Regina já havia cruzado a linha da cidade, um mês depois:

– Califórnia

Regina estava trabalhando como diretora de uma galeria de arte na Califórnia. Ela se ofereceu para ajudar as crianças que não sabiam montar a cavalo em um aras. Tudo estava perfeitamente bem.

Ela tinha conhecido uma garotinha chamada Olivia, ela era uma menina graciosa e adorava Regina. Seu pai era lindo e tirava o folego de Regina toda vez que ela o via. Sua amiga Emily, que trabalhava com Regina contou para ela a história de Eric.

Ele havia perdido a esposa Elisabeth no parto de Olivia e desde então não tinha voltado ao aras, até duas semanas atrás.

Regina e Emily estavam caminhando no aras em suas roupas de equitação.

– E então.... É hoje que você vai ver o bonitão? - Perguntou Emily, ela sempre ficava provocando a amiga em relação a Eric.

– Emily! Para! Eu apenas dou aula para a filha dele e eu já te falei que é melhor eu ficar sozinha. Ele perdeu a esposa e ele nem está interessado em mim de qualquer maneira.

– Regina eu já te disse. Ele nem olha para as outras mulheres, parece que só tem você aqui. Para de ser boba.

– Tudo bem Emy, eu entendi. Emy... - Regina chamou a amiga.

– Sim.

– Obrigado.

– Pelo que?

–Por ser minha amiga.

–Imagina Re... Mas me fala, porque se mudou para cá?

– Eu queria recomeçar sabe? E a Califórnia me pareceu o local ideal para isso.

– Você está certa, amiga.

A conversa seguia tranquila até que ouvem Olivia correndo gritando.

– Tia Regina... – Ela chega até Regina e a abraça.

– Oi garotinha, como você está hoje?

– Eu estou bem. - Ela sorri para a morena. Eric vinha andando logo atrás, Emily cutucou Regina e saiu.

– Oi. - Disse ele timidamente.

– Oi. - Ela respondeu olhando em seus olhos profundos.

Eric tinha o cabelo preto meio arrepiado e seus olhos eram azuis escuros. Olivia por sua vez, tinha os cabelos claros e os olhos do pai.

Eles ficaram se olhando por um tempo até que Olivia quebra o silêncio.

– Tia Regina eu vou poder montar hoje?

– Hoje não querida, infelizmente precisaremos de um pouquinho mais de tempo.

A menina choramingou em derrota e a morena riu.

– Amor essas coisas levam tempo. - Disse o pai.

O olhar de Eric cruzou com o de Regina e ela sentiu um leve arrepio percorrer sua espinha.

– Storybrooke

– Emma, você não acha que o Henry anda muito cabisbaixo?

Disse Snow pousando uma xicara de chá sobre os lábios.

– Olha... Eu odeio dizer, mas acho que ele sente falta da Regina.

– Por mais que a Regina tenha feito coisas... Não podemos ignorar o fato de que ela cuidou do Henry por dez anos. Ela ainda é mãe dele.

Emma se mexeu desconfortável na cadeira, ela sabia que sua mãe estava certa. Mesmo que ela não gostasse do fato, Regina tinha criado Henry. Tinha coisas que só a Regina poderia fazer por ele.

– Talvez... Eu devesse leva-lo para vê-la...

– Você tem certeza Emma? Eu não sei se...

– Olha Mary, eu sei o que a Regina fez e sei que ela não é a melhor pessoa do mundo. Mas Henry está deprimido e nós temos que pensar no que é melhor para ele.

– Você está certa...

– Eu vou lá em cima falar com ele.

Emma subiu as escadas e foi para o seu quarto. Ela se encostou na porta e a cena que viu partiu seu coração.

Henry estava de costas para ela deitado na cama segurando uma foto, quando ele exasperou um soluço ela pode notar que ele estava chorando.

– Henry... – Ela chamou calmamente e adentrou o quarto. Ele se sentou rapidamente enxugando as lágrimas e enfiando a foto debaixo do travesseiro.

– Sente falta dela né?

Ele assentiu com a cabeça e ela percebeu que era o máximo que conseguiria. – Eu estava pensando.... E se a gente fosse fazer uma visita pra sua mãe?

Ele pulou da cama rapidamente e a abraçou.

– Obrigado, mãe!

***

Após várias batidas e tocadas na campainha e nada eles resolvem entrar. Para sua surpresa a porta estava aberta. Eles chamaram por Regina e nada. Procuraram em todos os cômodos da casa e nada.

Henry foi até seu antigo quarto e notou ele completamente arrumado e suas coisas todas guardadas em caixas. Porém algo lhe chamou mais atenção, uma carta em cima de sua cama.

Querido Henry

Sinto muito por ter lhe deixado, mas eu tive que partir. Eu espero que você me entenda, caso um dia procure por mim. Eu te amei de forma egoísta, mas percebi que isso não lhe fazia bem. Infelizmente eu nunca posso te dar o que você quer e merece. Não posso dar a família que você quer, não posso mudar meus atos e meus erros do passado.

Eu queria desesperadamente merecer o seu amor, mas não sou digna dele. Eu sabia que me deixaria quando a maldição quebrasse e eu temia que isso acontecesse, mas o que eu realmente não tinha percebido era que você já tinha me deixado, no seu coração.

Ver você partir doeu, mas ver que você estava melhor sem mim doeu mais ainda. Eu perdi tudo, eu apenas ficaria numa casa vazia no qual me traria lembranças devastadoras que partiriam ainda mais o meu coração escuro e quebrado que ainda bate em meu peito.

Somente Deus sabe a dor que eu estava sentindo, se ele ainda tivesse pena e misericórdia da minha alma ferida.

Eu sei que muitas vezes te fiz sofrer de mais, fico imaginando você sofrendo na solidão. E posso dizer que me arrependo. Eu achei que eu fosse o suficiente para você, mas eu nunca fui e eu nunca seria não é?

Tudo que eu queria para você é a sua felicidade. Desde quando eu peguei você em meus braços, eu te amei. Você era o meu pequeno príncipe e sempre será, o único que acreditava em mim e com o passar do tempo desistiu como os outros.

Lamento que eu tenha errado tanto a ponto de deixar você pensar que eu não te amasse e mesmo eu lhe amando.

A maior prova de amor eu te dou agora meu pequeno príncipe, abro mão de você para que você seja feliz. Sei que você me vê como a rainha má e eu fui ela por muito tempo, mas ela não é quem eu realmente sou.

Eu guardei suas coisinhas tudo em caixas e coloquei o nome em tudo. Lembra do seu ursinho Booby? Mesmo você dizendo que era velho de mais eu sei que você ainda o pegava para dormir quando tinha pesadelos.

Eu espero que não se importe, mas esse eu peguei para mim. Para que meus dias não sejam tão sombrios e eu tenha um pouco de você em mim. Você provavelmente nunca mais me vera de novo, fiz isso por você meu menino doce.

Agora pode ter a vida que quer e merece, eu te amo. Abri mão das minhas memórias, pois se não eu não poderia deixa-lo sem me sentir culpada por isso cada dia da minha vida. Infelizmente isso só me faria me sentir pior.

Adeus, meu pequeno príncipe.

Mamãe.

Após Henry terminar de ler a carta, lágrimas escorriam pelo seu rosto sem parar. Emma procura pelo filho pela casa e o vê na cama segurando a carta em suas mãos e suas coisas em caixas.

– Wow, o que aconteceu?

– Nada. Vamos embora. - Disse Henry friamente.

– Hey kid, o que está acontecendo?

Ela colocou a mão sobre seu braço o virando para ela. Suas lágrimas desciam como cascatas.

– Ela foi embora. Ela me deixou porque pensou que eu não a amasse. Isso é tudo culpa minha.

– Hey... Não é sua culpa querido...

– É sim! Eu a vi como a rainha má que todos desprezavam e esqueci que ela era minha mãe. Pensei que ela não me amasse, sendo que ela fez de tudo por mim. A culpa é toda minha eu te trouxe de volta e a tirei da minha vida... Eu só quero ficar sozinho.

Ele gritou e correu para fora da casa. Não havia nada que a loira poderia fazer, apenas deixa-lo ter o tempo dele.