A Sombra e a Escuridão escrita por Cris Turner


Capítulo 10
Capítulo 9




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Capítulo 9

- Quem você pensa que é para falar desse jeito comigo?

Ela parou de falar no segundo em que a frase terminou de sair por minha boca. Seus olhos se abriram em choque. Continuei parada, esperando a resposta de minha pergunta.

- Bella... nós somos... Bella, nós somos amigas. – Alice murmurou baixinho – Somos melhores amigas.

Arqueei a sobrancelha, considerando seriamente se aquela afirmação merecia mesmo uma resposta. Foi quando senti uma mão gelada em meu antebraço. Ela buscava minha atenção.

- Eu me preocupo com você. Você é minha melhor amiga – Alice falou como se aquilo fosse mais obvio do que a luz que erradia do sol.

A barreira se rompeu, trazendo com força total as emoções que eu tanto lutei para reprimir.

- Caso não tenha percebido, você não é mais minha melhor amiga – berrei – E que saber por quê?

Ela abriu a boca em um perfeito O.

- Bella, por favor... – suplicou Edward.

- Que saber por quê? Porque melhores amigas não desaparecem sem dar explicações! Porque melhores amigas não ficam meses sem dar noticias! Porque melhores amigas não fazem o que você fez! – eu estava vermelha e ofegava.

Alice continuava estática, muda de choque. Edward soltou um gemido estrangulado atrás de mim. Então uma onda de calma passou por meu corpo, bateu no muro gelado da raiva e desapareceu completamente, sem fazer qualquer tipo de efeito. Jasper apareceu ao lado de Alice. Claro! Só podia ter vindo dele aquela emoção tão poderosa. Pelo jeito preocupado que ele olhava para sua mulher, tive certeza que o intuito era acalmá-la. Espero que tenha surtido efeito em seu alvo, porque em mim ocorreu o contrário: fiquei ainda mais furiosa.

- Então, por favor, não aja como se não tivesse acontecido nada. Não aja como se você não tivesse ido embora e me deixado sozinha. – abaixei meu tom, mas agora ele saia mais frio e cortante que gelo – Você espera o quê? Voltar aqui então nós voltaria a ser como antes? Achou que eu fingiria que os últimos seis meses não existiram? – levantei as mãos para o alto.

Os olhos dourados permaneciam fixos nos meus, parecendo não acreditar no que ouvia. Jasper e Edward continuavam ali, mas naquele momento, para mim, só existiam Alice, eu e algumas coisas que ficaram entaladas em minha garganta por meses.

- Pois adivinhe só? – abri um sorriso frio – Eu não esqueci e não esquecerei aqueles malditos meses.

Ela ergueu a cabeça e seus olhos miraram exatamente os meus, o dourado transbordava de tristeza. Respirei fundo.

- Minha melhor amiga se chama Brooke Penélope Davis. – a voz saiu vazia - Por favor, não se aproxime de mim. Isso não faz bem para nenhuma de nós duas, Cullen. – balancei a cabeça de um lado para o outro.

Em passos lentos, pois minhas pernas se encontravam em estado de letargia, caminhei para a saída do refeitório. Sabendo quem eu havia deixado dentro daquele cômodo e o quanto eles ainda significavam para mim, por um segundo me perguntei se não estava fazendo a mesma coisa pela qual eu os julgava: Abandonando sem olhar para trás.

________________________

Virei o braço para olhar o relógio de pulso, faltavam poucos minutos para o inicio da aula. Parei em frente ao meu armário e girei a combinação. Alcancei o livro de física e fechei novamente o armário. Comecei a caminhar por entre a massa de alunos que se deslocava de um lado para o outro, seguindo seus próprios caminhos, quando uma voz divertida me fez parar.

- E ai Fúria Sobre Rodas! Resolveu treinar pro próximo campeonato de F1 nas humildes ruas de nossa cidade?
Virei para trás bem a tempo de ver Brooke dar um tapa forte no ombro do namorado.

- Sem esse tipo de brincadeira, Lucas Scott! Isso não tem graça! – resmungou ela.

- Ai amor! – Luke passou a mão sobre o ombro.

Chad se limitou a revirar os olhos.

- Como você está, amor? – ele passou os braços em volta do meu corpo, abraçando forte.

- Eu estou bem agora. – sorri para ele.

Em parte aquilo era verdade. Chad fez aquela pergunta por que sabia do acidente do meu irmão, então eu respondi em relação a isso. De maneira nenhuma eu contaria aos três sobre as minhas mais novas conversas com os Cullen, e o quanto aquilo me afetava.

Fui puxada dos braços de Chad de maneira rude.

- Sua demente! Vou ter que te trancar em um quarto para te manter segura? – minha melhor amiga resmungou enquanto me abraçava.

- É, Bella. Sério. Você tem que parar com essas coisas, qualquer dia desses a Brooke enfarta de preocupação. Precisava ver a cara que ela fez quando nós chegamos ao estacionamento bem a tempo de ver você sumir pela estrada. Achei que...

Lucas se calou ao ver o olhar gelado que sua namorada lhe lançou. Eu realmente não sabia se esses dois um dia casavam ou se matavam.

- Vem, vamos conversar. – Brooke me arrastou pela mão em direção a um dos bancos que ficavam espalhados pelos corredores. – Todos nós – ela virou a cabeça e gritou para os meninos, que continuavam parados no mesmo lugar.

Sentei no banco e Brooke Autoritária Davis sentou ao meu lado. Chad nos alcançou primeiro e sentou no único espaço que sobrara naquele minúsculo banco, o que deixou Luke sem lugar. Lucas se aproximou de Broo e bateu a mão de leve em seu ombro. Ela se levantou e o namorado tomou seu lugar, passando o braço em volta da cintura feminina, acomodou-a em seu colo.

- Por que você saiu daquele jeito, Bella? Por que não esperou por nós? – Chad perguntou com a voz cansada.

- Você nos deixou muito preocupados, baixinha. – Luke continuou – Num segundo você e Broo estavam pegando comida, no segundo seguinte você corria como se estivesse sendo perseguida por um animal selvagem. Se Brooke não tivesse pegado seu celular e falado com Charlie, nós nem mesmo saberíamos o que estava acontecendo!

- Nós chegamos ao estacionamento, mas não tão rápido quanto achávamos que tínhamos ido. Porque seu carro já voava pela estrada. Eu já estava com a chave da Mercedes em mãos quando o diretor Rossi chegou. Aquele rabugento acha que só porque tem um bigodinho ridículo pode sair mandando e desmandando nas pessoas. Quem ele pensa que é!? O presidente?! – a morena resmungou com raiva. – Um dia eu vou apresentar para ele um amigo meu chamado Espelho. Quem sabe assim ele dá uma boa olhada no próprio rosto, cria vergonha na cara e tira aquele bigo...

Chad arqueou a sobrancelha e interrompeu a cunhada:

- Então o diretor Rossi perguntou “o que nós pensávamos que estávamos fazendo”. E Brooke respondeu, educada como sempre, que aquilo não era da conta dele. Depois que ele se recuperou do choque que levou, Rossi respondeu que aqui não era um bar ou a nossa casa, de onde podíamos sair quando quiséssemos. Mandou nós voltarmos para a sala ou seriamos expulsos por comportamento violento.

Comportamento violento? Franzi o cenho, olhando de
maneira incrédula para Chad. Por que ele falaria uma coisa dessas!? Aquela acusação era completamente ridícula.

- É. Eu sei. Completamente ridículo! Mas acho que foi a primeira coisa que ele pensou para nos ameaçar. – foi Luke quem respondeu minha pergunta silenciosa – Então Brooke resolveu soltar todo seu repertório de palavrões e ganhou uma semana de detenção como prêmio. Sem contar que nós fomos obrigados a voltar para a sala.

- Ele mereceu ouvir cada palavra que eu disse! – a morena se defendeu – Então, graças ao Bigodinho, nós não pudemos estar lá com você. Quando, finalmente, as aulas terminaram, nós fomos correndo ao hospital. Mas só encontramos o seu pai. – suspirou – Ele contou sobre o desmaio e sobre Cullen ter te levado para sua casa. Obviamente nós fomos até lá.

- É. E o Cullen teve que impedir Broo de te acordar. – Luke continuou – Isso depois de eles terem uma breve discussão sobre quem ficaria com você lá. Então, até agora não entendi como, meu amor perdeu a discussão. – ele comentou surpreso.

Lembrei de Edward falando sobre a parte de a morena “me fazer em picadinhos”. Se a tensão ali não fosse tão grande eu até poderia ter deixado escapar um sorriso.

- Edward falou alguma coisa sobre “ter dado sua palavra a Charlie”. E eu já estava ficando com dor de cabeça. Vocês sabem como momentos críticos me dão dor de cabeça. – Davis levou às mãos a testa e massageou, para dar ênfase – Fomos embora e toda vez que eu ligava para falar com você, Edward murmurava calmamente que você continuava dormindo. – revirou os olhos – Nós não viríamos à aula hoje porque pensamos que você também não viria, então faríamos companhia no hospital. Só que a senhorita Jareau fez o imenso favor de ligar lá em casa para avisar mamãe que eu estava na detenção. Fala sério! Quantos anos ela acha que eu tenho!? Dez?! – especulou indignada – Então a senhora Davis me obrigou a vir para cá. É claro que eu não deixaria esses dois irem sem mim, por isso tivemos que deixar os planos de visita para depois da escola.

Balancei a cabeça, demonstrando que havia entendido tudo que eles falaram.

- Eu também não viria se Charlie não tivesse mandado. – comentei baixinho.

- Bella, nós entendemos que Jack é seu único irmão e você o ama muito, mas isso não é desculpa para sair daquele jeito maluco em um carro super potente. Você poderia ter sofrido um acidente horrível. – Chad pegou minha mão esquerda enquanto falava.

- Chad tem razão, Bella. Imagina o que aconteceria com Charlie se você também tivesse que sofrer uma operação! Imagina o que aconteceria com a gente se você tivesse se machucado! – Luke completou.

- Você sabe que teríamos ido com você. Era só ter esperado. Seu estado emocional não era bom nem mesmo para você andar sozinha quanto mais para sair num carro daqueles. – Davis terminou – Prometa que nunca mais fará uma coisa nem mesmo remotamente parecida com isso!

Aquelas palavras foram ainda mais fundo do que eles queriam. O objetivo dos três era apenas que algum juízo penetrasse em minha consciência, mas as palavras foram rasgando até meu coração. Porque tudo que eles afirmaram era muito parecido com o que Alice disse. Mas Brooke, Luke e Chad se importavam comigo, gostavam de mim e Alice não sentia nem uma coisa nem outra... certo?!

- Promete?

Fui tirada de meus devaneios quando minha melhor amiga perguntou novamente.

- Prometo. – respirei fundo para conter as lágrimas.
Eu havia sobrecarregado, mais uma vez, meus amigos com meus problemas. E o pior era saber que eles sofriam comigo todas as vezes que eu fazia isso. Eu me sentia mal cada vez que isso acontecia. O que parecia ocorrer com muita freqüência, apesar de eu sempre lutar pelo contrário.

- É só que... eu... eu não consegui pensar em nada que não fosse meu irmão. Desculpe gente.

- Oh! Não precisa ficar assim, amor. – Chad encostou com delicadeza minha cabeça em seu ombro – Amigos são para essas coisas.

- Com certeza. – comentaram Brooke e Lucas ao mesmo tempo, os dois sorriam carinhosamente.

- Eu amo vocês.

- E nós amamos você. – Luke comentou suavemente.
Nós sorrimos e naquele momento vi que, apesar de tudo, eu estava bem porque eu tinha os melhores amigos que alguém poderia desejar.

- Vem. Vamos para a sala antes que alguém passe aqui e nos dê mais detenções ainda, né Broo? – Chad se levantou e apertou as bochechas da cunhada.

Brooke deu um tapa na mão dele.

- É, né. – resmungou em resposta. – Vamos comparecer ao que restou das aulas de hoje.

O sinal de inicio da primeira aula há muito tinha tocado. Mas nós estávamos no meio da conversa e não tínhamos parado. Agora só poderíamos entrar no segundo horário.

- Vocês têm o quê agora?

- História. – Chad e Luke responderam.

- Inglês. – Brooke revirou os olhos. Ela sempre preferiu Exatas.

- Eu tenho física. – também revirei os olhos. Eu adoro Humanas. – Nos vemos no refeitório, certo?

Eles concordaram com a cabeça.

- E nada de ir para o hospital sem nós!

- Ok – sorri e continuei meu caminho.
______________________

As aulas passaram rápido, assim como o intervalo. No refeitório só vi Emmett e Rosalie, a qual me encarava de uma maneira ainda mais hostil, – se é que isso era possível - sentados na mesa dos Cullen, eu não fazia nem idéia de onde estavam os outros.

Estava conversando disfarçadamente com Chad, o qual passara a ser meu parceiro depois da partida dos Cullen, na aula de Biologia Laboratório quando bateram na porta da sala. Jennifer Jareau estava impecavel como sempre e sorria cordialmente para a senhora Palmer.

- Com licença, professora Palmer. Mas o diretor está chamando a senhorita Swan.

Franzi o cenho. Por que ele estava me chamando? Eu não havi batido em ninguém hoje!

- É claro. Está dispensada, senhorita Swan.

Levantei e peguei minh mochila. Chad me encarava com uma pergunta em seus olhos, apenas dei de ombros, demonstrando que também não estava entendo nada.
Segui Jennifer até o gabinete de Rossi. Ela bateu na porta, anunciou que eu estava ali e mandou eu entrar. Fiz o que ela disse. Dessa vez David Rossi estava parado perto da janela e me encarava de uma forma solidária.

- Senhorita Swan, sinto muito pelo que aconteceu ao seu irmão. Por favor, mande melhoras a ele em nome da escola.

Jack estudou em Forks até se mudar para Londres, ele foi o melhor aluno de matemática que essa escola já viu. Aposto que Rossi sentia falta dele e dos prêmios que a escola ganhava por causa dele.

- Porém o acidente que ele sofreu não justifica a senhorita ter saido daquele jeito no meio do horário escola. – ele franziu o cenho – Contudo, eu entendo que você tem sofrido estresse emocional esses dias. Por isso mandei chamá-la. Queria avisá-la que sua detenção foi transferida para semana que vem para que você possa passar o horário de visistas com seu irmão.

Por um momento eu esqueci como aquele velho era rabujento. Fiquei tão agradecida que quase o abracei.

- Oh! Muito obrigada diretor Rossi, muito obrigada mesmo!
Ele acenou com a cabeça, sorrindo cordialmente. Percebi que aquela era minha deixa para ir embora.

- Com licença. – murmurei e passei pela porta.

Estava saindo da secretária quando o sinal tocou. Ajeitei minha mocilha sobre o ombro e segui para o estacionamento. Cheguei lá e vi Brooke encostada em meu porshe.

- Perdeu a noção do perigo, garota? – falei enquanto me aproximava – Sai de cima do meu bebê.

Ela soltou uma risadinha, mas saiu.

- Eu só estava encostada, senhorita Super-exagero.

- Não interessa. Se quiser manter a pintura da sua Mercedes do jeito que ela é, acho bom não encostar no meu porshe.

Ela abriu a boca, fingindo surpresa.

- Isso é uma ameaça, Swan?

- Encare como quiser, Davis.

- Morri de medo. – gargalhou ela.

- Sem brigas, crianças. – brincou Luke, que acabara de chegar.

Brooke e eu trocamos um olhar cumplice. Nós nunca brigavamos de verdade.

- Vamos longo. Eu já estou curioso para conhecer o famoso Jack Swan. – Chad resmungou ao nosso lado.

- Vamos. – abri a porta do porshe – Hey Broo!

Ela parou a meio caminho de entrar no banco do motorista e olhou para mim.

- Você não tinha detenção hoje?

- Não. Só semana que vem.

Acenei com a cabeça e cada uma entrou no próprio carro.
O caminho para o hospital foi bem mais lento dessa vez, mas bem mais rápido se comparado a vez que eu não sabia se meu irmão estava vivo. Engraçado como o pânico mexe com a noção de tempo e espaço das pessoas, não!? Estacionei meu carro, Brooke estacionou a minha direita e Luke parou a BMW dele a minha esquerda. Caminhamos em silêncio pelos longos corredores. Ao chegarmos a recepção vi Charlie encostado na parede, bebericando alguma coisa em um copo de plástico. Ele abriu um sorriso quando nos viu.

- Que bom vê-los, garotos. – ele exclamou com um sorriso.

- Oie pai.

- Bom dia senhor Swan.

- Agora que vocês estão aqui eu posso ir à cantina. Estou morrendo de fome, mas não queria deixar Jack sozinho. Não aguento mais beber água! Já volto – ele deu um beijo em minha testa e saiu para um corredor.

- Por aqui, gente. – fui andando na frente até chegar à porta do quarto de Jack.

Bati duas vezes na madeira e abri a porta. Meu irmão estava sentado, as costas encostadas na cabeceira da cama, a perna engessada estava sobre uma almofada e a outra estava esticada ao lado dessa. Ele tinha os braços cruzados e a cara emburrada enquanto suspirava vendo um programa qualquer na tv. Jack odiava assistir tv. Ele sempre o fazia como ultima opção. E, se era a ultima opção, significava que não tinha mais nada para fazer e ele ficava muito intediado. “Não tenho tempo para televisão. Estou muito ocupado aproventando minha vida” é a frase preferida dele.

- Hey amor – chamei ao entrar.

- Bella! Graças a Deus! – ele rapidamente agarrou o controle e desligou a tv – Você veio me salvar. Eu estou morrendo de tédio, maninha. – segurou na barra da minha blusa – Quem foi o idiota que inventou a tv? Melhor: quem foi o idiota que inventou os programas de auditório? – sacudiu minha blusa para frente e para trás.

Revirei os olhos. Depois de Brooke, Jack era a pessoa mais exagerada que eu conhecia.

- Você sobrevive, Jack. – tirei as mãos dele de minha blusa – Como você está? – abaixei e depositei um beijo terno em sua testa.

- Tirando o tédio que me corroi aos poucos, eu estou bem. – comentou normalmente.

- Ótimo! – sorri – Agora finga que você é tão educado quanto eu e comprimente nossos amigos.

- Amigos? – franziu o cenho.

Ele soltou uma exclamação surpresa quando finalmente desviou a atenção para o outro lado do quarto e viu os três parados, todos eles sorriam.

- Brooke Penélope Davis! Você está cada dia mais linda!

- Obrigada. – a morena respondeu divertida – E você não está nada mal também.

- Hey! Eu estou aqui! – resmungou Luke, passando a mão em volta da cintura da namorada.

- E Luke continua o mesmo ciumento de sempre. – gargalhou Jack – Oh meu Deus! – ele parou de repente, abrindo a boca em espanto – Devo ter batido a cabeça muito forte, Bella. Eu estou vendo dois Luke. Jack tentou falar baixo, o que falhou completamente, pois todos nós escutamos perfeitamente.

- Não diga, Jack! Sério? –fingi preocupação – Será que você está com frebe? – coloquei a mão na testa dele.

Jack abriu uma careta horrorizada. Meu irmão é uma comédia. Continuei com a brincadeira:

- Oh meu Deus! Acho que você está quente. Melhor chamar uma enferme...

- Deixa de ser chata, Isabella. – Broo revirou os olhos. – Jack, este é meu cunhado, Chad Scott. Chad, este é Jack Swan. – ela fez gestos com a mão para apontar cada um enquanto falava.

Soltei um resmungo. Brooke sempre estragava minhas “brincadeiras” com meu irmão. Só por que eu ficava zuando o coitado?! Mas isso é, tipo, obrigação de irmão. Além do mais, ele sabe que é meu melhor amigo e o quanto eu o amo.

- Te odeio. – resmungou para mim – Sorte que eu tenho você para me salvar, Broo.

Davis sorriu e foi abraçá-lo. Eles sempre foram muito amigos.

- Tudo certo, Jack?

- Melhor agora com você aqui.

Eles sempre brincavam um com o outro desse jeito, apesar de nunca ter tido mais que amizade ali.

- Dá pra pelo menos fingir que me respeita? – Luke revirou os olhos ido cumprimentar meu irmão.

- Acho que ele está muito tirano, Broo. – brincou Jack – Que tal nós fugirmos para o México? Nós podemos casar em menos de 24 horas.

- Quando você quiser. – respondeu rindo.

- E ai Luke! – Jack sorriu para o amigo – Senti sua falta, cara. Lá em Londres o povo não sabe jogar basquete.

- E quem disse você sabe? – respondeu ele, brincando.
Então os dois cairam na gargalhada.

Quem entende os homens?! Melhor: Quem entende a amizade entre homens!? Eles implicam um com o outro, implicam mais um pouco, continuam implicando e no final caem na gargalhada! Super estranho! E depois as mulheres que são complicadas...

- Chad, né? – meu irmão se dirigiu ao único que ainda não tinha conversado – Tudo certo, cara?

- E ai? – Chad esticou a mão e eles fizeram um “cumprimento masculino”

- Como foi que você veio parar nessa cama, Jack? – Lucas perguntou.

No momento todos nós já estavamos devidamente acomodados. O casal de namorados estava no sofá duplo perto da janela; Chad se sentou numa poltrona perto da cama; e eu estava sentada ao lado do meu irmão na cama, passando suavemente os dedos no cabelo macio dele.

- Tudo culpa de uma maluca! – exclamou ele.

Jack nos contou como estava saindo de Forks e uma mulher veio na contra mão e o atingiu de frente. No meio do discursso saiu o famosa frase “Tudo porque mulheres não sabem dirigir”, o que gerou exclamações de concordancia por parte dos Scott e exclamações indignadas feitas por Brooke e eu. A pancada foi forte porque ele estava em alta velocidade. “Como se anda devagar em uma BMW?”, nessa parte fui obrigada a concordar. Certos carros foram feitos para correr, os nossos foram feitos para voar. Não se pode lutar contra as leis da natureza!

Felizmente os air-bags foram acionados e nada de mais aconteceu, a mulher que batera nele só sofrera ferimentos leves. Sorte dela eu não saber o nome pelo qual ela atende senão ela teria muito mais do que ferimentos leves.

As horas passaram voando enquanto nós conversavamos sobre diversos assuntos. O papo só chegou ao final quando uma enfermeira avisou que o horário de visitas havia acabado. Nos despedimos de um Jack relutante em voltar para a companhia da TV. Chad e meu irmão já se tratavam como amigos de infância, eles já tinha até marcado uma partidinha de basquete para quando a perna de Jack melhorasse. Fico feliz por eles se darem bem, pois são duas das pessoas mais importantes em minha vida.

Encontrei meu pai no corredor. Ele disse que não queria interromper os jovens e por isso esperou ali, também murmurou alguma coisa sobre nunca ter comido uma salada tão gostosa em toda a sua vida. Bem, não dizem que a fome é o melhor tempero?! Pois deve ser verdade, já que comida de hospital é uma porcaria.

Falei para Charlie que ia apenas tomar um banho, comer alguma coisa e já voltava para ficar ali enquanto ele ia descançar um pouco em casa. Ok. Jack não estava mal a ponto de nós termos que revesar para não deixá-lo “sozinho” no hospital. Mas quem entende o amor? Acho que só sairiamos definitivamente daquele lugar quando Jack fosse conosco.

Me despedi dos três no estacionamento e prometi que ia à escola no dia sequinte. Entrei em meu porshe e dirigi para casa, mas não estacionei na garagem porque logo sairia novamente. Pegando minha mochila, saltei do carro.

Estava com as chaves em mãos para abrir a porta de entrada quando escutei um movimento atrás de mim. Primeiro o barulho de saltos contra o chão, então a leve tosse forçada.

Congelei. Eu sabia exatamente quem era. Sabia exatamente quem tinha aquela mania discreta para chamar a atenção de alguém. Mas isso não impediu o espanto crescente que essa informação me dava. Levei alguns segundos para me recuperar do choque.

Respirei fundo e virei para trás.

- Olá Rosalie. Veio matar as saudades?

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Notas finais do capítulo

HEEEEEEYYYYYYYY PEOPLE
como vcs estão?
Fiquei tão feliz com os comentários de vcs. Vc são uns amores ♥
Esse é o maior capítulo que já escrevi. Então quero reviews

Entãooo, capítlo bombastico, não?! É, a Bella não leva desaforos para casa. E o que será que a Rose quer?! OMG OMG OMG. será que a Bella sobrevive a loira?! UAHUAHUAHUAHUA

Que tal um review para adiantar o próximo capítulo? Bjs Bjs ;*

Obs: Qualquer erro/dúvida, por favor, me avisem