora), outra era eu, Hanna, Aria, Caleb, Noel, Alison, Toby e Emily no sofá do Brew e na última era eu e Toby com uns 10 anos. Na foto, eu estava nas costas dele e estávamos rindo.

Suspirei alto e enterrei a cara no travesseiro antes de pegar meu celular e mandar uma mensagem para Hanna, a única que se mantinha em contato comigo. Ela falava comigo toda semana e nos falamos por Skype uma ou duas vezes. Às outras geralmente mandavam um e-mail perguntando como as coisas estavam indo e dizendo que estavam com saudade, mas era difícil. O único que se calou nos últimos dois anos foi Toby. Escrevi a mensagem para Hanna e antes de apertar enviar me perguntei se era uma boa ideia. Quero dizer, será que eles queriam me ver? Eu fui embora do nada por dois anos. Um dia estava tudo bem, no outro eu digo que vou embora e depois desse dia eles fazem uma festa de despedida e eu fui embora. Mas era Hanna, era diferente. Certo?

SpenceH: Oi

Esperei alguns minutos, mas pareciam uma eternidade. Eu pensei em ir a casa dela, mas parece coisa de filme. O celular apitou.

1 nova mensagem de: HANNA

HannaM: Oiii, td bem?

SpenceH: Sim. Adivinha quem está em Rosewood?

HannaM: COMO ASSIM VOCÊ VOLTA E NÃO AVISA?!?! VAI VISITAR OU...?

SpenceH: Voltei para ficar, eu acho. Não sei se vão chamar meu pai para outro lugar de novo, mas provavelmente não.

HannaM: Brew. Agora.

Sorri ao ler a mensagem e desci rapidamente. Peguei minha bolsa que estava no sofá em fui em direção a porta, mas fui interrompida por um tossido falso.

– O que foi? – perguntei para minha mãe, que estava me encarando. – Ah, eu estou indo no Brew encontrar a Hanna.

– E suas caixas vão ficar espalhadas pela casa? – ela respondeu, autoritária. Franzi a testa, ela estava falando sério? Sua expressão mudou para um sorriso. – Brincadeira, vai ver suas amigas.

Forcei um sorriso e saí porta a fora. O Brew não ficava tão longe de casa, então fui andando mesmo. A cidade continuava a mesma coisa, o mesmo cheiro de pinho, as ruas silenciosas, tudo perto de tudo... Vi a cafeteria de longe e andei rapidamente até lá.

O nosso sofá estava vazio, então pedi um café puro e me sentei lá. Cada vez que o sininho que tocava quando a porta abria meu coração dava um pulo, até que finalmente Hanna entrou. Me levantei e nossos olhares se encontraram. Nos abraçamos com toda a força do mundo e não conseguia parar de sorrir. Nos abraços por minutos, semanas, meses, até que a soltei a olhei melhor. Ela tinha emagrecido muito, estava usando um vestido de uma marca caríssima e tinha pintado o cabelo em outro tom.

– Então não é photoshop, você mudou muito mesmo! – brinquei.

– Não sou a única que mudou srta. Hastings, parou de usar as roupas da vó. – ela sorriu debochadamente. – Por que essa mudança repentina?

– Bem, você sabe que fomos para New York por causa do trabalho do meu pai, e o caso dele acabou então... voltamos! – ela sorriu e me abraçou de novo. – Mas o que anda acontecendo em Rosewood?

– Não muita coisa... – ela disse, franzindo a testa como ela fazia na aula de Álgebra do 1º ano, ou seja, confusa. – Ahn, entrou uma garota nova chamada Jenna Marshall assim que você foi embora que estava se transformando na nova ‘Queen Bee’ do colégio, e você sabe que...

– ... Ali não ia permitir isso. – completei a frase dela.

– Sim, mas aí aconteceu uma coisa que fez ela perder toda a popularidade, mas mesmo assim Alison ainda procura motivos para odiá-la. E a mãe de Jenna casou com o pai de Toby, então eles são meio irmãos. – do jeito que Hanna ficou nervosa quando falou ‘aconteceu uma coisa’ achei melhor não perguntar. – Deixa eu ver.... Emily é gay.

– Uau. Nossa, eu não fazia a mínima ideia. – peguei minha xícara de café e bebi um gole. Eu não era preconceituosa, nunca. Mas nunca imaginei que Emily fosse gay. Bem, ela sempre foi meio fascinada por Ali, e defendia ela com unhas e garras.

– Todas nós. Ah, eu e Caleb estamos namorando. – cuspi o café. – O que? É tão chocante assim?

– Vocês arrumavam briga por qualquer coisa, e discutiam por horas! E lembra que ele fazia brincadeirinhas com o seu peso? Eram inocentes, mas mesmo assim, eram...

– Spencer. As coisas mudaram, ok? – ela falou rispidamente. Limpei o café do balcão e a encarei.

– Desculpe... – comecei, mas ela levantou a mão para me interromper.

– Não, de um dia para o outro, minha melhor amiga vai embora, a minha conselheira, minha professora, minha defensora vai embora e.... – de repente seus olhos enchem d’água. – Só... aconteceu muita coisa, ok? E eu precisava de você.

Eu a abracei. Provavelmente fazer ela lembrar de coisas que aconteceram quando eu estava fora e ela precisava de mim não foi uma boa ideia, mas eu queria me manter informada.

– Se quiser conversar agora... – falei, imaginando o que teria acontecido para ela começar a chorar. Hanna se recompôs tão rapidamente como quando tinha começado a chorar.

– Não, eu só não gosto de falar no passado, no que aconteceu enquanto você estava fora. – achei melhor não insistir, então só a olhei. – Ah, não beba seu café agora por que existe um casal menos provável que eu e Caleb. Tambores... – batuquei na mesa, brincando. – Noel e Aria.

– O QUE? Tipo, o que? Como assim? Eles se detestavam, e não era aquela coisa de ‘implicar por que gosta’, eles se odiavam mesmo, só se aturavam por causa da gente! – falei, rindo.

– Eu sei, eu sei. Bem, na verdade, eu não sei se eles são um casal e estão escondendo ou se estão só ficando, por que eu já perguntei para a Aria o que ela achava do Noel e ela sempre ficava tipo “Ah, eu detestava ele. O jeito mesquinho, pegador e é uma cópia dos garotos de Rosewood, todos iguais. Mas agora não é a mesma coisa, ele é legal e tudo mais, mas só isso.” – ela imitou a voz da Aria, e ficou parecidíssimo, e lembrei quando eu estava triste e Aria me fazia rir com seu jeito brincalhão e inocente.

– Então, eles ainda estão... – coloquei ênfase no ‘eles’. Ela concordou com a cabeça. Senti meu coração partir. Eu já sabia a resposta mas ouvir da boca de outra pessoa fazia doer mais.

– Sinto muito, Spence. – ela passou a mão nas minhas costas, tentando mostrar apoio.

Toby não podia realmente gostar de Alison, aquilo não era possível. Mas mesmo assim, eles continuavam juntos. Toby não saiu da minha cabeça nesses últimos dois anos e eu ainda amava ele e ele... simplesmente cagou para isso. Como se eu não fosse nada para ele. Só uma amiga qualquer. Não queria desabar em cima de Hanna, e ela percebeu isso, por isso mudou de assunto e começou a falar sobre ela e Caleb, e tentei prestar atenção.

Ela perguntou como foi em NY e contei que eu só ficava estudando, e estudando e estudando por causa dos meus pais e que tinha até namorado um cara, mas minha única amiga no colégio inteiro estava pegando ele, mas não fiquei tão mal por que ainda estava com Toby na cabeça.

Quando percebi, já era oito da noite e estava escuro, então nos despedimos e cada uma seguiu seu caminho. Estava distraída, imaginando como seria meu primeiro dia de aula amanhã. Não falamos mais sobre Toby e Ali naquela noite, mas eu já conseguia sentir o tapa que ela ia dar em mim no dia seguinte. Senti um puxão forte e caí no chão. Meu joelho começou a arder muito, mas o ignorei e olhei para cima. Um cara baixinho, careca e barbudo me encarava raivosamente com uma faca na mão estávamos em uma rua sem saída, parecia um pequeno beco entre duas lojas. Olhei rapidamente para meu joelho, que sangrava.

– Passa a carteira ou vou tirar muito mais sangue que isso. – ele falou ferozmente. Fiquei muito nervosa e com vontade de gritar e berrar, mas aquilo não ia adiantar nada. Passei a bolsa, tremendo e quando ele estava há segundos de pegá-la, um vulto o jogou no chão e deu um soco na cara dele. O ladrão ergueu a faca mas o cara deu uma joelhada na barriga dele e quando a faca caiu, ele a pegou.

Algumas pessoas se aproximaram, umas estavam filmando (“Não mereço” pensei) e outras ligando para a polícia. Estava escuro no beco e não conseguia ver quem era, só a mão dele que estava no ar, e a segurei. Manquei ao ficar em pé, minha calça jeans estava empapada de sangue. Ele passou o braço ao meu redor para me ajudar a andar e saímos da rua sem saída.

A polícia apareceu e estavam prendendo o ladrão, que murmurava obscenidades. Olhei para a pessoa que me resgatou e me afastei assim que vi quem era, caindo no chão novamente. Ele olhou para mim e seus olhos azuis brilhantes se arregalaram.

– S-spencer? – ele falou, e não consegui identificar se estava feliz ou chocado ou assustado, talvez os três ao mesmo tempo.

– Oi, Toby. – disse, encarando ele com um sorriso sem-graça. – Surpresa!


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Notas finais do capítulo

Fanfic movida há REVIEWS, então deixem suas opiniões e sugestões para eu ir melhorando! ;)