The Alice Heart escrita por Mei Nori


Capítulo 8
Suspiro Verde.


Notas iniciais do capítulo

Heey!~
Eu tenho um pouco de medo do meu eu que escreve esse tipo de capítulos. Eu ainda não fiz uma grande correção, faço isso mais tarde.
A anta aqui se atrasou e não pode mais postar o capitulo programado. Ótimo. T-T
Enfim, boa leitura!



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...

A vila era simples, não tinha nada que realmente chamasse atenção. Eu desci do ônibus e comecei a andar pela pacata cidadezinha.

Estava tudo bem quieto, exceto pelo barulho de insetos que me perseguia desde que tinha entrado naquela estrada gigantesca. Tinha poucos moradores fora de casa, era incrível como até eles eram de tons esverdeados.

Era tudo bem bonito, parecia uma cidade de brinquedo. As casas eram bem cuidadas, os vizinhos se cumprimentavam... Quem dera o mundo normal ser assim.

Toda a calmaria durou pouco, foi interrompida com um alto e agudo grito vindo de uma clareira no meio do bosque da esquerda.

Eles se desesperaram e saíram correndo de um lado para o outro, era assustador. Falavam coisas incompreensíveis, se batiam, caiam... O que parecia uma utopia tinha se tornado em um lugar de completo caos.

Uma garotinha de cabelos esmeralda na altura dos ombros saiu do bosque, desesperada. Ela parecia assustada, como se tivesse visto um monstro. Ela chorava desesperadamente e foi correndo até sua mãe que estava em uma cadeira de rodas.

Sua mãe não parecia muito feliz com a presença dela. Seus olhos demonstravam medo e horror, não o amor que seria comum de uma mãe.

– Vá para casa. Eu já te disse que você não deve sair em busca de seu pai. – A mulher quase idosa disse para a filha em um dialeto estranho, mesmo assim, eu entendia tudo.

Eu realmente achei que seria uma péssima ideia entrar na clareira para ver o porquê dela ter gritado. Eu realmente pensei na probabilidade de morrer, entretanto, eu queria ver com meus próprios olhos o que tinha acontecido.

– An... Senhorita? – Uma mão realmente gelada tocou meu ombro. – Você sabe o que aconteceu?

Virei apenas para dar de cara com outro garotinho de cinco anos com cabelos ruivos e olhos violeta, partindo para o rosa. Ele era bem diferente dos outros, não parecia nem um pouco verde ou usava algo que lembrasse a cor. Talvez ele fosse de outro lugar, eu não sei dizer.

– Aparentemente uma menina saiu em busca do pai e acabou vendo algo que não devia. – Falei.

O mais estranho da situação era que: Mesmo eu não tendo a menor ideia de que língua era aquela, mesmo não sabendo falar uma palavra, eu pude responder normalmente. Como se eu soubesse.

– Ah claro. É normal dela. – Ele disse meio chateado. – Você pode me levar até lá?

– Hein? Eu acabei de dizer que ela viu algo que não devia e mesmo assim você quer ir? – Perguntei surpresa.

– Eh, bem, sim. – Ele desviou o olhar, como se estivesse procurando algo.

Eu não era irresponsável a ponto de levar uma criança que eu nem conheço para um lugar que com certeza seria perigoso, no entanto, ele parecia estar bem decidido em ver o que estava lá.

Eu conhecia as crianças, sabia que mesmo que eu não o levasse, ele iria até lá. Por isso preferiria leva-lo comigo, pelo menos assim eu poderia protegê-lo.

– E sua mãe? Não pode pedir para ela? – Insisti ainda preocupada com a ideia de leva-lo.

– Haha, é uma piada? – Ele riu. – Você realmente acha que eu tenho uma mãe? Aqui?

Me senti idiota por um momento, aparentemente era uma pergunta muito idiota. Mas afinal, por que diabos ele não tinha um responsável?

Ao observar um pouco minha cara, ele sorriu percebendo que eu realmente não era daqui.

– Bem, Senhorita.. Se é que devo te chamar assim. – Falou curvando-se um pouco. – Vejo que não é daqui mesmo. Acho que você não percebeu, eu não sou daqui. Vim de outra cidade, em busca de uma pessoa.

– Eh... Então você não é uma criança? – Tudo aquilo estava me confundindo muito. – Para estar procurando alguém com essa idade... É perigoso ir sozinho.

– Esta louca? Claro que sou. – Ele disse caçoando de mim. – Sou responsável pelo o que eu posso ter provocado, só isso.

– Me desculpe. Tudo é muito estranho para mim, ainda não entendo muita coisa. – Suspirei. – O que esta procurando? Ou melhor, quem esta procurando?

– Minha irmã. Ela sumiu faz um tempo, acredito que ela estava fugindo da Rainha Alice.

“Alice” Já tinha ouvido isso antes. Ela era tão má assim? Por que alguém estaria fugindo? Não podia ser alguém tão cruel assim, o povo já teria se revoltado. Todavia, para ser sincera, eu mesma não tinha ideia de como sabia de todas essas coisas.

Alice? – Inquiri. – Desculpe a pergunta, mas, o que “Alice” fez de tão ruim para sua irmã querer fugir dela?

– Oh, ela matou Alice! Ela também acabou com a caixa de brinquedos duas vezes! Sem contar todos que ela julgou inúteis e simplesmente assassinou, no entanto, essa parte não é confirmada.

O garotinho falou isso com tanta calma e naturalidade que chegou a ser assustador. Uma criança acostumada com essas coisas, isso era horrível. Era extremamente cruel. Eles não deviam se preocupar com isso, apenas deveriam ser crianças.

Permaneci em silencio durante um bom tempo. Até que aquele ruivinho sorridente de aparência levemente doentia disse “Vamos?” e eu não hesitei mais.

A clareira não parecia ser tão longe quando realmente era, demoramos uma boa meia hora para chegar. No caminho haviam varias coisas absurdas como restos de aborto, olhos e muitas maquinas. Meu estomago doía ao lembrar-me delas, eu prefiro não deixar isso muito claro.

Diferente das outras vezes, eu não me espantei em ver um cadáver aberto de uma menina ruiva e de olhos arroxeados. Meio que eu já esperava por uma coisa dessas.

Ela estava toda aberta e pendurada nas arvores com seu próprio intestino. Seu rosto estava mostrando o medo e a dor que sentiu no momento que morreu. O cheiro estava pior que os outros, parecia que tinha sido jogada ali a dias. No entanto, o cadáver não estava se decompondo. Poderia se dizer que tinha sido um crime recente.

A visão não era das melhores, e mesmo não estando assustada como das outras vezes, eu sentia vontade de vomitar. Ver crianças mortas era quase um passatempo nesse lugar, eu via gente sendo morta em todos os lugares, das maneiras mais cruéis e perturbadoras possíveis.

O garotinho também não pareceu se espantar. E, sinceramente, duvido que ele estava assustado com aquilo.

– Como você é idiota irmã. – Negou com a cabeça mostrando desaprovação.

Depois daquilo eu já não sabia o que dizer. Podia muito bem ser uma brincadeira, de muito mau gosto, mas ainda assim um brincadeira.

– Eu já havia avisado para você não seguir para um lugar claro, era obvio que ela iria de encontrar. – Completou.

Em questão de segundos um par de orelhas de rato surgiram na cabeça dele junto de um rabo da mesma espécie. Ratos são nojentos, e carniceiros. Aquilo era agonizante, nojento.

Ele começou a comer sua própria irmã, se sujando inteiro com o sangue fresco. Ele queria os restos, não se importava que aquilo, pelo menos um dia, tinha sido sua irmã. Muito menos que aquilo eram pedaços de uma chacina.

Novamente eu estava caída no chão enquanto vomitava. Nojento.

Eu respirei fundo três vezes, não queria ficar ali. Depois sai o mais rápido possível pensando na possibilidade daquele rato resolver me seguir. Felizmente isso não aconteceu, ele continuou lá com seu banquete. Ugh.

...


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Gostaram? :3
Sim, eu escrevi essa coisa meio apertada. Sim, eu estou com medo de mim por ter escrito isso.
Desculpe por não falar muito aqui, é que eu estou correndo contra o tempo. E claro, me desculpem por não ter postado semana passada, sabe, Halloween e muitos trabalhos...
Cara, sinceramente, eu não gostei muito desse capitulo. Além dele focar muito em histórias sem sentido, ele não é exatamente o tipo de capitulo que eu gosto. Para mim ele esta muito comum, espero que entendam que eu estava muito apressada para deixar isso melhor. Prometo que os próximos estarão melhores!(Até porque o próximo é um dos meus favoritos ♥)
Beijins e Sayooo~