James parou no lugar, como se estivesse preso ao chão, olhando para o garoto que não podia ser um único ano mais velho que ele, e seus olhos esmeralda brilhando por de trás dos óculos. Ele não podia negar a semelhança entre o menino e ele próprio, seria burro se o fizesse, mas mesmo assim, a ideia não parecia possível. Tantas coisas lhe passavam à cabeça que ele não acreditava que poderia falar uma frase inteira.

— Filho? — ele conseguiu murmurar — mas… CComo eu… Você… Quando… Quem…

Harry sorriu levemente para o pai, que agora o olhava como um fantasma. James abriu e fechou a boca mais algumas vezes, sem que nada com algum nexo saísse de sua boca.

—Quem é sua mãe? — James conseguiu dizer após algum tempo, não conseguindo desgrudar os olhos castanhos das órbitas verde-esmeralda do garoto a sua frente.

Alice revirou os olhos.

—James, pelo amor de Merlin, o garoto é igual a você, com olhos verde-esmeralda. Que garota você conhece que tem olhos Verde-esmeralda?

Lily recuou alguns passos. Não é como se ela não tivesse percebido a semelhança entre seus olhos e os olhos do filho do Potter, mas não era realmente possível que… Ela não…

James tirou os olhos de Harry apenas por alguns segundos, para olhar de relance para a ruiva, mas assustada que ele, antes de retornar a olhar para o garoto, como se pedisse uma confirmação.

—Vocês começaram a namorar no final do sexto ano — murmurou Harry com a voz rouca

—Não. Não. Na…Não. — respondeu Lily num sussurro — Me diz que eu não tenho um filho com o Potter.

Harry sabia que sua mãe não era exatamente uma fã de seu pai antes deles começarem a namorar, mas ainda era estranho ver sua própria mãe recusa-lo assim.

—Sinto muito — respondeu Harry sorrindo levemente — eu não posso.

Lily sentiu várias coisas mudando dentro dela. O pensamento de ter um filho caiu como uma pedra em seu estomago, mas ela não pode deixar de sorrir levemente. Ela tinha de admitir que Harry era muito bonito, mesmo que parecesse de mais com James (ela já estava cansada de negar que James era bonito, de qualquer maneira, ela podia muito bem admitir agora). Mas o pensamento de casar com James Potter…

James, por outro lado, estava sorrindo de orelha a orelha, olhando para a garota de seus sonhos (que deixaria de ser apenas um sonho em tão pouco tempo). Ela diria sim para um encontro, e mais que isso, ela se apaixonaria por ele, ela o amaria assim como ele ama ela desde seus 12 anos de idade

—Eu não acredito. — Disse Lilian negando com a cabeça — prove que eu casei com ele.

Harry sorriu, dando de ombros e puxando a varinha para fora do bolso.

—Claro. Accio.

Flutuando escadaria abaixo vinha um álbum de fotografia. O único álbum de fotos que Harry tinha de seus pais. Junto com o álbum, descia a escadaria um Neville sonolento e confuso. Harry se sentiu mal, mas ele tinha esquecido que Neville ficara em Hogwarts esse ano.

—Harry? Quem são essas pessoas?

Harry abriu a boca para responder, com o álbum em sua mão, mas Alice foi mais rápida.

—Alguém que está tão confuso quando nós! Meu nome é Alice Prettew, muito prazer.

Neville parou no último degrau da escadaria, seu rosto ficou pálido.

—Que tipo de brincadeira é essa? — ele murmurou

Ela franziu as sobrancelhas.

—Por que?

—Meu nome é Neville Longbottom. — ele murmurou olhando nos olhos da mulher. Ele não podia não-ver sua mãe (a mulher deitada na cama do hospital, incapaz de lembrar o nome do próprio filho) no rosto da adolescente.

Frank engasgou ao ouvir o nome.

—Ele é… Você é… — ele balbuciou, gesticulando com as mãos — Meu nome é Frank. Frank Longhbottom.

Neville, olhou para o homem ao lado de Alice. Ele claramente era muito parecido com seu pai. Seu rosto empalideceu mais ainda, e ele virou-se para encarar os amigos, uma expressão que misturava desespero e confusão.

—Harry? O que está acontecendo?

Harry sorriu fracamente para seu amigo.

—Eles são do passado Neville. Aparentemente eles… Eles são quem eles dizem ser.

Neville soluçou, tentando segurar algumas lágrimas. Ele atravessou a sala, abraçando os dois com força (e ele percebeu que era mais alto que ambos). Alice e Frank foram pegos de surpresa, sem conseguir reagir.

—Desculpem — ele disse numa voz fraca, saindo do abraço e dando uns passos para longe — desculpem eu...

—Tudo bem — murmurou Alice docemente

Ela esticou a mão, hesitando antes de tocar os cabelos de Neville.

—Você é nosso, não é?

—É.

Alice olhou sorrindo, os olhos completamente apaixonados, para Frank, que sorria como se numa ilusão.

—Casa comigo, Alice? — ele soltou sem conseguir se conter — Quero dizer… não agora… Depois de terminarmos a escola… Mas de qualquer maneira…

Ela deu risada, abraçando ele com força.

—Sim. Sim. Sim!

E então eles estavam se beijando como se fosse a última vez (mas, claramente, não seria. Seria apenas mais um de muitos). Neville recuou até ficar do lado de Harry e seus amigos.

—Eu não estava esperando isso. —ele disse rindo, os olhos fixados nos pais, levemente desconfortável.

Harry deu risada.

—Poderia ter sido pior, os seus ficaram noivos, minha mãe está tendo um ataque.

Lilian, que estava olhando para os amigos, sorrindo feliz pelos amigos, virou para Harry, sua expressão era culpada.

—Ah, Harry, eu sinto muito. Mas eles estão namorando a 2 anos e eu e Potter não…

—Eu sei, relaxa. Eu imagino se uns adolescentes aparecessem e dissessem que são meus filhos eu…

Ele parou de falar, por que Hermione olhou para ele alarmada gesticulando e olhando para as pessoas desmaiadas antes de voltar a olhar para Harry.

—Harry. Você não acha que… Não acha que eles são… — ela apontou para o grupo ainda desacordado — você sabe.

Rony recuou o corpo um pouco, olhando para o grupo no chão.

—Não. — disse Rony — não pode ser.

Sirius deu uma risada que mais parecia um latido.

— Será que não seremos os únicos a receber essas surpresas? — ele disse piscando para o grupo — Bom, nenhum de vocês é meu, certo?

O grupo riu.

—Não — disse Gina sorrindo

—Mas você é meu padrinho. — explicou Harry

Sirius sorriu para James.

—Você me fez padrinho. Seu veado, eu não acredito!

—Cervo. — corrigiu James automaticamente — e é claro que você seria o padrinho. Será. É. Argh.

Todos deram risada da careta de James (nem mesmo Lilian conseguiu segurar uma risada).

—De quem vocês são filhos então? —perguntou Lupin curioso

Gina sorriu, respondendo prontamente.

—Eu e Rony somos Weasley, filhos de Molly e Arthur.

—Arthur era monitor quando entramos na escola — sorriu Remus — ele e Molly namoraram desde essa época.

Rony fez uma careta.

—Eu sou nascida-trouxa. Hermione Granger, prazer. — respondeu Hermione prendendo o cabelo armado num coque em cima da cabeça — E eu estou pensando… Não seria muito inteligente falarmos do nosso tempo. Não sabemos por que vocês estão aqui.

—O que vocês poderiam falar que alteraria tanto o nosso tempo? — perguntou Sirius dando de ombros.

—Eu não quero ser sinistra nem nada — disse Gina olhando para o grupo — mas vocês vivem durante o auge da guerra de Voldemort. Nada impede que algum de vocês…

Ela não terminou a fala, mas era claro que ela não precisava. Todos os membros da era dos marotos estremeceu com o nome.

—Você disse o nome daquele-que-não-deve-ser-nomeado — murmurou Lupin olhando para a ruiva curiosa — então ou é muito corajosa, ou a guerra acabou.

—Ah, acreditem, Voldemort não desapareceu ainda. — disse Harry seco

Novamente, eles estremeceram.

—Então são muito corajosos. Ou muito burros — disse Sirius. — De qualquer maneira, eu nunca gostei de não poder dizer o nome dele. É só um nome.

—Podem chama-lo de Tom — sugeriu Harry — É o nome dele, mas não é Voldemort. Além do mais, deixa ele irritado.

— Tom é tão medonho quanto Voldemort — disse Gina, seus olhos brilhantes ficando opacos — de qualquer maneira, não faz diferença.

Ninguém teve coragem de perguntar como Harry sabia o que irritava o lorde das trevas, ou por que o olhar de Gina ficou frio por alguns instantes. No lugar, Sirius abriu um sorriso galanteador, e olhou para as duas garotas de pé.

—A verdadeira dúvida aqui é se as damas estão solteiras.

O grupo da era dos marotos revirou os olhos.

—Eu namoro o Harry — disse Gina — mas mesmo que eu estivesse solteira, eu não curto um homem com mais de trinta.

O grupo deu risada, enquanto Sirius se fingia de magoado.

—Machucou, ruivinha. Mas eu devo dizer que até o mini-pontas tem uma ruiva e o pontas não.

—Ainda não — riu James

Lily corou, evitando olhar para James a qualquer circunstância. Harry, por outro lado, murmurou para a namorada “mini-pontas? Mini?”.

—E a Hermione? Solteira?

Ela revirou os olhos.

—Sim, mas eu não saiu com os padrinhos do meu melhor amigo.

O grupo todo deu risada, e Sirius fingiu que algo o acertara de cheio no estomago teatralmente.

—Ouch.

—Cachorro desde sempre, hein Sirius — riu Harry

O animago olhou para o garoto que seria seu afilhado.

—Acredito que não tenha escolhido essas palavras por acaso.

Harry deu de ombros, o canto dos lábios subindo.

—Não, almofadinhas, foi de propósito.

Os marotos ergueram as sobrancelhas, impressionados.

—Então você sabe de tudo.

Harry deu de ombros.

—Tudo é muita coisa. Mas eu sei de inúmeras peças que vocês pregaram e detenções que receberam graças as minhas detenções.

—Que tipo de detenção é aprender sobre a detenção de outras pessoas? —perguntou Lupin confuso.

—O tipo de detenção que o Snape daria.

Sirius olhou para cima com uma careta.

—Seboso dá aula? Quem achou que colocar um comensal na escola era uma boa ideia?

Lily olhou surpresa para Harry, piscando várias vezes, ignorando Sirius.

—Ele… Ele é professor? Então ele nunca se uniu aos comensais?

—Ah, não — disse Hermione — ele é um comensal, mas é um espião para a Ordem da fênix.

Todos os membros da época dos marotos olharam surpresos para a morena, Porém Lily sorria levemente.

—Seboso é um espião pra o nosso lado? — perguntou James confuso — tipo Severo Seboso Snape, o sonserino idiota e covarde, melhor amigo de todos os futuros comensais?

—Sev não é covarde — disse Lilian cruzando os braços

Harry e seus amigos franziram a sobrancelha ao ouvir o apelido. Quem diabos chamaria o snape de “sev”?

—Você não vai defender o Snape de novo vai Lily? — exclamou Alice — ele continua sendo um idiota.

Lilian revirou os olhos.

—Eu sei que ele é um idiota, eu só estou dizendo que ele não é um covarde.

Harry hesitou um pouco antes de falar.

—Por que você estaria defendo Snape de novo?

Lilian olhou para o filho franzindo as sobrancelhas confusa.

—Eu certamente teria de contado isso. Snape foi meu melhor amigo desde que eu tinha 9 anos.

Todos os membros do presente olharam surpresos e um tanto assustados.

—Você não me contou essa história — murmurou Harry.

Como poderia Severo Snape, o homem que o odiava, o homem que chamara Lily de sangue ruim, ter um dia sido o melhor amigo dela?

—Ele mora no mesmo bairro que eu, nossos pais trabalham juntos. Ele que me contou sobre a magia, e sobre Hogwarts. Petúnia odeia ele, e embora ela nunca vá admitir, eu tenho certeza que ela teve uma queda por ele.

Harry estremeceu enquanto Rony, Hermione e Gina davam risada

—Não fale isso —ele murmurou com as mãos no rosto — Merlin, eu não precisava dessa imagem na cabeça. Tia Petúnia e Snape?

—Cara, Snape podia ser seu tio — disse Rony entre risadas.

Harry arregalou os olhos por de trás dos óculos.

—Não diga isso, cara — ele disse — Nunca. Mais. Diga. Isso.

Lilian riu pelo nariz.

—Sua irmã tem um péssimo gosto em homens — disse Sirius de repente

Lilian soltou uma risada alta.

—Isso por que você não viu o cara que ela está namorando agora. Perto dele, Snape parece um príncipe. — os marotos fizeram uma careta — Qual o nome dele? Vanner?

—Valter. — corrigiu Harry — Tio Valter.

Lillian arregalou as sobrancelhas.

—Ah, não me diga que ela casou com aquela coisa. Ele tem menos cérebro que uma fada mordedora. E é do tamanho da lula gigante.

Harry riu da descrição.

—Encantador — gargalhou James

Lilian concordou.

—Ah, não, vocês não sabem o que é encantador. Espere até vocês conhecerem o filho deles — Disse Harry sorrindo de lado.

Lilian e James riram de novo, mas a ruiva parou após alguns segundos e franziu as sobrancelhas, percebendo algo.

—Estou surpresa que você conheça eles, Harry. Minha irmã e eu… Nós estamos meio distantes desde que eu recebi a carta de Hogwarts.

Harry não respondeu, e por um momento a sala ficou em um silêncio desconfortável.

—Eu tenho uma dúvida muito importante — disse Sirius — como está minha vida de solteiro aos 30 anos?

Harry deu risada, feliz pela mudança de assunto.

—Como você sabe que está solteiro?

Sirius levantou as sobrancelhas para Harry, como se isso respondesse tudo.

—Nem Você nem Lupin nunca casaram com ninguém. Ou tiveram filhos. Lupin foi nosso professor de defesa contra as artes das trevas no nosso terceiro ano. O único professor bom que a gente teve.

Lupin trocou olhares com Sirius, antes de sorrir para Harry corando levemente.

—Tenho certeza que não fui um professor tão bom assim.

—Bom, todos os nossos outros professores eram comensais da morte ou loucos psicopatas, então, é, você foi o melhor professor — disse Rony

Os marotos deram risada, mas Lilian olhou preocupada.

—Vocês tiveram aula com um comensal da morte?

—Dois na verdade — corrigiu Harry — Três, contando o Snape.

—Harry atrai problemas — disse Gina revirando os olhos.

James abriu a boca para falar algo, agora igualmente preocupado com Harry, mas Alice os interrompeu.

—Ah.... Eu não quero interromper, mas aquele pessoal está acordando.

E realmente, quando eles se viraram para olhar os corpos caídos no chão, eles perceberam que muitos deles se mexiam. Harry estremeceu.