Cartas que Nunca Vou Mandar escrita por Caru


Capítulo 2
Para F


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



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Agora faltam doze semanas para nos separarmos de vez e me sinto como a mesma novata exposta e solitária de quando nos conhecemos. Sinto sua falta. Gostei de ti desde o dia em que nos conhecemos e me permiti pensar que teria uma amiga naquele lugar que era novo para nós duas, mas estava enganada. Aquele foi um ano solitário, e perdia minha confiança de maneira extremamente rápida.

Porém, de alguma forma que ainda não consigo entender, ficamos inseparáveis no ano seguinte e deve ter sido quando comecei a me apaixonar. Tu eras tudo o que eu queria ser apesar de termos tanto em comum. Teus olhos verde-mel (ainda mais lindos ao sol), teus cabelos dourados cacheados tão perfeitos, tu eras bailarina e balé foi minha primeira paixão, para completar tinhas um avô europeu e eu amava o Velho Mundo. Acima de tudo tu eras doce.

Eu ainda não tinha percebido que estava apaixonada, não percebia que eram ciúmes que me faziam odiar suas outras amigas (ao contrário de mim, tu tinhas várias).

Então fomos separadas e tu logo me superaste.

Aquele foi um ano ainda mais solitário, afinal não é fácil voltar a estar só depois de ter a melhor companhia. Sei que foi culpa minha. Sempre amei o impossível.

Sempre que eu estava a ponto de desistir de ti, vinhas falar comigo e parecia que nada mudara, minhas esperanças de ter meu amor correspondido eram insensatamente renovadas. Então te via partir de novo. Sou incapaz de dizer quantas vezes isso se repetiu. Mais de uma vez te evitei, chegando a te tratar rudemente. Perdoe-me. Sentia-me destruída demais para suportar passar tudo de novo. Ainda não entendo como mantive minha sanidade.

Nos períodos que não passava te evitando, imaginava futuros pra nós. Criei um lugar perfeito para onde fugíamos quando a pressão aqui ficava insuportável. De tempos em tempos acreditava que poderíamos ser felizes juntas. Entretanto o mais comum era me sentir ridícula, afinal, sempre soube que esses projetos não passavam de castelos no ar e, se eu me declarasse, perderia qualquer chance de passar qualquer tempo com você, pois teria seu ódio.

Tudo que eu queria era ser tua amiga, sem dúvidas, sem culpa, sem ciúmes e que tua amizade me bastasse. Ou ser boa o suficiente ao menos um instante, apenas por um beijo.

Com toda a nostalgia e amor

Da tua maior fã


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