Atenção escrita por Thalita Moraes


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Hi o/

Eu estou dando uma segunda chance às minhas ideias e vou lentamente terminar todas as histórias que eu um dia comecei. Essa é uma delas.

Espero que gostem.



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Um sonho muito estranho tirou Lucy da cama muito cedo. Pulara da cama ao finalmente abrir os olhos, respirando pesadamente, seu corpo úmido com o suor que se formava lentamente, o coração batendo rápido, a falta de vontade de se mover no escuro.

Assim que acordara, levantara-se rapidamente para acender as luzes, iluminar seu quarto da escuridão da madrugada, sentando-se no chão ao lado do interruptor. Então se abraçara, ainda não conseguindo esquecer-se das imagens pertubadoras que passaram por sua mente há poucos minutos.

Nem fazia muito sentido, para ser sincera. Talvez a adrenalina logo ao acordar estragara tudo, fazendo-a se esquecer muito rápido, mas, mesmo se ela realmente se lembrasse perfeitamente do que sonhara, ainda continuaria não fazendo sentido.

Sonhara com olhos brilhando na escuridão, presas sorrindo, garras esfregando-se umas nas outras. Uma voz grossa falara algo no fundo, mas agora não conseguia se lembrar. Não era como se fosse o pior pesadelo que ela já tivera, acredite-me, ela já tivera piores. Mas era o mais agoniante de todos. A sensação de medo, a escuridão, a agonia, a perseguição, a proximidade das presas, a respiração apertada. Sentia como se alguém tivesse sentado encima de seu peito. Chegava a arder a garganta quando puxava muito o ar.

Fechara os olhos por um segundo e vira novamente as mesmas imagens, a voz ainda mais abafada no fundo. Quando abrira os olhos, pulando mais uma vez, ficou um pouco aliviada ao ver a luz do sol iluminando sua casa. E então, só então, ela percebeu que dormira ali, parada, sentada debaixo do interruptor. Aquele tinha sido o pesadelo mais agoniante que já tivera em muito tempo.

Sem querer perder muito tempo do seu dia, prevendo que acabaria dormindo mais uma vez se ficasse muito quieta por muito tempo, Lucy levantou-se, apagou a luz do quarto e se lavou. Desceu, bocejou e dirigiu-se para a guilda.

—Lucy? — Uma voz alta, aguda, a chamara no meio da rua. Lucy virara seu rosto para ver quem a chamara. — É você mesmo, Lucy?

A voz pertencia à uma menina da mesma altura que Lucy, de cabelo liso escorrido completamente preto que quase não brilhava na luz do sol. Seus shorts curtos mostrava ainda mais a pele branca e a perna fina que tinha. Os olhos azuis estavam animados.

Lucy teve vontade de responder alguma coisa, mas a menina correu até ela e a abraçou não dando tempo de Lucy dizer que ela estava enganada. Não conhecia aquela menina.

—Quanto tempo faz que eu não te vejo! Desde que o tio Jude morrera! Não, antes disso. Você fugiu de casa antes disso, não foi? — A menina falou, deixando Lucy embasbacada. Como ela poderia saber de tanta coisa sobre a vida dela, se mal a conhecia? Aquela menina... realmente conhecia Lucy?

Lucy ainda não tinha conseguido abrir a boca para falar nada. A menina não a deixava. Mas, ela logo percebeu que Lucy estava calada por muito tempo, a olhando quase como se fosse uma desconhecida.

—Você não se lembra de mim?

Lucy quis dizer que não, mas seus olhos ainda estavam fixos nos da menina desconhecida, estava muito distraída para falar. Tinha alguma coisa naqueles olhos azuis... Algo familiar. Somente os olhos. Talvez ela tenha visto aqueles olhos em algum lugar.

—Quando meu pai tinha serviços a tratar com Jude, eu ia com ele até sua casa. Acho que nós tínhamos... oito, não, dez anos. Bríncavamos juntos. Não se lembra? — Conforme ela ia dizendo as palavras, memórias apareciam na mente de Lucy. Imagens eram postas na frente de seus olhos, como fotografias velhas. Imagens rasgadas, falhadas, em preto e branco. Imagens de uma menina segurando a mão dela, correndo, brincando.

A expressão dos olhos de Lucy mudaram ligeiramente.

—Lembra do Jake Madson, o cara que ajudou seu pai a ir à falência?

Ela não precisava de dizer muito mais. Um nome automaticamente lhe veio à cabeça.

—Saphira Madson. — Lucy disse, finalmente lembrando. A menina sorriu.

—Finalmente. Sabe, por um segundo achei que você não ia se lembrar de mim.

—Não acredito que te encontrei aqui depois de tantos anos. Como está seu pai? — Lucy perguntou, sorrindo levemente, ainda um pouco tonta por ver uma velha amiga. Ela ainda não conseguia acreditar no quanto que demorou para se lembrar, e, mesmo assim, ainda não se lembrava de muito. Parecia que suas memórias foram vistas com olhos cobertos com plástico filme. Memórias borradas.

Ela sorria por ver uma amiga do tempo de criança. Aquela amizade que você acaba perdendo por falta de contato. Aquelas amizades que você nunca se lembra do porquê nunca mais se viram novamente.

—Morto. — Saphira deu de ombros. Lucy ficou sem reação. — Um aneurisma. Morreu dormindo.

—Bom, ao menos ele se foi sem sofrer.

—Pois não deveria. Não depois de ter traído minha mãe diversas vezes. — Saphira disse, fechando os olhos, tentando ignorar memórias que não deveriam aparecer em suas mentes. As duas ficaram em silêncio por mais um tempo antes de Saphira resolver dizer novamente. — Mas vamos mudar de assunto, afinal, não vale a pena reencontrá-la somente para falar sobre as coisas ruins da vida. Como está seu pai?

—Não o vejo há anos.

E assim, o assunto morreu mais uma vez. E então, caiu a ficha. Lembrou-se porque nunca mais falara com ela. Essa era uma daquelas amizades em que se perde contato por não ter assunto para conversar, de tão pouco que tinham em comum.

—E o que você está fazendo agora? Trabalhando, namorando? — Saphira perguntou, tentando manter algum assunto por mais de cinco segundos.

Lucy deu uma risadinha nervosa. Ela não saberia responder a segunda pergunta. Então, achou melhor nem chegar perto. Evitou respondê-la.

—Estou numa guilda. Fairy Tail.

—Sério? — Saphira disse, em espanto. Como se ela pudesse se dar ao luxo de mostrar tal espanto. — Me mudei para cá justamente para tentar entrar na Fairy Tail.

—Você também é maga?

Saphira deu uma risadinha em resposta.

—Venha comigo. Talvez eu consiga fazer o mestre deixar você entrar.







—Você quer entrar para a Fairy Tail? — Mestre perguntou, estranhando um pouco aquela menina de olhos incrivelmente azuis.

Saphira acenou a cabeça e mordeu o lábio inferior. Então olhou para Lucy. Elas trocaram um olhar significativo.

—Lucy... — Mestre começou, deixando escapar um suspiro cansado. Ele ainda encarava os olhos azuis da menina animada que estava à sua frente. Ele não sabia porquê, mas tinha algo nos olhos dela que... Ele não sabia explicar, mas simplesmente, não confiava naquela menina. — Desculpe, mas eu não vou deixar qualquer um entrar na guilda.

—Mas ela não é qualquer um. É minha prima.

—Mesmo assim, eu...

—Quando eu cheguei, você me aceitou na hora. Porque com ela agora a situação é diferente?

Mestre não quis dizer. Não queria contar para Lucy sobre suas preocupações. Não queria dizer porque parecia que aquela menina tinha segundas intenções.

—Tenho meus motivos.

—O que ela precisa fazer para provar para você que ela pode ser membro da Fairy Tail? — Lucy disse, um pouco indignada. Cruzou os braços e olhou estreitamente para o Mestre.

—Lucy, não precisa. Tudo bem, eu encontro outra guilda. — Saphira disse, um pouco desanimada. Um pouco envergonhada por Lucy estar brigando por ela.

—Não. — Lucy disse, um pouco nervosa. À esse ponto, todos da guilda pararam para olhar. — O que é preciso fazer para que ela prove para você que ela é material para a Fairy Tail?

—Teremos uma competição? — Jet perguntou, baixinho, mas no silêncio que a guilda se encontrava, todos puderam ouvir.

—Teremos jogos. Eu vou querer participar. — Droy disse.

—Eu também vou querer participar! — Outra voz disse, e, logo, todos estavam discutindo os tipos de jogos que teriam e quem participaria.

—Não vai ter competição nenhuma! — Mestre finalmente disse, acalmando a multidão. A guilda inteira tomou um clima triste. — Está bem, Lucy. Se você confia nela, eu não vejo motivo porque eu não deveria. Ela pode entrar na guilda. — Ele disse, num tom lamurioso. — Mirajane vai fazer a marca em você.

Mestre disse e então desceu de seu banquinho.

—Mestre, aonde você vai? — Mirajane perguntou.

—Dar uma caminhada.








Mirajane percebeu o quanto o Mestre estava incomodado. Mas não sabia exatamente com o quê. Sabendo que não conseguiria adivinhar com o que o incomodava, preocupou-se em colocar a marca da guilda na mais nova integrante.

E, quando Mirajane perguntou onde ela queria marcar, Saphira parou para pensar um pouco. Então, sem conseguir esconder um sorriso tortuoso, deslizou a alça da blusa preta pelo seu ombro e fez o mesmo com seu sutiã. Todos da guilda olharam atentamente para o que ela estava prestes a fazer. Ela se mexia tão cuidadosamente que parecia como se cada movimento fosse minuciosamente calculado.

—Aqui. — Ela disse, indicando com o dedo a curva de seu seio, logo abaixo da clavícula.

Mirajane não precisava olhar ao seu redor para saber que todos estavam olhando. Saphira mordeu o lábio inferior num sorriso, aparentando estar um pouco nervosa.

No momento em que Mirajane pressionava o carimbo com tinta azul no local indicado, pensava nos motivos por que Mestre não a queria na guilda. E ali, naquele instante, enquanto olhava profundamente nos olhos azuis dela, sentiu o que achava que o Mestre tinha sentido em relação à ela.

Aquele foi o primeiro momento em que Mirajane pensou que tinha alguma coisa de errada com aquela menina.


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Notas finais do capítulo

Não digo que a fic será movida a comentários, mas os comentários me incentivam muito. Sejam bonzinhos comigo e me digam se gostaram ou não. :3



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