Um Sonho Real escrita por LadyPhantom


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Yooo Minna -san!!!
Tudo bem com vocês? Eu havia dito na minha fic anterior que iria escrever uma fic de Yullen, então né, fiz essa e espero que gostem.
Etoo... GO TO THE HISTORY!!!



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Allen estava em uma missão de dois dias e já estava voltando a pé pra onde ele considerava sua casa, a Ordem Negra, quando de repente começou um temporal terrível, como já estava chegando, pensou que não faria mal se continuasse a caminhar naquela chuva. Acabou chegando todo encharcado, Lenalee que passava pelo portão de entrada brigou com ele por ter ficado naquela chuva.

- ALLEN! Já voltou, mas por que está todo encharcado? Ah, não me diga que veio nessa chuva. – disse ao ver Allen entrar na Ordem.

- Ah! Oi Lena. Vim sim, queria chegar aqui o mais rápido possível e como já estava perto quando a chuva começou vim correndo. – disse enquanto colocava a sua mala no chão.

- Não acredito. Allen você pode acabar ficando resfriado. Anda, vai tomar um banho e trocar de roupa imediatamente, se não você vai ficar doente, vamos anda. – disse enquanto empurrava o garoto pra ala dos quartos.

- Tudo bem, Lena. Não precisa se preocupar tanto. – disse enquanto caminhava para o seu quarto.

Estava caminhando para o seu quarto quando acabou esbarrando em alguém.

- Ah, me desculpa eu estava distraído. – falou se virando pra pessoa com quem tinha trombado.

- Você sempre anda distraído, Moyashi. E ainda me molhou. – viu o sorriso sarcástico emoldurar a boca da pessoa.

- Deixa de ser chato, Bakanda. Você também estava distraído senão teria desviado. – encarou a pessoa a sua frente a vendo ficar irritada.

- Tsk, baka Moyashi. – foi o que Kanda disse ao se virar e ir embora.

Allen esperou o moreno virar o corredor e voltou a fazer seu caminho. Mas acabou sendo parado por Komui.

- Ah, Allen, até que enfim encontrei alguém. Pelo amor de Kami, me ajude a carregar algumas caixas lá para o porão? Tenho que fazer isso agora, pois a Lena disse que se eu não organizasse minha sala ela não faria mais café pra mim. – disse Komui com todo o seu drama de costume.

- Ah, bem, eu ia tomar uma banho agora Komui, pois acabei de chegar de uma missão e estou todo encharcado e... – foi cortado por Komui que pulou aos seus pés.

- Onegai Allen, me ajuda, onegai. – disse enquanto derramava lágrimas que Allen tinha a certeza de serem falsas.

- Ok Komui, eu te ajudo.

E lá se foi Allen para ajudar Komui, depois de quatro horas eles conseguiram arrumar tudo. “Como o Komui consegue viver com toda essa bagunça?”, foi o pensamento do garoto quando estava saindo do porão e indo para o seu quarto, sua roupa já estava seca e agora cheia de poeira por causa da bagunça do supervisor. Chegou ao seu quarto, deixou sua mala ao lado da porta, pegou uma toalha e roupa limpa e foi para o banheiro. Foi até o fim do corredor onde ficava o banheiro, que era público, entrou debaixo da ducha que estava quentinha e agradeceu aos deuses por isso. Fechou os olhos por um instante.

“Ah, o Bakanda é muito chato e fica me irritando, mas apesar disso não consigo ficar com raiva dele por muito tempo. É claro que eu já sei o que é esse sentimento que tenho sempre que ele se aproxima de mim, mas mesmo assim é melhor eu esquecer, tenho certeza de que se eu me declarar pra ele, ele vai rir da minha cara, ou ficar com nojo e me ignorar pro resto da minha vida. Que droga, meu coração já tá doendo, acho melhor parar de pensar nisso.”

Abriu os olhos e terminou de se banhar, depois de se arrumar saiu do banheiro e voltou para o seu quarto. Deitou-se na sua cama e apagou, mas não antes de suspirar mais uma vez por certo alguém.

- Ah , Bakanda, como eu te amo.

YULLEN YULLEN YULLEN YULLEN YULLEN YULLEN YULLEN

Mais uma manhã totalmente ensolarada, mas com algumas poças d’água por todo lado, o que evidenciava que havia chovido na noite anterior, mas não foi apenas uma chuva, mas um temporal bem forte que havia aberto as janelas e feito um grande estrago. Mas apesar disso tudo, todos os moradores da Ordem Negra se levantaram como se não houvesse ocorrido nada para que pudessem organizar toda a bagunça deixada pelo temporal.

Bem, quase todos se levantaram, pois havia um albino que ainda se encontrava deitado em sua cama. Estava sentindo todo seu corpo dolorido, mas tinha que se levantar e ajudar os outros a arrumarem a bagunça que foi feita pela tempestade. Com dificuldade, abriu os olhos e se sentou na cama.

“Vamos Allen, você tem que ajudar a galera” pensou consigo mesmo e se levantou de uma vez, mas se arrependeu logo em seguida. Tudo girou de uma vez e teve que fechar os olhos e forçar o corpo ou teria caído no chão. Depois de algum tempo que pensou ser o suficiente, abriu os olhos. “Deve ter sido porque eu levantei de uma vez”, pensou de novo e se arrumou para ir ao refeitório.

Foi caminhando em direção à cozinha para pegar algo para comer e acabou se esbarrando com alguém.

- Allen, que bom que já voltou! Quando foi que voltou? – disse Lavi o abraçando.

- Oi Lavi, voltei ontem à tarde. – disse tentando se soltar do ruivo.

- Lavi, solta o Allen, ele ainda deve estar cansado né? – Lenalee puxou Lavi para longe de Allen. – Fiquei sabendo que você ainda ajudou o nii-san a arrumar toda a bagunça dele lá no porão.

- Sim, como é que ele consegue viver no meio de tudo aquilo? – perguntou Allen enquanto ajeitava sua roupa novamente, pois o ruivo havia lhe apertado muito a bagunçou suas roupas.

- Não sei como te responder isso, mas já briguei com ele tantas vezes, mas nunca me escuta.

- Hum, eu vou pegar algo pra eu comer, vão sentando em uma mesa que depois vou também. – disse se afastando.

- Tá bom! – disse Lavi e se dirigiu para a mesa mais longe de todas onde havia um certo moreno com muita raiva. – Tudo bem Yuu? – disse enquanto se sentava ao lado do japonês.

Se olhar matasse, Lavi já estaria apodrecendo com o olhar que recebeu, o que não passou despercebido pelo ruivo e pela garota ao lado deles.

- Tsk, não me chame pelo primeiro nome baka Usagi. – disse sendo empurrado por Lenalee que se sentou ao seu lado.

- Ah, me façam o favor de não começarem a brigar né. ALLEN, vem, senta aqui com a gente – agitou a mão no ar para que o garoto pudesse vê-los.

Allen foi andando rapidamente, mas teve que parar por um instante. Sentiu-se tonto novamente e quase caiu se Komui não estivesse passando por si, que o segurou e a bandeja também.

- Allen, tudo bem com você? – perguntou Komui o olhando preocupado e o ajudando a se manter em pé.

- Hum? Estou bem sim Komui. Muito obrigado. – pegou sua bandeja novamente e continuou até chegar à mesa em que o estavam esperando.

- AH, ALLEN! O que foi aquilo? Você realmente tá bem? – perguntou o ruivo abraçando e olhando o albino bem de perto.

Um rosnado foi solto, mas apenas a garota que estava mais perto do moreno conseguiu ouvir, acabou por encará-lo e soltou um risinho, o que despertou o autor do rosnado e o fez virar o rosto de lado.

- Eu estou bem sim Lavi, foi só uma tontura, mas não precisa se preocupar. Mas agora, chega para lá que já tá me sufocando. – disse empurrando o ruivo até soltá-lo.

A garota novamente ouviu uma risadinha do moreno e viu o albino começar a comer.

Mais tarde, depois de todos terem tomado o café da manhã, as tarefas foram separadas para que todos ajudassem a arrumar a bagunça deixada pela tempestade e as que já haviam também.

Allen não sabia se ficava feliz ou triste pela sua dupla. Havia ficado com o japonês que amava, mas que também o odiava mesmo sem ter feito nada. Lenalee e Lavi haviam ficado responsáveis por organizar a sala de Komui, enquanto Allen e Kanda deveriam limpar a poeira das estantes da biblioteca.

Já fazia uma hora que estavam limpando aquilo e o único barulho que conseguia ouvir era o “Tsk” que o japonês fazia toda hora e os xingamentos e ameaças de morte em relação à Komui.

Mesmo estando um dia ensolarado, sentia muito frio, chegava até a tremer e ainda tinha as tonturas, desde que acordou estava se sentindo meio mal. A possibilidade de estar assim por ter pegado aquele temporal passou pela sua cabeça e se arrependeu de ficar na chuva.

Havia subido em uma escada para limpar as partes mais altas da estante e estava muito concentrado no trabalho e pensando o quão cansado estava, que quando deu por si seu corpo ficou mole e sentiu estar despencando.

Uivou de dor ao sentir bater as costas e a cabeça no chão, sua visão estava embaçada, viu um vulto se aproximar e a última coisa que ouviu foi alguém chamar por ele.

- ALLEN!

Abriu os olhos e descobriu estar na enfermaria. Olhou ao redor e viu Lavi, Lenalee, Kanda e Komui discutindo.

- Não acredito que você pediu ajuda a ele nii-san. Não percebeu que ele estava todo molhado e ele poderia ficar doente? – falava Lenalee com raiva.

- Ah, não me culpe, eu não sabia que ele ia ficar tão ruim assim. – disse Komui com seu drama.

- Gente para com isso, não é hora pra ficar brigando. Olhem, o Allen acordou! – gritou Lavi.

Allen foi encarado por todos com surpresa e preocupação, estranhou esse último ser demonstrado pelo olhar de Kanda, então que era sua imaginação.

- Que bom que acordou Allen! Estávamos todos preocupados com você. – disse a chinesa enquanto se aproximava.

Allen olhou para o japonês e este desviou o olhar, o albino estranhou mas deixou quieto. Sentiu Komui colocando a mão em sua teste e tremeu com o contato, a mão dele estava muito fria.

- Fria... – disse afastando o rosto do contato.

- Não Allen, não é minha mão que está fria, é você que está quente e muito. – disse Komui enquanto tirava a temperatura do garoto. – Oh, Kami! Está ardendo em febre.

- Qual a temperatura Komui? – perguntou Lavi.

- 40 graus. Isso é mal, muito mal.

A porta é aberta de supetão e o supervisor Reever aparece.

- Komui, temos uma emergência e precisaremos da Lenalee e do Lavi. – disse desesperado.

-Hã? Mas não podemos deixar o Allen assim! – disse Komui se virando novamente para o albino, percebendo que este estava tremendo de frio. – Tome Allen, este remédio irá fazer com que você se sinta melhor.

Komui entregou o remédio para o garoto que acabou de sentar na maca e o viu quase cuspir o remédio, e teria feito se Komui não tivesse segurado sua boca.

- Argh! Isso é horrível Komui-san! – disse Allen se sentindo tonto novamente.

- Não se preocupe isso vai te ajudar a dormir, então descanse. – disse e deitou o garoto novamente na maca. – Kanda você fica aqui e cuida do Allen enquanto resolvemos o problema. Até mais.

Komui e os outros dois exorcistas saíram correndo sem deixar qualquer chance para que o samurai reclamasse. Kanda sentou-se em uma cadeira perto da maca de Allen e observou a face albina que tanto gostava se contorcer de dor, depois suavizar e adormecer.

“Argh, que droga! Por que tive que sentir isso justo por você? Melhore logo Allen.”, pensou e sim, ele disse o nome do albino em pensamentos, podia não parecer, mas ele adorava aquele nome tanto quanto adorava o seu dono, mas não admitiria pra ninguém isso, apenas para si.

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“Hã? Onde estou?”, pensou Allen enquanto abria os olhos e olhava para os lados. Teve uma surpresa quando viu certo moreno sádico sentado ao seu lado encarando sua própria espada.

“Yuu?” pensou e viu que o japonês o encarou imediatamente, pensou que ele havia ouvido seu pensamento.

- Tá melhor Allen? – perguntou Kanda enquanto se aproximava mais da maca.

Allen se surpreendeu ao ouvir seu nome saindo daqueles lábios que há muito tempo queria ouvir, então achou que estava sonhando.

- Ah, devo estar sonhando, né Yuu? – disse o albino com um sorriso fechando seus olhos

- Como? - perguntou com sua face normal.

- Apenas nos meus sonhos você poderia me chamar assim, já que me odeia tanto, gosto de sonhar que você me ama. – disse normalmente e encarando o moreno à sua frente.

Dessa vez se aproximou do albino até que suas testas estivessem juntas. Queria apenas saber qual era a temperatura do corpo alheio, mas acabou se perdendo nos olhos cinzas que tanto lhe fascinavam. Era como se aqueles olhos pudessem conhecer tudo sobre si apenas ao encará-lo.

- O que está fazendo? – perguntou Allen encarando aqueles olhos negros que tanto amava. Seu olhar acabou por descer até a boca que tanto desejava.

Kanda não respondeu nada, mas viu para onde o olhar do pequeno foi direcionado e fez o mesmo. Ansiava tanto aquela boca, e não se segurou quando viu a língua do albino percorrer por ela e molhá-la.

Allen viu aquela boca se aproximando da sua e fechou os olhos, sentiu seus lábios sendo selados com os do moreno que tanto amava e suspirou. Foi apenas um selinho, mas abalou os dois garotos, que já desejavam tanto um ao outro há muito tempo.

Kanda ouviu Allen suspirar novamente e dessa vez o beijou mais profundamente, querendo invadir aquela boca e recebendo logo a permissão. Explorou a boca alheia o máximo que pôde e quando o ar estava acabando, foi desfazendo o beijo aos poucos com selinhos e mordidinhas nos lábios.

- Ah, este sonho é o melhor de todos que eu já tive. – disse o albino dando um sorriso que fez com que Kanda também sorrisse. – Oh, você está até sorrindo Yuu!

Allen encarou novamente aqueles olhos que sempre lhe fascinavam e se sentiu tonto novamente.

- Sabe, mesmo que seja apenas um sonho, quero que saiba que eu te amo muito. Eu até aprendi a falar em japonês pra te dizer isso. Quer ver? – perguntou e viu o moreno acenando. – Aishiteru Yuu.

Após dizer isso, beijou o samurai novamente. Kanda se impressionou com o que Allen havia dito e recebeu o beijou, mas sentiu que ele se afastava novamente. Quando observou o albino viu que este havia adormecido novamente. Encostou suas testas novamente e percebeu que ele continuava muito quente.

Kanda se afastou devagar do garoto menor e sentou novamente na cadeira, depois de puxá-la para mais perto da maca. Agarrou a mão alheia e apertou. Passou a língua pelos lábios e se sentiu feliz como nunca.

“Ah, Allen. Se soubesse o que eu sinto por você. Mas... peraí. Ele achou que isso era mais um sonho? Ele tem sonhos comigo?”, Kanda ficou pensando e encarando o menor. Sem que percebesse, acabou adormecendo.

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“Ai, que dor de cabeça!”, pensou Allen enquanto acordava. Abriu os olhos devagar e esperou sua visão, que estava embaçada, se acostumar. A primeira coisa que viu foi o teto, mas um suspiro chamou sua atenção e olhou para o seu lado.

Não acreditou quando viu Kanda sentado em uma cadeira ao lado da sua cama, inclinado sobre a maca, dormindo tranquilamente e, principalmente, segurando sua mão.

- Kanda – sua voz estava fraca e sua garganta arranhava.

O japonês acordou aos poucos e quando percebeu que o britânico estava acordado, deixou que um sorriso escapasse. Allen admirou aquele sorriso apenas por alguns segundos e sentiu sua mão ser apertada, pois a porta foi escancarada por três pessoas que entraram totalmente apressadas, o que fez com que o moreno que estava ao seu lado desmanchar o sorriso e soltar sua mão, se endireitando na cadeira.

- Alleeeen. – disse certo ruivo que pulou em cima do garoto e o abraçou quase o asfixiando.

Lenalee que estava perto de certo moreno, acabou ouvindo um rosnado novamente e depois uma risadinha ao ver que Allen empurrava Lavi para longe de si.

- Como se sente Allen? – perguntou Komui enquanto verificava novamente a temperatura do albino. – Sua temperatura já está normal.

- Estou bem Komui-san. Meu corpo que estava doendo está bem melhor.

- Isso é bom Allen. Agora é só você ter mais cuidado e não precisa ficar mais ajudando mais o nii-san a arrumar as bagunças dele. - disse Lenalee se aproximando.

- Parece que você cuidou muito bem do Allen, né Yuu? – disse o ruivo encarando o samurai de um jeito malicioso.

- Cala a boca, caolho idiota. – disse se levantando e saindo do quarto.

Depois de algum tempo, todos já estavam fazendo suas obrigações.

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Já fazia uma semana desde que Allen havia ficado doente e tudo estava normal novamente. Bem, quase tudo, pois sempre que certo samurai se aproximava, um certo albino sempre esquivava-se para longe. E Kanda, como era uma pessoa muito paciente, já não estava aguentando mais e estava com muita raiva.

“Depois de tudo o que aconteceu naquela enfermaria, dele ter se declarado, ele vai ficar fugindo de mim?”, pensava e se irritava mais. “Se bem que ele achou que tudo não passava de um sonho...”, ao ter esse pensamento, não pode deixar de sorrir maliciosamente, “Ele sonha comigo, isso é muito bom. Que tipo de sonho ele tem comigo?”.

Enquanto pensava, não percebeu que duas pessoas sentavam ao seu lado no refeitório.

- Ho ho ho, pelo jeito, algo de muito bom aconteceu para que o Yuu ficasse tão feliz. – Lavi acabava de sentar.

- Realmente Lavi, mas o que poderia ter sido né? – se questionava Lenalee enquanto concordava com o amigo.

Kanda os encarou desmanchando seu sorriso e nem se moveu ao ouvir sendo chamado pelo primeiro nome por Lavi, apenas voltou a comer seu sobá.

- ALLEN, aqui, vem sentar com a gente. – Lenalee abanou a mão novamente em direção ao garoto que acabava de entrar no refeitório.

Foi automático, Kanda se virou e encarou o garoto que ficou parado na entrada o encarando de volta, depois de algum tempo, ele se virou e foi embora.

- De novo. Por que ele sempre sai assim? – se questionava Lenalle.

- Acho que ele deve estar fugindo de alguém né. O que você acha Yuu? – dessa vez Kanda o encarou mortalmente.

Lenalee virou-se para o samurai e o encarou por um tempo.

- Aconteceu algo entre vocês dois, Kanda? – perguntou e viu o moreno arregalar os olhos por alguns segundos e depois voltar ao normal.

- Claro que não. Por quê? – disse enquanto comia seu sobá. Percebeu que ainda era encarado pela garota e que o ruivo também o observava agora. – O que foi? – uma veia saltava em sua testa.

- Kanda você sabe que não precisa esconder as coisas da gente, e sabe que se precisar, a gente tá aqui pra te ajudar né?

- É isso aí Yuu.

Kanda apenas observou aquelas duas pessoas que se diziam seus amigos, e pensou que não havia mal nenhum em contar a eles o que aconteceu, eles disseram que poderiam ajudar, e quem sabe, colocaria um ponto final em relação ao albino. Mesmo sendo orgulhoso, não aguentava mais tentar resolver sozinho essa situação e ficar tendo sonhos nada inocentes com o britânico.

O japonês suspirou e contou tudo o que ocorreu na enfermaria enquanto cuidava do garoto que estava doente. Não sabia descrever a cara de seus amigos, mas eles realmente estavam surpresos, ainda mais depois do que disse.

Ao terminar de relatar todo o ocorrido, virou o rosto para esconder que estava ruborizando. Lavi e Lena se olharam um para o outro e depois encararam Kanda.

- Kanda, você gosta do Allen, não é? – perguntou a garota.

- O QUE? Claro que não! É só que... q-que eu não go-gostei do que aconteceu.

- Tá, sei. – respondeu irônica e viu o japonês voltar a comer seu sobá, ainda corado.

- HAHAHAHA, não acredito Yuu, você realmente se apaixonou pelo Allen. Que fofo, temos um casalzinho. – Lavi foi fuzilado. – Anda confessa, você sabe que não engana nenhum de nós dois né?

O garoto a frente fechou os olhos e suspirou, realmente, do que adiantaria ele negar? Pensou um pouco e então abriu os olhos encarando as duas pessoas na sua frente.

- Tá e se for isso mesmo? Não muda nada, ele continua fugindo de mim. E não quero mais saber disso, assunto encerrado. – voltou a comer seu sobá.

Os dois que encaravam aquele garoto raivoso se encararam novamente e deram um grande sorriso. Iria dar um jeito nisso tudo.

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Não podia acreditar no que estava fazendo. Fazia uma semana que havia tido um sonho estranho onde Kanda chamava-o pelo nome e tinha lhe beijado. Foi o melhor sonho que já teve com o moreno, e pareceu tão real para si, que agora tinha medo de se aproximar do outro e não se segurar, e acabar fazendo algo errado. Foi o que acabou de fazer, ao ser chamado por Lenalee para se sentar com ela, Lavi e Kanda, apenas o encarou e foi embora, fugindo mais uma vez, direto para o seu quarto.

Depois de entrar no seu quarto, apenas escorou a porta e deitou-se na cama fechando os olhos, mas acabou os abrindo novamente quando o rosto do moreno veio à sua mente. Não estava mais dormindo direito, já que toda vez que fechava os olhos a imagem do moreno lhe beijando vinha à sua mente e não queria mais ficar criando esperanças apenas para se lembrar de que nunca daria certo e sofrer mais. Suspirou alto perceber que novamente estava pensando no sonho que teve, sorriu ao lembrar-se que finalmente havia sido chamado pelo nome.

Sentiu-se incomodado, como se mais alguém estivesse presente no recinto. Abriu os olhos apenas para confirmar suas suspeitas e acabou por assustar-se um pouco ao encontrar Lavi com o rosto bem próximo ao seu, com um sorriso bem brilhante.

- Olá, Allen. - praticamente cantarolou o nome do garoto enquanto se afastava.

- Ah... Oi Lavi. – sentou-se e sorriu meio sem graça e triste, o que não passou despercebido pelo caolho, que imediatamente desfez o sorriso e ficou com uma cara séria.

Allen estranhou a súbita mudança de humor do outro, mas permaneceu com seu sorriso.

- Vamos Allen, me conta.

- Contar? Contar o que? – seu sorriso tremulou.

- Não se faça de desentendido, porque eu sei que de bobo você só tem a cara. – continuou o encarando seriamente.

- É sério, Lavi. Não sei do que você está falando. – cruzou as pernas e se escorou na parede como se descansasse, sem desviar o olhar. Deveria parecer verdadeiro.

Realmente, Allen sabia ser bem convincente quando queria, mas eles eram amigos e o conhecia muito bem, sabia que o sorriso em seu rosto era falso e que ele estava nervoso. Desmanchou a face séria e passou a ter uma meio triste.

- Olha Allen, sei muito bem que você está mentindo pra mim. Nós somos amigos já há um bom tempo, te conheço e sei que está mentindo. Qual é? – deu um sorriso encorajador para o garoto na sua frente. – Vamos, me conte o que está acontecendo. E não venha me dizer que não é nada, porque ninguém foge de alguém, como você está fazendo com o Yuu, sem motivo algum.

Allen ficou o encarando o amigo que devolvia o olhar. Por mais que quisesse, sabia que não conseguiria mentir por muito tempo, eram amigos e devia aceitar sua ajuda em alguns problemas. Mas não sabia se o ruivo poderia ajudá-lo, ainda mais quando se trata de sentimentos, o caolho era completamente pervertido. Depois de algum tempo pensando, suspirou e decidiu.

- Está bem. Vou te contar tudo, mas, onegai, não diga nada a ninguém, principalmente ao Kanda. – implorou.

O ruivo sorriu e confirmou com a cabeça. Sentou-se melhor e começou a ouvir a história do britânico.

Depois de terminada sua história, o garoto que costumava ter a pele branca, estava tão corado que poderia ser comparado a um tomate. Desviou o olhar do ruivo quando viu um sorriso totalmente malicioso ser estampado em sua face.

- E é por isso que eu não consigo mais ficar perto do Kanda. O sonho parecia tão real, que agora eu tenho medo de ficar perto dele e falar ou fazer algo, pois se ele descobrir vai ficar com raiva e até nojo de mim. – sentiu os olhos marejarem, mas não se permitiu chorar.

Lavi desmanchou o sorriso e ficou sério novamente ao perceber que o amigo havia ficado muito triste com sua última afirmação. Bem, era exatamente como Kanda havia contado para si e Lena. Allen realmente achava que tudo não passava de um sonho. Mas a chinesa já havia começado a planejar uma forma de resolver tudo isso, então não demoraria muito para que os dois cabeças de vento ficassem juntos.

Sentou-se ao lado do amigo e lhe deu um abraço, que logo foi correspondido, então sentiu algo molhar sua blusa. Suspirou, sabia que o albino estava chorando.

- Não se preocupe tudo vai se resolver, você vai ver. – acariciava as costas do garoto abraçado a si. - Não sei o que te dizer em relação a sentimentos, sabe muito bem que eu sou um pouco pervertido né. - ouviu uma risada baixa.

- Um pouco? Você é o maior pervertido que eu conheço, não... o segundo, já que o primeiro é o Cross. – soltou-se do amigo enxugando as lágrimas e rindo.

- Oh, nem tanto né Allen! Assim você acaba com a minha reputação de galã. – o caolho fez uma pose estufando o peito e levantando a cara.

- Hahahaha... Lavi, haha... só tu mesmo pra me fazer rir agora, num momento desses. – o albino ria enquanto via o ruivo fazendo outras poses.

Lavi viu seu amigo rindo e ficou mais aliviado, não gostava de vê-lo triste. Depois pulou em cima dele e assim uma guerra de cócegas foi começada. Estavam se divertindo sem preocupações e sem saber que havia um stalker de certo albino do lado de fora.

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Allen levantou-se com um bom humor e bem disposto, tanto que tomou um banho bem rápido e foi rapidamente ao refeitório. Agradecia a Lavi por ter conversado com ele ontem, foi muito bom ter desabafado, sentia-se mais leve e tinha um pressentimento de que algo bom iria acontecer hoje.

Caminhava sem nenhuma despreocupação, com os olhos fechados, até se esbarrar em alguém e cair de bunda.

- Itai. – disse enquanto olhava pra cima para ver em quem esbarrou. Não sabia como reagir, afinal, estava fugindo da pessoa a sua frente e mesmo assim, acabou por se esbarrarem.

Kanda estava indo ao refeitório comer seu tão apreciado sobá, mas por obra do destino, acabou trombando com algo bem melhor em sua opinião. O garoto no chão estava paralisado o encarando e não parecia que iria levantar tão cedo dali.

- O que? – o albino se assustou com a mão que lhe foi estendida.

-Vai levantar ou não? Não tenho o dia todo, então anda logo. – virou o rosto.

- Ah, claro. – segurou na mão e foi puxado com força, fazendo com que se corpo batesse com o do outro garoto que encarou-lhe profundamente, o que resultou em bochechas coradas de ambos os lados.

Ah, como era bom ficar vidrado e se perder no olhar daquele albino. Tudo a sua volta perdia a importância e ele se sentia tão calmo. Observou o resto da face e viu com ele era tão fofo corado, tinha vontade de mordê-lo, mesmo que isso soasse meio estranho. Desceu mais o olhar e viu sua tentação. Aquela boca sempre avermelhada e pedindo para ser tomada em um beijo de tirar o fôlego. Queria ficar com aquela proximidade para sempre. Viu os apetitosos lábios se moverem.

- A-Arigato K-Kanda, mas... acho que agora você pode me so-soltar, né. – viu os olhos do moreno subirem e encararem seu olhar.

Subitamente sentiu um frio com o afastamento do japonês, o corpo dele era quente, e Allen gostou disso.

- OYE ALLEN, YUU. Tudo bem com vocês? – escandalizou um ruivo que quase teve a cabeça cortada pela mugen se não tivesse se agachado rapidamente. – Y-Yuu, hehe, i-isso é pe-perigoso tá. – disse enquanto se aproximava de Allen e o abraçava para não ter perigo de ser acertado.

- Então não me chame pelo primeiro nome, usagi. – lançou um olhar mortal, mas o ruivo sabia que aquele olhar não era somente pelo nome, as por certa pessoa a quem estava abraçando também.

- Você não presta Lavi. – disse a chinesa que estava junto dele também.

- Pft... hahahaha. – o britânico começou a rir e foi encarado por todos.

- Você tá bem Allen? – perguntou a garota se aproximando.

- Sim, é só que esses dois nunca vão se resolver e... Ah, esquece, eu estou feliz só isso. – deu um sorriso que esquentou o coração de certo alguém.

- Allen, por que toda essa felicidade? Eu quero saber né. O que aconteceu de tão bom? – sussurrou o ruivo no ouvido do garoto.

Um rosnado foi ouvido e Lena olhou atrás de si vendo um japonês furioso. Não havia gostado nem um pouco daquele sussurro que foi feito com um sorriso malicioso direcionado para si e o menor abraçado ainda teve a audácia de corar.

-Hehe, Lavi. Não aconteceu nada, eu estou feliz e ponto. – respondeu meio envergonhado por se lembrar do ocorrido de minutos atrás. – Agora me solta, tá me sufocando e eu preciso respirar.

Assim que o menor foi solto, todos seguiram em direção ao refeitório para se alimentarem, e dessa vez ninguém fugiu.


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Notas finais do capítulo

Pessoinhas do meu kokoro, realmente espero que tenham gostado da fic, e farei de tudo para não demorar pra postar o próximo capítulo.
E imaginem o que vai ter no próximo??? Preparem os lenços fujoshis e fudanshis, vai ter limão.
Agora a parte que vocês acham mais chata: Onegai, comentem e me digam o que acharam e o que gostariam que acontecesse, assim vocês me ajudam a melhorar e a deixar a fic mais legal!!!
Ah, e pra quem não sabe qual é minha outra fic, é de Kuroshitsuji, vo deixar o link: http://fanfiction.com.br/historia/520259/O_Neko_preferido_de_Sebastian/
Kissus no Kokoro!! (^--^)/



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