Salão da Grifinória, Tempo Harry.

Harry foi o primeiro a levantar, Olhando confuso para os lados. No seu colo, havia uma cabeça ruiva que sem dúvida nenhuma pertencia a Gina, mas ele não conseguia identificar as outras duas ruivas no chão (uma delas era tão parecida com a namorada, que se esta não estivesse no seu colo, ele poderia as confundir). Ele olhou para o lado perto da lareira, e localizou o corpo de Rony caído no chão, a cara pressionada conta a parede, perto de Hermione que acordava confusa na cadeira.

—O que aconteceu? — perguntou a morena antes de olhar para o grupo de adolescentes adormecidos — Quem são essas pessoas?

Em algum lugar na mente de Harry, ele sabia que ele deveria levantar e tentar acordar as pessoas (outra parte da mente de Harry sabia que ele deveria se proteger das pessoas desconhecidas que literalmente brotaram no seu salão comunal), mas ele mal tinha forças para responder para Hermione.

No seu colo, Gina começou a se levantar lentamente, tão confusa quanto a dupla já acordada. Ela passou a mão no cabelo ruivo, coçando levemente a cabeça.

—De onde vieram essas pessoas?

Rony se levantou do chão, usando a parede como apoio, massageando o rosto vermelho. Ele olhou em volta, confuso, e encarou Gina com os ombros levantados.

—É uma boa pergunta. A gente deveria acordar eles?

E como se algum deles tivessem ouvido a voz de Rony, seis pessoas se mexeram do amontado no chão. Lentamente, esse grupo levantou, assuntando o quarteto que reconheceu o rosto de Sirius Black (mesmo que este fosse 20 anos mais novo, coberto por um cabelo ondulado sedoso na altura dos ombros) que ajudava um garoto que era claramente Remus Lupin (novamente 20 anos mais novo, seu rosto não tinha metade das cicatrizes do rosto que os adolescentes estavam acostumados) a se levantar.

Ao lado desses dois, um garoto que Rony, Hermione e Gina poderiam jurar que era Harry se não fossem os óculos quadrados e os olhos castanhos; eles tinham as mesmas feições, o mesmo cabelo despenteado, a mesma altura. Uma ruiva levantou no fundo, ela era muito bonita, com seus olhos verde esmeralda (exatamente iguais aos que o Harry tinha por de trás das lentes de vidro), e ajudou uma mulher baixinha de cabelos pretos, olhos castanhos e um cachecol amarelo-e-preto a se levantar, que por sua vez, puxou um homem mais alto, de cabelos castanhos e olhos bondosos (que o quarteto achou incrivelmente parecido com seu amigo Neville).

Harry e seus amigos apenas encararam o grupo levantar e encara-los com a mesma confusão e receio. O primeiro a falar foi o Sirius Black, que abriu um sorriso para os desconhecidos, como se eles fossem uma peça bem pregada.

— Pontas? — ele perguntou se virando para o amigo, o sorriso ainda instalado no rosto, e apontando para Harry — Quem é a sua cópia, com defeitos nos olhos?

Harry piscou ao ouvir o apelido “pontas” sair da boca do garoto que um dia seria seu padrinho, e tudo se encaixou com um click na cabeça dele. Ele e Gina haviam levantado do sofá com a movimentação dos desconhecidos (ou pelo menos de parte deles), mas ele agora podia sentir um caroço em sua garganta, o impedindo de emitir qualquer som. Aquele garoto na sua frente era seu pai, e a garota ruiva era sua mãe.

— Eu é que pergunto quem teve a sorte de nascer lindo assim, além de mim! — James disse sorrindo também, olhando nos olhos do garoto que seria seu filho.

Lilian andou alguns passos para ficar ao lado de James, olhando para Harry e depois para os marotos. Seu rosto se contraiu numa cara cansada, mesmo que ela ainda parecesse preocupada.

— James Potter! O que você aprontou dessa vez!? — Lilian exclamou, colocando as mãos na cintura. Seu rosto passou de cansado para bravo em segundos.

James olhou para a mulher ao seu lado, passando a mão no cabelo sorrindo confuso.

—Eu juro que dessa vez não fui eu, Lírio.

Ele levantou as mãos como que se rendesse para a polícia.

— É Evans, Potter!

O garoto abriu um sorriso, piscando para a ruiva, ignorando que a plateia desconhecida os observava de olhos arregalados.

—Tudo bem, se você quiser usar meu sobrenome mesmo antes de casarmos pode usar, mas tem que sair comigo Evans Potter!

Ela revirou os olhos para a cantada de Potter. Rony, no outro lado da sala, cutucou Hermione, mas essa colocou um dedo sob os lábios, pedindo silêncio da parte do ruivo.

—Sinceramente Potter, não temos tempos para suas cantadas de quinta categoria!

Lupin deu de ombros, olhando o grupo como se eles fizessem parte de uma pesquisa.

— Lily tem razão. Não sabemos quem é a cópia do James, ou a ruiva do lado dele. Muito menos os outros dois. Não me façam nem começar a questionar por que tem tantos adolescentes desmaiados aqui.

Harry pareceu recuperar a fala, abrindo a boca antes que perdesse essa habilidade novamente.

— Que tal perguntarem para ele? — Disse Harry tentando fazer sua voz sair natural.

Lilian sorriu para ele como se pedisse desculpas, se aproximando com a mão esticada, e olhou para Harry gentilmente, com os olhos verdes iguais ao do garoto.

— Sinto muito, eles são idiotas — Ela disse simpaticamente para o garoto, ignorando os protestos dos marotos — meu nome é Lilian. Lilian Evans, mas pode me chamar de Lily se preferir.

Harry sorriu fracamente, não conseguindo tirar os olhos dela, sentindo algo preso na sua garganta novamente, sem coragem de esticar a mão para cumprimentá-la. Lily parecia confusa, e sabia que deveria sentir de alguma maneira desconfortável com o olhar vidrado que o garoto lhe olhava, porém isso apenas a deixava mais intrigada.

—Eu sei… Eu sei seu nome. — ele murmurou numa voz fraca, ainda olhando para ela — Eu sou Harry Potter, e nós já nos… quero dizer, nós ainda vamos nos conhecer.

Lily encolheu o braço junto ao corpo novamente, franzindo as sobrancelhas enquanto James as arregalava.

— Desculpe-me, mas… Você disse Potter? Pontas você tem algum irmão ou primo? — perguntou Remus cautelosamente, mesmo que ele já soubesse a resposta.

— Não… — murmurou James, se aproximando lentamente do garoto, como se ele fosse uma miragem, os olhos castanhos piscando várias vezes.

— Eu acho melhor você explicar...—Gina sussurrou no ouvido do namorado, apoiando a mão no ombro dele.

Harry respirou fundo, sabendo que a namorada tinha razão. Ele olhou para o grupo que havia acabado de chegar, que ainda os encaravam com curiosidade e cautela. Ele sabia que ele tinha de explicar. Ele respirou fundo, por que nada pode ser minimamente normal na minha vida?

— Vocês estão no futuro, eu não sei como, eu não sei por que, e nem sei quem fez isso. Eu também não sei quem são as outras pessoas desmaiadas, e eu não posso explicar muita coisa, mas… Eu sou Harry Potter, e eu sou filho de James Potter.