Os Exorcistas - Interativa escrita por Rorschach


Capítulo 2
A Ordem


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, acabou que eu tive que viajar essa semana ;-;
Mas, sem enrolar muito, espero que gostem do capítulo õ/
Aliás, cada capítulo vai ter 2 ou mais personagens de destaque, por isso não se preocupem se o seu personagem ainda não teve um destaque muito grande, alguma hora ele vai ter, sério :v



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Assim que Andrew desceu do táxi, teve que andar pouco pelas ruas cobertas de neve da região montanhosa, subiu e desceu alguns morros até que conseguisse ver o enorme castelo que se erguia a sua frente, próximo e tão alto quanto os picos das montanhas além. A sede d’A Ordem era originalmente um castelo medieval, onde era possível ver todas as quatro imensas torres que faziam sua proteção. A escolha pelo castelo como sede se deu devido ao amplo espaço interno, a Bergfried do castelo possuía cerca de seis ou sete andares de altura, sendo a maior e mais alta parte do castelo, originalmente esse espaço serviria como último recurso no caso de uma invasão, mas a muito tempo atrás deixou de ter essa finalidade, e passou a ser a moradia d’Os Exorcistas.

O castelo, apesar de um pouco acabado pelo tempo, era fortificado de todas as maneiras possíveis, e essa era apenas a sede da Ordem na Alemanha, segundo registros, existiam outras sedes em várias partes do mundo, como a Inglaterra, Espanha e, segundo livros, uma próxima ao Vaticano. Claro, todas muito bem escondidas dos olhares de curiosos. E essa não seria diferente, a sede na Alemanha se encontrava em uma pequena cidade do interior, antigamente, aquele castelo pertencera a um rei e Exorcista que todos chamavam de O Rei Sábio. Histórias contam que seus antepassados foram os fundadores oficiais da Ordem, mas dizem que ele desenvolveu milhares de formas de proteção contra os mais terríveis monstros de sua época, e ainda era um exímio lutador, tendo vencido grande – se não todas – as batalhas que enfrentou em seu tempo, sempre se usando da sagacidade, da inteligência e do carisma. Infelizmente para a Ordem, ninguém vive para sempre, e isso também ocorreu com o Sábio, mas antes de falecer, ele passou a frente todas as suas técnicas, que foram escritas em pequenos pergaminhos. Alguns foram recuperados pela ordem, outros, espalhados pelo mundo.

Porém, o espaço interno não era o único motivo para que aquele castelo se tornasse uma das sedes. Feitiços e talismãs de proteção foram feitos e colocados nas estruturas do castelos, e corriam por entre as paredes como seu próprio sangue, nenhuma criatura jamais conseguiu chegar nem ao menos perto da região do castelo durante os seus vários anos.

Andrew parou por alguns segundos, apenas para observar mais uma vez o tamanho e a beleza daquela construção, e se permitiu sorrir depois de um longo tempo de viagem, pensando que finalmente estaria em casa. Aquela era a única casa que ele conhecia. E como Exorcista, provavelmente seria a única.

Ele voltou a caminhar pela estrada, que possuía uma fina camada de neve, como uma segunda pele, toda a paisagem ao seu redor era um branco tão branco que nem o topo verde das várias árvores – principalmente pinheiros – daquela região conseguiriam destoar-se. Era inverno, e o frio era rigoroso naquela região.

Apesar disso, isso não poderia ser dito do seu uniforme, era uma blusa de manga longa na cor preta, com o símbolo da Ordem bordado no peito esquerdo, sobre o coração. O Símbolo da ordem era uma flor, mais especificamente, uma flor de Lótus. A Lótus representada no uniforme de cada Exorcista tem seu significado – a pureza espiritual e a natureza que não pode ser maculada. E assim deveria ser o Exorcista que carregasse esse símbolo no peito. Trajava ainda calças reforçadas – também na cor negra – para suportar o frio daquela região e o calor das batalhas quando o Exorcista saia em missão. Por cima disso, usava apenas um sobretudo – como sempre, negro. Todas as peças de roupa com detalhes em prata, os detalhes do sobretudo davam a volta em linhas retas nas omoplatas e desciam até a borda do sobretudo, esses detalhes davam um ar sobrenatural ao uniforme.

Andrew continuou caminhando, sentindo o frio aumentar contra seus membros, suas mãos já estavam doloridas e dormentes, e suas pernas ficavam cada vez mais pesadas. A cada respiração era possível ver o vapor que se condensava a sua frente, mas isso não o incomodava, ele gostava daquele vapor, o fazia se sentir quente ao redor de tanto frio. Ele colocou por fim as mãos nos bolsos do sobretudo, e apertou o ritmo da caminhada, na sede da Ordem ele sempre se sentia quente.

Chegou ao imenso portão de ferro que era a entrada, e gritou:

— Jonas, eu cheguei!

O imenso portão de ferro levadiço desceu com seu habitual ranger de sempre, quando terminou de baixar ao todo, Andrew caminhou a passos largos pela entrada, e cumprimentou com um aceno de cabeça o responsável pelo portão – Jonas – um homem com seus cinquenta ou sessenta anos, com os cabelos começando a se tornarem grisalhos, as feições sérias, e a enorme barba que apesar de negra, havia se tornado branca devido a neve. Era o tipo de homem que já havia visto muita coisa da vida, e por isso se mantinha em silêncio, ao menos que fosse questionado. Foi afastado do serviço como Exorcista devido a um incidente que custou seu braço direito, mas pela sua história e seu amor a Ordem, ele permaneceu naquele lugar, como um faz-tudo, e agora, ele tomava conta do portão de entrada.

Andrew continuou caminhando pelo pátio, onde era possível ver basicamente toda a extensão do castelo, sua fonte, os estábulos – agora vazios – e as imensas torres. Chegou à porta da Bergfried, onde tocou algumas vezes na porta, sentindo nos dedos a dormência e o incômodo do ferro contra a pele fina. A porta se abriu, e finalmente Andrew estava em casa.

O ambiente era o mesmo daquele quando Andrew saiu, vários Exorcistas cantavam e bebiam, enquanto outros em cima de extensas mesas tocavam seus instrumentos de forma desafinada, mas feliz. A cena poderia estranhar no início, mas quando você pode morrer a qualquer momento em uma missão, você tem poucas alternativas.

Ou você vive a vida. Ou morre amargurado com a injustiça dela.

E Os Exorcistas seguiam a regra do Carpe Diem desde que Andrew se lembrava, e isso havia sido a muito tempo. Tanto seguiam de fato essa ideologia que uma placa de concreto talhado com uma parte das inscrições de Horácio era possível ver assim que se entrava no salão, sobreposta sobre a enorme lareira:

“[...]Enquanto estamos falando, terá

fugido o tempo invejoso; colhe o dia, quanto menos confia no de

amanhã.”

Andrew não conseguiu evitar sorrir ao olhar para aquela placa.

Ele começou a caminhar por entre as pessoas, tinha ali vários amigos, mas não deu muita atenção ao pessoal, ele havia chegado depois de uma longa viagem, e estava mais do que na hora de descansar se pudesse. Ele subiu as escadas, até o segundo andar, e parou novamente observando a cena, dessa vez se apoiando com ambos os braços em uma das muretas que ligavam as pilastras que sustentavam toda aquela estrutura.

[...]

Elizabeth estava no meio daquela enorme confusão que havia se tornado a festa, hoje em especial, eles haviam recebido novos membros, e por isso a situação estava um pouco pior do que o normal, homens e mulheres, brancos, negros e amarelos, todos Exorcistas, compartilhando da mesma bebida e comida.

No meio da confusão ela viu pela primeira vez, depois de alguns dias, Andrew. Subindo as escadas, e ainda com o uniforme da Ordem, e não pode deixar de abrir o maior sorriso que passou pelos lábios durante tanto tempo sem ele. Lógico, a Ordem era como uma família para ela, e por isso ela tinha várias amizades, mas Andrew era especial. Ela havia crescido na Ordem junto com ele, ambos sem família, e isso havia os aproximado.

Elizabeth foi até o bar, e pegou duas garrafas de cerveja, e começou a subir as escadas em direção a Andrew, que estava parado no segundo andar, observando a festa de cima. A poucos metros de Andrew foi finalmente possível ver a sua aparência por completo, a pele alva, coberta pelo manto negro dos Exorcistas, não era possível ver os músculos que ficaram sobressaltados e rígidos depois de anos de treinamento, mas o cabelo vermelho e bagunçado, com as bochechas extremamente coradas devido ao frio que pegou enquanto caminhava até aquele lugar, os olhos azuis como a água do mar báltico e aquele brinco que Elizabeth achava extremamente incômodo na orelha eram fáceis de se reconhecer.

— Ei, não vai aproveitar a festa? – disse ela.

— Ah, Liz, é você – respondeu ele, quando ouviu a voz dela, primeiro foi tomado de surpresa, mas depois um sentimento de felicidade o cobriu inteiramente, era uma voz nostálgica.

— Então, não? – perguntou ela, dando uma das garrafas de cerveja a ele.

— Daqui a pouco – disse enquanto pegava a cerveja, mas ainda com o olhar na festa.

Teoricamente, por ser menor de idade, Andrew não poderia beber, e muitas vezes já havia sido repreendido pela própria Elizabeth que não deveria, mas hoje ela havia decidido abrir uma exceção.

Carpe Diem.

— Então, e a missão, o que era? – perguntou ela.

— Nada demais, só um miserável que fez um pacto com vai saber quem.

— Um endemoniado, então?

— Sim, como eu disse, nada demais.

Elizabeth se apoiou também na mureta onde estava Andrew, e passou a observar a festa que ocorria lá embaixo.

— Você tem que tomar cuidado Andrew, mesmo as coisas mais simples podem ser perigosas quando se é um Exorcista.

Andrew permanecia sem olhar para ela, e apenas fixou seus olhos na placa de concreto com as inscrições de Horácio.

— Tem razão – disse por fim – mas hoje eu não quero falar disso – sorriu para Elizabeth e só então olhou de verdade para ela – a propósito, eu fiquei só umas semanas fora, como você ficou tão bonita? – disse em tom de brincadeira.

Ela não respondeu, apenas se movimentou lateralmente, tocando Andrew com o ombro direito, enquanto bebericava a cerveja com um sorriso.

Elizabeth era uma jovem esguia com os seus 19 anos, magra e esbelta, com os cabelos ruivos, tal qual os de Andrew, que chegavam até os glúteos, a pele era extremamente alva e lisa, e seus olhos verdes piscina realçavam ainda mais a beleza, seus lábios e a pele das bochechas eram rosados, talvez naturalmente, ou então por culpa da bebida. Tudo nela era belo, até mesmo as sardas no nariz. O uniforme preto fazia o contraste com a pele alva, acentuando ainda mais as curvas e os belos traços dela.

Andrew não estava brincando.

— É bom ter você de volta – disse Elizabeth.

— Sim, é bom estar de volta.

Eles brindaram com as garrafas e sorriram.

— Acho melhor voltarmos pra festa – disse.

— Ok. – disse se afastando da mureta –, e provavelmente o Alexander vai ficar bravo se demorarmos muito.

E eles estavam certos.

— Onde você estava? – perguntou Alexander se dirigindo a Elizabeth, ele não tinha visto Andrew ainda.

Alexander era um homem gentil porém rigoroso, tinha os seus 20 e tantos anos, e os cabelos curtos e escuros, era musculoso e com o rosto angular e forte, era o tipo de pessoa que dificilmente passava despercebido em qualquer lugar, devido ao grande porte físico e o rosto marcante. Ele talvez fosse a melhor pessoa em que o uniforme se encaixava, e esse mesmo uniforme parecia nele uma roupa militar.

— Desculpe Alexander, eu estava com o... – Elizabeth começou a falar, mas logo foi interrompida por ele.

— Não interessa, ali estão os novatos – disse apontando para uma mesa mais afastada do imenso salão – vai lá e explique a eles como a cerimônia de amanhã vai ser realizada – e saiu se afastando a passos largos.

Elizabeth caminhou até a mesa, onde estavam sentadas 4 ou 5 pessoas. Um garoto – que Elizabeth não pôde deixar de perceber que era bonito – estava sentado distraidamente em um dos bancos da mesa, enquanto mexia o dedo indicador por cima de seu copo – provavelmente de Whisky – fazendo com que o líquido que estava dentro do copo rodasse em uma espécie de pequeno redemoinho.

Sem encostar no copo.

Elizabeth não se assustou, apenas se aproximou do jovem, que parecia ter seus 18, talvez 19, anos. Tinha os olhos puxados, provavelmente teria descendência asiática, Japão ou Coréia talvez. Tinha um rosto que ao mesmo tempo era fino porém com uma aparência selvagem, as sobrancelhas grossas e negras estavam muito bem delimitadas sobre os olhos escuros como a própria noite, o rosto, sem marcas – Elizabeth ficou com um pouco de inveja dele nessa parte – ou cicatrizes, possuía a pele alva e os cabelos de um negro quase da cor dos olhos caíam pelos lados da cabeça, como uma touca.

— Então – se dirigiu Elizabeth a ele, com o sorriso mais cordial possível – você é um dos novatos?

Ele olhou para ela com uma indiferença gelada, observando Elizabeth da cabeça aos pés, como se a julgando mentalmente se seria merecedora de resposta.

— E você seria quem mesmo? – perguntou ele. Não tinha o costume de ser gentil com os desconhecidos.

Enquanto ele falava, os dentes muito brancos e alinhados – exceto pelos caninos afiados – podiam ser vistos sobre os lábios. Elizabeth estranhou a resposta, porém continuou:

— Elizabeth, muito prazer. E você seria?

— Aislen. – disse, ainda com o ar de indiferença.

Ele voltou a ignorar Elizabeth, e essa, por sua vez, teria que falar com as outras pessoas na mesa. Embora não tenha precisado.

— Winter. Halle Winter – disse uma jovem sentada ao extremo oposto do jovem com que ela havia acabado de falar.

A jovem era, na visão de Elizabeth, tudo que ela gostaria de ser quanto tinha aquela idade. A jovem – ou Halle, como ela se apresentou – apesar de ser nova, com seus 15 ou 16 anos, possuía longos cabelos negros, que chegavam até a cintura, como cascatas, com uma acentuada curva no final, o que fazia parecer ainda mais com uma cachoeira de cor negra, seus olhos, azuis – apenas um pouco mais fracos do que os de Elizabeth – brilhavam como orbes em contraste com a pele alva e os lábios finos e avermelhados.

Antes que Elizabeth pudesse responder, a menina se levantou e foi em sua direção, Elizabeth ficou esperando alguma coisa, mas a menina passou direto por ela, e foi em direção a Andrew, que Elizabeth nem percebeu que estava as suas costas. Halle se virou antes de chegar a Andrew, e olhou para Elizabeth.

— Ele não é seu namorado, é? – acrescentou com um cochicho.

— Não, não é.

A menina segurou a mão direita de Andrew – que não estava entendendo nada – com ambas as suas e disse:

— Ei, quer dançar? Eu chamei ele – apontou para Aislen e fez uma careta – mas ele disse que não estava afim.

Andrew olhou para Elizabeth sorrindo, ainda sem entender muito bem o que se passava.

— Claro – disse ele com um sorriso – por que não?

Eles saíram para outro lugar, deixando uma Elizabeth um pouco perplexa para trás, com Halle levando Andrew pelas mãos, enquanto conversavam, provavelmente iriam para um lugar onde fosse mais fácil ouvir a música e dançar. Elizabeth saiu de seu estado de perplexidade, se lembrando do lema não-oficial da ordem. Carpe Diem.

E aquela menina representava bem esse lema.

Elizabeth se virou novamente para a mesa, e percebeu que havia mais duas pessoas, ambas conversavam animadamente sobre sonhos – o que deixou Elizabeth um pouco confusa –, até que uma delas percebeu que Elizabeth ainda estava ali, e então sorriu para ela dizendo:

— Acho que ela é um pouco animada demais – disse, se referindo a Halle e sorrindo. – Prazer, meu nome é Hazel, e essa é Aurora – disse apontando para a garota a seu lado.

— Elizabeth, muito prazer.

— Porque não se senta? – disse Aurora.

— Ah, sim, desculpe – disse Elizabeth, sentando-se ao lado de Hazel.

— Pode me chamar me Hazzie, se preferir – disse a outra.

Hazel era esbelta, e aparentava ter uns 18 anos, seus cabelos negros caiam pelas costas da maneira mais bela possível, e era difícil achar adjetivos que representassem de forma fiel e perfeita toda a beleza dela. Sem dúvidas, Elizabeth achava que ela era uma das mais belas jovens que já havia passado na Ordem. Era alta, e todas as curvas do seu corpo eram acentuadas de forma sutil, talvez pelo tempo que havia praticado esportes e atividades físicas de todas as maneiras. Sua pele extremamente branca em contraste com as roupas negras era outro ponto que deve ser citado. A cor da pele fazia contraste com seus olhos e seus lábios, esses, por sua vez, em um tom avermelhado natural, que formavam um sorriso abusado e autoritário enquanto não falava.

Aurora, por outro lado, era mais parecida com boneca em tamanho real, era esbelta e magra, apesar de ter muitas curvas, que com certeza chamariam a atenção de qualquer homem, possuía longos cílios e a pele um pouco bronzeada – o que era difícil de se encontrar naquele lugar – era, porém, um pouco mais baixa que Hazel. Os cabelos castanhos desciam pelos ombros até o quadril, onde formavam-se cachos na extremidade. Seus olhos eram castanhos e grandes apesar de um pouco puxados – não tanto quando os de Aislen –, provavelmente essa característica, diferentemente dele, tenha sido apenas um capricho de Deus, algo para deixa-la ainda mais bonita do que seria se não possuísse esses olhos. Seus lábios apesar de pequenos eram carnudos e possuíam o mesmo tom avermelhado de Hazel, com a diferença de ter uma pequena cicatriz no lábio inferior, algo pequeno, que Elizabeth só notou depois de algum tempo.

Elizabeth e as meninas ficaram conversando por bastante tempo, explicando para elas – e para Aislen, que ainda mantinha uma indiferença notável no rosto – como funcionaria a cerimônia que ocorreria amanhã, até que ela olhou para o relógio e percebeu depois de algum tempo que a festa já estava acabando, eram quase duas da manhã e ela nem havia percebido o tempo passar, e amanhã todos teriam que acordar cedo para o evento. Todas se despediram, e só então Elizabeth percebeu o quanto estava cansada, foi direto para o quarto, rezando para que Andrew tivesse explicado a cerimônia para a novata que foi dançar com ele.

[...]

Aurora entrou pela primeira vez no seu novo quarto, era um lugar bem arejado e iluminado – apesar de estar em um castelo – tanto durante a noite como durante o dia, não poderia esperar muito de uma decoração, ela mesma teria que fazer, já que o quarto não tinha praticamente nenhuma. Ao entrar pôde apenas perceber uma cama, um armário de pequeno porte e uma escrivaninha que ficava ao lado da cama. Por ser um castelo originalmente, todas as paredes eram em pedra, o que dava um clima muito frio e rústico ao local.

Assim que colocou os pés depois da porta, Aurora olhou para a cama como quem olha para uma pessoa que não via há anos, hoje havia sido um dia cansativo, e provavelmente amanhã seria muito pior. Ela deitou-se então, e adormeceu na mesma hora, esperando finalmente ter uma boa noite de sono.

Porém não foi isso que aconteceu.

Aurora se debatia debilmente na cama, e acordou de súbito, com os lençóis brancos da cama ensopados de suor, arrastou-os para longe, e buscou freneticamente em seu quarto, até encontrar sua mochila, e dali tirou um pequeno diário. Começou a folhear freneticamente o pequeno caderno até achar uma folha em branco, onde começou a desenhar tão rápido que nem mesmo sabia como ou o que desenhava.

Ainda estava arfando e suando quando terminou de desenhar e passou os olhos pelo diário. Os traços, que normalmente eram belos, estavam tremidos, e quando ela colocou os olhos no desenho, sua expressão foi de pura perplexidade, aquilo não poderia acontecer.

Aquela visão tinha que estar errada.


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Notas finais do capítulo

Pessoal, espero que tenham gostado do capítulo, eu não sou muito de enrolar, e curto muito ação, mas logo no começo é difícil fazer algo assim, então espero que consigam esperar mais um ou dois capítulos até a porradaria comer solta de verdade :v
Outra coisa, eu ainda estou me adaptando aos personagens que vocês mandaram, então esperem um pouco se a representação não foi aquilo que vocês esperavam, é a minha primeira fanfic anyway, ninguém nasce sabendo –q
Mas lembrando que críticas construtivas são sempre bem vindas, então, podem falar o que querem que melhore e tals, isso ajuda MUITO.
E claro, se gostaram, comentem, é muito bom para a história, e claro, para o autor. Comentem nem que seja um “yeah, cool”, ou qualquer coisa, sério. Comentem õ/
Ps: A explicação sobre a questão dos poderes e tal, vai estar no próximo capítulo õ/