Definição de Perfeição escrita por Apenas mais um escritor


Capítulo 23
Ana


Notas iniciais do capítulo

Gente, pelos meus cálculos, depois desse devem ter mais três ou quatro capítulos só. Tá na reta final.



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Dandara levou as mãos à boca, chocada. Gael largou-se em cima do sofá. Bianca chorava. João abraçava a namorada, enquanto encolhia-se, com medo de Gael. Karina apenas encarava a irmã, boquiaberta e Pedro era o mais calmo. Não que não estivesse chocado, assim como todos, mas já havia pensado nessa possibilidade quando viu a garota passando mal no dia anterior. Ele estava fazendo a única coisa que ninguém ali fazia. Pensava.

– Bianca, você tem certeza? Sabe, você pode ser uma confusão. A menstruação pode só não ter vindo ainda. - disse Dandara.

– Eu pensei nisso, mas eu nunca fico atrasada. Fora que tenho sentido diversos sintomas do início de gravidez. Fiz três testes de farmácia e todos os três deram positivo. - respondeu a atriz, tentando conter as lágrimas. Nem mesmo ela, que já suspeitava a tempo lidava bem com a notícia.

– Quando foi isso? - perguntou Gael, receoso com a resposta que obteria.

– Na verdade, a gente não tem certeza, porque nossa primeira vez foi mês passado, mas tiveram várias e várias... - a voz de João morreu ao perceber o quanto o sogro estava vermelho de raiva.

– E por que cês não usaram preservativo, ué? Tão mais fácil... - disse Karina.

– Preservativo não funciona cem por cento das vezes, K. - disse Pedro, após muito tempo calado. - Bi, sei que essa pergunta pode parecer inconveniente, mas tem certeza que é do João? Quer dizer, ele não é o primeiro cara que você...

– Pedrinho! - gritou Dandara, com medo que o pai das meninas fosse explodir de raiva.

– Deixa, Dands. Ele tá certo. Eu sei que é do João por que quando eu terminei com o Duca, eu tinha menstruado na semana anterior.

– Gael... Senhor Gael, saiba que eu não só assumo total responsabilidade, como também vou me esforçar para dar uma vida boa pra eles. Vou arranjar algum emprego pra sustentar eles. O que a gente quer de você e da minha mãe é apoio tanto financeiro como moral. Queremos que essa criança nasça bem e que tenha avós. - pediu João, completamente nervoso, mas virou-se para Pedro e Karina e disse, sorrindo. - E titios.

Os dois coraram. A ficha finalmente caiu para a garota. Ela seria tia. Dali a oito meses, ela estaria ajudando a irmã a cuidar de um bebê. Um bebê que iria querer o apoio dela. K sorriu com aquele pensamento, mas também ficou preocupada. Preocupou-se pela irmã e em sua primeira vez. Toda a insegurança que sentia voltou, agora com força total. Todas as barreiras que Pedro foi quebrando aos poucos foram reconstruídas, agora mais forte do que aço.

O rapaz percebera a mudança no comportamento de Karina. Concordava com ela, não fariam isso tão cedo. Ele mesmo estava um pouco apreensivo. Teria sido um sinal? Não sabia, mas daria suporte máximo a João e Bianca. A cunhada e o melhor amigo mereciam. Ele decidiu então, pensar em como poderia derrubar as barreiras de Karina novamente. A relação não dependia puramente de sexo, mas o garoto estava ansioso para ter sua primeira vez, assim como sabia que Karina também estava.

Passaram o resto do dia conversando sobre como iriam lidar com o bebê. Para ter certeza completa, Bia faria um exame de sangue e chamou K para ir com ela. A atriz estava muito nervosa e o apoio da irmã era importante para ela. Pedro combinou com João que, assim que tivessem o resultado do exame de sangue, caso fosse positivo, comprariam desde já algumas coisas para o bebê.

O roqueiro foi embora. Apesar de ser namorado de Karina, o assunto do bebê era algo mais de família. João e Dandara dormiriam lá então ele se retirou. Ao chegar em casa, contou a novidade para seus pais, que não tiveram reação diferente de ninguém. Já Tomtom, pulava de felicidade e achava tudo muito lindo. Pedro apenas ria. A pequena tinha seus momentos de sabedoria, mas não fazia ideia do quanto isso afetaria a vida do casal. Passara o resto da noite deitado em sua cama, preocupado com o melhor amigo. Ele provavelmente teria que largar a escola. E seu sonho de ser um desenvolvedor de jogos? Será que conseguiria realizar? E Karina? Como Pedro faria para que a lutadora abandonasse aquelas preocupações e se tornasse dele?

K passou a noite acalmando a irmã e mostrando a ela os lados bons de ter um filho e cada vez mais Bianca acostumava-se e apaixonava-se pela criança que ainda nem nascera.

No dia seguinte, João chegou bem cedo na casa de Pedro. Estava nervoso e, como Dandara havia confiscado seu videogame, foi extravasar na casa de Pedro.

– Quer bater um X1 aqui? - perguntou João, logo pegando o controle. Pedro acompanhou o amigo e sentou-se a seu lado. Apesar de não ser tão bom quanto o viciado, trazia resultados satisfatórios, ganhando algumas partidas.

– Eu tô com um problema com a Karina, Johnny. - dizia Pedro, jogando fervorosamente.

– Diz aí. - respondeu o melhor amigo, sem desgrudar os olhos da TV.

– Sabe, ontem eu e ela íamos ter nossa primeira vez. Acontece que por causa de todo esse rolo da Bi grávida estragou tudo e...

– Ah não, Pedro. Sério mesmo que você quer que eu lide com probleminha adolescente numa hora dessas? Tô me borrando todo aqui querendo saber se vou ser pai ou não e você querendo saber de trepar com a Esquentadinha. Sacanagem, cara.

– Você é meu melhor amigo, Johnny, pô. Achei que podia contar contigo.

– É, foi mal. Eu estourei contigo, desculpa. Continua o papo.

– Bom, e depois de saber de tudo isso eu conversei com a Esquentadinha e ela disse que queria esperar, que talvez isso fosse um sinal pra gente adiar e mais uma porrada de coisas. E aí, que que cê acha que eu devo fazer?

Na hora da resposta, o celular de João vibrou. Chegou a mensagem de Bianca, informando se ela estava grávida ou não. O garoto tremia, ao conferir e teve que encarar os fatos. Bianca realmente estava grávida.

– É, Johnny, sua vida vai mudar um pouco. Vem, bora no shopping comprar alguns lances pra bebê. E vê se abre um sorriso. Essa criança é fruto do seu amor pela Bia. Sabe como você sempre odiou seu pai por abandonar você e sua mãe?

– Ó, como poderia esquecer?

– Faz melhor que ele então. Mostra pra ele como um pai de verdade deve se portar, ué.

O garoto sorriu. Gostava do apoio de Pedro. O roqueiro, por outro lado, estava desanimado. Sabia que João estava passando por um momento delicado em sua vida, mas esperava um pouco de suporte do amigo.

Após comprarem chupetas, algumas roupas unissex e fraldas, os rapazes rumaram para a casa dos Duarte. Bianca estava, felizmente, bem. Durante as compras, Pedro também ajudou o amigo a manter-se são. Aparentemente, tudo estava bem. Exceto pelo jovem casal, que constantemente encaravam-se, mandando mensagens mentais um para o outro. Conheciam-se tão bem que um olhar já era o bastante para entenderem-se. Eles precisavam de um momento à sós. Infelizmente, com a comoção devido ao evento, isso parecia impossível. Para a felicidade deles, Dandara convenceu Gael e Bianca a irem pra casa dela ver livros sobre gravidez, que ela ainda guardava, e eles aproveitariam para jantar por lá mesmo. Pedro e Karina, depois do que parecia uma eternidade, finalmente estavam sozinhos.

– Pê, posso falar primeiro? - pediu K, tendo como resposta o rapaz assentindo. - Olha, sei do nosso combinado e sei que você já percebeu o quanto eu tô insegura, mas eu queria que você respeitasse, pelo menos dessa vez. Você me pressionar, pedir e implorar, de nada vai adiantar. Talvez até aumente minha insegurança.

– Por que aumentaria?

– E se você simplesmente transasse comigo e nós terminássemos? Como a gente ia ficar? Eu ia me sentir usada.

O garoto compreendeu. As inseguranças de Karina não se resumiam apenas a ficar grávida ou não. Ela se preocupava também com o que o futuro iria lhes reservar. Tinha medo que ele a usasse apenas para sexo e fosse embora.

– Eu nunca faria isso, Esquentadinha. Te prometo. - disse o rapaz, pegando a loira em seu colo e a abraçando, num abraço carinhoso e tenro, protegendo-a do mundo.

Três meses passaram-se. Bianca já estava no quarto mês de gestação. Seria naquele mês que ela descobriria, finalmente o sexo do neném. Queria toda a família lá, acompanhado-a na ultrassom. Ela não estava com uma barriga tão grande, mas claramente não possuía o mesmo corpo magro de antes. Felizmente, não desistira do sonho de atriz e pretendia seguir carreira após a gravidez, diferente do que sua mãe fez. Ela até mesmo frequentava as aulas na Ribalta.

Pedro e Karina ainda não tiveram sua primeira vez, mas já faziam semanas que a garota dissera que estava pronta. O problema era a agenda deles. A banda de Pedro estava fazendo shows cada vez maiores e estavam sendo chamados para seus primeiros festivais. Karina fora convidada para alguns campeonatos de muay thai, ou seja, os fins de semana de ambos quase sempre estavam ocupados. Já nos dias de semana, a casa de Pedro sempre estava cheia e, quando estava vazia, Karina dizia não sentir o clima. Queria que tudo fosse minimamente perfeito. O rapaz, àquela altura do campeonato, já estava se matando de tanta masturbação. Se isso continuasse, ficaria com o braço maior que o do sogro.

Todos chegaram na clínica muito ansiosos. João em especial. Possuía várias expectativas dele jogando videogame com o filho. Fora que tinha o constante medo que Gael lhe proporcionava.

A doutora colocou o gel na barriga de Bianca, que segurava firmemente a mão de João.

– Conseguem ver? - perguntou a doutora. Infelizmente, todos só viam manchas cinzas na tela do aparelho, mas acenaram que sim apenas para fingirem-se de entendidos.

– É uma linda menina.

Todas as mulheres surtaram, Gael olhou pra cima enquanto repetia "mais uma garota?", João chateava-se, pois perderia maratonas e maratonas de games ao lado de um possível filho e Pedro limitou-se a sorrir. Todos estavam felizes pela notícia.

– E aí, vocês já escolheram um nome? - perguntou Dandara.

O casal e Karina sorriram. Eles já pensaram em um para ambos os sexos e Bianca contou para Karina quais seriam.

– Vai ser Ana, em homenagem a nossa mãe. - disse a atriz, sorrindo de orelha a orelha.

Depois da consulta, foram pra casa. Iriam comemorar com uma bela refeição. O almoço foi alegre e animado. João lamentava as ilusões perdidas, Dandara imaginava que roupinhas daria à neném e Pedro e Karina apenas queriam aproveitar um momento juntos. Depois de se alimentarem, deram uma desculpa qualquer para irem para a casa de Pedro. Apesar de estarem incrivelmente felizes por Bianca e Johnny, eles estavam cansando de todo aquele papo de gravidez.

Entraram na casa e estranharam não ter ninguém ali. O roqueiro lembrou-se que agora Tomtom devia estar indo para sua aula na Acquazen e seu pai deveria estar no Perfeitão. Eram só eles ali.

Foram para o quarto do rapaz, que jogou-se na cama, trazendo Karina consigo.

– Que negócio é esse aqui no bracelete que te dei? É a letra K? - perguntou a loira.

– É. Coloquei esse pingentezinho pra me lembrar que você tá sempre comigo.

– Ai, como é difícil namorar um músico. - disse a menina, fingindo desgosto.

Os dois começaram a se beijar e foram deixando-se levar pelo sentimento. Pedro segurava, firmemente a cintura de Karina, puxando o corpo dela para ficar mais colado ao dele. Já ela apertava com força os ombros do rapaz enquanto aproveitavam cada centímetro da boca um do outro. O roqueiro foi tirando a blusa dela até que, quando já estava sem, a garota disse:

– Pê, melhor não. Quero que seja perfeito.

– Esquentadinha, por que não seria perfeito? Já viu nossa história? Já viu pelo quanto que passamos juntos, lado a lado? Até mesmo antes de namorar. A situação, pra você, pode não parecer a melhor de todas, mas pra mim é, por que eu tô contigo. Eu te quero pra mim, Karina. Não somos nós mesmos que devemos tornar esse momento perfeito?

Retomaram o beijo, agora com mais ânsia do que antes. A lutadora sentiu as mãos de Pedro subindo suas costas, indo em direção ao fecho do sutiã, abrindo-o e revelando os belos seios de Karina. E, dessa vez, não teve insegurança, sobrinho, momento nem o que fosse para atrapalhá-los.


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Notas finais do capítulo

Respondendo as perguntas do último capítulo.

Como voce começou a escrever e com qual idade ?
Bem, eu comecei a escrever com aproximadamente uns 10, 11 anos. Eu botei na cabeça que queria escrever um livro e escrevia no Word capítulos de uma história sobre um garoto que era teletransportado para um mundo mágico. Depois eu me apaixonei. Modéstia à parte, eu desenho bem e adoro criar roteiros. Atualmente, tenho uns 6 roteiros de possíveis histórias em quadrinhos e um em desenvolvimento de um livro.

Qual sua idade? E conte o nome de mais 3 casais q vc shipa ou ja shipou ( delena?)

Fiz 16 anos no dia 4 e desculpa, Gabi, mas delena não. Nunca assisti TVD. Porém, tenho em mente, no momento, 3 casais. Shippava Percabeth (PJO) antes de ser canon, Schmosby (HIMYM, uma série de comédia que sou apaixonado) e Rose e o Doctor (Doctor Who, adoro e sim, eu odiei a cena da praia).

Mandem mais perguntas, gostei de responder estas. E outra, digam-me o que vocês querem ver na primeira vez deles. Querem algo mais detalhista, algo que só diz o que rola na cama e a euforia que eles sentem. Estou aqui para atendê-los.