_Oi, boa noite! A Juliana está em casa? –perguntou Cecília um pouco exasperada após uma longa pausa onde ela conseguia apenas observar o rosto de Miguel.

_Ahh, oi! Não, ela não tá, na verdade, estou sozinho, meus pais ainda estão na loja, e a Juliana foi a igreja. Mas, como você está? Faz tanto tempo que não nos vemos... –disse Miguel abrindo a porta para que a morena entrasse, mas ela hesitou, e preferiu voltar pra casa. _Você não vai entrar?

_Não, eu vim ver a Juli, e já que ela não está aqui, eu vou embora. –disse rapidamente e quando estava se virando, Miguel segurou seu braço e lhe pediu um momento.

_Espera! Vamos dar uma volta, quero conversar um pouco com você. –disse sorrindo levemente.

_Não temos mais nada para conversar Miguel, você terminou o nosso namoro e foi embora, pronto fim de história. –disse um pouco impaciente e sentindo uma súbita raiva tomar conta de si.

_Eu entendo que esteja magoada, mas tínhamos uma linda história Cecília, você dizia que me amava, e sinceramente eu ainda te amo, então por favor, vamos caminhar um pouco, preciso que você me ouça. –falou calmamente olhando nos olhos da garota.

_Tudo bem Miguel, mas não posso demorar, okay? –perguntou se afastando da calçada da casa.

_Tudo bem, vou só calçar as sandálias e pegar o celular, é rápido. –avisou entrando na casa e desaparecendo de vista.

Cecília ponderou o que acabara de falar, e por mais que não quisesse sabia que precisaria dar uma chance para que Miguel se explicasse melhor, então seria bom que essa conversa acontecesse o mais rápido possível, então estando convencida disso, ela cruzou os braços e respirou fundo a espera do rapaz.

_Vem, podemos ir. –disse Miguel ao sair de casa e caminhar ao lado de Cecília.

_Como estão as coisas, está gostando do novo trabalho? –perguntou Cecília quebrando o silencio que havia se instalado entre os dois.

_Sim, é muito promissor, porém sinto muita falta da minha vida tranquila aqui em Iguaí, lá é um mundo completamente diferente. Sinto falta da afetividade das pessoas que moram aqui. –respondeu com um sorriso no rosto.

_Entendo, bom, se quiser pode começar a falar a respeito de nós dois, creio que foi para isso que você chamou, certo? –disse Cecília rapidamente sem olhar para o garoto.

_Certo, quando foi que você ficou tão fria e direta dessa forma? –perguntou Miguel, olhando a garota com incredulidade.

Cecília pensou em responder grosseiramente com um “quando você resolveu me trocar por um emprego do outro lado do mundo” Mas preferiu sorrir de lado e disse apenas:

_Isso não vem ao caso Miguel.

_Tudo bem, bom, eu confesso que não planejei nada disso, e que realmente queria que tivéssemos um final diferente, mas as coisas não transcorrerão como eu planejei. Eu aindaamo você, e estou disposto a tentar recuperar o tempo que perdemos separados, eu sinto sua falta, e penso em você todos os dias. Eu sinto muito por tudo que lhe fiz, lhe peço perdão por todas as vezes que lhe fiz chorar, e por ter abandonado o nosso futuro. –Disse Miguel rapidamente olhando para Cecília, que agora mantinha o olhar baixo mas prestando atenção em cada palavra do rapaz.

_Eu também sinto muito, tínhamos tudo para sermos felizes pro resto das nossas vidas, mas agora é tarde demais, não há como recuperar o tempo perdido, o que passou, passou. Eu não quero mais o seu amor, não quero mais ser sua namorada e muito menos futura esposa. Eu sinto muito... –disse Cecília parando de frente para Miguel, que mantinha um olhar carregado de tristeza fitando a garota.

_Mas você me amava não é? O que aconteceu? Já não me ama mais, Cecília? –perguntou se aproximando um pouco mais da morena que em resposta deu um passo pra trás.

_Eu não sou mais apaixonada por você Miguel, muito tempo já se passou, as coisas mudaram... –disse calmamente olhando nos olhos castanhos do rapaz a sua frente.

_Como assim muito tempo se passou? Oito meses é muito tempo para duas pessoas que iriam passar o resto da vida juntos? –perguntou segurando as mãos de Cecília.

_Eu sei que pra você pode não parecer tanto tempo assim, mas pra mim significou muito. –disse apenas.

_Quem é? Anda pode falar! Com quem você está namorando? –perguntou um pouco exasperado soltando as mãos da moça e passando-as rapidamente no cabelo.

_Eu não estou namorando ninguém Miguel, e isso não é da sua conta. –disse rapidamente, olhando nos olhos do rapaz.

_Como não é da minha conta? Eu te amo Cecília, e é obvio que você não me ama mais, porém deve ter alguém, algum imbecil fez você se apaixonar novamente, anda! me diga! quem foi? –falou rapidamente e Cecília pode notar o tom de raiva em sua voz.

_Miguel, é melhor pararmos por aqui, minha vida não diz mais respeito a você, não lhe devo satisfações alguma, então se você não tem mais nada a dizer, eu vou embora. Boa noite! –disse rapidamente virando-se para atravessar a rua.

_Cecília, espere! –gritou Miguel ao ver a moça se afastar.

_Tchau Miguel, peça para a Juliana me procurar por favor! –gritou já do outro lado da rua, começou a andar em passos largos de volta para casa, o rapaz ficou apenas observando a morena ir embora, algo dizia que ele deveria ir atrás dela, mas ele se conteve e preferiu voltar para casa.

Cecília chegou em casa por volta das 21:00Hrs, sua tia e sua avó já estavam dormindo, daí ela lembrou de como as coisas no interior são diferentes. Ela entrou em casa e foi direto para o seu quarto, colocou um pijama antigo e ajoelhou-se para fazer sua oração. Após conversar um pouco com Deus ela se deitou, e involuntariamente relembrou tudo o que Miguel lhe dissera, mas nada sentira além de um incomodo estranho, então expulsou os pensamentos que rondavam sua mente e fechou os olhos.

Por volta das 09:00Hrs da manhã Cecília acordou sentindo algo peludo próximo a ela, e ao abrir os olhos constatou que Big seu gato de estimação estava adormecido ao seu lado, ela sorriu largamente e começou a fazer carinho na cabeça do bichinho. Após algum tempo Cecília foi até a sala e encontrou sua avó assistindo TV e sua tia cozinhando na cozinha, ela deu um beijo nas duas e pegou uma maçã, foi até a sala e ficou por lá conversando com sua avó. Após o almoço Juliana foi até a casa de Cecília e as duas conversaram por longas horas no quarto de Cecília.

_Sabe, que eu ainda não consegui entender ao certo o porquê de você largar a faculdade... –disse Cecília olhando para a amiga.

_Bom, eu sei que foi de repente, mas eu percebi que não era aquilo que eu realmente queria pra minha vida e sem falar que os meus pais estavam precisando muito de mim aqui, então resolvi voltar, e sinto muito por ter te deixado. –disse Juliana calmamente com um sorriso leve no rosto.

_Não precisa se sentir culpada, eu fiquei bem, graças a Deus a Olívia me ofereceu uma estadia por tempo indeterminado na casa dela, o que foi ótimo pois só assim consegui continuar tranquilamente com a faculdade. –disse sorrindo.

_Entendo, mas me diz uma coisa, como é morar numa casa onde você mal conhece as pessoas? –perguntou curiosa.

_confesso que no início foi muito estranho, mas com o tempo me acostumei, eles são muito hospitaleiros me fazem sentir como se a casa também fosse minha. –disse olhando para Big que acabara de entrar no quarto.

_Imagino, mas que bom que são boas pessoas. –disse Juliana sorrindo.

_É verdade. –disse apenas

_Mas então, você pretende voltar para o Miguel? Ele não para de falar em você... –perguntou Juliana olhando nos olhos da amiga.

_Não Jú, não dá mais, eu não sinto mais nada por ele. E também... –hesitou antes de terminar a frase, temendo a reação da amiga.

_E também o que Cecí, já existe outra pessoa? –perguntou compreensiva.

_Sim, já existe alguém, e eu estou completamente apaixonada por ele, pensei que isso não fosse possível, por conta do quanto eu amei o seu irmão, mas agora é diferente, parece que fomos feitos para ficar um ao lado do outro... –disse respirando profundamente ao lembrar do rosto de Pedro.

_Sei, mas isso tudo é reciproco? Digo, ele já deu a entender que também gosta de você e que quer algo mais sério? –perguntou sorrindo levemente.

_Sim, ele se declarou primeiro para mim, mas é muito complicado Jú... –falou aflita.

_Como assim muito complicado? –perguntou confusa.

_Ele... Bom, ele tem uma noiva que não ama e que o traiu descaradamente, ele até tentou terminar o relacionamento, mas o pai dele o obrigou a ficar com essa garota pois além do pai da Leila ser amigo e sócio do pai de Pedro, ela está grávida. –disse rapidamente após reunir coragem suficiente.

_Grávida? Oull meu Deus Cecí...! –exclamou Juliana em tom de surpresa, olhando diretamente nos olhos da morena a sua frente.

_Calma, tudo indica que o filho não é do Pedro, mas ele está sendo obrigado a continuar com ela até o exame de DNA ficar pronto. –disse olhando para suas mãos. Juliana notou a tristeza no rosto da amiga e rapidamente a puxou para um abraço.

_Hey, vai dar tudo certo amiga, se for a vontade de Deus, vocês terão um belo futuro juntos. Não precisa ficar assim! –disse calmamente no ouvido da morena.

_Eu sei, é só que dói demais vê-lo sofrendo ao lado da Leila, é nítido o desconforto dele quando está com ela, ele não a ama Jú. –disse em meio a uma lágrima que escorreu em seu rosto.

_Eu entendo Cecí, mas isso tudo logo logo irá passar, e eu ainda serei madrinha de seu casamento, você vai ver! –disse sorrindo numa tentativa de acalmar a amiga.

_Eu creio, e não vejo a hora de realizar esse sonho. –disse um pouco mais calma.

_É só manter a calma e confiar em Deus Cecí, e tudo acabará bem. –disse Juliana sorrindo largamente fitando a amiga.

As duas continuaram a conversa ao longo da tarde, e depois foram jantar. Juliana pediu que a amiga a acompanhasse a igreja no dia seguinte e Cecília concordou de ímpeto. Os dias passaram tranquila e rapidamente, Iguaí era de fato um lugarzinho no meio do nada, mas Cecília amava aquele lugar, foi onde ela havia nascido e onde ela se sentia realmente em casa. Cecília preferiu não encontrar Miguel novamente e acabou por evitar visitas na casa de Juliana, ela pediu para que a moça sempre que quisesse vê-la fosse até sua casa. Enquanto Cecília curtia os dias ao lado dos amigos e da família, Pedro já estava a ponto de enlouquecer com Leila em seu encalço o tempo inteiro. Ele fez de tudo para que conseguissem fazer o exame antes da data marcada, conseguindo-o demoraria pouco mais de uma semana para ficar pronto. O natal já estava próximo faltando apenas uma semana, para o mundo praticamente inteiro comemorar o nascimento de Cristo.

Era sexta-feira a noite e Pedro estava em seu quarto sentado na cama com o violão a tira colo, lembrando-se de Cecília ele começou a tocar uma bela canção e ao pronunciar as palavras daquela música ele permitiu-se fechar os olhos e por um segundo conseguiu sentir o toque suava das mãos da morena em seu rosto fazendo-o sorrir largamente. Pedro abriu os olhos e parou de tocar, daí uma saudade grande tomou conta do seu peito e tudo o que ele queria naquele momento era está com Cecília em seus braços, então comonum estalo ele pegou o celular e ligou para a garota. O celular chamou três vezes antes de ser atendido e quando ele escutou a doce voz de Cecília do outro lado da linha seu coração disparou e sorrindo ele disse:

_Boa noite minha flor, como você está?

_estou bem, porém sinto muitas saudades de você...

_Eu sei, também me sinto assim, estou contando os dias para lhe ver novamente, já cogitei até mesmo fugir daqui e ir passar o natal ao seu lado. –disse Pedro risonho.

_Não, não faça isso, você deve passar o natal com sua família. –disse Cecília calmamente.

_Eu sei, mas me conta, como estão as coisas por ai? –perguntou distraidamente.

_Está tudo como sempre, calmo sereno e tranquilo. –disse rindo levemente.

_Imagino, tudo o que eu queria era estar ao seu lado, não vejo a hora de ter comigo novamente. –disse soltando um arfado ao terminar a frase.

_Pedro... –disse Cecília tentando chamar a atenção do rapaz.

_Eu sei, eu sei, mas não posso evitar Cecília, eu amo você, e não poder estar com você me enlouquece. –disse rapidamente.

_Eu sei, mas precisamos ter paciência. E por ai, alguma novidade? –perguntou tentando mudar de assunto.

_Sim, e acho que você vai gostar... –disse sorrindo.

_O que foi? Me conta logo! –disse animadamente.

_Bom, eu consegui abreviar a data da realização do exame de DNA, e a outra notícia é que estou frequentando uma igreja que fica lá no centro da cidade. -disse calmamente esperando a reação da garota.

_Oulll meu Deus, isso é incrível Pedro, eu amo você! –disse Cecília exalando felicidade ao telefone.

_Eu também amo você, e está sendo tudo tão maravilhoso, os cultos são lindos e eu consigo sentir a presença de Deus Cecília. –disse rapidamente.

_Que bom Pedro, você não sabe o quanto estou feliz por você! Não vejo a hora de te ver novamente. –disse sorrindo largamente.

_Eu também minha flor, não vejo a hora de poder te abraçar e beijar o quanto eu quiser. –disse calmamente.

_Você é muito importante pra mim Pedro, eu amo muito você! –disse sinceramente.

_Você também é muito importante pra mim, és tudo que eu sempre sonhei. –disse fazendo a garota cair na cama sorrindo largamente.

_Bom, eu tenho que desligar agora, já está tarde! Boa noite Pedro! –disse como se quisesse que ele não desligasse.

_Tudo bem, até mais! Durma com os anjos meu amor! –disse despedindo-se.

_Você também amor! –disse e depois desligou a ligação.

Cecília ficou olhando pro visor do celular e imaginando o que Pedro estaria fazendo, ela respirou sofregamente imaginando o quanto seria bom senti-lo envolvendo-a num abraço apertado, e assim com a memória de Pedro Cecília deitou-se e dormiu profundamente.

Os dias se passaram e logo chegou o natal, era tarde do dia 24 de dezembro, Cecília estava ajudando sua tia na preparação do jantar e o dia estava completamente nublado naquela terça-feira. Juntas preparam frango ao forno, com arroz a grega, salada e uma torta de morango, que era a preferida da garota. Por volta das 18:00Hrs, Cecília começou a se arrumar pois as 19:30 teria que estar com sua tia e avó na igreja de onde elas faziam parte. Cecília vestiu um belo vestido rodado vermelho escuro de alças grossas, apertado no busto e rodado na parte de baixo, penteou seus cabelos e fez longos cachos deixando que o cumprimento caísse por suas costas, resolveu usar uma maquiagem leve marcando apenas os olhos num delineado muito bem feito e calçou o scarpin preto que Olívia havia lhe presenteado. A morena olhou-se no espelho e gostou muito do que viu, e de repente ela gostaria de que Pedro a visse bonita daquele jeito. Cecília estava dando os últimos retoques no cabelo quando sua tia entrou no quarto chamando-a pois já estavam em cima da hora.

_Oull meu Deus, como você está linda meu amor. –disse Margarida maravilhada com a imagem da sobrinha a sua frente.

_Obrigada, mas não precisa exagerar tia, assim fico mais vermelha do que já estou. –disse a garota sorridente.

_Tudo bem, mas devo lhe dizer que você se tornou uma linda mulher Cecília, e eu tenho muito orgulho de você minha filha. –disse a senhora se aproximando para abraçar a sobrinha.

_Eu sei tia, muito obrigada, também tenho muito orgulho por ter sido criada pela senhora, a senhora é como uma mãe pra mim. Eu amo você! –disse a jovem abraçando a mulher que sem querer deixou escapar uma lágrima.

_Olha só o que você fez, agora borrou minha maquiagem... –disse a tia sorrindo.

_Não borrou nada tia, vamos, se não sairmos agora não conseguiremos pegar um bom lugar. –disse a garota segurando a mão da tiaconduzindo-a para a sala onde a avó de Cecília já estava a espera das duas.

As três chegaram na igreja no horário marcado, infelizmente só conseguiram lugares vazios nos últimos bancos do templo, mas mesmo assim tinham uma boa visão do púlpito. O culto começou e ao longe do lado esquerdo Cecília avistou a família de Juliana, sendo assim viu Miguel sentado ao lado do pai, ela olhou novamente para frente e percebeu que seria inevitável falar com ele no final do culto.

O culto transcorreu maravilhosamente, todos cantavam alto como um grande coral, músicas alegres de louvores a Deus eram entoadas com entusiasmo e após os louvores começou o momento da explanação da bíblia. Por volta das 21:30 o pastor já estava dando a benção apostólica, logo após todos se cumprimentaram e caminharam em direção a saída. Quando Cecília já estava do lado de fora do templo, Juliana gritou o seu nome e correu em direção a amiga, Cecília não pode deixar de notar o quanto a garota estava bonita em um vestido azul marinho justo ao corpo de mangas curtas e scapin também preto, ela trazia um largo sorriso no rosto.

_Hey, feliz natal, amiga! –disse Juliana alegremente abraçando Cecília fortemente.

_Feliz natal, Jú! –respondeu Cecília. Assim que Juliana se afastou da morena caminhou para a direita e cumprimentou Margarida e Maria Rita calorosamente.

_Vocês poderiam ir jantar lá em casa, preparamos uma grande ceia. –convidou Juliana animadamente.

_Não Jú, acho que não será uma boa ideia. –disse Cecília olhando para Miguel que conversava com alguns amigos.

_Não liga pra isso Cecília por favor, daqui a alguns dias você irá embora, então vamos comemorar juntas! –pediu Juliana quase implorando.

_Se minha tia e a vovó concordar eu vou, mas só por que você está fazendo biquinho... –disse Cecília risonha.

_Eu não estou fazendo biquinho Cecília, espera vou falar com elas. –disse fazendo uma careta e se afastou da amiga novamente.

Enquanto Juliana falava com sua tia e avó, Miguel caminhou em direção a Cecília com um leve sorriso no canto dos lábios, ela rapidamente desviou o olhar e tentou caminhar em direção a Juliana mas ele já estava próximo demais.

_Estava tentando fugir de mim? –perguntou sorrindo olhando diretamente nos olhos da morena.

_Claro que não Miguel, por que eu faria isso? –disse impaciente.

_Calma, não precisa se irritar. Vim apenas lhe desejar um feliz natal! –disse sorrindo largamente.

_Desejo o mesmo pra você, que o seu natal seja regado por muita paz e alegria! –disse sorrindo levemente tentando relaxar um pouco.

_Obrigada, mas não quero só isso, quero um abraço seu também. –disse dando um passo a frente.

_Tudo bem Miguel. –disse apenas.

O rapaz abraçou Cecília fortemente, e por um instante as lembranças do seu antigo relacionamento vieram a tona sem a sua permissão, ela respirou fundo, e Miguel sussurrou em seu ouvido um “Você está linda” e ao sentir a respiração do rapaz em seu pescoço ela sentiu um leve arrepio e se afastou rapidamente dizendo apenas um “obrigada” baixinho sem conseguir olhar nos olhos de Miguel.

_Vamos? –perguntou Juliana alegremente para Cecília que apenas assentiu.

_Pra onde? –perguntou Miguel.

_Elas irão passar o natal conosco, não é incrível? –falou Juliana rapidamente olhando para o irmão.

_Sim, é perfeito. –disse Miguel quase como um sussurro olhando nos olhos de Cecília.