Contos da Seleção - Parte Dois escrita por Bellah102


Capítulo 1
A Primogênita - Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olás! Faz muito tempo que não posto uma fanfic por aqui, mas decidi que essa eu queria dividir com o mundo. Para começar, um pouquinho do OTPzão da galera!Beijões!



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America

A Seleção devia nos preparar para a vida no palácio, para a vida de princesa e, mais tarde, para a de rainha.

Mas não acho que nada poderia ter me preparado para a queda livre com que caí no governo. Era o tipo de coisa que era preciso aprender aos tropeços. E, com vestidos mais longos como aqueles que eu vestia, tropeços eram muito comuns.

Os primeiros meses foram loucos. No momento em que acordamos na nossa lua de mel, Maxon e eu fomos jogados direto em um turbilhão de debates em rede nacional, jantares, ações oficiais e pronunciamentos reais para o povo. Se, quando a noite chegasse, não nos deitássemos lado a lado, não sei se eu me manteria tão disposta para tantas tarefas.

As castas estavam sendo cuidadosamente removidas e as leis meticulosamente revistas para abrigar nosso novo sistema, que também não era perfeito, mas com sorte melhoraria significantemente a vida dos habitantes de Illéa. Ou ao menos é o que esperávamos. E enquanto Maxon se divertia com esse tipo de coisa importante, eu precisava agir como a porta voz do palácio e oferecer um sorriso esperançoso para toda a nação, mesmo quando eu me sentisse a ponto de desmaiar.

Nas primeiras entrevistas, tentei manter as respostas espontâneas, mas logo tinha respondido tantas vezes as mesmas perguntas que pedi à Silvia que me fizesse um roteiro com algumas respostas diferenciadas para cada pergunta. Ela ficou radiante por saber que, por uma vez, eu queria fazer as coisas do jeito dela.

Bebi tanto chá com personalidades importantes de Illéa e do mundo que achei que ia explodir a vista de mais um biscoito tradicional. Havia tantas pessoas prontas para oferecer seu apoio à causa da dissolução das castas – ou ansiosas para manter seus privilégios ao fazê-lo – que meus dias passavam lotados entre reuniões, almoços, chás e jantares.

–Às vezes imagino se Amberly teria algum conselho para deixar tudo isso mais fácil.

Confessei à Marlee enquanto lavava o cabelo, perdida em pensamentos.

–Acho que sim. Ela fez isso por um bom tempo. – Ponderou ela, encostada ao mármore da pia. A rainha normalmente tinha suas aias para lhe ajudar como o banho, mas eu nunca precisara disso. Exceto nas várias vezes que me esquecia da toalha. – Embora não fosse tão atribulado quanto agora.

–Tem gente que me acha parecida com ela. O que você acha?

Marlee deu de ombros.

–De certa forma. Bem, você usa a coroa dela.

–Engraçadinha.


Eu estava sentada à penteadeira quando Maxon chegou. Sorri para ele por sobre o ombro. Ele sorriu de volta, acenando de leve.

–Minha querida.

Revirei os olhos, voltando-me para o espelho.

–Você realmente vai continuar com isso, não é?

–Eu acredito que tenha ganhado o direito.

–E eu acredito que meu marido é terrivelmente teimoso.

Ele beijou o topo da minha cabeça, ajeitando meu cabelo atrás das orelhas.

–Nesse caso, fomos feitos um para o outro.

Deixei a escova sobre a mesa e me levantei, estendendo os braços para abraçá-lo. Seus braços envolveram minha cintura e ele me levantou do chão. Nós giramos pelo quarto, rindo baixinho só pelo prazer de estarmos juntos depois de mais um dia cansativo.

–Eu já disse que te amo hoje?

Ele perguntou, depois que meus pés já estavam seguros de volta no chão. Permanecemos abraçados. Deitei minha cabeça sobre seu peito, inspirando fundo o seu cheiro. Maxon era tão real que era difícil imaginar uma época da minha vida que não estivéssemos juntos.

–Não... Mas imagino que tenha sido a falta de oportunidade.

–Foi, minha querida. Eu garanto. – Ele afastou meu cabelo, beijando meu pescoço. – Eu amo você.

–E eu amo você.

Ecoei, sentindo a veracidade das palavras acelerar meu coração. Maxon sorriu, aquele sorriso elétrico de uma criança plenamente feliz, e levantou meu rosto para ele.

–Eu tenho sido um péssimo marido...

Sussurrou ele, envolvendo meu maxilar com a mão morna e beijando meu rosto lentamente. Meio atordoada, perguntei de volta:

–Ah, é?

–Sim. – Ele me guiou até a cama, onde me sentei. Maxon deitou-se sobre mim e eu enrolei os dedos no seu cabelo, sorrindo enquanto ele voltava a me beijar. – Pelo que eu me lembro... Eu prometi mimá-la.

–Sim, prometeu.

–E eu pretendo cumprir minha promessa.

Deixei um riso baixo escapar.

–É bom saber.

O beijo que se seguiu serviu para me tirar o fôlego. Meus dedos, ainda pouco treinados, ansiosos e desajeitados, soltaram os botões da sua camisa. Minhas mãos deslizaram para dentro, acariciando as bases das cicatrizes que eram o segredo mais bem guardado da coroa. Maxon parou por um segundo, com os olhos angustiados. Ainda era difícil para ele que eu tivesse que conviver com o que ele passara a vida tentando esconder.

–Está tudo bem.

Assegurei, ajudando-o a tirar a camisa sem tirar os olhos dos dele. Beijei seu ombro e meus dedos voltaram a caminhar pelas suas costas.

–Eu amo você. Todo você.

E a noite toda prosseguiu com Maxon respondendo à minha declaração.


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