Beautiful Obsession escrita por Asynjurr


Capítulo 3
Second Chapter


Notas iniciais do capítulo

Se eu não respondi os comentários do outro capítulo me perdoem, mas eu prometo responder todo mundo OKAY? Bom... eu espero que vocês gostem desse capítulo.

TENHAM UMA ÓTIMA LEITURA!



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Violetta Castillo-Point Of View

***

Aquela noite estava mais gélida que normalmente. Meus dentes rangiam vergonhosamente, quando chocavam-se entre si, porém, meus lábios seguiam firmes. Meu corpo encontrava-se em um estado crítico, até que senti seus braços me envolvendo. Seu corpo encontrava-se deliciosamente aquecido. León era tão quente e tão invasivo. Novamente sentia uma corrente elétrica percorrendo-me desenfreadamente. Não sei definir exatamente o que estava sentindo, mas era algo bom... muito bom para ser sincera. Que ironia absurda, aquecida justamente pelos braços do homem que detesto. Ficar tão próxima a ele me fazia mal. Ele, me fazia sentir sensações que jamais sentiria com outros homens.

Seu semblante era de preocupação. Nada disse, enquanto caminhavamos em direção a casa. Algo estava a lhe perturbar. Suas mãos estavam trêmulas e toda sua cor se fora, deixando-o empalidecido. A curiosidade estava me corroendo, entretanto, não ousei a questionar seus clamores interiores. Outro assunto também estava a preocupar-me: o antagonismo do meu marido ao tal, Alex. Não posso odiar alguém que não conheço, portanto, não tenho motivações para obsceno sentimento, em contraponto, desacatar sua ordem, acarretaria em consequências catastróficas. Droga! Novamente encontro-me sem saída.

Chegamos a tal festa e como havia me antecipado em minhas suposições e pensamentos, as mesmas pessoas que já avistei em festas anteriores, estavam ali. Por alguma razão, meu marido havia tatuado em sua face, um semblante de preocupação, deixando suas feições mais enigmáticas que normalmente. Suas mãos, agora seguravam-me bem mais forte. Ele estava nervoso demais. Alguma coisa estava deixando-o assim, fora de controle.

Fomos recebidos pela governanta dá casa, que estava fazendo a recepção dos convidados. Olívia, era a sutileza em pessoa e belíssima, mas o que deixou-me intrigada, foi a sua pouca idade, já que seu cargo é geralmente oculpado por mulheres mais velhas. Ela nos apresentou a algumas pessoas e rapidamente nos indicou a mesa que havia sido revervada para nós dois, nos deixando a sós logo em seguida.

Assim que notaram a nossa presença, todos os olhares voltaram-se para nós dois, principalmente os femininos. Era algo compreensível, já que o meu marido, exalava elegância e mesmo o odiando, precisava admitir que sua beleza física era inigualável. O próprio Adônis, eu diria. Ouvia murmúrios sobre mim e sobre o meu casamento com o Vargas, todavia tudo era ignorado. A verdade é que ninguém compreendia as motivações de León, para ter se casado comigo, eu mesma não conseguia compreendê-lo. À medida em que nos aprofundavamos naquela festa, os olhares curiosos se intensificavam em torno de nós dois, algo que deixava-me desconfortável. Incomodada, não poupei meu marido de meus questionamentos, quebrando o silêncio que havia instalado-se entre nós dois.

– Porque todos estão nos olhando? - quexei-e ao notar os olhares que a todo o instante direcionavam-se a nós dois. Ele sorriu da forma mais devassa possível e enlaçou os seus braços em minha silhueta, me prensando contra o seu corpo másculo.

– Somos o casal mais improvável de toda a cidade meu amor. O "ex-pegador" dá cidade e a "puritana" do campo. - León, satirizou com certo desdenho, enquanto acenava para algumas mulheres. Talvez quisesse causar ciúmes em mim. Algo impossível, já que não o amo.

– Conhecidas? - questionei sarcástica e seus lábios enrolaram-se em um sorriso desconcertante, porém, dessa vez, seus olhos foram de encontro aos meus. Agora estava claro para mim, ele realmente queria me provocar e o pior é que ele estava conseguindo. Detestava sentir-me daquela forma. Não sabia como agir corretamente. - Não precisa me responder nada - disse me desvencilhando de suas mãos que me prendiam ao seu corpo e ele voltou a me prensar contra a si mesmo, mas, agora com bem mais força.

– Não precisa ficar enciumada meu amor, você é a única - sussurrou baixinho em meus ouvidos. Ele, sabia ser inconveniente quando queria. - Agora venha, quero lhe apresentar ao anfitrião dá festa. Se você soubesse as conversas que temos em relação a voc...

– Poupe-me de seus diálogos sórdidos, relacionados à mim. Não me importo com o que fala ou pensa sobre mim. - ele arqueou uma sobrancelha e mordeu seu lábio inferior com certa intensidade, deixando bem claro que as minhas palavras não lhe causaram nenhum efeito. Ele continuava com o mesmo semblante pevertido de antes.

León e eu ficamos nos entreolhando fixamente por um longo tempo. Novamente o idiota estava me provocando. Droga! Duas vezes droga! Acho que mordi meu lábio inferior. Seus lábios contorceram-se em um sorriso exorbitante. "Porque ele está fazendo isso?" Ah... ele é Leonard Vargas, respondo a mim mesma. Ele aproximou-se um pouco mais. Podia inalar seu perfume másculo. Minha pele queimava com a aproximação da sua. Meu corpo inteiro estava em chamas. "O que há de errado comigo?", volto a me questionar intimamente, enquanto o observo temerosa. Meu medo era quase palpável. León,estava próximo demais e sua boca também. "Oh não! Ele irá me beijar?", respondendo o meu subconsciente, ele recua e acaricia os meus cabelos, alinhando-os.

Sempre perco o controle com ele e minha insegurança a seu respeito só cresce. Voltamos a caminhar em meio aos outros convidados dá festa, leone estava louco para apresentar-me ao seu sócio. Já estávamos bem próximos ao tal homem citado pelo meu marido, quando fomos abordados por um rapaz morendo de belos olhos profundos, certamente um dos seus amigos.

– Leonard! - o moreno de olhos intensos exclamou, exibindo um belo sorriso. León, revirou os olhos e lançou um olhar mortal para o tal, algo compreensível, já que, ele odeia ser cumprimentado pelo nome completo.

– "Andrés"! Que maus ventos o trazem aqui? - questionou, espalmando uma de suas mãos nas costas do amigo que rapidamente encolheu seus ombros. - Não sabia que você também havia sido convidado.

– Fui convidado pela... - nesse momento o rapaz redirecionou seu olhar para mim. "Nossa ele notou a minha presença", brinquei em meu subconsciente. - Não vai me apresentar sua esposa?

– Meu amor esse é...

– Me chamo Andy. Andrés - ele parecia nervoso, sua voz oscilava bastante. - Prazer conhecê-la, Sra. Vargas - falou cortês, beijando a minha mão direita em seguida. - Está explicado - o homem lançou um olhar desafiador para o meu marido, alternando o mesmo entre mim e León. Parecia espantado. Não sabia o que pensar em relação ao seu gesto, até então suspeito.

– Desde quando tornou-se enigmático, Andy? - León pousou um dos seus braços em meus ombros, levando-me para mais próximo de si, externando sua possessão descabida novamente, enquanto seu olhar estava fixo ao de Andrés.

– É que... nada, esqueçam por favor! - o rapaz mudou rapidamente o seu semblante, indo do patético para o sério em questão de segundos. - Preciso ir. Sra. Styles, foi um enorme prazer conhecê-la, Leonard, sem dúvidas é um homem de muita sorte. - nesse momento todo o meu sangue subiu para as minhas bochechas, certamente fiquei corada, o máximo que consegui fazer foi movimentar meus lábios vagarosamente em um sorriso forçado, quase robótico. Olhei para o lado e meu marido nos observava com "cara de poucos amigos", parecia que iria atacar o amigo a qualquer momento.

Após despedir-se, Andrés, foi embora e novamente estava sozinha com ele. Com sua oscilação de humor constante, não sabia se, León estava irritado comigo ou não. Sua mão continuava presa a minha, não era algo que eu gostasse, contrariamente, odiava. Por alguns minutos ele não me dirigiu uma palavra sequer, todavia, isso durou muito pouco e quando menos esperei, fui surpreendida pela rouquidão de sua voz, rente aos meus ouvidos desatentos.

– Mr. Reys - Ele, apontou discretamente em direção ao tal homem citado por ele. - Ele é um chato, entretanto, precisamos tratá-lo dá melhor forma possível, pois no final de tudo, precisamos de sua incalculável forturna para o sucesso da nossa campanha - disse firmando seus lábios em uma tentativa inútil de conter o riso.

– Você sabe mais que qualquer um como ser hipócrita, não é querido? - ele sorriu copiosamente do meu questionamento irônico e centralizou seus olhos nos meus.

– Seu senso de humor é contagiante meu amor, mas guarde-o para você. - murmurou em um tom baixo, talvez não quisesse ser ouvido por todos.

Caminhamos por entre os outros convidados que ali estavam e a todo momento, éramos cumprimentados. Por onde passávamos, León recebia elgios relacionados á mim e ao nosso casamento. Parecíamos o centro do universo e ele adora ser bajulado por todos. Era algo que lhe convinha perfeitamente.

Chegamos a mesa onde estava o Mr. Reys, para cumprimentá-lo. O mesmo estava acompanhado de outras pessoas e todos pareciam importantes. Me senti bastante desconfortável com os olhares que foram lançados à mim. Me olhavam com certo desdenho. Apertei a mão de León com certa força e rapidamente seu olhar centralizou-se ao meu. Ele logo percebeu que eu não me sentia bem por está ali, então me presenteou com um sorriso terno. Era a primeira vez que avistava um sorriso tão sincero quanto aquele.

– Mr. Vargas, é um prazer tê-lo em nossa humilde resistência - o tal Mr. Reys, falou com ironia, estendendo sua mão para que, León a aceitasse em cumprimento e todos que estavam sentados na mesa sorriram do seu senso de humor ridículo. - Essa deve ser sua esposa - ele direcionou seu olhar para mim com espanto. Seus olhos pareciam quererem saltarem de sua face. O homem era asqueroso. - Seu marido fala muitíssimo em você e do quão lhe ama. Agora lhe vendo e presenciando a sua beleza esplêndida, vejo que ele tem razão em amá-la. Mulheres como você, são únicas - após os inúmeros elogios, o homem beijou a minha mão esquerda. Aquilo me deu ânsia de vômito. Não me importei com nada que ouvi. Suas palavras soavam tão falsas.

Recebi cumprimentos de todos que estavam naquela mesa e em nenhum momento, León separou-se de mim. Estava comigo todo o tempo e pode ser loucura, mas ao seu lado sentía-me completamente segura em meio aquelas pessoas estranhas.

– León, podemos conversar um momento a sós, por favor? - pediu o Mr. Reys, colocando a taça que estava em uma de suas mãos na mesa em quê estávamos sentados.

– Não! Quer dizer... eu não posso deixar a minha esposa sozinha. Violetta não conhece ninguém nessa festa. - meu marido parecia temeroso com a possibilidade de deixar-me só. Sua expressão facial era de medo.

– Não precisa preocupar-se, a bela em questão não ficará sozinha - o homem afastou-se por um momento, mas logo voltou, trazendo consigo uma mulher. Muito bonita por sinal. Tinha os cabelos sobre os ombros nus e suas vestimentas eram ousadas. Uma verdadeira beldade.

A forma que, León e a tal mulher olharam-se, assim que se avistaram, não me deixou dúvidas que já se conheciam. De certa forma não me pareceu algo ruim. Fiquei observando-os, esperando que confirmassem as minhas suposições de que já se conheciam como eu havia pensado, mas isso não aconteceu, León nem chegou a cumprimentar a mulher.

– Essa é minha filha, Francesca - disse o homem com um imenso sorriso nos lábios - Sra. Vargas, ela é uma velha conhecida do seu marido. - apresentou-me a mulher, que me olhou com desprezo. - Ela ficará com sua esposa, León - informou o homem e a ideia não me pareceu nada boa.

– Mr. Reys, eu não acho que seja uma boa ideia e...

– Calma, León, Francesca é uma ótima companhia. Agora vamos para o meu escritório. Prometo que serei breve - mesmo contrariado, Léon aceitou a proposta do tal homem e seguiu com o mesmo para um dos cômodos da casa, deixando-me a sós com, Francesca.

A mulher me lançou um olhar sádico. Estava nítido para mim que, Francesca, não havia gostado nenhum um pouco do pedido do seu pai para que me fizesse companhia, mas assim como León, não o contrariou. Todos pareciam temer o velho. Francesca, deu algumas voltas em torno de mim. Seu olhar era algo indecifrável. Não sabia o que pensar ou o que fazer, até que a mesma decidiu pronunciar-se.

– Você é a famosa, Violetta Castillo? - indagou com certo sarcasmo, no mesmo instante, ela pegou duas taças com bebidas e ao julgar pela tonalidade do líquido, só poderia tratar-se de uísque, e me ofereceu uma.

– Obrigada, mas eu não bebo e...

– Confesso! - ela sorriu de uma forma debochada e tomou uma boa quantidade da bebida. - Não esperei que você fosse assim - seu olhar passeou ligeiramente por meu corpo e sua expressão altiva, deixou-me incomodada. - León já foi um pouco mais seletivo em seus romances - desdenhou e novamente voltou a ingerir a bebida. - Você não me parece a esposa ideal para o Vargas. - concluiu me provocando ainda mais.

– Francesca, já percebi que não gostou nenhum pouco dá ideia de me fazer companhia, mas isso não lhe dá o direito de falar dessa forma agressiva comigo. - esbravejei irritada e comecei a caminhar por entre os convidados. Deixando-a só.

– Espera garota - ela segurou o meu braço e logo depois colocou-se em minha frente. - Não quis ofendê-la em momento algum. A verdade é que... não é justo - Francesca falava coisas sem nexo, talvez a bebida estivesse lhe causando efeitos colaterais, em outras palavras ela estava ficando bêbada. Era a única explicação viável.

– Porque está falando essas coisas? - Francesca arqueou uma sobrancelha em confusão com o meu questionamento e logo depois ela segurou a minha mão e seguimos para uma das mesas.

– Seu marido e eu já tivemos um relacionamento, nada sério, entretanto eu gostava daquele safado gostoso, com todo respeito todo mundo querida! - sorrimos juntas de sua ironia e logo depois ela continuou a falar. - Ele sempre deixou bem claro que não queria nada sério comigo, mas, você sabe, toda mulher apaixonada é burra e age de forma inconsequente. - nesse momento, Francesca ingeriu todo o líquido que estava em sua tava, de uma única vez. - A tristeza tornou-se minha fiel companheira desde que ele se foi. Os dias eternizavam-se e as noites foram tão gélidas quanto a neve que cai janela a fora. Em meus olhos não existiam mais lágrimas, o oceano que havia em meus olhos secou... foram incontáveis os dias em que chorei á sua espera... mas, ele nunca voltou. A dor era imensurável e enquanto a vida passava diante dos meus olhos, perdía-me em devaneios que tornaram-se habituais para mim. - relatou com uma tristeza eminente. León era bem pior do que pensei que ele seria. Um verdadeiro canalha.

Após os relatos de seu romance passageiro com o meu marido, Francesca, levantou-se dá mesa e foi em busca de mais um pouco dá bebida que estava bebendo anteriormente, voltando com uma garrafa cheia de uísque. Ela sentou-se na mesa e derramou ligeramente boa quantidade dá bebida em sua taça e a ingeriu de uma única vez.

– Você está exagerando na bebida e...

– Acredita que o 'patife falou na minha "cara" que só mim queria na cama? - outra em meu lugar ficaria com raiva, mas, era impossível sentir raiva daquela mulher, a verdade eu estava começando a sentir pena. Aquela situação chegava a ser cômica. - E o pior era que, eu gostava dele, mesmo sabendo dá sua má fama, eu deixei-me levar. Me entreguei completamente e quando eu menos esperei, ele foi embora dá cidade - seus olhos pestanejavam lentamente e sua feição de decepção chegava a causar-me pena.

– É... O León sumiu? - Indaguei curiosa e surpreendente, senti sua cabeça sendo apoiada em meu ombro. Encarei a mulher com espanto, todavia ela estava bêbada demais para importa-se com minhas expressões faciais.

– Há dois anos atrás, o Vargas foi embora dá cidade. Ninguém soube explicar o porquê de sua atitude repentina, entretanto, o que realmente deixou a nossa cidade intrigada foi o... é... foi o seu afastamento do Alex. Você já deve ter ouvido falar no Alex Hernández - seu olhar direcionou-se ao meu e eu assenti rapidamente. - Eles eram inseparáveis, mas de repente, os dois começaram a se odiar e até hoje ninguém sabe o motivo - a mulher falava com certa dificuldade, parecia procurar as palavras, para ser mais exata, ela atropelava as palavras sem dó, enquanto fazia os relatos.

Após ouvir os relatos de Francesca, fiquei ainda mais abismada com a aversão de León a esse tal de Alex Hernández. Perdi-me em devaneios e já não ouvia nenhuma palavra que aquela mulher falava. Todos os meus pensamentos estavam direcionados aos mistérios que envolvem a vida do meu marido. As vezes me sinto em mundo paralelo. Onde nada se sabe; Nada se compreende. É tudo muito estranho, nada se encaixa nesse quebra-cabeça que tornou-se o meu casamento. Distraída com meus pensamentos não notei, Francesca me chamar, até que a mesma começou a chacoalhar-me.

– Você está bem? - indagou aproximando as suas sobrancelhas em confusão. Assenti que sim com a cabeça e sorri rapidamente entre dentes. - León ainda tem aqueles... - fez aspas com os dedos. - ... pesados estranhos? - questionou aproximando-se um pouco mais de mim.

– Pesadelos? - devolvi a pergunta, deixando-a boquiaberta. Francesca, parecia incrédula do meu total desconhecimento daquele assunto.

– Falando assim, até parece que você não dorme com o seu marido. - Ela sorriu irônica e eu estreitei meu olhar em sua direção. - Calma, Castillo ou devo chamá-la de Sra. Vargas? - ironizou - O Vargas sempre tinha uns sonhos estranhos. No meio dá madrugada ele começava a falar umas coisas bem esquisitas, até chorava enquanto dormia. Sempre ficava apavorada, mas o sacrifício era válido... o desgraçado fodia bem pra caralho! - disse completamente fora de si. Já nem sabia se acreditava naquilo que eu estava ouvindo ou apenas ignorava as afirmações daquela louca. - A única coisa que dava para compreender, é que ele pedia desculpas a alguém... Leena ou será que era Helena? - Ela se questionava enquanto enchia outro copo com a bebida.

– Acho que você está delirando e para de beber! - peguei o copo que estava em sua mão e pedi para o garçon que estava passando no momento, para que o levasse embora, juntamente com a garrafa. - Está querendo se matar sua louca?! - a repreendi e a mulher revirou os olhos, me ignorando completamente, acenando para alguém em seguida. Olhei para trás curiosa e pela descrição que León havia me fornecido, só podia tratar-se de uma pessoa: Alex Hernández. Virei-me rapidamente e rezei internamente para que o mesmo não viesse até a nossa mesa.

– Viletta, irei cumprimentar um dos convidados ilustres que acabou de chegar. Não preocupe-se, voltarei logo - afirmou levantando-se dá mesa com bastante dificuldade. A mulher mal se aguentava em pé. - Não acredito que estou cuidando dá mulher daquele desgraçado - ela resmungava enquanto se distanciava dá mesa. Talvez não tivesse a noção de que eu estava ouvindo tudo o que falava.

Francesca, estava demorando bem mais do que falou que demoraria. O tédio havia tornado-se meu companheiro naquela mesa. Cansada daquela mesmice que estava a me consumir, levantei-me dá mesa e cemecei a caminhar pela casa. Era tudo muito sofisticado, nem em meus maiores sonhos fúteis sonhei com tanto luxo e requinte. Em uma das paredes, um autêntico Picasso.

Distraída com aquela pintura magnífica, não notei alguém aproximar-se de mim e quando meus ombros foram ligeiramente tocados, senti uma sensação estranha e logo notei que aquelas mãos não pertenciam ao meu marido. Voltei meu corpo rapidamente para trás e então deparei-me com a única pessoa que eu deveria manter-me afastada: Alex Hernández. Meu nervosismo era visível.

Não tinha motivos para temer aquele homem, já que não o conheço, porém, tinha a plena convicção de que se Léon, me avistasse com aquele homem, surtaria e as consequências poderiam serem catastróficas. Sem lhe dizer uma única palavra afastei-me um pouco, ficando a uma distância considerável. O homem parecia confuso com o meu recuo. Certamente não era algo que ele esperasse. Antes mesmo que o tal viesse a dizer-me algo, direcionei-me a mesa na qual estava sentada ha alguns instantes atrás e para minha surpresa, ele me veio atrás de mim. Talvez quisesse provocar, Léon de alguma forma.

– Eram inúmeros os elogios dados a você pela pela população masculina de Buenos Aires, mas nenhum foi capaz de descrever a sua beleza única - Alex, falava com um olhar sedutor e por alguns instantes conseguiu me deixar ruborizada, totalmente atônita. - Leonard tem muita sorte... na verdade ele sempre teve muita sorte na vida, ao contrário de outros como eu. - O homem concluiu com um tom beirando o perverso. - Permite que eu me sente ao seu lado? - questionou puxando a cadeira para sentar-se.

– Não... - me ignorando completamente, o homem sentou-se na cadeira e lançou-me um sorriso provocante. - Nao deveria está aqui - afirmei e me surpreendi com o sorriso que formou-se em seus lábios. Alex era bem mais petulante do que pensei que seria. - León... meu marido... ele não gosta nenhum pouco de você.

– O Vargas não muda nunca - o homem relaxou a sua postura na cadeira e bocejou de uma forma engraçada. - Sempre irredutível. Ele já te falou o porquê de tanto ódio? - indagou aproximando-se um pouco mais de mim.

– Na verdade não, mas se voc...

– Se ele ainda não lhe contou, não serei eu que lhe contarei, pelo menos por enquanto - nesse momento, Alex levantou-se dá cadeira e acenou para um dos garçons, que estavam a servir os convidados dá festa. - Alex, não deveria deixá-la sozinha... pode ser muito perigoso - seu tom de voz agudo e suave deixavá-me completamente estática. Assim como, León, Alex estava jogando comigo e seu jogo parecia bem mais perigoso que o do meu marido.

– Entendi tudo - falei sarcástica, deixando-o inquieto. Alex parecia confuso com o que acabara de ouvir. - Só está aqui para provocar o meu marido não é? - ele sorriu devasso e ingeriu boa quantidade dá bebida que estava a tomar.

– Tão linda e tão ingênua - ele soltou um longo suspiro. - Talvez eu queira mesmo, provocá-lo, porém, não estou aqui apenas para isso. Tenho outros propósitos - seus olhos chegam a brilhar, enquanto ele falava. Ele era estranho demais... enigmático demais. - Aceita uma bebida bela dama? - questionou, enquanto acenava para um dos garçons.

– Não tomo bebidas alcoólicas e...

– Não está com medo do seu marido, está? - indagou me afrontando. Alex, estava começando a me irritar e a demora de, Francesca para voltar, só deixava-me ainda mais nervosa. Não sabia como lidar com aquela situação.

– Alex, por favor deixe-me em paz, a última coisa que eu quero nessa noite é discussões com o meu marido - tentei ser convincente, mas estava bem claro que ele não me deixaria em paz tão facilmente. Ele tinha um propósito e não se afastaria de mim até alcançá-lo.

– Não precisa temê-lo. Que mal ha em uma bebida? - ele questionou-me em tom provocante, me oferecendo umas das taças que haviam sido deixadas pelo garçon.

Ele colocou um dos seus cotovelos sobre a mesa e esfregou o seu queixo com o dedo indicador e o longo polegar, me encarando fixamente e enrrugando os seus lábios sensuais. Confesso que de alguma forma, aquele homem conseguia me desestabilizar. "Droga porque ele está fazendo isso comigo!?". Aquele homem chegava a ser pior que León. Por irônico que possa parecer, senti falta do meu marido naquele momento.

– Bêba, Castillo -ele parecia o próprio demônio falando em meu subconsciente. A taça balançava em sua mão com bastante destreza. Parecia tentador experimentar algo novo, embora as consequências fossem catastróficas. - Tenho certeza que seu marido não se incomodará - falando daquela forma até parece que ele não o conhecia.

– Posso até ser ingênua, Hernández, entretanto consigo enxergar seu propósito - falei desafiando-o. Ele suspirou pesadamente e voltou a relaxar o seu corpo na cadeira. - Quer vingar-se de León e...

– Nossa! - exclamou enrrugando sua testa. - Falando assim, até parece que eu sou um assassino ou psicopata. Tenho defeitos, mas nenhum é tão ruim que possa ser comparado aos do seu marido... é dele que você deve sentir medo - pela primeira vez naquela noite, Alex, falou algo considerável. - Ao que percebe, todas as mesas já estão ocupadas - olhei em volta e ele tinha razão - Não estou aqui para afrontar o seu marido, mas por falta de opção, é inegável a sua beleza, contudo, a última coisa que eu quero é brigas - disse com certa ironia e sorrindo copiosamente.

Não esperava ser desafiada. Nunca soube lidar com desafios e depois de muita insistência acabei cedendo. Assim que ingeri um pouco dá bebida que me fora oferecida, senti minha garganta queimar como se estivesse em chamas e involuntariamente comecei a torci. Alex, me olhou preocupado. Ele certamente não esperava aquela reação de mim, eu mesma não esperava que o meu organismo fosse reagir tão mal ao álcool. Meus olhos ameaçaram lacrimejar, mas conseguir contê-me. Com certo cuidado coloquei o copo em cima da mesa e movimentei-me um pouco na cadeira, deixando minha postura mais ereta e então me pus a fitá-lo.

– O álcool nos dá a falsa sensação de liberdade. Sobre o seu poder fazemos coisas que jamais faríamos se estivéssemos sóbrios. Não deveria ser submissa ao Vargas. - enquanto o ouvia, sentia uma leve dormência em meu corpo. A bebida era bem mais forte que havia deduzido. - Sente-se bem? - questionou mesmo já sabendo a resposta que estava evidente.

– Alex eu não deveria...

– Acabei de ter uma ideia - o homem levantou-se dá cadeira na qual estava sentado e caminhou em minha direção logo após. Ele segurou minhas mãos e me deu um impulso para que eu me levantasse também. - Agora vamos dançar um pouco, antes que o tédio nos alcance. Alex, começou a me conduzir para o centro dá sala, onde já havia outros casais dançando.

– Largue-me, Alex! - esbravejei alterando meu tom de voz e rapidamente todos os olhares voltaram-se para nós dois - Não quero dançar, menos ainda com você - moderei um pouco, desvencilhando-me de sua mão que estava a me segurar.

– Larga a minha mulher desgraçado! - ouvi meu marido gritar com fúria, enquanto caminhava apressadamente em nossa direção.

"Ouvir a voz do meu marido, deixou-me em pânico. Confesso que ruborizei. Voltei-me para trás e seus olhos intensos já não estavam tão belos quão ao iniciar da noite. Suas esplendorosas íris verdes inebriantes, agora possuíam uma tonalidade totalmente adversa e obscura. Seu peito estufava deliberadamente, deixando-o ofegante. Sua ira havia alcançado níveis críticos. León fechou os punhos? Oh não! Acho que o mesmo irá matá-lo com eles..."


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Notas finais do capítulo

Então... GOSTARaM ou não GOSTARaM? Por favor deixem suas opiniões, me deixem motivada. Eu prometo atualizações rápidas e vou cobrar a promessa de uma leitora que prometeu recomendar a fic hein, não consegui responder o comentário, mas vou continuar tentando responder todo mundo. Comentem, favoritem, recomendem. KISSES Honey XXGehxX!!