Projeto C-A7 escrita por Elionor


Capítulo 3
Descoberta


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...



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Foram 28 dias de pesquisas sobre Clarisse Stewart. Ela passou por testes psicológicos, físicos e médicos. Tudo nela, era surpreendentemente inacreditável. Seu corpo agora, tinha uma estrutura diferente, e sua força era acima da média para uma mulher de sua estatura e peso. Clarisse era baixa, com 1,58m de altura, corpo magro, e parecia uma mulher frágil. Sua pele branca, e seu rosto delicado davam a ela aparência de menina.
– C-A7 por favor. - Ela encarou Josh do outro lado da mesa. - Preciso que me responda algumas perguntas.
– Sim. - Disse.
– Como se sente hoje? - Perguntou olhando no formulário. Ela mexia sem parar o Cubo de Rubik que Josh tinha dado a ela a um minuto atrás, e eu estava do outro lado do vidro espelhado, observando.
– Me sinto estável. - Ela olhou para o vidro. Diretamente para mim, mas continuou mexendo no cubo rapidamente.
Era impossível me ver pois só era possível visualizar através do vidro, do lado onde eu estava.
– O que quer dizer com estável? - Ela encarou Josh novamente.
– Firme, sem variações. Tanto emocionalmente como fisicamente. - Josh ficou calado, raspou a garganta e continuou.
– Sente algum tipo de incomodo, tem pesadelos? - Perguntou.
– Não. Pesadelos não. Tenho sonhos. - Disse.
– Sonhos? Pode me dizer? - Ela afirmou com a cabeça.
– Sonho com uma mulher. De cabelos negros, e voz suave. Mas ela nunca me responde seu nome. - Ele anotou. Ela olhou novamente para o vidro. - Por que ele não entra? - Perguntou, e logo depois deixou o cubo de Rubik em cima da mesa, com todos os lados completos.
– Ele? - Josh olhou para o vidro sem ponto certo para olhar. - Ele quem?
– Peter. - Ele olhou para ela. Abri a boca surpreso. Como ela pode me ver?
– Como consegue vê-lo? - Ela encarou Josh.
– Você não consegue? - Perguntou. Ele ficou calado encarando o vidro.
Abri a porta e entrei na sala onde estavam. Josh levantou assustado.
– Não é possível. - Disse alto.
– Também estou surpreso. - Falei para ele e me aproximei dela.
– Consegue ver através daquele vidro? - Perguntei.
– Sim. Tem algo de errado comigo? - Perguntou preocupada.
– Não. Nada. - Disse tentando acalma-la.
– Peter. Precisamos conversa. - Josh disse ofegante.
– Tudo bem. - Disse.
– Josh. - Ela chamou. - Está tudo bem?
– Sim, tudo bem. Eu vou conversar um pouquinho com meu colega. - Sorriu.
– Não. Quero dizer, está tudo bem com seus pulmões? - Ele arregalou os olhos.
– Sim, porque? - perguntou.
– Sua respiração. Tem um som diferente do normal. - A sala ficou em silêncio. - Procure um médico.
– Vamos Peter?- Foi se direcionando a porta. - Obrigado C-A7.

Depois de sair da sala, fomos até o escritório do outro lado do corredor. Josh pegou vários papéis e colocou sobre a mesa.

– A atividade no lobo frontal aumenta nas pessoas normais somente quando temos que executar uma tarefa difícil em que temos que descobrir uma sequência de ações que minimize o número de manipulações necessárias. Nela é muito mais eficaz, mais rápido. Se nossa porcentagem de aumento para executar tais tarefas e de 25%, a porcentagem dela é de 120%. O lobo occipital está localizado na parte póstero-inferior do cérebro. Coberta pelo córtex cerebral, esta área é também designada por córtex visual, porque processa os estímulos visuais. Nela é 100% mais eficaz que o lobo occipital nos seres humanos normais. O lobo temporal também não fica atrás, audição impecável. Ela consegue ouvir um prato se despedaçando no ultimo andar do prédio. Lobos Parietais, Córtex cerebral e lobos cerebrais, tudo diferente do normal. O composto fez o corpo e a estrutura dela mudar completamente, todo o DNA, o sangue, tudo. Peter, o projeto teve resultados contrários, mas geniais. Ela é um tipo de super humana. Seu QI é de 320. - Ele falou ofegante e empolgado. - Tem ideia do porque todo o governo está centralizado nela agora? Ela é como um tipo de super soldado. Podem a partir do DNA dela criar homens que seriam maquinas de matar.
– Isso me preocupa. - Disse pensativo. - Me preocupa muito.

Clarisse Stewart

Me deixaram sozinha na sala, gostava de ficar sozinha. Observei cada centímetro da sala. Notando as imperfeições da tinta na parede, e sem tocar senti a textura. Não sabia como podia sentir tudo a minha volta tão intensamente, mas sentia. Olhei para o cubo e concentrei-me nele. Não fui a primeira a usa-lo, podia sentir.
Pode-se permutar os oito vértices do cubo, logo pode-se arranjá-los de 8!,! formas diferentes.
Também se pode permutar suas doze arestas, existindo assim 12!,! combinações para as mesmas : Então.(8!.12!.37.211= 43 252 003 274 489 856 000³).
Este é o resultado de combinações possíveis. Demoraria mais ou menos 1400 trilhões de anos.
Como sabia disso? Pisquei algumas vezes. A porta se abriu.
– Eu conversei com Josh agora e... - O interrompi.
– Eu quero saber sobre mim. O porque estou aqui, e porque todo esse segredo. - Disse olhando ele nos olhos.
– Bem. Eu faço parte de um grande sistema. E por mais que eu queira te contar varias coisas, Eu não posso! - Disse sussurrando. - Tem coisas que estão fora do meu alcance.
– Eu não acredito Peter. Um homem com a sua inteligência deveria liderar o sistema, não ser submisso a ele. - Ele ficou calado. - Qual o meu nome? Eu sei que não sou C-A7!
– Seu nome é Clarisse. - Ele disse suspirando.
– Clarisse. - sussurrei para mim mesma. - Clair...
– Clair. - Ele deu um sorriso torto. - É um nome muito bonito.
– Como vim parar aqui? E por que tudo que eu faço é anotado em uma prancheta? - Ele suspirou pesadamente.
– Cada pergunta será respondida a seu tempo. No momento, posso dizer que você é muito especial. E que é muito importante. - Ele olhava em meus olhos.
Peter era bonito. Pelo menos meu cérebro me dizia isso toda vez que eu o via. Ele tinha cabelos loiros mel, olhos azuis, corpo atlético e dentes bonitos. O rosto dele, era de um formato quadrado.
– Queria saber se, você quer ocupar sua mente com outros coisas. - Disse com um meio sorriso nos lábios.
– Quero sim. - Ele alargou o sorriso.

Ele me deu um computador, e deixou acesso livre a internet. Era um mundo incrível, códigos, senhas, descobertas, tudo sobre o mundo, tudo sobre o universo. Passei um dia inteiro vendo vídeos, lendo artigos... Conhecimento. Na hora de dormir Peter saiu do laboratório, e foi para sua casa.
– Josh? - Vi que ele também iria sair. - Quero livros. Todos que você tiver.
– Tem muitos por aqui senhorita. - ele sorriu.
– Por favor. - Ele suspirou. O som de seus pulmões eram pesados. - Josh... - Me aproximei dele. - Eu posso? - Coloquei a mão em seu peito.
Senti todo aquele peso em seus pulmões.
– Um dos seus pulmões está perdido, por consequência de um enfisema. Cuide para não perder o outro. Eu sinto muito. - Ele estava embasbacado. Parecia não acreditar.
– Tem livros no escritório do Peter. Com licença. - Saiu andando.

Peter Sullivan

– Secretário, o desenvolvimento dela é muito rápido. Mas ela precisa exercitar seu potencial. - Ele observou sentado na cadeira a minha frente.
– O que quer dizer? - Ele perguntou.
– Atividades. Tanto físicas, quanto mentais. Dei um Notebook para ela desenvolver o seu próprio conhecimento. - Ele bufou.
– Ela é um projeto do Governo Senhor Sullivan, quando quiser tomar atitudes assim, me consulte. - fiquei em silêncio. - Quando a família entrar em contato, diga que o corpo sofreu algumas alterações e que o caixão será lacrado. Entendeu?
– Quer que a família acredite que ela está morta? - Perguntei.
– Ela está. Faça o que eu disse. - Ele se levantou e saiu da sala.

Me levantei e segui até o quarto onde ela estava. Bati antes de entrar... A mesa ao lado da cama, tinha uma pilha de livros, e ela não parava de mexer no notebook.

– O que...? - Ela levantou o olhar.
– A teoria dessas pessoas que se dizem filósofos e cientistas esta totalmente errada. A vida é mais do que se pode ver... Vocês não descobriram nem 1,3% do cérebro humano. A evolução não foi tão surpreendente assim, comparada ao que poderia ser. - Ela disse rápido demais. - O Universo é constituído de tudo o que existe fisicamente, a totalidade do espaço e tempo e todas as formas de matéria e energia, é mais energia do que matéria. Eu posso sentir tudo Peter. - Se levantou e veio até mim. De leve ela tocou meu rosto e olhou em meus olhos. - Posso sentir seu coração acelerado, e todo esse sentimento confuso dentro de você. Posso ver o quanto está surpreso e o quanto gosta de como toco em seu rosto. - Me afastei.
– Parece... Parece que esteve muito ocupada. - Ela olhou para os livros.
– Li todos ontem a noite. Teorias cientificas que não batem umas com as outras, fatos que não são verdadeiro. São ignorantes. - Ela disse se sentando na mesa.
– Leu tudo isso em uma noite? - Perguntei. - Tem mais de 48 livros ai Clarisse.
– Por favor me chame de Clair. Eu gosto. - Ela pediu. - E sim, eu li. E quero mais.
– Tu-tudo bem. - gaguejei.
– Eu quero treinar Jiu-jítsu, judô, caratê, shotokan, bushi ryu, shito-ryu, shorin-ryu, quendô, aiquidô. - Ri.
– O que? - Perguntei.
– Aprendi tudo ontem pela internet. - Disse.
– Ok. Vou dar um jeito nisso. Já comeu? - Ela negou com a cabeça. - Vou mandar trazer algo para você.
– Por que não posso sair daqui? - Perguntou. - Vocês tem medo de que eu possa ser uma ameaça? Li sobre todas as guerras também. Querem me usar para qual propósito?
– Clarisse, não queremos... - Ela correu em minha direção e com uma velocidade incrível, me prendeu com o braço direito na parece. Senti minhas costas baterem na parede com força, e gemi com a dor.
– Não minta para mim. De todas as qualidades que tenho, uma delas é não mentir. - Os olhos dela tinha tomado uma cor mais violeta do que nunca.
– Clarisse, está me machucando. Você pode sentir. Então sinta. Eu não estou mentindo para você. Controle sua raiva. - Ela me soltou e pareceu perdida. Depois me encarou com os olhos assustados.
– Me desculpe. Por favor me desculpe. - Abaixou a cabeça e se afastou.
– Tudo bem. Ei. - Ela me encarou. - Quer testar seus sentidos comigo?
– Como assim? - Perguntou.
– Toque minha mão. Sinta o que eu sinto. Você pode fazer isso? - Ela olhou para minha mão estendida e pensou por alguns segundos.
– Venha. - Se sentou na mesa.
Ela segurou minhas mãos e olhou meus olhos.

Clarisse Stewart.

Ele me deu suas mãos, e olhava pros meus olhos sem piscar. Depois de te-lo agredido, a reação natural dele deveria ser raiva, ou rancor. Não consegui sentir isso. Me concentrei no tato, onde sentia suas mãos juntas as minhas, e vidrei em seus olhos. E então senti aquele choque.
Tudo se passou como um filme. O colégio, os prêmios de ciências, o balanço na casa da arvore que o avô dele tinha construído, os olhos da mão quando ele quebrou o braço, o abraço do pai quando ele foi para a faculdade. Elize. A ex-noiva dele, que o deixou por um jogador de basquete. Ele não sentia falta dela, mas mesmo assim foi algo marcante. Por fim, me vi deitada em uma maca. Com tubos ligados a mim, e homens ao seu lado. Soltei suas mãos com um impulso, e bati minhas coisas na parede que estava a 1 m de distancia de mim. Ele me vi cair no chão e se levantou para me ajudar.
– Eu vi. - Ele se agachou perto de mim. - Eu me vi em uma sala, com tubos e maquinas. O que você fez comigo?
– Por favor, você viu tudo? Eu... - Senti meus olhos cheios de lágrimas. - Eu não queria te machucar. Eu explico tudo. Mas antes me explica uma coisa. É a primeira vez que você levita desse jeito?
– O que? Eu levitei? - Perguntei confusa.

(continua...)


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