Violetta Castillo-Pensamento final

Algum tempo depois...

Todos estamos seguindo com nossas vidas. Ludmila finalmente encontrou o homem dos seus sonhos, o felizardo chama-se, Federico, ele é um executivo de grande influência no mundo dos negócios. Alex é apenas uma sombra do homem arrogante que já foi um dia. Tornou-se responsável e altruísta. Ele ainda não pediu, Camila em casamento, talvez por medo dá comodidade, mas eu sei que ele está apaixonado... ele me disse isso. Andrew não trabalha mais para nossa família, porém ele sempre está sempre por perto. Há alguns dias atrás, tive a oportunidade de conhecer o famoso, Dr. Gregário. Conversamos sobre, León e todas as suas síndromes. Foi um diálogo extremamente pacífico, confesso que não esperava conhecer um homem tão sensato, quão conheci. Diego continua em suas viagens no transatlântico e leva uma vida aparentemente perfeita. Todos estamos seguindo com nossas vidas, embora algumas coisas nos mantenham presos ao passado.

Sentada sobre uma montanha de pedras, observo o mar estonteante das Bahamas. É uma bela tarde de domingo e o clima minuciosamente agradável, torna o meu dia um pouco mais suportável. Hoje completa 5 meses desde que casei-me pela segunda vez com o meu eterno, Sr. Arrogância. A tarde perfeita tornou-se um verdadeiro pesadelo. A comodidade, nunca foi um ponto forte no meu relacionamento com o Vargas. Fechar os olhos é o bastante para que ele esteja nos pensamentos. Não sei se mudaria o passado.

"Jamais serei sua, a menos que me obrigue"

"Não me odeie, por favor"

"Podemos jogar esse jogo juntos"

"Eu amo você Sr. Arrogância"

"O melhor é que se afaste de mim definitivamente"

"Sim. Eu ainda o amo"

"Posso ser o que você quer que eu seja"

"Me ame como você faz"

"Quanto tempo dura o amor? Um dia? Um mês? Para sempre?"

"Preciso de você"

"Nunca se esqueça de mim"

São tantos pensamentos e lembranças. Cansada da posição incomoda, levanto-me para caminhar um pouco pela praia. Coloco os fones de ouvidos e rapidamente busco uma música agradável para ouvir e por alguma razão paro exatamente na música "Love Me Like You Do". Logo forma-se um sorriso bobo em minha face, seguido de uma carranca. Continuo a minha caminhada com os pés descalços, chapel sombreiro e sem muita empolgação. Cantarolo a música, na verdade eu tento, até que sinto duas mãos grandes e fortes atingindo a altura do meu quadril e como por impulso volto-me bruscamente para trás. Ao encontrar seu olhar distinto olhando para mim, não contenho o choro que me invade gradativamente, da mesma forma que o sono atinge uma criança.

— Oi! — León diz com um semblante interrogativo e com as mãos pressionadas em meu quadril. Abraço-o fervorosamente e ouço seus batimentos cardíacos acelerando-se rapidamente. — Você está... porque você está chorando? — questiona-me, segurando minha face entre as mãos e enxuga minhas lágrimas com os seus polegares. — Sente-se bem? — León insiste com sintomas de preocupação atravessando a sua fisionomia.

— Estava recordando o dia do nosso casamento e de como aquele dia fatídico terminou. Realmente achei que fosse te perder. Durante um mês você esteve em estado vegetativo... Não suportaria viver sem você. — Dói-me dizer cada uma dessas palavras, realmente foram tempos difíceis. Tranquilizando-me, León sorri para mim e planta um beijo rápido em meus lábios entreabertos.

— Deus deve gostar muito de mim — seu tom irônico me estabiliza completamente. — Não poderia morrer sem ver nossa filha crescer ou até mesmo deixá-la só, principalmente deixá-la sozinha! — sua respiração quente, pairando em minha face é algo maravilhoso e inebriante. — Você me mantêm vivo até hoje. Não quero pensar em coisas ruins, agora, nesse lugar maravilhoso, vêm, eu quero te mostrar um lugar — León segura as minhas mãos e caminhamos para um determinado lugar da praia, já começa a anoitecer.

— Onde estamos indo, León? — indago curiosa, realmente não posso conter a minha ansiedade. León monta um belo sorriso sarcástico em seus lábios e continuamos a caminhar. — Não é educado ignorar as pessoas, querido! — sopro em seus ouvidos e em um curto espaço de tempo, sinto meu quadril colado ao seu. Estamos próximos demais. — Tudo bem — respiro pesadamente. — Teve notícias de, Alex? — ele nega com a cabeça, mas eu sei que ele está mentindo para mim. — Ligaram da escola da, Leena, logo poderemos vê-la no internato. — Comento, mas ele segue com o maldoso olhar imparcial. — Está me ignorando, é isso?

— Não. Definitivamente, não, querida, Sra. Vargas! — finalmente ele decidiu pronunciar-se. León segue caminhando e eu continuo ao seu lado. — Todos da nossa família estão bem, não há motivos para preocupações. — De repente ele para de caminhar e passa a observar-me, seus olhos tempestuosos relampejam de uma forma extraordinária. — Após meses de recuperação, eu finalmente posso aproveitar a minha vida sem preocupações. A "quase morte", me fez enxergar algumas coisas. Não quero falar de coisas ruins, agora.

Caminhamos e caminhamos mais um pouco, até que chegamos a uma espécie de tenda, é uma bela tenda, para ser mais exata. Já são 19:00h, a praia está praticamente deserta, restam alguns poucos banhistas.

— É nossa última noite nesse lugar maravilhoso, infelizmente — ele murmura sem muita empolgação, enquanto adentra a tenda, apenas observo sua movimentação. — Vamos, entre — ele diz com grande humor em sua voz. León muda seu ânimo com tanta facilidade, que as vezes chega a ser irritante, mas compreensível. — Tenho alguns planos para nossa noite, querida. — murmura, umedecendo os lábios e sentando-se em uma espécie de esteira. — Sente-se! — ele ordena serenamente, porém, reluto em obedecê lo e mantenho os braços cruzados á minha frente. — Tudo bem, permaneça em pé. Só quero me redimir por minha ausência nos últimos dias, todo o assédio da mídia em torno da nossa família... Violetta, não quero me afastar tanto de você, mas...

— Nunca reclamei sua ausência, embora isso me pertube — interrompo-o e só então me rendo. Me sento ao seu lado e apoio minha cabeça em seu ombro. — Ainda não entendi o porquê da tenda... tem algo para me dizer?

— Nos últimos dias eu andei...

— Sumido? — volto a interrompê-lo. León revira os olhos e passeia alguns dedos pelo emaranhado dos cabelos rebeldes.

— Sim. Sumido. Posso continuar a falar? — ele ergue uma sobrancelha em minha direção e enruga os lábios, mantendo-os firmes. — Queria fazer uma surpresa para minha adorável esposa e iniciei aulas de...

— Leonard... Leonard Vargas... — "jornalistas?", "mas de onde eles saíram?"

— León, o que você acha da condenação do seu antigo sócio, Ronald Reys? — questiona-lhe uma das jornalistas, ela é alta, loira, bem vestida. Ela está apontando uma espécie de gravador em sua direção e ele não responde nada de imediato. — Você estava sabendo da condenação? — a mulher insiste e León praticamente rosna para ela e segura a minha mão firmemente, entretanto, não suporto tanta intromissão em nossa vida e aos poucos e sem que ele perceba, me desvencilho das suas mãos e afasto-me, sem que ele perceba.

Ultimamente tem sido assim. Onde quer que estejamos, semre há jornalistas em nosso rastro. O sucesso do meu marido nos negócios é assustador, mesmo jovem e com pouco experiência no mundo dos negócios, León superou algumas metas previstas em sua gestão na empresa da família, mas isso custou a pouca privacidade que ainda tínhamos. Irritada, frustada... cansada de tudo, rumo para o hotel apressadamente, até que sinto uma mão gélida e forte pressionando o meu braço esquerdo. Acredito que finalmente ele sentiu minha falta.

— Não preocupe-se comigo. Pode voltar para seu 'mundinho midiático', eu não me importo... não mais! — afirmo ríspida e sem olhar para trás. — A verdade é que nada é como antes, não somos os mesmos e...

— Realmente não somos os mesmos! — existe comodidade em sua voz trepidante e astuta. — Não posso afastar todos de nós dois, por mais que eu queira, eu não posso — ele murmura em voz baixa. — Podemos voltar para o hotel, agora e...

— Eu quero voltar para casa, o quanto antes! — afirmo e volto a caminhar, deixando-o para trás.

— Desde quando tornou-se tão intransigente? — questiona-me, enquanto me persegue. — Não é minha culpa se somos perseguidos por todos os lados. Podemos por favor, parar e e conversar como duas pessoas civilizadas? — ignorando seu pedido, sigo caminhando, mas, de repente ele surge em minha frente. — Você não tem culpa de ter se casado com um homem assim como eu; inteligente, lindo, arrogante e nada modesto — mesmo irritada, não contenho o e riso. — Vilu... nosso relacionamento nunca será perfeito, pois somos dois imperfeitos. — Ouço cada palavra atenciosamente, mesmo em um tom divertido, sei que ele fala com seriedade. — "O felizes para sempre", só exite em contos de fadas, na vida real sempre haverão problemas, mas cabe a nós decidir-mos enfrentá-los ou não. O que posso afirmar, agora é que sempre vou querer enfrentar meu problemas com você.

— Você nunca esteve mais sensato querido — enlaço os meus braços em seu pescoço e o abraço. — A surpresa... podemos continuar o que começamos ainda pouco? — sugiro eufórica e León sorri de lado, é um sorriso maravilhoso.

— Sim, venha comigo... esteja sempre comigo... — León arqueia uma sobrancelha e enlaça um braço em minha cintura. — Seja minha para sempre.

— Acho que eu suporto o sacrifício de ser sua para sempre, querido, Sr. Arrogância...

Considerações Finais;

"Obsessão". A própria palavra em si, não exprime seu verdadeiro significado, mas o que leva uma pessoa a tornar-se obsessiva? Muitas poderiam ser a resposta perfeita para esta simples pergunta e, Leonard Vargas, sabia mais que qualquer um, como resondê-la.

Ele sempre teve a vida que pediu a Deus. Nascido em uma das famílias mais ricas e tradicionais de Buenos Aires, era considerado por muitos, como um homem esnobe, por sua personalidade arrogante. Seu lema era: ostentação. Sempre em viagens, conduzindo automóveis luxosos, namorando mulheres famosas e ricas.

Sua vida era aparentemente perfeita, mas o que ninguém sabia, era que por trás daquele homem hostil, escondía-se um homem incrível e perfeito para sua amada. Sua forma singular de amá-la, intimidou-a por algum tempo. Sua bipolaridade, truculências, variações de humor constantes. Ele era tão intenso e dominador. Mesmo que eu não admitisse para si mesma, Ela adorava os seus "comandos", mas nunca foi totalmente submissa as suas vontades, nem poderia ser, não era isso que ele queria que ela fosse.

De todas as formas possíveis, León demonstrou o seu amor por, ela, mas a jovem descrente do amor verdadeiro, nunca duvidou que ele a amasse e se resguardou-se no início, foi por receio e medo... medo de amá-lo, algo inútil, já que tratava-se de, Leonard Vargas, ícone da beleza mundial e graduado em sedução na faculdade da vida.

Bastava um sorriso e seu corpo inteiro incendiava-se. O Sr. Arrogância dispertou-lhe para vida, a fez enxergar as coisas por outro ângulo... seu ângulo. Violetta ainda ama as suas imperfeições. Irá amá-lo infinitamente, pois pertecem um ao outro e mesmo que afirmem que amores verdadeiros só existem em livros, eu afirmo com certo discernimento, que eles amavam-se e ainda amam-se verdadeiramente e assim será... sempre.

The End.