Contos da Seleção - Parte Dois escrita por Bellah102


Capítulo 6
A Primogênita - Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

E aí está a semente da treta.



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Shae

No momento em que entrei na sala, soube que havia algo errado. Meu pai reunira todos os conselheiros. O pai de Charlie, Aspen, e o pai de Tristan, Carter. Até minha mãe estava lá, debruçada sobre a mesa.

–Mãe. Pai. Senhores.

–Shae. Por favor. Venha aqui.

Andei até ele, tentando não tropeçar nos dolorosos sapatos que Silvia me obrigara a usar depois de descobrir minhas botas.

–Qual o problema?

–Os rebeldes. Eles estão de volta.

–Os mesmos?

–É difícil dizer. Eles têm táticas parecidas. Aspen?

–Temos denúncias das autoridades locais de Virginia. São 60, aproximadamente, mas a margem de erro é grande. Eles fazem pregações contra a família real nos parques e perturbm a ordem. Viraram alguns carros oficiais.

–Parecem ser só um bando de baderneiros. Porque estamos tão preocupados?

–Eles têm um manifesto. Querem a independência de Virginia. – Respondeu Woodwork, de braços cruzados, grave. – Ignorar uma ameaça à união política seria uma sinal de fraqueza, mas um conflito poderia significar uma guerra civil.

–Na pior das hipóteses.

–Ninguém está disposto a correr o risco, Shae.

Reprimiu minha mãe, parecendo cansada. Ela se apoiou em meu pai que, embora distraído, envolve seus ombros.

–Bem, traga-os.

Eles levantam os olhos, surpresos pela minha tranquilidade.

–Como é?

–Convide-os ao castelo. Prenda-os, se necessário. Vai mostrar que estamos ouvindo o que eles estão dizendo e nos importamos, apesar do movimento ser pequeno. Explicaremos as consequências das suas ações se o movimento continuar e agradeceremos a compreensão. Se não funcionar, a punição deve servir de exemplo para manter a união política.

A sala inteira olhou para mim, estarrecida. Não entendi o motivo. Parecia óbvio para mim.

–Eu disse algo errado?

–Não. Claro que não, querida, só estamos... Surpresos.

–Por quê? Eu lido com diplomacia desde criança. Por favor.

Depois de alguns segundos de silêncio, Aspen perguntou:

–Devo enviar a mensagem, senhor?

E, com os olhos cheios de orgulho, meu pai disse:

–Sim.


Entrei no quarto, suspirando, mentalmente exausta, mas orgulhosa. Minha solução se colocaria em prática até duas semanas. Meu pai estava confiando na minha decisão e essa era minha primeira grande ação como herdeira. Até agora não tinha conseguido destruir o país em guerra e discórdia.

–Dawney, você nunca vai imaginar o que aconteceu...

Surpreendi-me com a mesa sem almoço algum. Ergui as sobrancelhas, olhando para ela no canto do quarto, ao lado da passagem secreta que ela usava para entrar e sair do meu quarto.

–O que está acontecendo?

–A Srta. vai ter que me seguir se quiser comer.

–Aí depende... Eu vou voltar com todos os meus membros no lugar?

Dawn revirou os olhos. Eu adorava ter uma criada da minha idade.

–Vem logo, S.


Descemos pelas escadas das criadas e então passamos por corredores esquecidos do castelo. Dawney apertou um botão escondido atrás de um quadro e a parede se move, revelando o abrigo escuro.

–Um abrigo? Isso não é, tipo, uma armadilha?

–Nah, Charlie modificou a fechadura. Agora entre aí.

Entrei na sala escura e a porta se fechou atrás de mim, deixando-nos no escuro. Ouço um clique e uma lâmpada pendurada no teto se acende, quase me cegando.

–SURPRESA!

Astra, Tristan, Charlie e mais alguns dos meus amigos na guarda estavam reunidos ao redor de uma mesa simples de metal decorada com um bolo colorido.

–O-o quê? O que está acontecendo aqui?

–Nós achamos que você estava triste.

Disse Dawney, tocando meu ombro. Dentro do nosso papel de princesa e servente ela não ousava tocar-me daquele jeito, mas ali era diferente.

–Então Tristan deu a ideia de fazermos uma festinha.

Continuou Astra, que eu não via desde o anúncio.

–E eu pedi um bolo para as cozinhas porque nada diz “Feliz Rainhisse” como um bolo.

Levei as mãos ao rosto, emocionada. Eu choraria se fosse daquelas que faziam esse tipo de coisa de menina. Eu tinha os melhores amigos do universo!

–Vocês fizeram tudo isso por mim?

–Claro!

Dorian disse, apoiado nos amigos.

–E nós queremos bolo.

Completou Callaway, rindo. Ri com eles, tão feliz que poderia cantar. Não importava se eu fosse a princesa, a herdeira ou só uma plebeia. Meus amigos ainda teriam tempo para mim e eu nunca devia ter duvidado deles.

–A questão é que, Shae, embora você vá ser nossa rainha e nós tenhamos que entrar na linha e te tratar diferente agora... Nós amamos você e queremos você feliz.

–Eu só queria bolo mesmo...

Contradisse Callaway.

–Ah, me deem um abraço aqui, seus babacas.

Todos nos unimos em um grande abraço em grupo. Talvez uma lágrima tenha escorrido. Mas ninguém jamais saberia.


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Notas finais do capítulo

The treta has been sucessfully planted.



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